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SERVIÇO PÚBLICO E O CDC

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SERVIÇO PÚBLICO E O CDC
- Há consenso na doutrina de que se aplica o CDC aos serviços públicos (o próprio CDC -art.3º, §2º- diz isso).
- Art.3º, §2º: define serviço que se submete ao CDC é o serviço prestado mediante remuneração.
- Para entender essa questão, necessário relembrar uma classificação do direito administrativo:
	Serviço Público uti universi
	Prestado p/ pessoas indeterminadas; impossível mensurar o que cada um consome. Ex.: serviço de iluminação pública.
	Remunerado por IMPOSTOS
	
Serviço Público uti singuli
	Prestado p/ pessoas individualizadas, sendo possível calcular a quantidade utilizada por cada um. Natureza tributária; é compulsório. 
Ex.: taxa judiciária. 
	Remunerado por TAXA
	
	Prestado p/ pessoas individualizadas, sendo possível calcular a quantidade utilizada por cada um. Natureza facultativa e contratual. Só paga quem contrata o serviço. Ex.: transporte público.
	Remunerado por TARIFA
-A discussão está na amplitude dessa aplicação. 3 Teorias:
	1ª Corrente
	2ª Corrente
	3ª Corrente
	Aplica-se o CDC a todo e qualquer serviço público, não importa a forma de remuneração (seja por impostos ou por tarifa). 
Marcus Juruena Villela Souto.
	Ao falar em remuneração, o CDC quis incidir apenas nos serviços remunerados diretamente pelos usuários (todos os uti singuli).
Claudia Lima Marques
	O CDC se aplica apenas aos serviços contratuais, remunerados por tarifa,(mais restritiva ainda). O resto é regulado pelo direito tributário.
Rafael Oliveira
MAJORITÁRIA
- STJ não se decidiu ainda.
A doutrina majoritária admite a incidência do CDC nos casos em que o serviço público é remunerado mediante tarifa. Não incide nos serviços remunerados por tributos.
Segundo a doutrina majoritária, não se aplica o CDC para os danos causados por hospitais ou médicos do SUS. A jurisprudência, por sua vez, está dividida:
	NÃO SE APLICA O CDC
	APLICA-SE O CDC
	A participação complementar da iniciativa privada - seja das pessoas jurídicas, seja dos respectivos profissionais - na execução de atividades de saúde caracteriza-se como serviço público indivisível e universal (uti universi), o que afasta, por conseguinte, a incidência das regras do CDC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1771169/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/05/2020.
	A assistência médica e hospitalar é considerada serviço público essencial e, no caso, foi prestada por delegação e não diretamente pela Administração Pública. O custeio das despesas efetuado pelo SUS caracteriza remuneração indireta apta a qualificar a relação jurídica, no caso, como de consumo. Desse modo, deve ser aplicado o CDC. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1347473/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 04/12/2018.
	Na hipótese de responsabilidade civil de médicos pela morte de paciente em atendimento custeado pelo SUS incidirá o prazo do art. 1º-C da Lei nº 9.494/97, segundo o qual prescreverá em 5 anos a pretensão de obter indenização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.169-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/05/2020 (Info 672).
- Pode ser prestado direta ou indiretamente pelo Estado (permissionários e concessionários).
◼ Responsabilidade:
-  das permissionárias e concessionárias: direta (Lei 8.987/95) 
- do Estado: subsidiária.
- As regras de direito público prevalecem sobre as de direito privado. Ex.: responsabilidade no CDC é solidária e no regime administrativo é subsidiária. Prevalece esta última.
· INADIMPLEMENTO DO USUÁRIO E INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO 
(posição do STJ):
- A Lei 8987/95 admite a interrupção para o usuário inadimplente, porém com alguns requisitos:
a. Deve haver aviso prévio;
b. Não admite p/ as unidades públicas essenciais (hospitais, escolas, logradouros públicos);
c. Não admite no caso de consumidor portador de doença grave ou em fase terminal;
d. Não admite caso decorrente da alegação de fraude no medidor apurada unilateralmente pela concessionária;
e. Somente admite se relativa a conta do mês do consumo, sendo que os débitos pretéritos devem ser cobrados pelos meios ordinários de cobrança.
f. Não admite em situações excepcionais de miserabilidade do consumidor (dignidade humana).
O STJ, em posicionamento já antigo, decidiu da seguinte forma:
– serviços públicos prestados por concessionárias, remunerados por tarifa ou preço público, sendo alternativa sua utilização, aplica-se o CDC;
ex.: serviços de energia elétrica, água, telefonia, transportes públicos etc.
- A relação entre concessionária de serviço público e o usuário final para o fornecimento de serviços públicos essenciais é consumerista, sendo cabível a aplicação do CDC.
– serviços públicos próprios, remunerados por taxa (tributo) não se aplica o CDC (entende-se que não há um consumidor propriamente dito, mas um contribuinte)
- E, via de regra, os serviços públicos remunerados mediante tarifa ou preço público são justamente aqueles uti singuli, como nos exemplos dados acima.
· TARIFA BÁSICA TELEFONIA:
→ É lícita a cobrança.
	Art.175, p.único, CF
	diz que a lei disporá sobre a “política tarifária” nas concessões em geral.
	Lei 8987/95
	 diz que o serviço prestado pela concessionária será remunerado mediante tarifa e a forma de cobrança desta será inserida nos contratos de concessão 
	Lei de Telefonia - 9472/97
	diz que a ANATEL é responsável por tratar da política tarifária, mas não fala da tarifa básica
	Resolução da ANATEL
	finalmente regula a tarifa básica 
Observe: o CDC proíbe que o consumidor seja cobrado por um serviço não utilizado. Por outro lado, um ato administrativo normativo permite a cobrança (resolução de agência reguladora).
STJ: prevalece a Resolução (princípio da especialidade + colocação à disposição do usuário - é o chamado custo de disponibilidade).
Rafael Oliveira: p/ o professor, este posicionamento do STJ aplica a sua TEORIA DA DESLEGALIZAÇÃO, embora não a mencione textualmente: é válido e prevalece um ato administrativo normativo.

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