Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA PSICOLOGIA – NOTURNO ERIC MATHEUS LEONARDO FERRO MORGANA VASCONCELOS SAUANE MUNIZ MEDEIROS RELATÓRIO CIENTÍFICO DE ATIVIDADE EM LABORATÓRIO VIRTUAL DA MATÉRIA ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO GOIÂNIA, GOIÁS 2021 ERIC MATHEUS LEONARDO FERRO MORGANA VASCONCELOS SAUANE MUNIZ MEDEIROS RELATÓRIO DE ATIVIDADE CIENTÍFICA EM LABORATÓRIO VIRTUAL DA MATÉRIA ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Trabalho apresentado como requisito para avaliação da disciplina análise experimental do comportamento, solicitado pelo Profº Leonardo Guimarães. GOIÂNIA, GOIÁS 2021 RESUMO Este relatório tem como objetivo descrever os experimentos e atividades desenvolvidas durante as aulas laboratoriais da disciplina de Análise Experimental do Comportamento, com o intuito de unir e articular a teoria à pratica. Analisaremos o comportamento de um rato virtual, Sniffy, segundo a Teoria Behaviorista Radical de B. F. Skinner. O relatório se desenvolve de acordo com a aplicação do método de Condicionamento Operante criado pelo autor, onde foram aplicados diversos estímulos que geraram respostas, tornando possível a modelagem de comportamento através do controle dos mesmos. Foram realizados alguns treinos de condicionamento do autor, tais como o Nível Operante, o Reforço Continuo e a Extinção do Comportamento. Os experimentos foram comprovados através de gráficos que objetificam a mudança nas respostas por parte do rato de acordo com cada metodologia aplicada. A parte central do experimento se baseia em fazer com que o animal responda aos estímulos realizando tarefas, tais como pressionar a barra em um ambiente controlado (virtual) para receber comida. Logo que esse comportamento foi fixado e reforçado, também foi realizada a extinção do mesmo para que se comprovasse numericamente o condicionamento das respostas. Os objetivos propostos foram alcançados de forma favorável, uma vez que a compreensão da teoria e a experimentação prática levantaram números que tornam possíveis a comprovação do método científico baseado na teoria de B.F. Skinner. Palavras-chave: Observação, Analise, Comportamento, Estimulo e Resposta. Sumário 1 – INTRODUÇÃO………………………………………………………………...….5 2 – METODOLOGIA………………………………………………………………….7 2.1 – Sujeitos………………………………………………………………………......7 2.2 – Equipamentos e material……………………………………………………...…7 2.3 – Ambiente experimental…………………………………………………………..8 2.4 – Procedimento geral………………………………………………………………8 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………………......8 3.1 – Nível operante……………………………………………………………………8 3.2 – Treino ao comedouro…………………………………………….……………..10 3.3 – Reforço contínuo…………………………………………………………..……11 3.4 – Extinção……………………………………………………………………...….12 3.5 – Análise comparativa entre NO e treino ao comedouro……………………...…..13 3.6 – Análise comparativa entre NO e reforço contínuo………………………………13 4 – CONCLUSÃO………………………………………………………………….....14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………….. 1 – INTRODUÇÃO O condicionamento operante, como sugerido pela própria terminologia, trata-se de um modelo de condicionamento ativo, onde o próprio sujeito opera sobre o ambiente e, na medida em que suas respostas aos mais diversos estímulos do ambiente produzem consequências, estas, por sua vez, podem vir a funcionar como reforços positivos, reforços negativos, punições, etc., deste modo as consequências vão gradativamente moldando as frequências de emissão de comportamentos do indivíduo pela seleção de comportamentos desejáveis (ou adaptativos) e extinção de comportamentos indesejáveis (não adaptativos). O conceito de reforço positivo está atrelado à capacidade que certos estímulos consequentes têm de aumentar a frequência de um dado comportamento caso o sucedam, essa sucessão pode ser imediata ou não, no último caso, chama-se reforço positivo atrasado ou reforço atrasado. Já reforço negativo trata-se da capacidade que a remoção de certos estímulos desagradáveis, após a apresentação de um comportamento desejável, tem de aumentar a frequência do comportamento desejável. Com relação a frequência em que os reforçadores são apresentados tem-se a seguinte divisão conceitual: reforçador contínuo e reforçador intermitente. No primeiro caso um reforço, positivo ou negativo, é apresentado todas as vezes que uma resposta é emitida, já no segundo caso um reforço só é apresentado de modo ocasional. A decisão sobre qual esquema de reforçamento será utilizado em diferentes programas de reforçamento de um comportamento desejado ou extinção de um comportamento indesejado cabe ao modificador do comportamento, devendo este se atentar às mais diversas circunstâncias a fim de tomar a melhor decisão. Os esquemas de reforçamento intermitente, ainda, se dividem em esquema de reforçamento: de razão, de intervalo e de duração, havendo razão fixa e variável, intervalo fixo e variável e duração fixa e variável. Punições dividem-se em punições positivas e negativas, no primeiro caso temos a introdução de um estímulo negativo após a emissão de uma resposta indesejada, o que gradativamente reduz a frequência de emissão desta resposta por parte do organismo, já punições negativas consistem em eliminar um estímulo agradável, ou melhor, uma fonte de estimulação agradável, quando um indivíduo emite um comportamento indesejável. Um exemplo de punição negativa seria a remoção da mesada de uma criança que desobedeceu a mãe, neste caso a mãe resolveu remover uma fonte de estimulação chamada dinheiro, i.e, um reforçador de troca generalizado. A extinção, também importante nos processos de modificação de comportamento, apesar de reduzir a frequência de um comportamento, como ocorre com a punição, diferencia-se desta última por não introduzir nenhum tipo de estímulo aversivo após uma resposta indesejada. Afirma-se que, numa dada situação, haverá extinção caso o indivíduo emita uma resposta previamente reforçada e esta não for seguida de um reforçador, como ocorria anteriormente, então, por esta razão, gradativamente a frequência desta resposta irá diminuir. A extinção pode ser descrita, de modo mais simples, como a redução da frequência de um comportamento condicionado por meio da remoção dos estímulos reforçadores que fortaleceram este comportamento no passado. Um exemplo seria ignorar uma criança que engaja em comportamento inadequado em sala de aula, como mostrar a língua, ao invés de lhe dar atenção, como ocorria no passado. Um dos conceitos basilares para compreendermos as técnicas de modificação do comportamento é a noção de estímulo, por estímulo compreende-se todo e qualquer objeto capaz de estimular os órgãos receptores sensoriais do organismo humano e animal e, deste modo, produzir qualquer resposta. A literatura divide os estímulos em estímulos controladores S-D e S-Δ, e o processo de aprendizagem que nos leva a apresentar comportamentos específicos na presença de estímulos específicos é chamado de aprendizagem por discriminação. Na aprendizagem por discriminação pode-se ter o reforçamento de um comportamento ou a sua extinção. Por exemplo, se Maria mostra a língua na presença de seus amigos e tem esse comportamento reforçado mediante risadas alheias, diz-se que a presença dos amigos é um S-D para a resposta de mostrar a língua, ou seja, a presença dos amigos é um estímulo antecedente que funciona como contexto adequado para a manifestação e reforço deste comportamento. Já no contexto de um jantar na casa de seus avós, mostrar a língua seria considerado um comportamento inadequado, neste caso o estímulo antecedente ‘presença dos avós’ é considerado um S-Δ para este comportamento. Pode-se derivar uma notação especial dessas discussões: S-D ou S-Δ –> Resposta –> Consequência (reforçadora ou não). Neste caso poder-se-ia considerar que todos os comportamentos são precedidos de estímulos antecedentes S-D ou S-Δ, como bem ilustrado e generalizado na fórmula anterior. Os estímulos controladores e a aprendizagem por discriminação de estímulos refletem a natureza contextual do aprendizado comportamental animal e, principalmente,humano, pois comportamentos, assim como palavras, só fazem sentido dentro de um contexto específico em que são emitidos ou estão presentes. Não faria sentido, por exemplo, um chute no ar durante uma entrevista de emprego, ao passo que este mesmo comportamento seria altamente aprovado no contexto de uma apresentação de karatê. 2 – METODOLOGIA 2.1 – Sujeitos Utilizou-se um rato albino sem experiências prévias com laboratório, i.e, ingênuo, do software Sniffy, produzido pelos pesquisadores e programadores Tom Alloway, Greg Wilson e Jeff Graham. 2.2 – Equipamentos e materiais Uma série de observações foram realizadas durante as aulas de laboratório virtual onde o sujeito se encontra em um simulador da caixa de condicionamento operante de Skinner. Estas, semelhantemente às caixas físicas, estão equipadas com barras mecânicas acionáveis pelo sujeito rato que, ao acioná-la, pode ou não receber um reforço na forma de comida ou água. Além disso, a caixa virtual conta com mecanismos capazes de produzir diferentes alterações tais como apresentação de água, comida, mudança de luz ambiente, produção de sons de diversas frequências, etc., tais alterações auxiliam na compreensão dos diferentes modelos de treinos envolvendo condicionamento operante em um ambiente altamente controlado. Por fim, foram utilizadas folhas de registro específicas para cada exercício e lápis para registro das informações ao longo das sessões. 2.3 – Ambiente experimental O ambiente experimental é de natureza completamente virtual, cujas regras e características são ditadas pelo algoritmo do software supracitado. 2.4 – Procedimento geral As sessões duraram, em média, de 10 a 30 minutos. Os experimentos foram realizados todas as quintas-feiras a partir das 20:45 minutos. Assim que os treinos iniciassem o cronômetro era acionado juntamento com a observação e o registro. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 – Nível operante O comportamento operante envolve todos os comportamentos naturalmente emitidos por um organismo ingênuo, isto é, sem aprendizado prévio por condicionamento. Neste caso, adotando os postulados da filosofia behaviorista, diz-se que o organismo opera sobre o ambiente e produz consequências, estas, por conseguinte, determinam a probabilidade de um comportamento x ocorrer ou não no futuro de modo repetido. Todos os organismos, de diferentes espécies, possuem um repertório típico distinto de comportamentos operantes naturais, no caso do rato Sniffy, este repertório é composto por uma série simples de comportamentos, tais como levantar, farejar, pressionar e limpar-se. No nível operante, como é esperado, a probabilidade do organismo emitir o comportamento desejado de pressionar a barra é mínima, pois este ainda não passou por um processo de aprendizagem. Assim sendo, o objetivo desta seção experimental é observar e registrar as respostas emitidas pelo rato ingênuo a fim de que este registro sirva de parâmetro de comparação no futuro, i.e, após a execução dos processos de condicionamento operante. A tabela e o gráfico a seguir mostram a frequência de comportamentos do sujeito ingênuo. Nível Operante Minuto Pressionou Farejou Levantou Limpou-se 1m 0 8 2 10 2m 0 2 4 11 3m 0 7 2 9 4m 0 6 2 7 5m 0 9 2 7 6m 0 4 5 10 7m 0 10 2 5 8m 0 9 7 7 9m 0 5 5 6 10m 1 10 4 7 11m 0 4 4 3 12m 0 8 3 5 13m 1 8 2 10 14m 0 7 4 7 15m 0 9 2 5 TOTAL 2 106 50 109 Tabela 1 – Tabela de nível operante. 1m2m3m4m5m6m7m8m9m10m11m12m13m14m15m 0 2 4 6 8 10 12 Frequência de pressão à barra em nível operante Pressionou Farejou Levantou Limpou-se Tempo em minutos Frequência Gráfico 1 – Gráfico de nível operante. 3.2 – Treino ao comedouro Este experimento segue-se às observações do nível operante e tem por objetivo ensinar o rato a associar a pressão da barra com a liberação de comida mediante pareamento entre som e liberação de comida. O pareamento é realizado conforme o método das aproximações sucessivas, i.e, assim que o rato se aproximar da barra um bloco de comida é liberado junto ao som, até que o comportamento-alvo seja atingido, ou seja, de pressionar a barra e liberar a comida sozinho. O experimento teve duração de 15 minutos. Na tabela e no gráfico a seguir é mostrado o número de vezes, por minutos, que uma comida foi liberada até o rato realizar a associação entre som e a liberação de comida. Tempo em minutos Frequência de liberação de comida 1 1 2 30 3 47 4 40 5 50 6 52 7 51 8 48 9 49 10 47 11 43 12 30 13 22 14 10 15 1 Tabela 2 – Treino ao comedouro. 0 10 20 30 40 50 60 Gráfico de treino ao comedouro Frequência de liberação de comida Tempo em minutos Frequência de liberação de comida Gráfico 2 – Treino ao comedouro. No final observou-se que o rato acrescentou um novo comportamento em seu repertório natural, a saber, o de associar a pressão da barra com a emissão de som pela caixa de condicionamento operante. 3.3 – Reforço contínuo Após este período de aprendizagem por meio do pareamento som/comida e pressão à barra, concedeu-se ao sujeito do experimento um período livre em que ele mesmo pudesse ir à barra e pressioná-la a fim de ser reforçado com comida. Esta seção tem por objetivo a certificação de que o rato realmente aprendeu um novo comportamento. Na tabela e no gráfico a seguir é possível observar a frequência do comportamento de pressionar a barra pelo rato Sniffy dentro do esquema de reforçamento contínuo (CRF). CRF Minutos Pressão à barra 1m 15 2m 12 3m 15 4m 15 5m 17 6m 17 7m 15 8m 20 9m 14 10m 15 11m 16 12m 20 13m 15 14m 14 15m 17 Tabela 3 - CRF 123456789101112131415 0 5 10 15 20 25 Gráfico de reforçamento contínuo Coluna C Tempo em minutos Frequência de pressão à barra Gráfico 3 – CRF Gráfico 3 – CRF. 3.4 – Extinção Extinção, conforme definido por Moreira e Medeiros, 2007, é a suspensão de uma consequência reforçadora anteriormente produzida por um comportamento, tendo como efeito o retorno da frequência dos comportamentos ao nível operante. Após o treino de associação barra/comida realizado pelo rato, este foi submetido ao processo de extinção, onde a comida, consequência reforçadora anteriormente apresentada de modo contínuo, foi retirada do rato e, com isso, observou-se uma gradativa redução na frequência em que o comportamento de pressionar a barra é apresentado. Segue-se tabela e gráfico do processo de extinção. Frequência Tempo em minutos 30 1 35 2 20 3 15 4 25 5 10 6 5 7 0 8 0 9 0 10 0 11 2 12 0 13 0 14 1 15 Tabela 4 – Extinção. 123456789101112131415 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Frequência de pressionar a barra na extinção Coluna A Tempo em minutos Frequência Gráfico 4 – Extinção. 3.5 – Análise comparativa entre NO e treino ao comedouro O gráfico 5, a seguir, é o comparativo da frequência do comportamento de pressionar a barra apresentado durante o nível operante, onde o rato virtual se encontra em seu estado natural, ingênuo, i.e, dispõe apenas do repertório natural de comportamentos típicos de sua espécie, como farejar, levantar, limpar, etc., com a frequência após o processo de modelagem segundo o método de aproximações sucessivas (treino ao comedouro), ou seja, o rato foi reforçado todas as vezes que emitia um comportamento ligeiramente próximo do comportamento-alvo de pressionar a barra, como se posicionar na direção da barra, se aproximar da barra, levantar-se próximo à barra e, finalmente, pressionar a barra. 1m3m5m7m9m 11m13m15m 1m3m5m7m9m 11m13m15m 0 5 10 15 20 25 Gráfico comparativo entre NO e Treino ao Comedouro Tempo em minutos Frequência de pressionar à barra Gráfico 5 – Comparativo 1. 3.6 – Análise comparativa entre NO e CRF Em seguida, no gráfico 6,tornou-se possível observar a frequência do comportamento de pressionar a barra após a modelagem (treino ao comedouro) e compará-la com a frequência apresentada anteriormente no nível operante. 1m3m5m7m9m 11m13m15m 1m3m5m7m9m 11m13m15m 0 5 10 15 20 25 Gráfico comparativo entre NO e CRF Tempo em minutos Frequência de pressionar à barra Gráfico 6 – Comparativo 2. 4 – CONCLUSÃO Segundo a teoria de Skinner, a manifestação de comportamentos pode ser compreendida como uma função das consequências ambientais que se seguem aos comportamentos. A característica que distingue o condicionamento operante em relação ao condicionamento clássico é que o organismo atua sobre o ambiente de modo ativo, ao invés de só emitir respostas na presença de um estímulo externo eliciador. Conforme observou-se ao longo das seções apresentadas, o objetivo foi alcançado, ou seja, o comportamento do rato de pressionar a barra pode ser modelado e, posteriormente, extinto conforme as técnicas da modificação de comportamento derivadas de uma aplicação dos princípios do behaviorismo radical. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOREIRA, M.B; MEDEIROS, C.A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artemed, 2007. MARTIN & PEAR. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 1ª edição. São Paulo: Editora ROCA, 2009. ALLOWAY Tom; Greg Wilson, Jeff Graham; [Roberto Galman] Sniffy, o rato virtual: versão pro 2.0; São Paulo: Thomsom Learning, 2006. � EMBED ��� � EMBED ��� � EMBED ��� � EMBED ��� � EMBED ��� � EMBED ��� _2147483647.unknown _2147483646.unknown _2147483645.unknown _2147483644.unknown _2147483643.unknown _2147483642.unknown
Compartilhar