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Resumo - SIDA ou AIDS

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Dermatologia
Resumo
G a b r i e l B a g a r o l o P e t r o n i l h o 
 
Introdução 
A A I D S o u S I D A é a s í n d r o m e d a 
imunodeficiência adquirida causada por um 
retrovírus chamado vírus da imunodeficiência 
humana (HIV) sendo dos tipos 1 e 2 - HIV 1 e 
HIV 2. 
O período de incubação desse vírus é de cerca de 
3 - 6 semanas e ele possui como células alvo os 
macrófagos e células T, principalmente 
linfócitos TCD4+ de memória, onde ocorre uma 
intensa replicação intracelular levando a uma 
importante depressão imunológica. 
Essa depleção das células do sistema imunológico 
‘abre portas’ para que infecções oportunistas e 
neoplasias ocorram. 
Além disso, o vírus possui ação direta no SNC 
devido a adesão de macrófagos infectados ao 
endotélio cerebral. 
A infecção pelo HIV foi introduzida nos seres 
humanos a partir de primatas africanos, por volta 
de 1920. 
O tipo HIV-1 se originou dos chimpanzés e o 
HIV-2 de macacos ‘magabys’, sendo o Cold Spring 
Harb Perspect. 
Prevalência 
A prevalência é de 0,6% desde 2004, sendo 1,7 
homens para cada mulher. 
Na África, a prevalência chega em 4,4% da 
população entre 15-49 anos, sendo uma crise de 
saúde pública. 
Segundo a UNAiDS - OMS, existem mais de 40 
milhões de pessoas infectadas no mundo e cerca 
de 25% desconhecem que possuem a doença. 
Panorama 
O tratamento atua l consegu iu reduz ir 
drasticamente as infecções oportunistas, 
desenvolvimento de tumores e mortes. Porém, 
ainda há uma grande toxicidade, sobretudo a 
longo prazo. 
Mesmo com a evolução do tratamento, as 
infecções oportunistas permanecem no ranking de 
principais causas de morbidade, sendo a 
tuberculose a mais importante co-infecção. 
Correlação com a Dermatologia 
As principais correlações da AIDS com a 
dermatologia são devido: 
- Lesões cutâneas podem ser a primeira 
manifestação; 
- L e s õ e s c u t â n e a s e d e m u c o s a s s ã o 
extremamente frequentes - cerca de 90%; 
- Algumas man ifestações cutâneas são 
marcadoras da doenças, ou seja, altamente 
indicativa da AIDS/SIDA. 
- Certas doenças cutâneas podem ser indícios de 
pior morbidade e maior mortalidade. 
Linfócitos TCD4 
Os linfócitos TCD4+ são importantes para o 
parâmetro evolutivo e terapêutico da doença. 
Em pacientes normais cerca de 30-60% dos 
linfócitos totais devem ser TCD4. 
Estudos apontam que pacientes com a infecção 
sintomática possuem níveis de CD4 menores que 
20% do total de linfócitos. 
DX: Testes de Detecção 
O teste para detecção do HIV deve ser realizado 
após o período de janela imunológica (período 
antes da soroconversão) que é considerado cerca 
de 30 dias, pois se realizado nesse período o 
paciente se apresenta infectado e contagiante 
com um falso negativo. 
Teste de 1ª e 2ª Geração 
São os testes de ELISA de IgG no soro. Eles 
positivam-se após 50 e 35 dias da infecção, 
respectivamente. 
Teste de 3ª Geração 
São os testes ELISA que detectam IgM e IgG no 
soro. Eles positivam-se entre 21-28 dias após a 
infecção. 
Ensaios de 4ª Geração 
Testes de ELISA que detectam o antígeno de 
superfície p24 do HIV-1 no soro. São positivos no 
sangue cerca de 15 dias após a infecção. 
Testes NAT/PCR são detectam o RNA viral e são 
positivos 10-15 dias após a infecção. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
AIDS ou SIDA
Risco de Transmissão 
Cronologia 
A cronologia após a infecção pelo vírus HIV possui 
5 estágios da doença. 
Estágio I → esse período inclui o tempo de 
incubação e os sintomas iniciais. É de 3 - 8 
semanas. 
Estágio II → início desse estágio, que é 
assintomático ou de latência, é dado pelo término 
dos primeiros sinais que duram poucos dias até 2 
semanas. O período máximo desse estágio de 
latência do vírus no paciente é de 10 anos. 
Estágio III → esse estágio possui uma 
sintomática recente, como veremos a seguir, e 
tem período máximo de cerca de 5 anos. 
Estágio IV → é um estágio de período variável 
com sintomática tardia. 
Estágio V → período mais avançado da doença e 
que também possui tempo variável de acordo com 
cada paciente. 
Estágio I 
O estágio clínico inicial é evidenciado pela 
contagem de CD4 entre 500 e 1.000/µl. 
Ele possui uma duração de 3-8 semanas, contando 
com o período de incubação - da infecção ao 
aparecimento e término dos primeiros sintomas. 
Cerda de 50-90% dos pacientes possuem algum 
sinal ou sintoma nessa fase, caracterizando a 
síndrome retroviral aguda, e 90% não são 
diagnosticados porque os mesmo são brandos, 
inespecíficos e fugazes. 
A manifestação clínica, em geral, dura até 2 
semanas com quadro febril ou gripal. 
Há presença de exantema maculoso ou máculo-
papuloso sobretudo em tronco superior e região 
palmo-plantares. 
A duração da síndrome retroviral aguda maior que 
14 dias - pode durar até 10 semanas - é sinal de 
pior prognóstico com evolução mais rápida para 
AIDS. 
Estágio II 
Esse estágio é correspondente ao período de 
latência viral e caracterizado pela ausência de 
manifestações clínica. Embora, algumas pacientes 
apresentem l infadenopatia general izada 
persistente e indolor, é assintomático. 
A duração é extremamente variável com um 
período máximo de 10 anos, porém, no geral dura 
cerca de 5 - 6 anos. 
A contagem de células CD4 fica entre 500 e 750 
por µL. 
Estágio III 
 Nesse estágio ocorre a fase sintomática inicial 
da doença com: febre, sudorese noturna, diarreia 
crônica, fadiga, cefaleia, candidíase oral, 
leucoplasia pilosa, queilite angular, entre outras, 
 Fonte: MD.saúde 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
A leucoplasia pilosa é um marcador da AIDS, 
sendo mais frequente em homossexuais. Sua 
duração é de 3-8 semanas e se apresenta mais 
frequentemente por placas brancas em faixa nas 
bordas laterais da língua. Muitas vezes é 
associada a candidíases com a qual faz 
diagnóstico diferencial. 
 
Estágio IV 
É o estágio de doença sintomática tardia 
caracterizada por imunodepressão grave com 
contagem de CD4 menor que 200 células/mm³ e 
maior risco de doenças infecciosas oportunistas 
como candidíase esofágica, herpes simples, 
zoster, CMV, molusco, HPV, angiomatose bacilar, 
TB, sífilis. Histoplasmose, criptococose e outras 
candidíases. 
Algumas neoplasias, como Sarcoma de Kaposi, 
linfomas não-Hodgkin e outras, podem aparecer 
no paciente nesse estágio também. 
Doenças não infecciosas, como psoríase, 
dermatite seborreica, ictiose adquirida e 
foliculite eosinofílica, também são comuns. 
Manifestações Cutâneas 
Nesse momento, faremos um detalhamentos das 
diversas manifestações cutâneas presentes em e 
vários estágios da doenças, considerando a 
disciplina de dermatologia. 
Molusco contagioso → em 10-20% dos pacientes 
ocorrem lesões populosas gigantes ou, mais 
comumente, uma grande quantidade de lesões. 
HPV → é muito comum e as lesões são mais 
disseminadas, às vezes, mais exuberantes. 
Herpes Simples → ulcerações penianas crônicas 
que ocorrem geralmente em homossexuais. 
Varicela-Zoster → primo-infecção grave da 
varicela com acometimento sistêmico. 
Zoster → ela pode ultrapassar o dermátomo (no 
zoster tradicional não ocorre) e onde ser 
hemorrágico, necrótico ou generalizar-se. 
Sífilis → a sorologia pode ter falso negativo ou 
falso positivo, porém, em geral o comportamento 
do VDRL e do FTA-Abs é o mesmo que para 
indivíduos imunocompetentes. As manifestações 
clínicas mais intensas. Ocorre a sucessão dos 
vários estágios mais rapidamente - a neurossífilis 
pode ocorrer inclusive no 1º anos - e há uma 
menor resposta à penicilina. A recidiva pode 
ocorrer mesmo após tratamento adequado. 
Angiomatose bacilar → são lesões populosas ou 
nodulares de cor vermelho-viva e aspecto 
angiomatose disseminado. Ocorre linfoadenopatia 
e hepatoesplenomegalia. O diagnóstico é feito 
pelo exame histológico e o tratamento feito com 
antibiótico. 
Infecções bacterianas → cerca de 80% das 
infecções bacterianas são devido S. aureus 
podendo causar impedido,ectima, foliculite, 
furúnculos, antraz, fasciíte necrosante. Além 
disso, a P. Aeruginosa é causadora de celulite e 
lesões úlcero-necróticas nos pontos de colocação 
de catéteres. Micobaterioses podem ocorrer 
também nos pacientes com AIDS. 
Infecções Fúngicas Superficiais → candidíase é 
uma das mais frequentes (30-50% dos pacientes). 
Na ordem de ocorrência em primeiro é a 
orogaríngea, depois esofágica ou traqueia e, em 
mulheres, vulvovaginite. Pode ocorrer nos 
pacientes ainda assintomáticos. A candidíase 
orofaríngea e esofágica em adultos na ausência de 
outros fatores deve-se desconfiar de hIV. As 
dermatofitoses são infecções fúngicas mais 
exuberantes. 
Criptococose → a sua disseminação ocorre por via 
hematogênica, atingindo meninges, pele e outros 
órgãos. Na pele, podem chegar às centenas de 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
Disponível em: https://www.studyblue.com/notes/note/n/head--neck/deck/
11322098
parasita. O diagnóstico é feito por biópsia e 
identificação do C. Neoformans (levedura 
encapsulada). 
Histoplasmose → doença disseminada com lesões 
pu lmonares , l i nfoadenopat ia e hepato-
esplenomegalia. Ocorrem lesões cutâneas 
extremamente polimorfas que atingem que 
atingem predominantemente a face, tronco e 
extremidades. O diagnóstico pode ser realizado 
por biópsia ou esfregaço com encontro de 
Histoplasma capsulatum. 
Neoplasias → Sarcoma de Kaposi - denominado 
epidêmico, sendo o mais comum no HIV 95% em 
homo e bissexuais masculino, sendo raro em 
mulheres. Em 20% dos pacientes é a primeira 
enfermidade detectada, primeiro em cavidade 
oral e no pálato. Ocorrem manchas, pápulas ou 
nódulos eritêmato-violáceos em número variável. 
Linfomas - os linfomas B são mais frequentes no 
HIV do que na população geral. 
Dermatite seborreica → desencadeada ou 
exacerbada pelo HIV, muito intensa e resistente 
aos tratamentos habituais. 
P s o r í a s e → o c o r r e e x a c e r b a ç ã o o u 
desencadeamento. As formas atropáticas são 
mais frequentes do que nos demais pacientes. 
Ulcerações aftóides → frequentes e geralmente 
pequenas. Quando grandes, fazer diagnóstico 
diferencial com histoplasmose, criptococose. 
Síndrome de Reiter → ocorrer a tríade 
uretrite, conjuntivite e aftas orais. Incidência de 
10% nos doentes contra 0,06% na população geral. 
Estágio V 
É o estágio da doença avançada que todas as 
manifestações da síndrome podem ocorrer. 
A contagem de CD4 são menores que 50 células/
µL. 
Manifestações Cutâneas Ligadas à 
Terapia Anti-retroviral combinada 
Síndrome de Lipodistrofia → ocorre em 84% 
dos pacientes, cerca de 1-10 meses após início do 
tratamento. É uma perda periférica de tecido 
gorduroso e distribuição anormal de gordura. Há 
um aumento da gordura visceral abdominal e 
dorso-cervical (‘giba de búfalo’). Ainda, pode 
haver uma lipo-hipertrofia de mamas e lipoatrofia 
periférica da face, glúteos e extremidades. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
Tratamento e Prognóstico 
Sem tratamento, a expectativa de vida é de 3 
anos. 
O tratamento reduz a possibi l idade de 
transmissão e, ainda, o tratamento da gestante 
pode evitar a transmissão para o feto. 
Pacientes bem controlados podem não ter um 
risco de mortalidade aumentada em relação à 
população geral. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG

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