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Tributário I


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Disciplina: Direito Tributário I
Professor: Raphael Cabral
E-mail: raphael.teixeira@uva.br / raphaelcabral@gmail.com
Bibliografia: Direito Tributário – Ricardo Alexandre – Ed. Gene
Ementa:
-Conceito de tributo (Gênero – 5 Espécies)
-Espécies tributárias
*Impostos
*Taxas
*Contribuições de Melhorias
*Empréstimos Compulsórios
*Contribuições Especiais
-Limitações Constitucionais ao poder de tributar
*Princípios Constitucionais Tributários
*Imunidades Tributárias
*Impostos em espécies
Rio, 25/08/2016
Finalidade de estudo: Estudar a instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
Direito Público x Direito Privado
No direito público prevalece o interesse coletivo sobre o interesse particular e a indisponibilidade de interesse (salvo se previsto em lei, pois se trata de um Estado Democrático de Direito). Diferentemente, no direito privado prevalece a livre manifestação de vontade. 
Exemplo: Raphael é proprietário de uma loja, de um restaurante, e ao lado dele, Roberta é dona de uma loja de calçados. O restaurante de Raphael está bombando e tem a necessidade de expandir seu restaurante, porém depende da boa vontade da Roberta. Raphael faz uma proposta de 300 mil, apesar do valor da loja de Roberta valer 200 mil. Roberta não aceita. Ele oferece 500 mil, e ainda sim Roberta não aceita. O direito de alguma maneira traz algo que force Roberta a vender sua loja, abrir mão do seu direito de propriedade para Raphael? Não, eis que a relação jurídica é de direito privado.
Ou seja, no direito privado há a livre manifestação de vontade, há igualdade entre as partes. No direito privado há disponibilidade de interesses.
Ex 02: Roberta emprestou 5 mil reais à Raphael para que ele devolva em 4 meses. Passados esses quatro meses, Roberta diz que Raphael não precisa pagá-lo. E ela pode fazer isso, já que é uma relação de direito privado, onde o particular pode dispor do direito de empréstimo.
Exemplo 03: Após dois meses da tentativa de Raphael comprar a loja de Roberta, o município decidiu construir uma rodovia no lugar da loja (imóvel) da Roberta. É o mesmo direito de propriedade que esta em jogo de Roberta. Mas nesse exemplo o direito regulamenta um instituto jurídico que faça com que Roberta abra mão de seu direito de propriedade, já que abrange um direito coletivo. A relação jurídica aqui é de direito público.
Ou seja, no direito público tem-se a supremacia do interesse público frente ao direito do particular. 
No direito público existe o princípio da indisponibilidade de interesses, que significa que no direito público o interesse que está em jogo é o interesse público, logo é um interesse de todos, e o agente público não pode dispor de um direito que não é deles.
Exemplo 04: Roberta foi a um estabelecimento como fiscal de ICMS, chegou ao estabelecimento e pediu a comprovação do ICMS do estabelecimento de Raphael dos últimos seis meses, e Raphael pede para que ela não o autue. Roberta não pode não atuá-lo, já que o ato de cobrança do tributo é um interesse público, o qual ela não pode abrir mão.
-No Direito tributário deve ser aplicado tudo que vale para o direito público.
-O Direito tributário é indisponível, salvo lei autorizando.
Exemplo: Lei autorizando perdão de dívida do IPTU.
O Direito Tributário é ramo jurídico ligado ao direito público que tem como objeto de estudo a instituição, a fiscalização e a arrecadação de tributos.
Obs.: Direito Tributário não deve ser confundido com Direito Financeiro. Direito Financeiro trata-se da aprovação das leis e planos orçamentários (quanto e para quem será arrecadado e como será usado – LRF-Lei de Responsabilidade Fiscal). Um está ligado ao outro, mas tratam de matéria diversa.
O direito tributário quem vai se preocupar em aumentar alíquota, criar impostos, etc. O dinheiro que sai do bolso do contribuinte entra no cofre público. E ai ele passa novamente a ‘’batata quente’’ para o direito financeiro. 
Uma vez que o dinheiro entra no cofre público, passa a ser responsabilidade do direito financeiro.
O direito financeiro que vai gerir o dinheiro que o direito tributário colocou nos cofres públicos.
Conceito de Tributo – Art. 3º CTN
Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
a ) Pecuniária (dinheiro) – Não é admissível que o sujeito para quitar o tributo use seu trabalho (labor), ou seja, é inadmissível o pagamento in labore. O pagamento de tributo in natura (troca de um bem como forma de quitar tributo) também não é admitido. 
Exemplo: Joana tem loja de móveis e teve um pedido para entregar cadeiras no RS. O caminhão sai para entregar. O caminhão foi parado na barreira alfandegária, onde abriu para que o fiscal olhasse o que havia no caminhão, e pede a nota que comprove o pagamento de ICMS desses móveis. O fiscal não pode apreender as mercadorias para coagir o pagamento do ICMS, apenas pode autuá-lo, justamente porque só se paga o tributo em dinheiro.
Exceção: Dação em pagamento em bens imóveis, excepcionalmente, pode acontecer. (Art. 156, XI CTN)
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.  (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Súmula 70 STF
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.
Súmula 323 STF
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos
Não se deve confundir com exercício regular do poder de polícia.
Há medida cautelar fiscal autorizada em lei apesar de não ter mais cautelar no ramo do direito Civil.
b) Compulsória – Independe da vontade do contribuinte e se trata de prestação obrigatória. 
c) Não é sanção por ato ilícito – Um fato ilícito pode gerar um tributo, mas este não deve ser considerado sanção por ato ilícito. 
No direito tributário, o legislador tributário elege um fato que ocorre no dia a dia e diz que no momento que você pratica-lo, irá haver a cobrança do tributo.
Exemplo: ser proprietário de imóvel urbano – algo que todo mundo faz, todos os dias.
O nome desse fato é fato gerador, onde o legislador elege esse fato, que a lei diz que se praticá-lo, o Estado irá poder fazer a cobrança do tributo. 
Resumindo, o fato gerador é o fato que o legislador elege como fenômeno um ato, que se praticado, irá gerar um tributo, não uma penalização.
O Estado precisa arrecadar, logo institui esses fatos.
“Pecunia non olet” – Dinheiro não tem cheiro, ou seja, ainda que a origem seja ilícita tem que pagar tributo senão a ilicitude estaria sendo premiada. De certa forma, portanto, há um “reconhecimento” da ilicitude por parte do Estado. 
Exemplo: Como professor, se aufere renda, e sobre essa renda recai o imposto. O cara que pratica o tráfico ilícito de drogas também aufere renda, e tráfico de drogas é ato ilícito, e mesmo assim, recai imposto sobre este, já que o Estado não pode premiar a ilicitude.
d) Instituído em lei – Se não há lei não há instituição de tributo. Princípio da Legalidade dos Tributos. 
Não há tributação sem representação – “no taxation without representation” 
e) Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
Tanto o ato discricionário como o ato vinculado devem ter permissões em Lei. O administrador só pode fazer aquilo que a Lei determina que ele faça.
A diferença entre o ato discricionário e o vinculado, é que no ato discricionário a lei permite ao agente público no binômio da conveniência e oportunidade ele tenha flexibilidade de agir de uma maneira ou de outra, mas sempre delimitado por aquilo que a lei autoriza. No vinculado ele está adstrito à lei, não existe a flexibilidade da conveniência ou oportunidade.
Ex.: Lei 8112 – todo servidor público que faltar mais de 30 dias de maneira injustificada, será exonerado, demitido. Raphael é superior hierárquico de João. João faltou 29 dias de maneira injustificada. Raphael pode demiti-lo? Não.
Ele faltou 31 dias. Pode imputara punição de demiti-lo? Pode não, DEVE. Não exige margem para agir nesse artigo. É um ato vinculado.
Exemplo 02: Na mesma lei diz – dependendo da falta que o servidor público praticar o superior hierárquico a ele poderá aplicar uma pena de suspensão de até 90 dias. Se João, subordinado de Raphael, comete uma falta, Raphael pode aplicar uma sanção de 30, 20, 50, dias. Raphael quem decide. O agente nesse caso tem discricionariedade, é um ato discricionário. 
Rio, 01/09/2016 
Classificação do tributo
-Não há necessidade de que se o fato gerador for vinculado a receita terá que ser de receita vinculada.
O tributo pode ser de fato gerador vinculado ou não vinculado e de receita vinculada ou não vinculada.
Fato Gerador Vinculado (Tributo Contraprestacional)
Só haverá legitimidade na cobrança do tributo se o ente que vai cobrá-lo tiver uma contraprestação específica em favor do contribuinte. É indispensável a contraprestação do Estado daquele que receberá a cobrança. 
Ex1.: taxa de coleta de lixo domiciliar - se o Município passa na rua X e coleta o lixo, os moradores daquela rua estão sujeitos a taxa de coleta de lixo. Mas se ele não passa, não estarão sujeitos. A cobrança depende da contraprestação do Estado. Taxa (FGerador = contraprestação do Estado (lato sensu) 
Ex2.: Passaporte – se você nunca pediu, nunca terá que pagar o Passaporte – o que dá legitimidade do Estado cobrar é você pedir para ser feito. Emissão/Renovação de Passaporte (União) -> Repõe o erário público.
Fato Gerador Não Vinculado
O tributo será cobrado independentemente de contraprestação estatal. 
Ex.: Impostos, Imposto de Renda.
Demonstração de riqueza. Será cobrado do contribuinte ainda que ele não receba uma contraprestação específica. É normalmente cobrado como manifestação de riqueza (Ex: importação, exportação, ICMS). É cobrando independentemente do agir do Estado em prol daquele que se cobra.
Ex: Imposto - Imposto de Renda – você paga imposto de renda porque usou a saúde pública? Não. Se paga aquele determinado imposto não por ter recebido uma contraprestação específica do Estado.
Receita Vinculada (Tributo Finalístico)
O tributo será de receita vinculada quando o produto da arrecadação do tributo estiver adstrito à despesa pública que lhe deu origem. O produto de arrecadação daquele tributo estará vinculado à despesa pública que lhe deu origem.
Ex.: Tributo de receita vinculada-> Contribuições sociais previdenciárias, contribuição descontada quando recebemos o salário. Tem o desconto do IR e essa conhecida como contribuição do INSS. Não se pode falar em desconto do INSS porque esse sequer gere recursos, é apenas uma autarquia que operacionaliza concessão de benefício de aposentadorias. Não é ela que gere o recurso então não é pra ela que o dinheiro vai é pra receita. Essa contribuição social previdenciária é uma contribuição e mais a frente será visto que as contribuições são tributos de receita vinculada. O que a União pode fazer com contribuição social previdenciária? Destinar a seguridade social, ao custeio do regime de previdência social. Eu não posso pegar aquilo que eu descontei do seu salário como contribuição social previdenciária e gastar em moradia, habitação, saúde, educação, etc. porque obrigatoriamente tudo que a União arrecada como contribuição social previdenciária ela tem que destinar para o custeio da previdência social, na concessão de auxílios de aposentadorias, auxílio de invalidez. Fato gerador não vinculado (receber um salário é o fato gerador de desconto da contribuição social previdenciária). 
Receita Não Vinculada
A receita poderá ser usada da forma que o Estado achar melhor. É o tributo que a receita proveniente de sua cobrança, o Ente tributante, a fazenda pública, o fisco, irá gastar onde bem entender. Não há uma vinculação daquele tributo a uma determinada despesa pública, ele gasta onde quiser.
Ex.: IPVA – pode-se destinar o produto da arrecadação em qualquer área, como saúde, educação etc. 
As pessoas reclamam que pagam e a estrada continua esburacada – o IPVA é um imposto, e possui receita não vinculada, então o Estado irá pegar sua arrecadação e poderá destinar para lazer, saúde, habitação, etc. 
A CRFB veda, no caso dos impostos, a vinculação à receita:
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Espécies de Tributos
-O tributo sempre deve ser referenciado como gênero. Tributo é gênero, e a classificação maior, é o conjunto maior. Dele, tributo gênero, segundo a doutrina majoritária e o STF, existem cinco espécies tributárias: Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria, Contribuições Especiais e Empréstimos Compulsórios.
-O direito brasileiro adotou a teoria Quintapartida ou Pentapartida, ou seja, criou cinco espécies tributárias.
Impostos
Fato Gerador não vinculado e Receita não vinculada. Todos os impostos tem como fato gerador alguma manifestação de riqueza (signo presuntivo de riqueza). É nele que o ente procura fazer a justiça distributiva (distribuição de rendas e riquezas). Art. 167, IV CF.
Todos os impostos tem como fato gerador uma designação de alguma manifestação de riqueza. Todos os fatos geradores do imposto são signo presuntivos de riquezas, todos os fatos geradores dos impostos partem de que o contribuinte tenha manifestado riqueza. O ente tributante a partir disso busca a redistribuição de rendas e riquezas. O Estado faz caixa com a cobrança do Imposto.
Exemplo: Alguém que tem um veículo mais caro, pagará mais imposto – alguém que tem um imóvel maior e melhor localizado, pagará mais caro. – e se diferencia da taxa, porque na taxa não se leva em consideração a manifestação da riqueza, é apenas para repor o erário público com o gasto da prestação do serviço, uma vez que, por exemplo, no gasto do passaporte tanto quem mora em Ipanema como quem mora em Realengo vão pagar o mesmo valor, mas isso não ocorre no imposto. Taxa não faz caixa. 
OBS 1.: A CF não cria tributos, mas é a CF que outorga a possibilidade de criar. A criação de um tributo deve ser feita através de lei editada pelo ente designado pela CF. 
OBS 2.: Competência Tributária é diferente de Capacidade Tributária Ativa.
Competência Tributária é o poder emanado da CF aos entes federativos (U, E, M, DF) para que esses entes através da edição de leis venham a criar tributos. É facultativo. 
Lei=CRIAR 
Exemplo: ‘’Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.’’
A união pode sair criando IGF? Apenas se estiver criado uma lei. Não é porque existe uma disposição expressa na CF que o tributo é criado. É necessário o exercício da competência tributária, é necessário que o ente crie uma lei para cobrar o imposto. 
O que cria tributo é a lei, não é a CF, a CF dá apenas a competência. O exercício dessa competência é facultativo, tanto é que até hoje a União não criou o IGF. 
A Competência Tributária é indelegável. Se a CF disse que a competência do IPVA é dos Estados o Município não pode legislar sobre IPVA, assim como a União. 
Competência Tributária: É a competência indelegável – intransferível – que a Pessoa Jurídica de Direito Público possui de criar e majorar tributos.
Capacidade Tributária Ativa: Trata-se da capacidade delegável de arrecadar tributo, fiscalizar e executar, na forma do artigo 7º do Código Tributário Nacional.
Ex.: ITR (Imposto Territorial Rural) que é de competência tributária da União, só cabendo a ela tributar e majorar esse imposto. Porém aUnião pode celebrar convênios com os municípios para que estes arrecadem e fiscalizem o ITR na forma do artigo 153, parágrafo 4º, inciso III da CRFB/88.
A CF estipula que:
União 7 Estados 3 Municípios 3
-II - IPVA - IPTU
-IE -ICMS -ISS
-IR -ITCMD -ITBI
-IPI X X
-IOF
-ITR
-IGF
Imposto sobre importação- Imposto sobre exportação- Imposto de renda- Imposto sobre industrialização de produtos – Imposto sobre operações financeiras- Imposto sobre propriedade territorial rural- Imposto sobre grandes fortunas – UNIÃO
Imposto sobre propriedade de veículo automotores – Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços- Imposto sobre transmissão de causa mortis e doação- ESTADOS
Imposto predial e território urbano- Imposto sobre serviço de qualquer natureza- Imposto de transmissão bens imóveis –Municípios 
-Os 7 impostos federais estão previstos no art.153, CF. 
-Os 3 estaduais estão no art.155, CF. 
-E os 3 municipais estão no art.156, CF.
-O DF é um ente híbrido, ele tem competência legislativa tributária tanto do Estado quanto do Município.
OBS 3.: Controle de Constitucionalidade 
Só pode ser objeto de ADI (controle concentrado de constitucionalidade) a lei federal ou a lei estadual, a lei municipal não pode, só pode ser objeto de arguição de cumprimento de preceito fundamental. E a lei distrital, pode ser objeto de ADI? Depende, se for uma lei distrital que verse sobre matéria estadual pode ser objeto de ADI, porque é uma lei distrital-estadual. Se no entanto o DF estiver exercendo competência legislativa que foi pela CF atribuída aos Municípios, a lei distrital será distrital-municipal e não pode ser objeto de ADI. Existe lei no DF versando sobre IPVA e IPTU. Existe lei do DF que verse sobre ICMS e ISS e assim sucessivamente. 
OBS 4.: Art 154, CF -> Os Municípios não podem criar novos impostos que não sejam o IPTU, ISS e ITBI. Os estados não podem criar nenhum novo imposto que não sejam IPVA, ICMS e ITCMD. E a União? Pode sim criar novos impostos e está previsto no art.154, CF. A doutrina dá o nome de Competência Tributária Residual. 
A competência tributária residual é a possibilidade de criação de novos tributos diferentes daqueles que já estão existentes na CF. A competência residual só foi conferida a União.
-Se for criado Território Federal -> Não terá poder legislativo próprio. Não terá Assembleia Legislativa nem Câmara Municipal. A CF entregou a competência tributária à União. No âmbito dos territórios federais, a União editará leis que versem sobre os impostos estaduais, bem como criará impostos municipais que serão cobrados no âmbito desse território. 
A CF autoriza que o território possa ser dividido em Municípios. Se houver a criação de um Município dentro desse território, haverá Câmara Municipal, então cada município editará suas próprias leis criando impostos municipais, e a União só poderá criar impostos estaduais. 
Art. 147 da CF:
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
Não significa que o DF só cabe os municipais, porque no art. 155 caput, diz que cabe aos Estados e ao DF. O art. 147 diz que também os municipais. 
-‘’Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.’’
-A União invariavelmente pode criar novo imposto além dos 7 quando quer, ou por causa de guerra.
Inciso I: chamado de Imposto residual, criado por qualquer motivo. 
Inciso II: somente em caso de guerra externa - Imposto Extraordinário Guerra
Inciso I: A União só poderá criar novo imposto que não seja em razão de guerra, por Lei Complementar (quórum de maioria absoluta). Não basta Lei Ordinária. Para apenas 4 tributos que a CF outorgou a necessidade de LC, o IGF é um exemplo, mas a regra geral é por Lei Ordinária. 
Além disso, a União se quiser criar imposto novo tem que ‘’inovar’’, ou seja, ela não pode criar novo imposto mesmo que seja por LC cuja cobrança recaia sobre fato gerador que já existe no texto constitucional. 
Ex: IPVA pode criar? Não, pois é fato gerador que já existe cobrado pelo Estado. 
ICMS, não porque o fato gerador já existe. 
IPTU, porque o tributo já existe no art. 156. 
Inciso II: Imposto extraordinário de guerra 
No caso do inciso II, além de poder ser instituído por lei, pode ser instituído por Medida Provisória que deverá ser necessariamente convertida em lei no ano seguinte. Nesse caso é cobrado imediatamente. Não precisa inovar, inclusive pode se valer de fato gerador já existente e que não seja da sua competência. Art. 62 §2º
Art.62,§ 2º, CF: ‘’Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.’’
O Imposto Extraordinário Guerra é possível dada à urgência, ser criado por medida provisória e sua cobrança é dada imediatamente. Se a guerra acabar diminui o imposto até ele sumir. 
Em caso de guerra, a União não precisa inovar, ela pode se fazer valer de fatos geradores já existentes na Constituição, inclusive fatos geradores que não estão no âmbito de sua competência.
OBS: Bitributação x Bis in idem 
No caso do imposto extraordinário de guerra, tem-se um caso de bitributação constitucionalmente admitido.
Bitributação é quando se tem:
Ex: Mora entre o Município de Duque de Caxias e Nova Iguaçu – ambos mandam carnê para pagar o tributo do imóvel – pode haver bitributação? Não, ou para Duque e Caxias ou para Nova Iguaçu.
Aqui se tem um conflito de competência tributária, e é proibida no Brasil. Mesmo ente cobrando o mesmo imposto pelo mesmo fato gerador. 
Bis in idem, se admite:
Um único ente que a CF permite que se faça a cobrança de tributos diferentes sob o mesmo fato gerador. 
Ex: Lucro da pessoa jurídica – a empresa por auferir lucro é cobrada por imposto de renda da pessoa jurídica e por contribuição social de lucro líquido. O fato gerador é o lucro e é tributado duas vezes porque ambos são de competência da União. 
OBS.: No caso de Imposto Extraordinário Guerra tem-se um caso de bitributação (normalmente não permitida) constitucionalmente admitido.
Rio, 08/09/2016
Taxas
-É um tributo de fato gerador vinculado.
-Que fato gerador é esse que legitima a cobrança da taxa? São dois conforme CF e CTN, ou o Estado está prestando um serviço público ou o Estado está exercendo o seu poder de polícia.
-Não são todos os serviços públicos prestados ao cidadão contribuinte que podem legitimar a cobrança de taxa.
No direito administrativo se classifica os serviços públicos em uti-univerzi ou uti-singuli.
Uti-univerzi: são serviços públicos prestados pelo estado que não é possível individualizar quem se beneficia dele. É um serviço difuso. Não específico e indivisível. 
Ex: manutenção de praças – segurança pública – não tem como apontar quais cidadãos se beneficiaram desses serviços.
Uti-singuli: serviço público prestado em que o Estado consegue saber quem recebeu aquela prestação. É específico e divisível. 
Ex: taxa de coleta de lixo domiciliar é uti-singuli– taxa judicial 
->Súmula Vinculante 19 não desrespeita o artigo 145, II da CF e pode ser cobrada por taxa. 
->Súmula 670, STF: ‘’O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.’’
Não se pode saber quem esta se beneficiandoda prestação do serviço, logo não pode ser remunerado por taxa, pois na taxa o serviço é uti-singuli.
OBS: Exercício regular de poder de polícia
-É o poder que o Estado tem de limitar a liberdade individual em prol do interesse coletivo.
Exemplo: ir e vir; propriedade (como servidão); não pode estacionar no local Y.
Exemplo: taxa de alvará (para abrir uma boate, ou uma loja, terá que se submeter a uma fiscalização, a um poder de polícia, para conseguir esse alvará tem que se pagar uma taxa) – taxa de fiscalização sanitária – taxa de fiscalização ambiental.
Ex: Atividade empresarial danosa ao meio ambiente – gera como resultado resíduos tem que invariavelmente despejar rejeitos – essas empresas que tem potencial para sofrer fiscalização – SAMARCO – fragilidade do poder de polícia – essas empresas que tem atividades potencialmente com risco devem pagar a taxa de fiscalização ambiental e se sujeitam a fiscalização do IBAMA.
OBS: ‘’em potencial’’
-Art.78, CTN: ‘’ Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.’’
Ex: taxa de coleta de lixo domiciliar – é remunerado pela cobrança de taxa – passa coletando na rua X onde tem 5 moradores e na rua Y não passa, logo não se pode impor a cobrança da taxa na Y – na rua X um dos moradores dá destinação própria ao lixo que produz, logo se passa lá e não há nenhum lixo, a moradora que dá destinação própria deverá pagar a taxa? Sim, pois o CTN diz que se deve pagar a taxa mesmo que ‘’em potencial’’, o que é diferente do serviço não estar sendo prestado.
-A fiscalização se dá ‘’por amostragem’’.
OBS: Taxa # Tarifa
-Súmula 545, STF: ‘’ Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. ’’
-Água e esgoto não são taxas, são tarifas. A elas é dado ao direito privado. 
-Pedágio – ADI 800, Teori – Possui natureza jurídica de tarifa, eis que a sua cobrança é facultativa.
OBS: Art 145, paragrafo 2º, CF
‘’§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.’’
-As taxas não podem ter base de calculo idêntica à base de cálculo dos impostos.
-Base de cálculo é algo que o legislador elege sobre o qual será aplicada alíquota para saber o valor do tributo que tem que pagar.
Exemplo: IPTU – a BC é o valor venal do imóvel.
Exemplo 02: taxa de coleta de lixo – a BC é o tamanho do imóvel
-A CF veda a cópia integral.
Súmula Vinculante 29: ‘’É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. ’’
Súmula Vinculante 19: ‘’A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. ’’
-Principio da Referebilidade: o custo para contraprestação serve como referência para o que se cobra. 
Na taxa o parâmetro para o cálculo de quanto se cobra do contribuinte é o custo que o ente tem para a contraprestação. As contraprestações das taxas que legitimam sua cobrança são:
- Prestação de serviço público
-Exercício de poder de polícia
Qual o custo que o Estado lato sensu teve pra exercer a prestação ou o exercício? Servirá como parâmetro para cobrança da taxa. Princípio da Referibilidade ou Retributividade.
Rio, 15/09/2016
Contribuições de Melhoria 
Competência Tributária Comum dos entes: U, E, M, DF
Art. 145, III, CF
Art. 81, 82 CTN
DL 195/67
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
 Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
        I - publicação prévia dos seguintes elementos:
        a) memorial descritivo do projeto;
        b) orçamento do custo da obra;
        c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
        d) delimitação da zona beneficiada;
        e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
        II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
        III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
        § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
        § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.”
Contribuição de melhoria -> Fato gerador vinculado
Sem a obra pública, sem esse agente estatal na realização da obra pública, sem a contraprestação ao cidadão (que é a própria obra pública) não há o que se falar em cobrança de contribuições de melhoria, ou seja, assim como as taxas, ambas são de fato gerador vinculado, contraprestacionais, ambos só são legítimos de cobrança se houver contraprestação estatal ao cidadão. 
Outra característica aproxima a contribuição de melhoria das taxas. A competência tributária ela é comum. Qualquer ente (U,E,M,DF) pode cobrar Contribuições de melhoria, assim como as taxas. Tributos de competência comum.
Porque que a contribuição de melhoria e a taxa são tributos de competência comum? Porque a CF ao outorgar a competência tributária desses dois tributos (taxas e contribuições de melhoria) ela disse que qualquer ente pode instituir. E nos impostos, porque a CF se preocupou em dizer que só quem pode tributar sobre propriedade de veículo é o Estado? Só quem pode tributar a renda é a União? A prestação de serviços é o Município? Porque pros impostos a CF se preocupou em delimitar repartindo a competência e nas duas (taxas e contribuições de melhoria) ela não fez isso e deu pra todos os entes? Pela característica do tributo. O Imposto é de fato gerador não vinculado que significa dizer que não há necessidade de contraprestação estatal em favor do contribuinte. Se a CF fala assim: eu estou outorgando competência para que se tribute propriedade de veículo a qualquer ente. A União ia virar pra CF e dizer: CF pra eu tributar sobre propriedade de veículo eu preciso fazer alguma coisa pro contribuinte? Não, é um imposto, é um tributo de fato gerador não vinculado. A União ia falar: vou tributar então! O Estado ia “bater na porta” da CF e falar: CF pra eu tributar propriedade de veículo eu preciso fazer alguma coisa? A CF ia dizer que não por ser um imposto, IPVA, fato gerador não vinculado, e o Estado ia falar “opa também quero tributar”. E o Município também ia querer tributar. Como o imposto é de fato gerador não vinculado, há a necessidade de a CF repartir a competência dizendo o que cada ente pode tributar.Agora, na taxa e na contribuição de melhoria como são de fato gerador vinculado, exige uma contraprestação. Quem tem legitimidade para cobrar taxa de coleta de lixo? O ente que coletou o lixo. Quem tem legitimidade pra cobrar taxa de emissão de passaporte? O ente que gerou o passaporte. Quem tem legitimidade para cobrar a taxa de fiscalização sanitária? O ente que tem órgão fiscalizador pra fazer fiscalização sanitária. Quem tem competência pra cobrar contribuição de melhoria? O ente que realizou a obra pública. Se a obra for do Estado, este que tem competência para cobrar contribuição de melhoria. Se quem asfaltou a rua foi o Município, quem tem legitimidade pra cobrar contribuição de melhoria? Município. Se quem presta o serviço é a União, quem pode cobrar? União. Se quem presta o serviço é o Estado quem cobra é o Estado. Se quem exerce o poder de polícia é o Município este que pode cobrar. 
Em razão da natureza do tributo de fato gerador vinculado a CF atribuiu à competência comum e isso não gera briga entres os entes porque para que haja a cobrança desses tributos é necessário uma contraprestação estatal. 
Na taxa o parâmetro para o cálculo de quanto se cobra do contribuinte é o custo que o ente tem para a contraprestação. As contraprestações das taxas que legitimam sua cobrança são:
- Prestação de serviço público
-Exercício de poder de polícia
Qual o custo que o Estado lato sensu teve pra exercer a prestação ou o exercício? Servirá como parâmetro para cobrança da taxa. Princípio da Referibilidade ou Retributividade.
Qual o parâmetro que o ente tem para cobrar contribuição de melhoria? 
A lei estabelece dois limites:
Limite global ou total- Valor total gasto na obra
Limite Individual- “Quantum” de valorização imobiliária (quanto o imóvel foi valorizado depois da obra)
Ex.: Município asfaltou a rua. A rua tem 5 casas. Obra pública e verificou que os imóveis se valorizaram pela obra pública. Quanto o Município pode cobrar de contribuição de melhoria? Qual valor se gastou pra asfaltar a rua? Não pode cobrar mais do contribuinte do que se gastou pra fazer a obra. Supondo que o Município tenha gasto R$300.000 reais para realização da obra, esse é o limite global. Supondo que cada casa valha R$100.00 e em razão da obra cada casa passou a valer R$150.000, quanto que o imóvel se valorizou? R$50.000 cada imóvel se valorizou. Portanto, 5. R$50.000 = R$250.000 (limite individual, é o “quantum” de valorização de cada imóvel). Mesmo tendo gasto R$300.000, pode cobrar isso de contribuição? Não, porque senão estaria cobrando dos imóveis mais do que o imóvel valorizou. 
Supondo que os imóveis saíram de R$100.000 e dobraram de preço. Passou a valer R$200.000 cada imóvel. O valor da obra é o mesmo, ou seja, R$300.000. Mas o limite individual agora é R$500.000, cada imóvel valorizou R$100.000 então multiplica esse valor por 5. O Município pode cobrar R$100.000 de cada um dos moradores em razão da valorização do imóvel? Pode cobrar os R$500.000? Não, porque senão ele estaria cobrando mais do que o valor da obra. Se o Município gastou um valor alto na obra, mas a valorização foi baixa o Município só pode cobrar o valor da obra. Se ele realizou a obra e as valorizações forem altas, o Município pode cobrar esse tanto de valorização? Não, só pode cobrar o que gastou na obra. 
A soma do limite individual (de cada valorização) é o limite global. 
As contribuições de melhoria não são usuais, tendo em vista que o DL 195/67, bem como o Art. 82 CTN, fazem uma exigência: por ser tributo tem que ser instituído por lei. Essa lei tem que trazer anexa a ela o memorial descritivo da obra, o edital da licitação que justifique a obra, ou seja, o ente que deseja cobrar a contribuição de melhoria precisa dar ampla publicidade/divulgação, na própria lei instituidora do tributo, do quanto vai gastar na obra, porque esse valor gasto na obra serve como limite. O contribuinte tem que saber o valor pra poder impugnar. O contribuinte tem que saber quanto o Estado gastou e saber se realmente a valorização que o ente fez está correta. Quando se exige do ente que traga junto à lei instituidora toda essa comprovação os entes refugam na instituição de contribuição de melhoria. Os entes acabam “pensando”: eu enquanto governante/legislativo não vou ter nenhuma importância/benefício porque a contribuição só repõe o erário gasto com a obra pública, não há “lucro”. Não vai fazer caixa, pois caixa se faz cobrando imposto. E outro motivo é político, porque se a obra pública for feita há um aumento de cobrança então não se votará mais no candidato. Em outros países funciona por isso é comum, porque a cobrança é justa, tirou o dinheiro de todos (dinheiro público) para fazer a obra, há a valorização, logo eles se beneficiam, portanto é justo cobrar do povo. 
Jurisprudência do STF – Uma vez chegou ao STF: Um Município tinha feito um asfaltamento de uma rua e cobrou contribuição de melhoria do cidadão que pagou. 3 anos depois o asfalto começou a ficar com um monte de buraco, ai o que fizeram? O Município recapeou a rua, queriam cobrar uma nova contribuição de melhoria. O STF impediu porque só pode haver contribuição de melhoria quando asfaltou a rua, o recapeamento não gera cobrança de contribuição de melhoria. O STF falou algo muito interessante:
1º motivo que não geraria cobrança de melhoria é que é difícil comprovar uma valorização do imóvel por recapeamento. Uma coisa é a rua estar com chão batido e ser asfaltada, outra coisa é a rua já asfaltada e tampar buraco. 
2º motivo: Ainda que se conseguisse comprovar a valorização do imóvel há uma diferença entre obra e serviço. O STF falou: Recapeamento é serviço e não obra. Celso Antônio Bandeira de Melo diz que obra inaugura algo que antes não existia, uma vez inaugurada algo que não existia há a manutenção da obra, logo, é serviço. 
Ex.: Supondo que dado Munícipio não tem rede de iluminação pública. Foram colocados os postes de iluminação pública naquele Município, logo isso é obra. A manutenção depois é serviço, tanto é que vivos o serviço de iluminação pública. 
Empréstimos Compulsórios
Diferença dos outros: Nos impostos repartiu-se a competência comum, mas limitou o que cada ente pode tributar. Taxa e contribuições são de fato geradores vinculados e qualquer ente pode instituir.
Os empréstimos compulsórios são de Competência Privativa ou Exclusiva (aqui não tem diferença entre elas, no constitucional tem diferença) da União. Só a União pode criar empréstimo compulsório. 
“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".”
Art. 148 CF, e nos incisos vem as causas para justificar a instituição de empréstimos:
I- Guerra ou calamidade pública
II- Relevante interesse nacional 
Relevante interesse nacional - Norma de interpretação/textura aberta. 
Ex.: Crise cambial muito expressiva, cenário de inflação muito elevado etc.
Desde a CF a União nunca instituiu empréstimo compulsório. A justificativa é de que é um empréstimo, ou seja, único tributo restituível obrigatoriamente. A lei que o institui já deverá trazer o modus operandi que o valor será restituído à população. 
E o Imposto de Renda? Não é restituível, ele comporta restituição. Funciona: Tem um Ano Base e outro Ano Calendário. No ano base paga o IR, tudo que foi pago consolida na declaração de imposto de renda. Além disso, na declaração apresenta as despesas (despesas dedutíveis – plano de saúde, escola, faculdade, inclusive dos dependentes). A receita analisa o conjunto de renda e despesa. A receita manda pagar mais no Ano Calendário porque não teve muita despesa. Ou restituir se a renda for menor do que a despesa. Não se paga o IR sabendo que você vai receber de volta tudo que pagou. 
Lei complementar – Se analisar as causas que justificam o empréstimo são deurgência, mas nunca poderá ser instituído por Medida Provisória. (Art.62,§1º, III CF) 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III – reservada a lei complementar.” 
Medida provisória não pode instituir empréstimo porque é reservado por lei complementar.
Fato gerador não vinculado, não se exige contraprestação do Estado.
Tributo de receita vinculada -> Se é um tributo que foi instituído porque declarou guerra, deve ser destinado pra guerra, comprar materiais bélicos. 
Se não for vinculada a receita acontece a Tredestinação. Estará sendo destinada pra outra causa que não deu origem. Art.148 §único CF 
“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” 
Contribuições Especiais 
4 grupos dentro:
-Contribuições Sociais
São arrecadas, cobradas para o custeio daquilo que a CF chama de seguridade social (Saúde, educação, previdência social)
Ex.: PIS (Programa de Integração Social)/Paseb (Programa de formação do patrimônio do servidor público) , COFINS( Contribuição com Finalidade Social), CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), INSS (Contribuição social previdenciária) 
-Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE)
Cobradas para fomento e desenvolvimentos de estudos para a causa que deu origem 
Ex.: centros tecnológicos, CIDE combustíveis , estuda extração de petróleo, pré-sal etc. 
-Contribuições para entidades profissionais (Corporativas para alguns doutrinadores) 
Contribuições dos Conselhos 
Ex.: CRC, CRM, CREA, CRO, CIP – OAB (não tem natureza tributária) 
-Contribuições para custeio da iluminação pública 
Existia a taxa de cobrança de iluminação pública, foi declarada pelo STF inconstitucional porque é um serviço uti-univerzi (Súmula 670 STF e Súmula Vinculante 41). Veio uma emenda que acrescentou o “A” ao artigo 149, ou seja, mudou apenas a “roupa”, mudou-se de taxa para contribuição. Agora temos a chamada CIP ou COSIP (Contribuição para custeio de iluminação pública).
 “Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)”
Porque a OAB não é contribuição social para entidades profissionais? 
Competência tributária é diferente de Capacidade Tributária Ativa.
Competência tributária, como já visto, é a competência que a CF outorga aos entes para criar tributos mediante lei. Essa característica é indelegável. 
A Capacidade Tributária Ativa consiste nas atribuições de fiscalizar e arrecadar o tributo. E essas atribuições de fiscalizar e arrecadar o tributo conforme dispõe o artigo 7º do CTN podem ser delegadas a outra pessoa jurídica de direito público.
“Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.”
Se eu digo que a taxa é um tributo que a CF entregou a competência tributária comum, mas quem realiza a fiscalização ambiental é a União. Então quem é que pode instituir a taxa de fiscalização ambiental? A União, então esta legisla criando a taxa de fiscalização ambiental. Mas a União pensa assim: Eu tenho dentro da minha estrutura formal uma entidade que já faz exatamente isso de fiscalizar se as empresas estão causando danos ao meio ambiente, então darei a ela a possibilidade de fiscalizar também se ela está pagando ou não a taxa de fiscalização ambiental e que arrecade o valor proveniente da taxa de fiscalização ambiental. Ela mantém o seu custeio com essa taxa instituída. Essa entidade é o IBAMA. 
O IBAMA pode mudar a alíquota da taxa de fiscalização ambiental das empresas? O IBAMA pode dizer que as empresas não vão pagar a taxa de fiscalização ambiental porque é isenta? O IBAMA pode prorrogar o vencimento da taxa? Não, porque são atividades ligadas ao exercício de competência que é indelegável. 
IBAMA é autarquia por isso é possível que se delegue a fiscalização e arrecadação de tributos. 
Quem institui essa contribuição de entidades funcionais conforme a CF lhe outorga competência é a União. Quem determina o valor que se cobrará da contribuição para os profissionais é a União. Só que ela vira para os próprios conselhos e diz que já delegou a eles que façam a fiscalização e arrecadação dessa contribuição dos seus profissionais. Então o CRO fiscaliza os dentistas e cobra dele a contribuição, bota o dinheiro dentro para o CRO gerir. Assim com os outros conselhos também. A União delegou para esses conselhos a capacidade tributária ativa. A União delega as funções de fiscalizar e arrecadar um tributo que ela já havia instituído. 
Qual a natureza jurídica dos conselhos regionais?
PJDPúblico que tem no Brasil – Entes ou as autarquias (Esquece as fundações, porque os conselhos não são fundações)
 Então a natureza dos conselhos são Autarquias senão a União não poderia delegar capacidade tributária ativa (fiscalizar e arrecadar).
A natureza da OAB é sui generis, sendo esta a decisão do STF. 
Como não se pode dizer que é direito público e nem privado também não se pode dizer que a União delegou a ela o exercício da capacidade tributária ativa. A União não deu a ela a possibilidade de fiscalizar e arrecadar tributo. Logo, a anuidade da OAB não é tributo. Tanto é que se você não paga aos conselhos eles podem te ajuizar uma execução fiscal, a OAB não pode cobrar anuidade por meio de execução fiscal porque não tem natureza de tributo sua anuidade. 
Pra OAB é interessante ficar “em cima do muro” e ter as prerrogativas do direito público (bens públicos que não podem ser usucapidos), mas tem quer as do direito privado ( não fazer licitação pra contratar, comprar material etc.). 
Competência Tributária das Contribuições Especiais
Todas são de competência da União, assim como os empréstimos compulsórios. Então, quem legisla sobre o PIS? União. 
Diferente do empréstimo compulsório tem duas exceções:
- A taxa de iluminação pública quando foi declarada inconstitucional, o serviço de manutenção da iluminação pública era dos Municípios. Depois da emenda a contribuição para iluminação pública, na própria emenda veio, já que é a própria CF que outorga a competência, dizendo que é competência dos Municípios e do DF. 
-O custeio da seguridade social no Brasil se submete a dois regimes distintos. No Direito Previdênciário se estuda que existe o RGPS (Regime Geral de Previdência Social) e o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). 
O RGPS é o regime que salvaguarda todos os segurados que sejam empregados de empresa privada. Todos os brasileiros que trabalhem em empresas privadas vão contribuir e por isso se submeter ao RGPS. Auxílio, Pensão, Aposentaria no regime privado se submetem ao RGPS. 
Agora, se você passar num concurso público, sendo estatutário (porque se você passa num concurso público para uma empresa pública ou sociedade de economia mista será, apesar da exigência do concurso, CLT, portanto continuaria sendo submetido ao RGPS) sai da submissão ao RGPS e passa para o RPPS. O regime próprio é: cada ente terá seu próprio regime.
Ex.: Passou num concurso pra ser professor em Japeri, lá em Japeri vai existir um instituto de previdência de Japeri. 
Essa contribuição social previdenciária é a contribuição que é descontada do trabalhador justamente para o custeio da previdência social. 
Se você é trabalhador de uma empresa privada, o que você é descontado na contribuição social previdenciária que vai para ocusteio do RGPS, quem legisla, quem é competente continua sendo a União. 
 Agora, se você passa num concurso e se torna estatutário de um determinado ente federativo a contribuição que se desconta do teu salário não é mais competência da União, porque agora você estará contribuindo para o regime daquele ente. Então, quem institui e determina o quanto você tem que pagar é aquele ente.
Ex.: Se eu sou servidor público do Estado do Rio de Janeiro, o valor que eu pago de contribuição previdenciária quem fixa é o Estado do RJ. Se eu passo num concurso pro Município de Duque de Caxias o valor descontado quem determina é o Município de Duque de Caxias. 
É uma exceção porque cada ente federativo passa a ser competente das contribuições sociais previdenciárias dos seus respectivos servidores públicos estatutários. 
No RGPS você não tem como se aposentar ganhando mais do que o “teto”, mesmo que você contribua mais por isso. Pra ganhar a mesma coisa estando aposentado contribua para a privada porque na pública você não ganha mais que o estabelecido.
Quem é estatutário pode ganhar mais que o “teto”, podendo inclusive ganhar o que ganhava em vida/ativa. O regime próprio passou por uma reforma. Antigamente você ganhava a mesma coisa que você ganhava na ativa automaticamente. Hoje para os servidores públicos ganharem a mesma coisa que eles tinham na ativa eles têm que contribuir mais dentro do próprio regime. 
Antigamente havia uma delegação de capacidade tributária ativa para o INSS, ele que geria o recurso da contribuição social previdenciária do RGPS, a União avocou novamente para si essas atribuições, criando o que chamamos de Supereceita, porque é a Receita Federal que tem hoje essas atribuições de gerir recursos de todos os tributos federais, tanto de impostos federais como contribuições federais, inclusive a contribuição social previdenciária. O INSS não deixou de existir, mas agora a atribuição dele é uma mera atribuição de formalização, ou seja, ele que faz perícia, que acompanha o processo de concessão de benefício, mas a gestão deixou de ser do INSS e voltou a ser da União. 
Receita é órgão da União, é a própria União então não é caso de delegação de capacidade ativa. Teoria do Órgão, Imputação Volitiva de Otto Gierke. 
 No caso do INSS realmente é outra entidade, outra pessoa jurídica a quem a União delegava a gestão da contribuição social previdenciária no RGPS, mas não mais, agora é a Receita. 
Ex.: Se uma pessoa é atropelada por uma ambulância da secretaria de saúde do Estado do RJ, ajuíza contra o Estado porque a secretaria é órgão. Agora se é atropelada por um carro do IBAMA ajuíza-se a ação contra o IBAMA, pode até entender que a União responderia junto com o IBAMA (autarquia federal), agora o IBAMA tem personalidade jurídica própria então a ação é contra ele. 
Fato gerador não vinculado, mas a receita, assim como nos empréstimos compulsórios, é vinculada. 
Houve uma cobrança sobre a comercialização de combustível que na época o Collor tentou instituir como empréstimo compulsório. “Não colou” muito porque não tinha relevante interesse nacional e não houve devolução dos valores. 
A CPMF era uma contribuição social com destinação à saúde, receita vinculada. 
Rio, 22/09/2016
Limitações constitucionais ao poder de tributar
O CTN é de 1966 -> Lei anterior à CF (1988). A CF traz a exigência de que as normas gerais de direito tributário sejam tratadas por meio de lei complementar. (Art.146, III CF). O CTN foi publicado como lei ordinária, portanto incompatível com a CF. As leis anteriores à CF não podem ser consideradas inconstitucionais, tendo a vista que a CF veio a posteriori. Todas as leis anteriores a CF e sejam com ela incompatíveis, a análise é de recepção ou não recepção. 
A inconstitucionalidade se opera sob dois ângulos: 
-Aspecto material (a lei é incompatível com a CF pela matéria/conteúdo)
-Formal (a lei é incompatível com a CF em relação à forma)
O CTN é incompatível com a CF no aspecto formal. Qualquer lei que venha após a CF de 88 (05/10/88-promulgação) pode ser declarada inconstitucional (seja por ser incompatibilidade material ou formal). Contudo, as leis anteriores só podem ser não recepcionadas pela nova CF se essa incompatibilidade residir no aspecto material. Uma norma pré-constitucional não pode ser dita não recepcionada se a incompatibilidade for exclusivamente formal. Portanto, o CTN foi recepcionado apesar de ser incompatível formalmente. Vale pro STF a máxima do tempus regit actum, que é a máxima do tempo rege o ato. (Máxima do direito civil aplicada ao direito público). 
Antes da CF/88 era permitido que uma lei, uma norma geral de direito tributário fosse tratada por meio de lei ordinária. Então não se pode em razão da exigência que a CF nova faz quanto à forma dizer que o CTN não foi recepcionado. Quando há essa incompatibilidade formal superveniente, ou seja, quando a norma pré-constitucional, em razão de uma constituição nova, se verifica que ela é incompatível com a CF nova no seu aspecto formal, a CF nova ela reveste essa lei da exigência formal que ela faz. O CTN é uma lei ordinária, mas devido à CF exigir que seja lei complementar esse é recepcionado (apesar da incompatibilidade formal), mas esse passa a ter o status de lei complementar. A consequência disso é que toda e qualquer alteração do CTN só poderá ser feita por meio de lei complementar. 
Art. 28 CTN 
“Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei.”
Trata do imposto sobre exportação. Esse artigo não foi recepcionado pela CF. Porque esta veda que os impostos tenham receita vinculada. Não foi recepcionada porque tem incompatibilidade material. Mas o CTN como um todo foi recepcionado. 
Rio, 29/09/2016
Continuação aula anterior 
O exercício do poder de tributar ele deriva do poder da competência tributária. A própria CF que dá o poder de tributar aos entes limita esse exercício do poder de tributar.
Ex 1.: A CF entregou o poder de tributar o IPVA aos Estados. Mas a mesma CF diz que não serão cobrados impostos se o proprietário do veículo automotor for uma entidade de educação sem fins lucrativos porque elas são imunes. 
Ex 2.: O Município tem competência para legislar sobre IPTU, poder de tributar, mas a CF diz que qualquer ente que queira aumentar a alíquota do tributo não poderá cobrar essa alíquota aumentada imediatamente, só poderá ser cobrada no ano seguinte à data da publicação da lei. Principio da Anterioridade. 
As limitações se operacionalizam mediante a aplicação dos Princípios Constitucionais Tributários ou Imunidades Tributárias.
IPVA- Imunidade
IPTU-Princípio 
Princípios Constitucionais Tributários
1 - Art. 150, I CF – Princípio da Legalidade Tributária
“Art. 150-Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.”
Nenhum ente pode criar ou aumentar tributar sem que haja lei prévia. 
Se o ente quiser extinguir o tributo ou diminuir a alíquota precisa de lei? Sim, não pode por meios infra legais. Princípio da Simetria ou Paralelismo das Formas. 
Qual lei é essa? Ordinária ou Complementar? 
Lei delegada está em desuso dada a possibilidade que a CF deu ao chefe do poder executivo de editar medidas provisórias.
Lei complementar está acima de lei ordinária? Existe hierarquia entre elas? Não, o STF disse que não há hierarquia normativa, ambas se encontram no mesmo grau hierárquico. 
Pirâmide normativa: CF-> LEIS E MP (força de lei ordinária)-> Atos Infra legais
*Tratados internacionais estão entre a CF e as leis -> STF
Não pode ter uma resolução que é dita inconstitucional, nem decreto e regulamento. A lei busca validade na CF e os atos buscam validade nas leis. A gente só pode dizer que uma lei é inconstitucional, portanto se um regulamento estiver incompatível com a lei e esta estiver incompatível com a CF, podemos declarar a lei como inconstitucional e o regulamento por arrastamento será considerado ilegal. Oua lei é constitucional e a resolução é ilegal, essa será “excluída” pelo plano da legalidade e não da inconstitucionalidade. 
Há diferença entre elas: o quórum de aprovação. 
Quórum da LC -> Maioria Absoluta (metade mais um dos componentes da casa)
Quórum da LO-> Maioria Simples ou Relativa (mais da metade dos presentes, desde que respeite o quórum mínimo da maioria absoluta) 
Ex.: Senado Federal é composto por 81 senadores, 26 estados mais DF cada um envia 3 representantes. 
Pra aprovar projeto de lei complementar no senado precisa-se de 41 senadores votem a favor.
Pra eu aprovar uma lei complementar eu preciso analisar quantos senadores estão presentes naquele dia no senado? Não, se eu tiver 70 presentes quantos eu preciso que votem a favor pra aprovar uma LC? 41! 
Sabe por que o quórum pra aprovação de LC não muda? Porque o parâmetro dele é o total da casa, então não importa quantos estejam presentes. 
Para aprovar uma LO, precisa ter pelo menos 41 na casa naquele dia senão não tem como aprovar nada. Se eu tenho naquele dia 41 senadores presentes, eu consigo aprovar uma LC? Sim, desde que todos votem a favor. LO também consegue? Sim, 21 senadores precisam votar a favor. 
Se tem 40 senadores no dia, eu aprovo uma LC? Não, e LO também não porque deve-se ter o quórum mínimo de 41 senadores no dia. 
O quórum de maioria absoluta é o quórum de instauração de votação em qualquer casa. 
Se eu tiver 71 senadores presentes, quantos eu preciso que votem a favor de uma LC? 41, o quórum não muda nunca porque o parâmetro é o total da casa. Mas se for LO precisa de 36 pra votar a favor, mais da metade dos presentes. 
53 senadores no dia, para LC precisam de 41 pra votar a favor. Pra aprovar LO mais da metade dos presentes, que é 27.
O quórum da LO é sempre menor ao da LC. E só será igual se todos os senadores estiverem presentes. Se todos os 81 estiverem lá, pra LC 41, pra LO precisa de 41 também. 
O Art. 150, I não fala se é lei complementar ou ordinária. Usa-se a lei ordinária, em regra. 
Entretanto, existem 4 tributos que a CF reservou à lei complementar -> Empréstimos Compulsórios (148 CF), Imposto sobre grandes fortunas (IGF 153,VII,CF), Imposto Residual (154, II CF) e a Contribuição Social de Seguridade Social Residual (195, §4º CF). 
O 3 e o 4 representam a mesma coisa. A União tem pela CF competência residual pra criação de novos impostos ou de novas contribuições, mas pra isso precisa aprovar LC. 
Ex 1.: Em 2016 veio uma lei ordinária criando um imposto sobre grandes fortunas. É inconstitucional. 
Ex 2.: Em 2016 o Congresso aprovou uma LC criar o IGF e estabeleceu que a alíquota será 3%. Em 2017 eu posso dizer que veio uma LO reduzir essa alíquota de 3% para 2%? Não, qualquer alteração no IGF somente pode ser feita por meio de LC. Lei ordinária não alteraria LC porque o assunto é reservado a LC.
Ex 3.: A União em 2016 criou uma taxa decorrente do exercício de poder de polícia com uma alíquota de 3% por meio de lei complementar. Taxa não é reservada pra lei complementar. Pode ter por lei ordinária e também por lei complementar. Se pode ser criada por lei ordinária obviamente pode por lei complementar, mas não por lei complementar nas taxas não há essa exigência. 
Em 2017 vem uma LO diminuindo a alíquota para 2%. Se o CN preferiu criar por LC, LO posterior pode alterar LC? SIM! LO só não pode alterar LC se a matéria tratada por LC for reservada a LC. Se a matéria criada por LC não precisava ter sido criada por LC não obsta que alterações sejam feitas por LO. 
LO não altera LC se a matéria tratada em LC for reservada a ela. 
--->A COFINS é uma contribuição que já era prevista na CF, não era residual. Só que o CN decidiu criar a COFINS por meio de LC. Veio uma LO posterior alterando a alíquota da COFINS. Bateram na porta do STF falando que alteraram uma LC por meio de LO. O STF disse que pode. 
OBS.: Tributos de Legalidade Mitigada ou Flexível (Arts. 153, §1º, 177,§4º, 155 §4º da CF) 
Existem alguns tributos que a CF entendeu que, dada a sua natureza, que muitas vezes servem para melhorar a economia, a CF autorizou que eles possam ter suas alíquotas alteradas sem aprovações de leis. A CF permitiu: 
ALTERAR as alíquotas– II, IE, IOF, IPI.
Permitiu também que por atos do poder executivo:
REDUZIR/RESTABELECER -> ICMS combustíveis e CIDE combustíveis. 
A Legalidade é mitigada, mas não pode dizer que são exceções ao Princípio da Legalidade. 
Ex.: A lei do Imposto de Importação diz que dependendo do produto a ser importado as alíquotas poderão variar de 0 e 300%. A lei dá essa margem tão grande porque esses tributos são de caráter nitidamente extrafiscal. 
Tributos Fiscais- São aqueles cuja finalidade é exclusivamente arrecadar, o ente cobra pra colocar dinheiro dentro do cofre. 
Extrafiscal- Não necessariamente persegue a finalidade de arrecadação, pode ter outro objetivo como regular taxa cambial, estimular e desestimular consumo, proteger determinado setor nacional etc.
Ex.: Uma caneta tem uma fábrica no Brasil e tem uma fábrica na China que faz a mesma caneta com a mesma qualidade. A caneta chinesa está entrando no Brasil sendo vendida a um real. A fábrica nacional não consegue, com todas as despesas e cargas tributárias internas, mesmo que reduza sua margem de lucro não consegue vender essa caneta por menos de 3 reais no mercado. A fábrica bate na porta do governo e fala que vai quebrar, vai ter demissão em massa, faça alguma coisa. Aumenta-se a alíquota do imposto de importação dessa caneta de maneira que ela possa ter um preço pelo menos competitivo com a caneta que se fabrica aqui em território nacional. Imagina se o governo precisasse criar um projeto de lei ao CN pra aguardar o aumento da alíquota do imposto de importação sobre canetas que vem da china?! Até aprovar essa lei a empresa nacional já teria quebrado.
EX.: Em 2008 o Brasil passou pela crise do Subprime norte-americano. Crise financeira mundial. O Lula na época disse que ia ser só uma “marolinha”, não vai chegar a crise aqui. Mas ele fez, implementou junto com a equipe econômica medidas para minimizar a crise. Ele reduziu o IPI de eletrodomésticos de linha branca. Se fosse comprar um fogão o preço estava mais barato, porque ele diminuiu a alíquota pra estimular o consumo. Quando vieram muitos carros importados, com preços mais baratos que as fábricas nacionais. Falou pro governo que ia quebrar, o governo aumentou o IPI sobre os carros importados. 
O resultado, via de regra, na operação desses tributos é imprevisível. 
Se reduzir a alíquota do IPI de 30 pra 5% ele arrecada menos. Mas a redução da alíquota invariavelmente gera aumento do consumo. Se vai ser arrecado mais ou menos é imprevisível. Porque arrecadar mais ou menos não é importante e sim aumentar o consumo que é o importante. 
A taxa cambial está muito alta, aumenta o IOF pra despesa de câmbio quando o brasileiro viaja lá pra fora. Aumenta a alíquota a princípio o governo arrecadaria mais, mas há de se concordar que quando aumenta o IOF que o turista brasileiro lá fora vai gastar menos, então o resultado do governo é imprevisível. 
Qualquer mudança no preço do combustível reflete alteração no preço de tudo, especialmente porque o Brasil é um país muito enraizado com escoamento de sua produção pelas rodovias. 
Se o barril do petróleo está muito caro, diminui a CIDE combustível pra controlar a inflação dos produtos. Se estiver muito barato cobra mais CIDE pra arrecadar mais. 
Se precisasse aprovar leis pra essas alterações que economicamente fossem necessárias para esses tributos não seria ideal. A CF pensou nisso permitindo que possam ser feitas alterações de alíquotas desses impostos e redução e restabelecimento das CIDES de maneira mais célere, por atos do poder executivo.
O artigo 153 §1º, 177,§4º, 155 §4º diz “atos do poder executivo”. Acontecia que muitos advogados sustentavam uma tese pró-contribuinte. A lei do II diz que as alíquotas variam de 0 a 300% e quer proteger o setor nacional então aumenta para 200% só não podepassar de 300%, senão precisaria de lei. Por decreto pode. Os advogados diziam que a CF diz que pode ter alteração dessas alíquotas por decreto do presidente, mas exclusivamente pelo presidente. Era comum que as alíquotas do II e do IE, por exemplo, serem alteradas por resoluções da CAMEX (Câmera de Comércio Exterior) e alíquotas do IOF e do IPI serem alteradas por portarias do Ministério da Fazenda. 
STF: Quando a CF diz que as alíquotas podem ser alteradas por atos do poder executivo, CAMEX e Ministério da Fazenda são órgãos públicos do poder executivo e pela teoria do órgão na adm. direta (o agir do órgão é o agir do próprio ente). Não se reduz a atos do presidente. 
Qualquer ato do poder executivo pode alterar dentro dos limites que a lei estabelece a alíquota do II, IE, IOF, IPI e reduzir/restabelecer ICMS e CIDES combustíveis. Se for pra aumentar ICMS ou CIDE só por meio de lei. 
OBS.: Art. 97 CTN 
“Art. 97 - Somente a lei pode estabelecer:
        I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
        II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
        III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
        IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
        V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
        VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
   § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
        § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.”
Reforço do Princípio da Legalidade. Lista todas as matérias tributárias que precisam ser tratadas por lei. 
Matérias que não precisam de lei para ser tratadas:
-Prazo de pagamento ou vencimento do tributo (Art. 160 CTN)
“Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.”
Ex.: Prefeito quer criar uma nova taxa em razão de um serviço público uti-singuli. Precisa de lei. Essa taxa estabeleceu alíquota de 3% de cobrança, ele pode reduzir essa alíquota pra 2% por decreto? Não, ele precisa aprovar uma lei na câmara municipal. Se quiser subir de 2 pra 4 precisa de nova lei. Ele quer extinguir essa taxa precisa de lei. Ele quer dizer que se o devedor dessa taxa não pagar o tributo até dia 10 de cada mês será cobrada uma multa de 5% no saldo devedor, pode por meio de decreto? Não, precisa de lei (97,V CF). Quer dizer que deve ser paga todo dia 15 trimestralmente pode fazer isso por decreto. 
-Criação de obrigações tributárias acessórias (Art.113 §2º CTN) 
“Art. 113 -A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.”
A obrigação de dar no direito tributário só se dá por meio de quantia porque tributo é prestação pecuniária. 
Obrigação Tributária Principal – dar -> prestação pecuniária de dar quantia, pagar
Obrigações Tributárias Acessórias – fazer e/ou não fazer -> que a Fazenda compele o contribuinte a cumprir no intuito de facilitar o seu controle e sua fiscalização. 
Ex.: Se eu obtiver renda eu tenho a obrigação principal do pagamento de IR. A declaração de ajuste é acessória.
O comerciante ao vender o pagamento tem que pagar ICMS (principal), a emissão de nota fiscal é acessória. 
No direito civil a obrigação acessória acompanha a principal, no direito tributário são autônomas, independentes. 
Ex.: Locação/Contrato de fiança, se o de locação tiver algum vício o de fiança também acaba. (Civil)
Se é comerciante e está beneficiado por uma lei que diz que para vender o apagador não precisa pagar ICMS ao vender o comerciante deverá emitir a nota fiscal. (Tributário- a obrigação acessória não acompanha a principal)
Ainda que você não tenha pago o IR, se você tiver mais de 300 mil de bens declarados, você pode não ter pago um real de IR durante o ano base, mas no ano exercício você é obrigado a entregar a declaração de ajuste. 
A comercialização de livros não é tributada de ICMS, porque os livros, jornais e revistas são imunes em relação ao pagamento de ICMS. Mas ao chegar à livraria e comprar o livro, ainda que imune do ICMS, o comerciante tem que emitir nota fiscal. 
A PUC é uma entidade de educação sem fins lucrativos, ela é imune. Ela tem que pagar IR da renda que ela aufere? Não, mas ela tem que enviar declaração, sob pena inclusive de não cumprimento de obrigação acessória e ter suspensa sua imunidade e a fazenda poder autuar. A PUC, assim como as ONG’s, tem lucro só que o lucro deve ser usado pra melhorias (investe, dá bolsas, muda o laboratório, compra materiais novos, livros novos etc.).
Eu posso determinar ao contribuinte uma obrigação acessória sem a necessidade de essa estar em lei. A obrigação principal que é o pagamento do tributo depende de lei.
Ex.: Todos os contribuintes do Município deverão pagar essa taxa, deverão também manter um livro contábil comprovando o recolhimento dessa taxa mensalmente de capa preta e letra dourada, o prefeito pode fazer isso por meio de decreto. 
-A correção monetária da base de cálculo, desde que respeitados os índices oficias de inflação. (Art.97, §2º CTN e Súmula 160 STJ) 
“ Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.”
Súmula 160 STJ: “É defeso (proibido), ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.” 
Ex.: Base de cálculo- elemento que o legislador elege e sobre o qual será aplicada a alíquota fixada em lei para se saber quanto a pessoa deve. 
A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Esse valor que o Município usa para cobrar o IPTU.
O imóvel que o Município entendeu que valia 150.000 mil nesse ano, ano que vem pode entender que esteja valendo 200.000 mil. O poder executivo, por meio de decretos, poderá alterar a base de cálculo sem a necessidade de lei. O STJ veio e adicionou um “plus”. 
Ex.:Vamos supor que o imóvel estivesse avaliado em 100.000 mil reais em 2016. Em 2016 o Município elegeu 100.000 reais como a base de cálculo pra aplicar a alíquota da lei do Município, calculou o IPTU e mandou o carnê para pagamento. O prefeito muitas vezes numa tentativa de arrecadar mais para o Município, sem a necessidade de que ficasse na dependência da Câmara Municipal pra aprovar uma lei majorando a alíquota do IPTU. E se ele quisesse arrecadar mais, vamos supor que a alíquota do IPTU fosse de 2% ele apresentava um projeto de lei para Câmara Municipal pedindo que aumentasse para 4%. Depende da boa vontade do legislativo pra aprovar uma lei. O poder legislativo (vereadores, deputados) fica muito ligado ao reflexo político que essa decisão geraria nos seus eleitores. O vereador que vota a favor do aumento da alíquota do IPTU o cidadão tomaria conhecimento e não mais votaria nele. Esse valor de 100.000 mil reais não está mais condizente com a realidade. Vou dizer que esse imóvel sofreu uma valorização de 400%. Eu estou atualizando o valor desse imóvel para que ele valha agora 400.000 mil. Pode ser que realmente o valor do imóvel esteja defasado e que realmente o valor dele atual fosse 400.000 mil reais. Só que apesar de não ter havido o aumento da alíquota, eu posso aplicar os mesmos 2% aqui. 2% sobre 400.000 mil iria gerar um aumento na arrecadação do Município sem precisar alterara alíquota. Ele disse que atualizou a base de cálculo, pulou o Princípio da Legalidade e não majorou a alíquota e se agarrou pra isso na autorização do artigo 97, §2º. O chefe do poder executivo por decreto pode atualizar a base de cálculo sem necessidade que isso esteja em lei. STJ colocou rédeas e disse: O 97,§2º quando autorizou o prefeito por decreto atualizar a base de cálculo, ele está dizendo que você realmente pode realizar uma correção monetária. Eu não posso dizer que estou atualizando a base de cálculo tirando o valor do imóvel de 100.000 pra 400.000 mil porque isso seria uma forma de estar majorando indiretamente o tributo ao cidadão sem que houvesse alteração da alíquota e sem lei. O STJ estabeleceu um limite: Se você quiser atualizar a base de cálculo, com ato do poder executivo, essa atualização não pode superar o índice de inflação daquele ano. 
Ex.: Se eu digo pra você que a inflação do ano 2016 foi de 10%, para 2017 o prefeito pode por um decreto dizer que todos os valores dos imóveis daquele Município foram corrigidos em 10%. Se ele quiser corrigir pra 11% ele vai precisar de uma lei. 
O prefeito por um decreto pode atualizar a base de cálculo sem ultrapassar a inflação do ano. 
Medida provisória -> pode criar e aumentar tributo? Pode, mas para que possa ser cobrado a MP precisa ser convertida em lei, no ano que foi editada, para que esse tributo criado ou aumentado por aquele MP, produza efeitos no ano seguinte. Não pode ser aplicado aos 4 tributos que a CF reservou por lei complementar. Art. 62,§2º CF
 Art.62, §1º, III CF- Princípio da Anterioridade. 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)”
2 – Princípio da Isonomia ou da Igualdade Tributária
Art. 150, II CF
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.”
Não comporta uma aplicabilidade, uma praticidade tal como o da Legalidade. Muito teórico. Igualdade é um conceito teórico. 
Não pode usar o tributo como forma de desigualar pessoas que estão no mesmo patamar. 
Ex.: Jurisprudências do STF, a partir do Princípio da Igualdade, declarou inconstitucional a cobrança de tributos:
O Estado do Rio Grande do Sul tinha aprovado uma lei com a seguinte determinação: Serão isentos do pagamento de taxas judiciais os servidores da justiça do TJ/RS. Existe isenção de custas para quem é hipossuficiente. Visa aplicação do Princípio da Igualdade. A lei subiu em controle concentrado até o STF e foi declarada inconstitucional porque violava o Princípio da Isonomia.
 Ex.: EC 41, Art. 4º: Exemplo do Princípio da Igualdade no Direito Previdenciário
Existe uma imunidade no art. 195, II CF: Todos os que estão submetidos ao RGPS a partir do momento que começam a receber aposentaria ou pensões não tem mais desconto de contribuição social previdenciária. Mas se ele continuar trabalhando ele continua sendo descontado. Parou de trabalhar só está recebendo aposentaria. Sistema Contributivo diz que você contribui na ativa para quando estiver inativo você parar de contribuir. Na emenda: Para o RPPS a pessoa que ganhasse até 50% do teto do RGPS ele tinha o desconto da contribuição social previdenciária. Hoje o teto do RGPS é 4.000 mil reais. Trabalhou, contribuiu, se aposentou e não poderá ganhar mais que o teto. 
No RPPS eu consigo ganhar mais que o teto e a emenda fazia o seguinte: Você contribui quando você se aposentar se você ganhar até 50% do teto do RGPS você deixa de contribuir, o que você ganhar acima de 50% do teto você tem que contribuir. Vamos supor que a pessoa (servidor público) se aposentou ganhando a mesma coisa que o teto, sobre 2.000 ele não teria desconto, e sobre 2.000 teria. STF jogou uma ADIN declarando esse percentual de 50% inconstitucional. Hoje se o servidor público ganha até o teto tal como se ele tivesse no RGPS não terá desconto de nada. Se eu sou um funcionário privado e me aposentei no regime geral ganhando 4.000 reais não tenho mais desconto de contribuição social previdência mais. Se eu sou professor do Município e me aposentei ganhando 4.000, desses 4.000 2.000 não tenho desconto, mas de 2.000 eu tenho desconto. Mesmo sendo servidor em relação ao valor que eu recebo de aposentadoria o que ia pro bolso ia ser menor do que o que vai pro RGPS. Se eu declaro os 50% inconstitucional todos estão em igualdade porque se eu tivesse no RGPS poderia ganhar mais que o teto. Hoje funciona assim: Se você dentro do RPPS até o teto não tem desconto, do que supera você tem desconto. 
“Art. 4º Os servidores inativos e os pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, em gozo de benefícios na data de publicação desta Emenda, bem como os alcançados pelo disposto no seu art. 3º, contribuirão para o custeio do regime de que trata o art. 40 da Constituição Federal (RPPS) com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Parágrafo único. A contribuição previdenciária a que se refere o caput incidirá apenas sobre a parcela dos proventos e das pensões que supere:
I - cinqüenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - sessenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas da União.”
 Se o cara ganhava até 50% do teto do RGPS ele não contribuía, mas se ganhasse mais ele tinha que contribuir. O STF nas ADINS 3105 e 3128 julgou inconstitucional a expressão “50% do”, o que o cara ganha até o limite do RPPS não contribui porque o do RGPS não contribui mais. 
3 - Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária 
Art. 150, III, a CF– A lei só pode atingir o fato gerador daqui pra frente. Não pode retroagir a lei para cobrar fato gerador no passado. Uma lei atual que institui um tributo ela não pode cobrar fatos geradores que aconteceram no passado. 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.”
Ex.: Ontem eu estava usando uma camisa vermelha, veio uma lei hoje dizendo que todo mundo que usa camisa vermelha tem que pagar tributo A, por eu estar usando a camisa ontem, a lei pode dizer que a partir de ontem eu tinha que pagar o tributo? Não, ela só pode dizer que pagará o tributo quem a usar daqui pra frente. Não pode retroagir a lei pra cobrar geradores que ocorreram no passado. 
Exceções:
- Lei meramente interpretativa- Pode retroagir, se só está interpretando não está fazendo surgir nenhum tributo.
-Lei nova que estabeleça penalidade (multa) menos gravosa ou deixe de cobrá-la.
Ex.: Deixou de pagar o IPVA no ano de 2014. A lei vigente de 2014 dizia que a alíquota era de 4% e a multa se não pagasse em dia era de 10% do saldo devedor. Agora em 2016 resolveu ir à Secretaria da Fazenda Estadual para acertar o fisco. Durante esse período veio outra lei dizendo que a alíquota foi pra 2% e a multa pelo saldo devedor deixou de ser 10% e foi

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