Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processos irreversíveis: Necrose e apoptose Capitulo 5: Bogliolo Observações: • A célula nunca quer desperdiçar seu material • As lesões variam de acordo com a duração, intensidade e tipo celular do agente agressor • Lesão celular pode ser reversível ou irreversível, o que as diferenciam é a passagem da célula pelo ponto de não retorno, ou seja, se passar desse ponto o dano foi irreversível Lesão irreversível = morte celular • Quando a célula não consegue exercer suas funções vitais, não possui mais um metabolismo viável e isso caracteriza a morte celular Tipos de lesões irreversíveis Necrose: • “necros”= morte • Distúrbios graves • Lesões graves = ruptura das membranas morte acidental • A célula não queria morrer, porem foi “obrigada” Apoptose: • “apo” = separação e “ptosis” = queda • Distúrbios leves ou eliminação fisiológica • DNA, proteínas danificadas ou privação de sinais de sobrevivência • Morte regulada = ativação meticulosa de vias moleculares • A célula “escolhe” morrer Apoptose: • As células apoptóticas se fragmentam em pequenas estruturas chamadas de corpos apoptótico que permanecem envoltos pela membrana plasmática, capazes de serem fagocitados sem o extravasamento de conteúdo • Membrana plasmática fica integra. • Ativação estritamente regulada de enzimas que degradam DNA e proteínas • Acontece quando temos: Lesão de DNA, acumulo de proteínas anormalmente dobradas e infecção por vírus Outros exemplos de apoptose: • Durante o desenvolvimento embrionário a apoptose é utilizada para eliminar células indesejadas como a formação dos dedos • Manter constante o numero de células em tecidos lábeis (epitelial) • Involução de tecidos hormônio- dependentes • Controle de células proliferativas • Eliminação de linfócitos auto reativos • Neutrófilos e linfócitos após o termino das respostas inflamatórias e imunes pela falta de fatores de crescimento Principais situações patológicas que resultam em apoptose: 1.Danos ao DNA • Principal fatores: hipoxia, radiação, medicamentos citotóxicos e produção de erros • A célula não pode correr o risco de ter um DNA lesado, pois pode resultar em mutações, neoplasias e proteínas ruins 2.Acumulo de proteínas mal dobradas: • Fatores: Alteração de genes codificantes (intrínseca) e fatores extrínsecos (espécies reativas de oxigênio) 3.Inflamação e infecções virais • Linfócitos T citotóxicos Mecanismo da apoptose: • Temos a ativação das enzimas caspases (proteases de cisteína), possui uma regulação cuidadosa e elas ficam no citoplasma como pró-enzimas inativas, ou seja, precisam ser ativadas para desempenhar sua função • Caspases ativa (ou clivada) é um marcador de apoptose • Proteases são enzimas que degradam proteínas • Temos duas fases: fase de iniciação (caspases se tornam ativas) e fase execução (outras caspases são ativadas e iniciam a degradação de componentes celulares) Vias de ativação das caspases: • Via mitocondrial ou intrínseca, ocorre dentro da célula • Via receptor de morte ou extrínseco, fora da célula • As duas só acontece devido aos desiquilíbrios de proteínas pró- apoptótica e anti-apoptótica • O final da ativação ou da cascata resulta em quebras de DNA e proteína, além das alterações na membrana plasmática para o reconhecimento por fagócitos Dividíamos as capazes em dois grupos: • Desencadeadoras: caspases 8 e 9 • Executoras: caspases 3, 6 e 7 Proteínas antiapoptóticos: BCL2, BCL-XL e MCL1 Proteínas pró-apoptóticos: BAX e BAK Sensores: BAD, BIM, BID, Puma e Noxa ou somente-BH3 Via intrínseca ou mitocondrial • Só acontece devido aos desiquilíbrios de proteínas pró- apoptótica e anti-apoptótica • Mitocôndria possui receptores BCL-2 e BCL-XL que servem para controlar as ações das enzimas pró-apoptóticas • Em uma lesão, como um dano ao DNA, temos a P53 como uma guardiã do DNA, ela observa o dano e manda um sinal para aumentar a síntese de proteína BAX/BAK (pró-apoptótica), que perfura a mitocôndria levando ao extravasando citocromo C e SMACS, que ativara a cascata de apoptose. • O citocromo C se liga a uma proteína adaptadora chamada de APF-1 (proteína facilitadora de apoptose), isso acontece com todos os milhares de citocromos C que saíram, e a união entre o citocromo C +6 APF-1 formam um complexo proteico de hexâmetro chamado apoptossomo, que ativara a pro-caspase 9 em caspase 9, sua forma ativa consegue ativar a caspase 3 e por fim teremos a apoptose efetivamente. Via extrínseca ou de receptores de morte • Algum fator externo que ativa dois receptores de morte principalmente, o TNF e o FAS • Linfócito citotóxico CD8 que possui o ligante para o receptor FAZ • O ligante do receptor TNF é ele próprio, ele pode ser produzido e liberado por macrófago • Se eu tenho um TNF se ligando ao receptor TNF, ou se eu tenho um linfócito CD8 se ligando ao FAZ • Esses receptores de morte possui os receptores do lado extracelular e internamente possuem um domínio de morte, que é uma estrutura proteica que se modifica quando o receptor é ativado, essa modificação permite a ligação do domínio de morte com o FADD proteína a qual irá desencadear apoptose. Ressumo: Fase de iniciação pode ocorrer através da via intrínseca onde temos a ativação das caspase-9 ou da via extrínseca por ativação das capazes 8 e 10, e as duas vias vão culminar na fase executora onde teremos a ativação das capazes executoras e ativação de endonucleases que promovem a degradação de componentes estruturais e DNA. No final temos uma modificação da membrana plasmática, que inverte um polipeptídico (ele roda do meio interno pro externo) e isso leva o reconhecimento por meio dos macrófagos como uma célula não própria levando a fagocitose Aspectos morfológicos das células apoptóticas Histologia • A célula fica mais eosinofilica, devido a quantidade elevada de proteínas e ácidos. • A célula fica mais retraída, menor que as demais célula, formando um espaço entre ela • O núcleo fica fragmentado no estado final da apoptose • Condensação da cromatina para periferia e fica em formato de meia lua • Formação de bolhas e corpos apoptóticos Necrose • Só acontece em situações patológicas • As células necróticas são incapazes de manter a integridade de suas membranas, ocasionando extravasamento dos conteúdos celulares • Extravasamento gera uma resposta inflamatória • Ocorre uma desnaturação de proteínas intracelulares e digestão enzimática da célula, por meio de enzimas derivadas dos lisossomos ou de leucócitos recrutados • Principal diferença entre necrose e apoptose é que na necrose ocorre o extravasamento da membrana levando a inflamação, enquanto na apoptose a membrana fica intacta e não gera o processo inflamatório Mecanismo que geram necrose: Isquemia: • Principal causa de necrose • Exemplo: infarto • Causas: falta de oxigênio devido a obstruções, hemácias ineficientes, entre outros. • Como ocorre: necessito de oxigênio para fazer fosforilação oxidativa no interior da mitocôndria para gerar ATP, quando falta oxigênio as bombas vão a falência levando ao efluxo de sódio e água e consequentemente a tumefação (acumulo de água no interior da célula) e isso caracteriza a degeneração hidrópica. Com a entrada da água no meio intracelular, também teremos a tumefação do reticulo endoplasmático levando o desprendimento dos ribossomos interrompendo a síntese proteica. A falha da bomba de cálcio leva ao acumulo dela no citosol, que contribui para ativação de algumas enzimas, entreelas: proteases, endonucleases, fosfoliases e enzimas hidroliticas e todas levam a degradação do citoesqueleto, núcleo e membrana plasmática (mitocondrial e lisossomal), em suma a célula está sendo digerida. • Por outro lado, a célula vai tentar compensar a produção de ATP, por meio da glicólise anaeróbica que gera apenas 2 ATPS e a produção de ácido lático que leva a diminuição do pH, e essa acidez também contribuem para desnaturação de proteína. • Temos dois lados da necrose: um onde as enzimas estão digerindo a célula e outro onde ocorre a desnaturação das proteínas Principais causas de necrose Aspectos morfológico • Macroscopicamente: grandes áreas de um tecido ou ate mesmo um órgão inteiro pode ser afetado. Padrões diferentes, mas mecanismos similares. • Microscopicamente: alterações no citoplasma e no núcleo, Desnaturação de proteínas e digestão de componentes intracelulares pela ação enzimática • Incapacidade de manter a integridade de membranas e liberação de seus conteúdos no meio externo = inflamação Microscopicamente: Alterações no citoplasma • Aumento de eosinofilia citoplasmática: devido as proteínas desnaturadas e o RNA • Aspecto vítreo: partículas de glicogênio • Figuras de mielina: aglomerados de proteínas degradadas • Citoplasma vacuolado “roído por traças” digestão de organelas citoplasmáticas – fica cheio de buraquinhos • 1º foto é um túbulo normal, a 2º é um processo reversível (degeneração hidrópica) e a 3º é um processo irreversível • Descontinuidade nas membranas plasmáticas e organelas • Dilatação da mitocôndria Alterações nucleares: possui três estágios diferentes 1. Picnose: encolhimento nuclear, devido a condensação da cromatina e massa basofilia densa 2. Cariorrexe: fragmentação nuclear devido a ruptura da membrana nuclear 3. Cariólise: esmaecimento nuclear, devido a digestão da cromatina por endonucleases Tipos de Necrose: Necrose coagulativa • Acontece em situações isquêmicas, como o infarto • Teremos mais desnaturação proteica do que digestão enzimática • Desnaturação de proteínas e enzimas por bloqueio proteólise • Permanência da arquitetura básica dos tecidos, o tecido fica “pedrificado” ➔ Isquemia no sistema nervoso: nunca ocorre necrose coagulativa Necrose liquefativa • Teremos mais digestão enzimática que desnaturação proteica • Teremos uma massa viscosa ao invés da arquitetura do tecido • Gera infecção, devido ao acumulo de células inflamatórias e digestão do tecido pelas enzimas dos leucócitos ou pelo próprio microrganismo • Exemplo: Isquemia no sistema nervoso Necrose Gangenosa: termo clinico • Grangrena seca: necrose de coagulação envolvendo várias camadas de tecido (região preta) • Gangrena úmida: sobreposição infecção bacteriana necrose liquefativa Necrose Caseosa: • Tipo especifico de necrose de coagulação, onde temos um microorganismo que não consegue ser eliminado pelo nosso organismo • Tuberculose • Casoso = semelhante a queijo • Reação inflamatoria causada pelo Mycobacterium tuberculosis = granulomas • Granuloma é uma tentativa do nosso corpo de manter em apenas uma região um organismo que ele não conseque eliminar, na tentativa de controla-lo ele faz aglomerado de células em torno dele Necrose Gordurosa • Acontece em região de tecido adiposo • Areas focais de destruição gordurosa • Ocorre principamente no pancreas ou nas mamas • Pancreatite: temos a liberação de lipases pancreaticas que liquefazem adipócitos “quebram” ésteres de triglicerideos • Acidos Graxos + cálcio = saponificação Necrose Fibrinóide • Hipertensão grave – reações imunes • Acumulo de complexos antigenos anticorpos (imunocomplexos) na parede dos vasos sanguineos • Imunocomplexos +Fibrina = Fibrinóide
Compartilhar