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DIREITO ADMINISTRATIVO

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Bibliografia: Maria Silvia Zanella Di Pietro
 	 Celso Antonio Bandeira de Mello
 	 José dos Santos Carvalho Filho
 Odete Medauar 
Introdução:
Panorama geral da administração pública.
Criada em todos os municípios, não promove a existência de uma legislação unificada extensa. Apresenta ramificações entre a União, os entes federativos e os municípios. Dessa forma, para que fosse tratado pelos manuais do direito administrativo, foi adotado a questão, basicamente, federativa para a composição dos materiais jurisdicional. Os códigos são organizados em setores devido a especificidade dos assuntos tratados na gerencia administrativa, como, por exemplo, florestas, minas, etc.
O sistema administrativo brasileiro é baseado no ordenamento inglês, ou seja, possui um caráter uno. Dessa forma entende-se que os atos administrativos podem ser analisados pelo Poder Judiciário, este sendo o único que poderá finalizar os conflitos, definitividade própria da coisa julgada.
Os regimentos quando relacionados ao direito administrativos são diferenciados. São fatores importantíssimos nesse setor do direito os deveres e obrigações que incidem nos casos concretos, além do controle e da responsabilidade jurídica. Nota-se, portanto, a diferenciação nos princípios e regras que regem a administração.
O que é o Direito Administrativo?
Segundo os critérios subjetivos, o direito administrativo é o direito praticado pelo executivo. Já de acordo com os critérios materiais, o direito citado faz parte do direito dos serviços prestados pelo Estado. Por final, pode-se defini-lo também segundo o critério da relação jurídica, que nada mais é o direito pautado na relação entre o cidadão e o Estado, dessa forma defendendo o indivíduo dos abusos estatais.
Apesar dos critérios apresentados, a melhor forma de definir o direito administrativo é por meio de uma hibridez que é composta por partes subjetivas e funcionais. Dessa forma o tal direito seria o direito da administração pública.
O que é a Administração Pública?
Baseando-se no critério material, pode-se defini-la por um conjunto de atividades:
i) Atendimento das necessidades concretas da coletividade organizadas por políticas públicas.
ii) Gerenciamento da máquina pública.
Já de acordo com o critério subjetivo, pode-se defini-la como um conjunto de entidades e órgãos que realizam as atividades acima citadas, ou seja, de funções administrativas.
Modelos de Administração Pública
a) Patrimonialismo: a vida do governante se estende a vida pública, podendo assim apresentar casos de Nepotismo.
b) Burocracia: estruturada no início do século XX para combater o patrimonialismo e afastar, assim, os males que por essa gerencia eram causados. Apesar do objetivo, a administração burocrática promoveu o aumento nas barreiras legislativas, debilitando a funcionalidade do Estado e angariando a prática de benefícios ilícitos para que se rompessem as barreiras jurídicas. Auto referenciabilidade da organização pública.
c) Gerencialismo: tenta resgatar a heteroreferenciabilidade, promove maior eficiência ao Estado, ao mesmo tempo em que reduz os gastos estatais. Modelo de aprimoramento da burocracia.
Fontes administrativas:
Essas fontes são produzidas dentro da administração pública, fora do legislativo. Dessa forma, nota-se que as fontes possuem caráter normativo ao passo que ora introduzem normas gerais e abstratas ora introduzem normas concretas. 
Poder normativo:
· O decreto é um ato praticado exclusivamente pelo chefe do executivo, ou seja, chefe de Estado, governadores, deputados (Art. 84, IV da CF). O conteúdo que compõem o decreto é nada mais que um regulamento, seu objetivo é detalhar a legislação, visto que essa não é plenamente completa e não abrange novas mudanças. A lei é estática, diferentemente do regulamento que promove uma flexibilização do ordenamento jurídico. Regulamentar é reeditar normas de detalhamento. 
· Regulamento executivo viabiliza a norma de forma com que essa tenha melhor eficácia, fiel execução a lei (Art. 84, IV)
· Regulamento autônomo (Art. 84, VI), é autônomo porque não necessita de uma lei e o legislativo não pode regulamentar tal decreto. Poder do executivo de regulamentar as normas sem ter alguma lei antecedente. Promove a organização funcional da administração.
Fontes jurisprudenciais:
Jurisprudência administrativa (Art. 50, VII da LPA – 9784/99)
Jurisprudência judiciaria: é o entendimento do julgado (decisão). Unicidade na jurisdição (Art. 5º XXXV). Sumula vinculante (EC 45/04), tem como função o “reclamar”. O supremo pode também regulamentar o ordenamento público por meio da ADI, da ADC (Art. 102 § 2º), da ADPF (16, § 3º L 9882/99), do MI (59, LXXI) empetrar para suprir a falta de uma norma regulamentadora.
Regime jurídico administrativo: 
Prerrogativas (poderes e sujeições, limitantes).
Princípios:
· Legalidade
· Impessoalidade
· Moralidade
· Publicidade
· Eficiência 
O princípio do interesse público é um princípio que não consta da constituição, assim como o princípio da segurança jurídica.
1) Legal:
i) Supremacia da lei: nada contra a lei (ordenamento). Legalidade, constitucionalidade, jurisdição e convencimento são os pilares da supremacia do ordenamento. A lei de maior hierarquia é aquela a ser seguida, visto que por sua posição de adesão, deve ser respeitada pelas camadas de legalidade.
ii) Reserva de lei: “nada sem lei” (Art. 5º, II da CF)
A Administração pública não pode obrigar nenhum cidadão a fazer algo, a não ser que exista uma lei que o faça. Quanto mais a ação do Estado limita a vida do particular, mais fundamentada deve ser a decisão desse Estado, e de forma explícita ela deve estar.
a) Manifestações da legalidade
Presunção de veracidade e legalidade. Presume-se que a administração pública sempre aja de acordo com a lei (relativo, juris tantum). Acaba justificando inúmeros institutos. 
· Art.19 da CF, proíbe que a autoridade recuse fé ao documento público. 
· Art. 22 § 3º da LPA, norma pela qual qualquer autoridade pode autenticar documento.
a) Tutela da administração direta sobre a administração indireta
Está previsto no DL 200/67. (25/16), visa, basicamente, o cumprimento da administração pública. O poder de supervisão existe com o intuito da administração direta regular a administração indireta, assim notando se, essa, está agindo conforme a legalidade.
b) Autotutela: o próprio ente administrativo se controla. Poder de anular (afastamento de ato ilegal) e poder de revogar (direcionado a um ato inconveniente ao interesse público). Poder de autocorreção. Esse escopo apresentado é independente do Judiciário.
Está prevista na LPA 53 e no 346/473 STF.
2) Princípio da impessoalidade
O administrador público deve agir de maneira neutra em relações aos seus criadores. Não pode, indevidamente, beneficiar ou prejudicar determinado indivíduo, dessa forma, tratando todos de maneira impessoal. O comportamento pessoal pode gerar perda de credibilidade às instituições que acaba por representar: deve-se separar o que é vida pessoal própria e o que o pode causar dano ao ordenamento.
a) Em relação administrativa: para a autoridade não importa quem é o cidadão com a que se relaciona: todos merecem mesmo tratamento.
b) Em relação ao cidadão: não interessa para o cidadão quem é o indivíduo que está no exercício da função pública, a pessoa é quem exerce a função.
· Objetividade:
A administração abstrai seus objetivos por meio do ordenamento jurídico.
· Neutralidade:
· Imparcialidade: deve agir de forma neutra, impessoal (Art. 18 ao 21 da LPA)
i) Impedimento (aponta situações objetivas).
ii) Suspensão (aponta situações subjetiva, inimizade notória e amizade íntima).
· Isonomia: 
i) Formal: 
ii) Material:
· Políticas discriminatórias:
Valor constitucional
Capacidade de atingir sua finalidade, construída de forma com que as empresas consigam ter acesso. Adequação à finalidade.
Real desigualdade
3) Moralidade
Existem normas morais, amorais e imorais. A moralidade que implica na constituição é específica, ouseja,
i) Probidade: honestidade, agir corretamente.
Lei 8429/1992, Art.37 §4º da C.F. 
Improbidade por:
a) Enriquecimento ilícito
b) Danos ao erário
c) Violação ao principio 
Normas disciplinares 
Códigos de ética
Lei anticorrupção (aplicada para pessoas jurídicas que não estão relacionados ao Estado, não estatal).
Súmula Vinculante 13 do STF – nepotismo direto (até terceiro grau) e cruzado.
ii) Razoabilidade (proporção em sentido amplo). 
Discutida tanto em relação a uma medida pública, como em relação a lei.
a) Adequação; apta a atingir o objetivo
b) Necessidade; menos restritiva dos direitos fundamentais
c) Proporcionalidade em sentido estrito: juízo de ponderação sobre os benefícios e malefícios dos efeitos da política pública.
iii) Cooperação
Art.3º , I LPA
Proteção da confiança e da boa-fé.
4) Publicidade
A transparência deve sempre prevalecer nas medidas estatais, tudo que é função do estado e tudo o que lhe pertence é res publica.
i) Motivo: o estado deve explicitar os motivos.
 Pressupostos fáticos e os pressupostos jurídicos.
ii) Dispositivos normativos: Art. 50 da LPA; determina em quais situações a motivação é necessária, com ênfase nos atos que restrinjam direitos e interesses.
5) Informação:
Art. 5º XXXIII/LX; atrelado a “Lei de Acesso a Informação” (LAI) 
Os artigos tratam de um direito geral de informação.
Lei 2527/2011 – Prevê duas restrições:
i) Sigilo: segurança do Estado e da sociedade; Art. 23 da LAI.
Documentos classificados como: reservados (até 5 anos), secretos (até 15) e ultrassecretos (até 25 anos). 
Se uma informação pode infringir no poder investigatório estatal, logo este pode permanecer em sigilo.
ii) Restrição de informações da vida privada; Art. 5º XLF; Art. 31 da LAI.
6) Eficiência:
Objetivo e racional
Formalismo mitigado, busca pela resolução por meio do mais simples.
Eficácia: resultados
Econômico: relação custo benefício
Duração razoável; Art.5º LXXVIII, serve para o processo administrativo também.
7) Princípio do Interesse público
O que é o interesse público? Vagueza na explicação.
São os grandes objetivos do Estado, esses previstos na Constituição, portanto o administrador público deverá, sempre, se justificar com base nela. O interesse público pode ocasionar restrições aos direitos fundamentais. 
No caso dos interesses públicos primários, esses são os interesses previstos na constituição, diferentemente dos interesses secundários, visto que são os desejos e vontades cotidianos.
Os interesses secundários estão diretamente ligados aos interesses públicos primários, visto que o primeiro necessita de uma confirmação do segundo para que se de procedência ao objetivo.
Implicações:
· Subprincípio da finalidade: ligado a legalidade e a impessoalidade. A medida deve convergir para o interesse público para evitar desvios de finalidade. Se constatado o desvio, há a punição por improbidade.
· Subprincípio da especialidade: limita a ação das entidades estatais. 
· Interpretação em favor das normas da administração públicas: Art.2º , § único, II da LPA
· Subprincípio da indisponibilidade do direito público: 
i) Vedação da renúncia de competência. A autoridade pública não pode renunciar a sua função, não pode renunciar as suas competências.
ii) Dever de apurar irregularidades.
iii) Oficialidade no processo administrativo.
8) Princípio da Segurança Jurídica
Os riscos afetam o ordenamento social, dessa forma a segurança jurídica promove uma estabilidade com relação a organização institucional.
O ordenamento jurídico deverá regular as competências estabelecidas, assim exigindo que, estas, sejam cumpridas.
A criação de normas em abundancia pode promover uma menor segurança jurídica, dado que torna o ordenamento algo mais complexo, promovendo um menor entendimento por parte dos indivíduos, assim não cumprindo com as leis estipuladas.
Vertentes de entendimento:
· Segurança do Direito: clareza do ordenamento jurídico, ausência de obscuridades e incoerências. Previsibilidade e objetividade, dessa forma fazendo com que os indivíduos possam extrair do ordenamento com maior facilidade o ato licito.
· Segurança no Direito: garantia das posições jurídicas; o ordenamento deve prever institutos que protejam os interesses e direitos.
· Segurança pelo Direito: meios, recursos, ações para tutelar determinadas situações.
Expressões da segurança jurídica:
· Positivadas: 
i) Aparecem em artigos específicos dos textos legais. Ex: norma que prevê o respeito à jurisprudência administrativa ea motivação para a decisão divergente (Art.50, XIII da LPA).
ii) Proteção do ato jurídico perfeito da coisa julgada e do direto adquirido, Art.5º, XXXVI da C.F.
iii) Irretroatividade da nova interpretação, Art.2º, § único, XIII da LPA. Se a nova interpretação for benéfica, ela pode retroagir.
iv) Decadência do poder de anulação (Art.54 da LPA): poder de afastar atos ilícito, incompatíveis com o interesse público. 
· Não positivadas:
i) Teoria do fato consumado
ii) Teoria do funcionário de fato
iii) Teoria da proibição do venire contra factum propium: veda o comportamento contraditório do Estado.
Discricionariedade vs Vinculação: 
Possibilidade de escolha vs ausência de escolha, comportamento determinado por lei.
Em algumas situações, o ordenamento permite que o administrador ou agente público escolha entre duas ou mais opções, isto porque o próprio ordenamento é relativamente estático, ao passo que a realidade é dinâmica, seno necessária certa flexibilidade e adaptabilidade a administração pública.
· Observações: a discricionariedade não é um poder autônomo, e sim uma característica dos poderes da administração. Esta depende da interpretação do texto normativo e do processo administrativo em si, identificando se a norma oferece escolhas.
Discricionariedade não significa arbitrariedade, no entanto, devendo haver razoabilidade e outros princípios que amarram a atuação discricionária. É precedente do processo interpretativo.
Pode-se falar em espécies de discricionariedade:
i) Discricionariedade de competência: diz respeito ao exercício da competência, margem de escolha de agir, quando o ordenamento abrir a possibilidade de discricionariedade do agente público. Art.2º § único, II – é vedada a renúncia de competência, salvo por previsão legal.
ii) Discricionariedade de conteúdo: trata-se de uma discricionariedade “ no agir”. A administração diante da pratica infrativa deverá abrir um processo administrativo e, havendo comprovação, deverá punir o infrator. Discricionariedade na aplicação da sanção.
iii) Discricionariedade de forma: forma de elaboração, edição e divulgação de um ato da administração.
Situações de redução da discricionariedade
Redução integral da discricionariedade:
A possibilidade de escolha reduz a uma única opção – o que tem a ver com aspectos fáticos.
· Teoria dos fatos próprios: teoria da autovinculação; explica cenários em que a discricionariedade é reduzida. Respeito a coisa julgada. LPA veda a retroação da nova interpretação. Respeito a promessa administrativa.
Vícios:
I) Excesso do poder: abuso de discricionariedade.
II) Desvio de poder: desvio de finalidade pública; distorção de fatos para prática de medida discricionária.
III) Desconhecimento da discricionariedade: a autoridade age com o desconhecimento da discricionariedade.
Organismo administrativo 
Estado não é um bloco monolítico, desempenha amplo contingente de tarefas e possui grandes territórios, diversidade étnica e cultural. O Estado se divide em: União, estados e municípios.
3 técnicas:
Descentralização política: Federação e poderes
Descentralização administrativa: entidades; prevista na constituição é mais flexível, dado que os entes poderão decidir a forma de descentralização.
i) Descentralização territorial: transferências das atividades estatais para um ente que irá exercita-lo em uma parcela territorial. Ex.: territórios, distritos.
ii) Descentralização por funcionamento ou “por serviços”: a administração pública cria uma entidade para desempenhar um determinado serviço público, e essa entidade assume a responsabilidadepelo serviço estatal. Surgimento de entidades estatais titulares de tarefas administrativas.
iii) Descentralização por colaboração: utilização em sentido amplo das parcerias. Entidades, estatais ou não, assumem função pública. O Estado não está transferindo a titularidade, mas sim a função a entidade.
Desconcentração: entes em órgãos 
Diferença entre descentralização e privatização
A lei que rege o projeto de desestatização é a L9491/97. Era necessária a reordenação do Estado e dessa forma a privatização tem como escopo a redução dos custos, estimulação ao setor privado, reforços a infraestrutura.
O Estado pode privatizar transferindo controle de empresas estatais para empresas privadas. Transferência da execução de serviços e atividades a particulares. Autorizar alienação de bens.
Justificativas:
Efetividade ao controle.
Proximidade a população/ controle social
Racionalidade/ Eficiência 
Administração direta:
Órgãos previstos na constituição que desempenham as tarefas administrativas centrais das políticas públicas.
O órgão mais importante da União é a presidência ou órgão de cúpula da administração pública, este, é formado pelo presidente, regido pelo Art.14 da C.F. O presidente será eleito por maioria absoluta junto ao seu vice, o segundo auxiliará o presidente e exercerá atribuições especiais, visto no Art.79 § único da C.F.
O mandato consiste em 4 anos, podendo se candidatar à reeleição; Art. 14 § 5º da C.F.; E.C. 16/97.
Ao presidente compete ao presidente, segundo o Art.84 da C.F.: direção superior da administração federal; nomear e exonerar ministros; enviar leis orçamentarias e propor leis direcionadas ao Congresso (Art.61 § 1º da C.F.) – reserva de inciativa do presidente – um determinado órgão é responsável especificamente por criar determinados cargos e áreas de atuação; emissão e correção de decretos regulamentares (Art. 84, IV). Esse poder de regulamentação pode ser conferido aos ministros. Além dos decretos regulamentares, há os decretos organizacionais do executivo, que tratam da organização da administração pública (Art.84, VI cumulado com o Art.84 § único)
O presidente não exerce somente função administrativa, cabe a ele a função política e colegislativa. 
Art.85 trata da responsabilidade, essa pode ser diferenciada em 2 formas:
· Crimes comuns: âmbito penal.
· Crimes de responsabilidade: ilícito administrativo e político.
O presidente deve dar fiel execução para a lei. Não deve extrapolar o âmbito da lei que está sendo estipulada, não pode criar leis que não estejam de acordo com o espirito da lei que está sendo regulamentada.
Ministérios:
O presidente terá a iniciativa de lei para estabelecer a estrutura ministerial; é um órgão de cúpula da administração e intermediário entre a presidência e administração indireta. Altamente especializados e criados por lei. A lei é de inciativa do presidente (Art. 61 § 1º da C.F.) e o ministérios são dirigidos por pessoas de mais de 21 anos (Art.14 § 5º da C.F.).
Nomeados e exonerados ad nutum. Trata das competências previstas no Art.87 da C.F., ou seja, o poder de supervisão e coordenação da administração pública. Cabe aos ministros expedir instruções para a execução de leis. 
O poder de supervisão pode ser tratado com tutela, protegendo assim a legalidade, poder da administração direta sobre a indireta. Esse poder é muito importante, sobretudo, para a limitação das agências reguladoras. Tem base constitucional e é detalhado no Decreto Lei 200/67. O decreto diz que são funções do poder garantir a coordenação, o controle, os custos, a proteção e a avaliação da proteção da administração contra as pressões externas. Blindagem. Também prevê as ferramentas/medidas que são utilizadas nos processos de tutela ou supervisão. As medidas são: indicação de dirigentes, recebimento de informação e relatórios, aprovação de contas, realização de auditorias.
Recurso administrativo impróprio.
Administração Indireta ou Especializada:
Entidade de pessoa jurídica de direito público interno e/ou direito privado. São criados por lei ou autorizados por lei.
Autarquia:
Pessoa jurídica de direito público interno. Criada por Lei (Art. 37, XIX da C.F.), regime altamente publicístico, atribuições de serviços públicos, fomentos, polícia e regulação. Ex: USP, UNIFESP, UFRJ, FUNAI, IPEA, ANCINE, IBGE, INMETRO e DNIT. São responsáveis por atividades operacionais. Art. 5º, I, DL 200/67
Fundações Estatais:
Direito público interno.
Patrimônio destinado a finalidade prevista no art.62, § único.
· De Direito Público Interno (“autarquia fundacional” – FUNAI, FNDE, UNB)
· De Direito Privado: regime hibrido; vale o direito privado na ausência de norma pública.
Normas comuns:
Áreas de atuação (art.62, § único); 
Sujeição aos princípios gerais de direito administrativos e normas sobre a administração indireta
Normas de licitações de contrato.
Se sujeitam a restrições trabalhistas (como vedação de acumulação de cargos e funções dos cargos administrativos públicos; art.37, XVII C.F.); 
Sujeição a restrição de direito financeiro; art.71, II, 160, §1º; art.150 §2º.
Fundação de direito público: tributação de contas (não pelo MP), bens públicos, regimes de precatórias (regime limitado as pessoas jurídicas públicas), etc.
Fundações de direito privado: bens privados, não se beneficiam de precatória, sujeição ao controle do MP, criação de autorização por lei (37, XIX).
Empresa Estatais:
Direito privado.
Lei 3303/2016
Estatuto de empresa estatal.
· Sociedade de Economia Mista: sempre sociedade anônima; admite participação externa ao Estado, ou seja, os particulares podem ser acionistas da empresa; não se sujeita a vedação para emissão de título, valores mobiliares; se sujeitam a justiça comum. Societário majoritário é o Estado.
· Empresa Públicas: qualquer forma de empresa societária; total de capital do Estado; vedação de lançamentos de títulos, valores mobiliares, partes beneficiárias; sujeição a justiça federal – se envolvem a União (art.119 da C.F.).
· Sociedades Controladas: pessoa jurídica de direito privado (art.44, II, §3º e 4º EEE); bens privados (art.98 do C.C.); não se beneficiam do regime de precatório (art.100 da CF), autorizada por lei (37, XIX); ausência de imunidade tributária.
Entes de colaboração
Setor público não estatal.
Em um sentido amplo podemos colocar as concessionarias públicas e que fazem lucro com tais serviços. Porém, segundo a doutrina brasileira, são somente considerados os entes privados sem fins lucrativos e que realizam serviços públicos.
Engloba o 3º setor; administração paraestatal; setor público não estatal.
Entidades em espécie
i) Entidade de utilidade pública.
ii) Serviços sociais autônomos (sistema “s” – SESC, SESI, SENAI, SENAT); pós década de 40 criadas por mandamento legal; arrecadação de contribuições sociais; não se submetem a LLIC, porém se submetem ao controle dos tribunais de conta; sem concurso público.
iii) Fundações de apoio: fundações privadas não estatais; universidades públicas e centros de pesquisa (FUNDACE, FAEPA, FIPE, VANZOL); facilitam o desenvolvimento de atividades acadêmicas e geram a comercialização de forma a gerar lucros, que deve servir para continuar com a atividade da fundação; instituída para seguir o regime privado, não se submete ao regime das licitações; não segue o regime dos concursos públicos; não segue o regime de vantagens; regime de direito privado.
Patologias: confusão patrimonial, ou seja, muitas vezes a fundações se utilizam dos materiais públicos de forma gratuita ao invés de adquirir o próprio material; conflitos de interesses – muitas vezes a faculdade coloca o diretor como presidente da fundação com o intuito de alinhar os interesses; falta de transparência; ausência de um teto salarial; ausência de lei que reja as fundações de apoio, com exceção as fundações da União (Lei 8958/94) – credenciamento da fundação, prevê remuneração por uso de bens, regime de contratações, prestam contas e se submetem ao regime de publicidade; há confusão de funcionários.
iv) OS – Organização Social: rótulo que se conferea uma entidade privada não estatal de interesse público e sem finalidade lucrativa, Lei 9637/1999, que define áreas de atuação e o regime jurídico; de direção mista e o Conselho de Administração (tripartido, tendo como representantes dos membros/associados, representantes da sociedade civil e representantes do Estado – devem ser mais de 50% do Conselho); se relacionam com o Estado por meio dos contratos de gestão, ou seja, um acordo colaborativo, estabelece responsabilidades, atribuições, metas, prazos, critérios de despesas, remuneração, etc; tem algumas vantagens, podendo receber bens do Estado, servidores públicos e benefícios econômicos. Quando as OS não cumprem o que foram determinadas no contrato de função, ela vai ser desqualificada (art.16).
v) OSCIP – Pessoa jurídica privada sem fins lucrativos, qualificada com OSCIP, termo de parceria para recebimento de fomento
Diferenças entre OS e OSCIP: ausência de direção mista, não recebe serviços, 
Associações Estatais (Consórcios):
Direito público/privado.
Agentes Públicos: Art. 2° da Lei de Improbidade (L. 8.429/92).
- Funcionários Públicos, mais especificamente “funcionário”, não aparece na Constituição. Logo, é utilizado o termo:
Agentes Públicos: eles estão divididos em quatro grandes grupos:
Servidores civis: grupo que mais nos interessa (polícia civil está contida aqui).
Militares: existem no nível da União (forças armadas – aeronáutica, marinha e exército – Art. 142 e 143 da CF) e em nível estadual (Polícia Militar e Bombeiros – Art. 42 e 144 da CF).
Agentes Políticos: são os agentes de cúpula dos poderes (Senadores, Deputados, Prefeitos, Ministros), de modo geral não são concursados (em regra eleitos pelo povo, exercem mandato e atuam na cúpula).
Colaboradores: que são pessoas físicas que não ocupam cargo nem emprego público, mas exercem funções públicas (mesário, jurado, representante discente, estagiários em instituições públicas* – por exercer atividade pública).
*O “concurso” que existe no MP, por exemplo, é na verdade um processo seletivo, não sendo suficiente para caracterizar a ocupação de cargo público.
Servidores Civis
Ocupantes de cargo público (cargo criado por lei de provimento efetivo, de provimento vitalício e os comissionados): estatutário. E.g.: Lei 8.112/90.
Empregado público: celetista (não é puramente, tem a CLT e normas do Direito Administrativo que incidem sobre). Não possui estabilidade.
Temporários: por interesse público excepcional (professores temporários, professores estrangeiros, art. 37, IX, da CF; censo). à Função: indica um conjunto de tarefas solto, desprendido de cargos, não é criada por lei e é exercida por um determinado tempo. Não precisa de reserva legal.
*Por isso que um Juiz Estadual com função de Juiz Eleitoral, não é servidor civil temporário e sim ocupante de cargo público no qual foram acopladas funções referentes ao cargo que eles já ocupam.
**O temporário é regido pela Constituição e Leis especiais para tratar dos temporários (Lei 8.745/93: Lei dos Servidores Civis Temporários da União – recrutados por processos seletivos, ou analise de currículo, casos de calamidade, vínculo contratual regido por lei própria).
Estatutários: ocorre afastamento da CLT, em cada esfera da Federação existe um regime trabalhista ditado por uma ou mais leis.
Cargo de provimento efetivo (03 anos): estabilidade (redução das hipóteses de desligamento, reforçando o vínculo empregatício – condenação em processo administrativo, sentença, má avaliação de eficiência, art. 169 da CF desligamento por contenção de gastos), selecionados por concurso público, garantem estabilidade após três anos de exercício (art. 41 da CF).
Cargo de provimento vitalício (02 anos): juiz, promotor, membros do tribunal de contas. O que significa vitaliciedade? existe sempre a aposentadoria compulsória – 75 anos, no caso eles só perdem o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Determinação de sentença penal ou condenação por improbidade administrativa.
Comissionados: é exceção, pois não tem concurso público (relação de confiança), livre nomeação e livre exoneração* (exoneração ad nuntum – não depende de motivação), existe para chefia, assessoramento e direção (art. 37, V da CF). Súmula Vinculante 13 do STF.
*Essa livre exoneração só não é evidente nos casos de comissionados “especiais”, que o caso de Diretores de Agências Reguladoras que possuem o seu termo final atrelado a mandato e que por isso não podem sofrer exoneração nesse período como forma de garantir a autonomia e a tecnicidade.
*Lei 8.112/90.
Situações excepcionais:
- Dirigentes de agências reguladoras (autarquias com função especializada): são comissionados especiais. Requisitos para a nomeação, não pode ser exonerado ad nutum, mandato.
...
Art. 39 da CF: regime jurídico único.
Acesso a cargos de empregos públicos
Estado deve garantir a possibilidade de concorrência objetiva de todas as pessoas interessadas nos cargos e capazes de ocupa-los. Critérios objetivos e meritocráticos. Concurso público. Regidos a princípio pela CLT com derrogações eventuais de Direito Administrativo.
Art. 37, I, da CF – possibilidades de cargos serem ocupados por estrangeiros.
Art. 31, II, da CF – as empresas estatais, como a Petrobras se submetem a esse artigo. Aqueles empregados só estarão lá se estiverem sido aprovados em concurso. Seleção de empregados ou servidores estatutários.
Diz mais ou menos como deve ser o concurso público (“provas ou de provas e títulos” – prova técnica). Existe uma prova didática, escrita e de memorial (análise de títulos) para casos de professores de universidades públicas.
Provas psicotécnicas: seria cabível, mas o entendimento dos tribunais é que a prova psicotécnica necessariamente deveria estar prevista em lei.
Os quatro primeiros incisos do art. 37 dizem respeito aos concursos públicos. As provas do dispositivo devem ser elaboradas de acordo com a natureza do cargo e sua complexidade, o que se exige no concurso deve ter relação com as capacidades que serão utilizadas no concurso.
Discriminação: em que medida é possível adotar políticas discriminatórias em concursos públicos (“não serão aceitos indivíduos com peso superior a 150 kg”). A Constituição não prevê por completo situações discriminatórias em concursos públicos, como no caso do art. 37, VIII, da CF.
- Discriminação lógica: que se coloca por razão das funções que serão desempenhadas. Se justifica pela natureza do cargo ou da função. Súmula 863 do STF (não é vinculante). Se ela se impuser por motivos lógicos, será constitucional.
- Discriminação inclusiva: criada não exatamente pela função ou natureza, mas com intuito de resolver outros problemas, como no caso supracitado do art. 37, VIII, da CF (cota, a Lei 8.112 diz em 20%). Caso da magistratura que não aceitaram a posse de um cidadão tetraplégico que prestou o concurso e foi aprovado.
*Em 2014 foi editada a Lei 12.990 que também prevê a cota de 20% para negros e pardos em cargos públicos. Autodeclaração: como será aferida a etnia?
Art. 37, III, da CF – prazo de validade dos concursos públicos, significa que se alguém presta um concurso com validade de 1 ano, se abrir vaga nesse 1 ano será chamado. No caso é dito em “até 02 anos” – pode ser expandido.
Art. 37, IV, da CF, fala sobre um direito de preferência, “prazo improrrogável” – é o prazo de 02 anos mais a prorrogação de 02 anos. *PROVA*
*Como o Estado pode abrir um concurso que ao final não chama ninguém, por falta de recursos financeiros. O STF disse que o Estado tem que chamar os candidatos, não necessariamente no prazo de 02 anos, pode prorrogar, mas um momento deve chamar, a não ser que aconteça um fato superveniente que o impeça. Todos os aprovados devem ser convocados.
RE 598099-MS.
Não se submetem ao art. 37, II, da CF: Agente político (eleito pelo povo ou por alguém que foi eleito), no caso de Ministros (ocorre a nomeação por alguém que foi eleito no exercício de seu mandado).
Estagiário: art. 37 caput, existe concurso para estagiário por causa do princípio da impessoalidade.
Temporário (nãoé cargo ou emprego, simplesmente desempenham tarefa pública limitadas temporalmente e que se justificam em razão de excepcional interesse público): Lei 8.745/93 com fundamento no art. 37, IX, exige o respeito da impessoalidade, devendo ser por processo seletivo simplificado ou por analise de currículo.
Técnicas de Provimento (preenchimento) e Técnicas de Vacância
Provimento
Provimento originário: daquele cargo que nunca foi ocupado ou que não tenha vinculo anterior com a entidade, acontece por duas formas:
- Cargos (Lei 8.112): atos de nomeação + posse.
Cargo à Concurso à Nomeação (administração) à Posse (indivíduo) à exercício (ser for de provimento efetivo – 03 anos de estágio probatório – avaliação do estágio probatório – estabilidade/ se for de provimento vitalício de primeira instância – 02 anos de estágio probatório – avaliação do estágio probatório – vitaliciedade/ pode acontecer a vitaliciedade automática no caso de desembargador).
Emprego à Concurso à Exercício.
*Prazo Improrrogável do Concurso: os concursos com validade de 01 ano terão prazo improrrogável de 02 anos.
- Caso não tenha cargo: contrato.
- Provimento derivado: quando o servidor já mantiver vínculo com a entidade.
- Reintegração: por causa de anulação de demissão, reintegra o cargo.
- Recondução: pode acontecer de um indivíduo ocupar cargo superior, mas se não passar no período probatório, ele volta, é chamado de recondução.
*Pode acontecer de ocorrer a recondução + reintegração.
- Reversão: aposentado com intenção de voltar a trabalhar, possível para casos em que não seja aposentadoria compulsória. Art. 25 da L. 8.112.
- Aproveitamento: retorno de servidor que não está trabalhando (disponibilidade – inatividade remunerada).
*Como no caso de cargos extintos.
- Readaptação: como no caso de pessoas que não conseguem mais ocupar um cardo e são readaptados
- Promoção: só pode subir sem concurso em cargos de mesma carreira.
*A transposição é inconstitucional: seria o caso de “promoção” a cargo de carreira diferente.
Vacância
- Exoneração: não aprovação no estágio probatório ou por pedido (“não aguento mais isso para a minha vida”).
- Demissão: tem natureza sancionatória – pode surgir como pena em um processo administrativo disciplinar (caso em que se têm estabilidade) ou por um processo judicial (caso em que se tem vitaliciedade).
*O Juiz só pode ser desligado por um processo judicial transitado em julgado (art. 95, I, da CF).
- Aposentadoria:
- Invalidez
- Compulsória: idade máxima (75 anos).
- Voluntária: tema da reforma previdenciária.
- Por tempo de exercício + idade e tempo de contribuição
- Tempo de exercício + idade
- Falecimento
*Nenhum motivo de vacância deve ser confundido com a disponibilidade, que é o caso de direito a inatividade remunerada, garantido ao servidor estável cujo cargo é extinto ou declarado desnecessário (possibilidade de aproveitamento – art. 30 da L. 8.112/90).
Estabilidade
- Direito: reforço da relação (art. 41, §1°, da CF).
- I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
- II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
- III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
- Originariamente: direito adquirido após 02 anos, modificado pela EC 19 e hoje o prazo é de 03 anos.
- Empregado: não existe estabilidade, mas para os empregados da União – Lei 9.962 – art. 3° - assemelha com os estatutários da União.
- Vitalícios: ou é automática ou adquirida após 02 anos. Processo judicial para perda do cargo.
Remuneração
*Subsídio dos embargadores.
- Vencimento (parcela básica fixa e irredutível) + vantagens (são variáveis, indenizações, gratificações, adicionais – Lei 8.112, art. 40).
- Subsidio: remuneração em parcela única sem a possibilidade de vantagens (CF) – combater as vantagens, a remuneração deve ser elevada por lei, as instituições criavam novas vantagens ou meio de receber mais pelas já existentes.
*Tem uma brecha: no caso de agente que recebem diárias por estarem fora de sua comarca auxiliando. Acontece para combater um desvio abrindo caminho para novos desvios.
*LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO à Prova.
- Tetos e subtetos: Sumula 13 do STF. As parcelas indenizatórias não entram no teto (EC 47/05).
*Teto único: 19/98
*Subteto: 41/03
Irredutibilidade (art. 37, XV, da CF)
- Parcial
- Revisão anual (art. 37, X): não é um direito de manutenção do poder de compras, nem sempre deverá ocorrer a revisão anual.
- Art. 37, XI, da CF. Tetos por ente federativo e teto por poder. Na união é um só, nos estados é por poder, nos municípios é único.
- Art. 37, §9°, da CF. Se a empresa é autônoma frente a recursos públicos, não existe um teto, elas teriam autonomia para definir os salários.
- Disponibilidade (remuneração sem trabalhar – inatividade remunerada).
Vedação de Acumulação
- Acumulação de cargos, empregos, funções: deve respeitar também o teto.
- Art. 38 da CF: resolve o caso de acumulação de cargos, empregos com os cargos políticos.
- Art. 37, XVI, da CF: só pode haver acumulação nas situações dispostas nele.
*Professor na USP, FGV: pode.
*Professor na USP e na UNESP: não caso a grade seja integral.
*Juiz e procurador: não.
*Engenheiro da Petrobras e da prefeitura: não.
Jurisprudência: 60 horas, compatibilidade de horários.
- Art. 132, XII; 133, L. 8.112/90.
*Acumulação ilegal devolve o dinheiro? Se agir de boa-fé não devolve o dinheiro.
Greve
- Direito de greve para servidores públicos? Sim, art. 37, VI e VII, da CF – para aqueles que ocupam cargos civis.
- Militares não (art. 142, §3°, IV, da CF).
- STF: o servidor tem direito a greve, mas o legislador deve criar uma lei que trate especificamente sobre o assunto. Os servidores estão fazendo greve.
- Mandado de Injunção 708: direito de greve à STF à enquanto não for criada a lei de greve, deverá ser utilizado um trecho da lei de greve de serviços essenciais (visão concretista do STF)
*Lei 7.783/89.
**2007 em diante ocorreu uma “ressurreição” da “visão concretista” do Mandado de Injunção, ou seja, o STF não mais notificaria o Senado, somente, também “legislaria” sobre a forma como seria resolvido um conflito. Supracitado anteriormente.
Atividade Administrativa
Prestativas:
· Serviço público: iluminação, coleta de lixo, transporte (peixe).
· Fomento: como o subsídio (vara de pesca).
Restritivas:
· Polícia Administrativa: quase tudo na nossa casa passa pelo crivo da polícia administrativa, desde a pasta de dente até os materiais que serão feitos o lençol e a água que nós bebemos.
· Intervenção econômica: o Estado pode ingressar no mercado por meio de Estatais, interferindo de alguma maneira na vida privada.
Atividades hibridas:
Regulação não existe uma harmonia quanto à classificação, podendo estar relacionada com fomento ou de polícia administrativa, como no caso da ANCINE regular o cinema fomentando o mesmo.
Internação compulsória de viciados em crack: até que ponto é válido? Pelo direito sanitário ela tem a autonomia em escolher qual tratamento utilizar ou não utilizar nenhum, sendo que essa internação ia contra isso.
Serviço Público
i) Material: indicaria tudo que é essencial a coletividade, não explicando completamente por si só, como no caso do telefone fixo, que passou a ser muito menos importante do que a telefonia móvel e a internet, seria mais adequado a internet ser estatal e o telefone fixo ser privado.
*Limitação da banda larga aprovada por uma medida da anatel somente beneficiava os prestadores de serviço. Anac aprovando cobrar pela bagagem.
*STF: extensão não é ensino, existe a regra de gratuidade do ensino, mas como extensão não é ensino, não deve ser gratuita. Pesquisar mais sobre.
ii) Formal: regime jurídico da atividade: atividade privada não se submete ao regime jurídico administrativo. Ex.: educação (se for pública está submetida a um regime e se for privado é outro).
iii) Subjetivo (titularidade): serviço público é aquilo que o estado presta, nem tudo é, como a exploração de hidrocarbonetos pelo Estado, sendo uma atividadeprivada.
Serviço Público: serviço de relevância para a sociedade, de titularidade pelo estado com ou sem exclusividade e submetido a regime administrativo.
Pela titularidade:
· Federais: distribuição de energia, telefonia fixo, serviço postal. Art. 21 da CF.
· Estaduais: transporte coletivo intermunicipal, gás canalizado. Art. 25 da CF.
· Municipais: transporte municipal. Art. 30 da CF.
*Não são os únicos artigos a constituição que falam sobre os serviços públicos, como o título VIII da CF.
*Não necessariamente que legisla tem a titularidade do serviço.
Pela exclusividade:
i) Monopolizado (energia elétrica*, telecom, saneamento básico, serviço postal – titular é a União e quem executa é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo). Não existe a livre inciativa, mas pode adotar uma política de execução indireta, como no caso da organização social que pode administrar um hospital do estado.
*Possibilidade de autogeração.
ii) Não monopolizados (educação, saúde, cultura).
Pela Fruição:
· Uti singuli: divisível: se eu consigo mensurar quanto indivíduo ou a família utiliza, é possível mensurar quanto uma família usa dentro da sua casa.
Taxa (legalidade estrita, etc) e Tarifa (regime contratual). Não é necessária lei para mudar a tarifa.
· Uti universi: indivisível: STF – os municípios não podem cobrar taxa de iluminação pública, CN – contribuição de iluminação pública.
*Não era possível privatizar um serviço uti universi antes da Lei das PPPs (Lei das Parcerias Público Privadas) – o estado privatiza e paga integralmente a empresa, pelo fato de que não se pode mensurar a iluminação pública de cada cidadão.
Pelo conteúdo:
· Social: geralmente não monopolizados.
· Economia: geralmente monopolizados.
· Administrativos: de suporte.
Regulação Jurídica: art. 175 da CF.
- Não há lei geral.
- Há leis setoriais.
- Lei 8.987/95. Concessão.
- Lei 11.079/04. Lei das PPPs
- Patrocinada: custeada pelo cidadão e pelo estado.
- Administrativa: somente o estado paga (possibilidade de privatização de várias coisas que não poderiam normalmente).
Lei 8.987/95:
- Art. 6°: serviço público adequado: generalidade (universalidade), modicidade (valor módico – valores acessíveis à população). Atualidade (prestado de acordo com técnicas atuais), continuidade (suplentes por exemplo, diferentes normas de greves para diferentes servidores, devido a esse princípio). Interrupção do serviço, atrelado a continuidade, manutenção da rede – notificação, caso de emergência, falta de pagamento, disposto no art. 6°, §3°.
Poder de polícia (polícia administrativa)
Introdução:
Quando o PP interfere na orbita do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos individuais, atua no exercício do poder de polícia. A expressão pode apresentar dois sentidos, o amplo e o estrito. O Primeiro significa toda e qualquer ação restritiva do Estado em relação aos direitos individuais, enquanto o segundo o poder de polícia se configura como atividade administrativa, que consubstancia, como vimos, verdadeira prerrogativa conferida aos agentes da Administração, consistente no poder de restringir e condicionar a liberdade e a propriedade. A competência para exercer tal poder é da pessoa federativa à qual a a CF conferiu o poder de regular a matéria.
Marcelo Caetano: “É o modo de atuar da autoridade administrativa que consiste em intervir no exercício das atividades individuais suscetíveis de fazer perigar interesses gerais, tendo por objeto evitar que se produzam, ampliem e generalizem os danos sociais que a lei procura prevenir. ” 
Sentidos de entendimento:
· Organização: entes, órgãos, agentes que realizam as atividades.
· Material: indicar um conjunto de atividades administrativas de caráter restritivo em relação aos direitos fundamentais e voltados à promoção de interesses públicos primários.
· Normativo: norma que disciplina o sentido material.
*CTN: Código Tributário Nacional define o poder de polícia (taxa – instituída em duas situações: poder de polícia e de serviço público). Definição genérica no art. 78 do CTN. Taxa de fiscalização seria uma taxa de poder de polícia.
*Envolve o poder de autoridade, surge o debate de em que media é possível a privatização do poder de polícia, como no caso da TRANSERP, é mais interessante essas atividades serem desempenhadas por agentes públicos, que possuem poderes de um lado e deveres limitativos de outro. No caso da TRANSERP é uma empresa estatal de direito privado que transfere o poder de execução para outras pessoas.
Artigo Académico: o exercício do poder de polícia pelos particulares (FGV-RJ e Academia USP).
*Ler informativos do STJ e STF.
Leis Infraconstitucionais que tratam sobre a vedação da privatização do poder de polícia: Lei PPP 11.079, art. 4°, III à vedação expressa dessa privatização. STJ à Relativização: somente poderiam fiscalizar, não poderiam sancionar, porém a decisão de como seria feita a fiscalização também deveria ser de exclusividade do poder público.
Lucro: função de reinvestimento, cobertura de déficits passados e divisão de dividendos (necessidade de teto de lucro).
Poder disciplinar x Poder de polícia: 
Poder disciplinar é baseado na hierarquia, na ordem interna, todas as entidades tem o poder de disciplinar, entre agentes públicos e usuários. É um poder de ordem interna da sociedade, não podendo invadir a vida privada, o poder disciplinar pode interferir na vida privada do servidor. Existe a possibilidade de acordo no poder de polícia e pode disciplinar. Poder de polícia é extroverto, nem toda entidade tem.
*Regra de comunicabilidade: lesão física a alguém: processo disciplinar (administrativa), penal e civil.
Características do poder de polícia: 
Que só pode existir se tiver uma finalidade pública, como no caso de limitação da velocidade com o intuito de evitar acidentes, diminuição de mortes. Coercitiva, não sendo uma decisão consensual, unilateral (não depende do consentimento do destinatário). Autoexecutoriedade, são executadas independentemente de uma manifestação judicial, o Estado não necessita de uma decisão judicial de tirar as pessoas de casa para desarmar uma bomba. Demolições administrativas (demolir por decisão da administração sem manifestação judicial).
Poder de polícia originário e delegado
· Originário: incumbe editaras próprias leis limitativas, de todo coerente que se lhes confira, em decorrência, o poder de minudenciar as restrições – alcança as leis e os atos administrativos provenientes das pessoas políticas.
· Delegada: confere a uma entidade administrativa o poder de polícia. 
Polícia Administrativa e Polícia Judiciária:
A primeira consiste em uma atividade da Administração que se exaure em si mesma, ou seja, inicia e completa no âmbito de função administrativa, incidindo sobre atividades dos indivíduos. Já a segunda prepara a atuação da função jurisdicional penal, incidindo sobre o indivíduo em si, aquele a quem se atribuiu o cometimento de ilícito penal.
Exemplo: pag. 85 da doutrina.
Fundamentos e finalidades:
Constitui fundamento conforme o interesse público – interesse da coletividade. Tem como finalidade a proteção dos interesses acima citados, inspirando, assim, a atuação restritiva do Estado. Qualquer ramo de atividade que possa contemplar s presença do indivíduo rende ensejo à intervenção restritiva do Estado. 
Expressões do poder de polícia
Normativa: limites, encargos ou obrigações de fazer que se acoplam a uma liberdade, sujeições (ex. fiscalização sanitária em restaurante).
Executivas:
Preventivo: evitar danos ao interesse público. Atos Liberatórios (licença ex.: condução de veículo automotor, autorização ex: porte de arma) ou atos acautelatórios (art. 45 da LPA, inaldita altera parte). Corpos de segurança pública, bombeiros.
Repressivas: sanções de polícia: uma coisa é a sanção administrativa disciplinar, baseado no poder disciplinar, outra é a sanção administrativa contratual e outra que é a sanção de polícia.
Fiscalizatória: produção de informações sobre a regularidade ou não de comportamente para controle, a fim dealcançar eficiência.
Princípios da administração pública
- Interesse público
- Legalidade: quanto mais interventivo, mais apoio legal deve existir.
Intervenção Econômica do Estado
O Estado não limita sua ação à mantença da segurança externa e da paz interna, mas deve perceber e concretizar as aspirações coletivas, exercendo papel de funda conotação social.
O Estado intervencionista nem sempre apresenta somente aspectos positivos, mas se considera que é melhor suportar sua hipertrofia com vistas à defesa social do que assistir à sua ineficácia e desinteresse diante dos conflitos gerados pelos grupamentos sociais. Há a supremacia do interesse público sobre o particular.
1 – Por que o Estado intervém na economia?
Regulação da economia: o modelo de concorrência perfeita, que durante muito tempo foi defendido, foi algo que notadamente deu errado, o que se percebeu foi que o mercado possui algumas falhas de atividade – “falhas de mercado”. O Estado viria para solucionar essas falhas, logo, o Estado intervém como forma de suprir. Podendo ser divididas em 06:
Falha de Mobilidade: está vinculada a rigidez dos fatores, ou seja, um agente econômico não responde tão bem à mobilidade, como no caso da plantação de café, que após certo tempo mudam-se os gostos, não posso simplesmente queimar uma plantação de café, que demorou 05 anos e readaptar do dia para a noite. Isso é a falha de mobilidade, aspecto psicológico do consumidor: não consigo entrar no mercado de coca, quem o consumidor escolherá? Isso seria a falha de mobilidade relacionada ao consumo.
Transparência: nem todas as informações estão disponíveis, pois não necessariamente todos os agentes econômicos sabem de todas as informações na produção e nem todos os consumidores sabem com o intuito de proporcionar uma escolha racional.
*Poder de polícia: troca de suco por néctar.
Concentração: quando um agente econômico consegue ditar os preços do produto, seja consumidor ou fornecedor.
Externalidades: são ditas como falhas de sinalização, quando o custo que eu tenho é o custo de outros agentes, exemplo é uma lavanderia ao lado de uma fábrica que solta fuligem e suja as roupas limpas, que deverão ser lavadas novamente e dessa forma está arcando com os custos de terceiro.
*Pode ser tanto positiva quanto negativa, a negativa já foi citada e a positiva seria a valorização de um imóvel por política pública urbana, que é utilizado um dispositivo tributário que é a contribuição de melhoria.
Bens coletivos e singulares: que seriam em polos opostos no transporte, um metro e um veículo privado. Ocorre um desestímulo nos bens coletivos, por conta de uma produção massiva de bens exclusivos que conseguem trazer a mesma funcionalidade.
Custos de transação: são semelhantes as externalidades, algumas burocracias decorrentes das transações acabam não sendo internalizadas pelos processos burocráticos nos preços dos produtos. Contadores, especialistas, que posteriormente acabam sendo internalizadas.
Políticas econômicas: está mais vinculada a proteção da dignidade da pessoa humana, às suas políticas, seu princípios, o primeiro caso é a explicação da proibição da venda de órgãos humanos.
2 – Como o Estado intervém na economia?
Intervenção indireta:
Direção: imposição de conduta a agente econômico seria o caso de todas as empresas precisarem instalar filtros antipoluentes, com o interesse de proteger o meio ambiente. Seria a forma de o Estado interferir por meio de um comando.
Indução: não existe obrigatoriedade aos entes privados, mas existe fomento de algumas condutas esperadas dos agentes. Muito bem observadas em casos de tributação, como no caso da tributação do cigarro com o intuito de diminuir o consumo e assim realizar uma tutela preventiva. Incentivo e não comando, por meio de punições, prémios, instrumentos distintos para a intervenção do estado. Fomento: art. 179 e 180 da CF.
Intervenção direta: necessidade de lembrar-se dos princípios que regem a nossa ordem econômica – livre iniciativa e livre concorrência à Princípio da subsidiariedade (art. 173 da CF), onde o Estado intervém nos momentos em que os privados não conseguem suprir a necessidade social.
Absorção: é quando o Estado pega determinado setor e toma para si, está vinculada ao conceito de monopólio, que pela CF somente é tomado em alguns casos específicos (art. 176 e 177 da CF).
*Monopólio natural: decorre da impossibilidade da atuação de vários agentes e monopólio constitucional é aquele que o texto maior diz.
Participação: é quando o Estado atua em concorrência com outros agentes econômicos – criação de entes estatais com essa função. É uma forma de o Estado intervir na economia atuando como Estado também. Somente nos casos de imperativa segurança nacional ou relevante interesse coletivo (Lei 13.303 de 2016 – Lei das Estatais).
Direito de propriedade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade;
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Entende-se a propriedade como um instituto de caráter político, mas o conteúdo do direito de propriedade sofre inúmeras limitações no direito positivo, ao passo em que é uma forma de limitar o interesse particular perante o público.
Art.1228 do Código Civil:
- Usar
- Fruir
- Dispor
- Perseguir
Marcados pelo caráter absoluto, exclusivo e perpétuo. O Estado restringe a propriedade, que é um direito fundamental previsto no art. 5°, XXII da CF:
Fundamentos das restrições: em razão de um ilícito praticado pelo proprietário, como o caso de um proprietário que plantou maconha em seu sítio, o qual terá a sua propriedade expropriada. Ou violação da função social da propriedade, que é um ilícito.
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor – Art.182 §2º 
Art. 186 - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O direito de propriedade só se justifica diante do pressuposto que a C.F. estabelece para que a torne suscetível de tutela: a função social. Se a propriedade não está atendendo sua função social, deve o Estado intervir para amoldá-la a essa qualificação.
Como o proprietário violaria a função social da propriedade, se na CF não diz qual é essa, o art. 5° não diz, então para cada tipo de propriedade nós precisamos procurar o ordenamento normativo explicando qual será a função social (art. 186 da CF – propriedade rural, não existe nenhum outro).
Plano diretor: no caso de propriedade urbana, que é uma lei local de cada município elaborada de acordo com o Estatuto da cidade. Para cada tipo de propriedade existem regras específicas.
*Função social da propriedade intelectual, no Brasil ocorre quebras de patentes de medicamentos necessários para o combate e tratamento de várias doenças graves.
Restrições baseadas em ilícitos e outras baseadas no interesse público primário (nesse caso pode ser que não tenha ocorrido nenhum ilícito).
Entende-se intervenção estatal na propriedade toda e qualquer atividade do Estado, que amparada em lei, tenha por fim ajustá-la aos inúmeros fatores exigidos pela função social a que está condicionada.
Modalidades de intervenção comumente citadas pelas doutrinas
A supremacia do interesse público é de suma importância, visto que a estabilidade da ordem social depende dessa posição privilegiada do Estado e dela dependem a ordem a tranquilidade das pessoas. 
No caso das modalidades de intervenção do Estado,deve-se notar que, este, age de forma vertical, criando imposições que de alguma forma restringem o uso da propriedade pelo seu dominus. Toda intervenção visa ao entendimento de uma situação de interesse público e, sendo assim, há de justificar-se a atuação estatal, mesmo contrária ao interesse do particular.
Intervenções Restritiva:
Intervenção restritiva: o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, sem, no entanto, retirá-la de seu dono. Retira alguma das faculdades relativas ao domínio, embora salvaguarde a propriedade em favor do dono.
Fundamentam-se nos arts. 5º, XXIII e 170, III, da CF.
Existem muito instrumentos de restrição da propriedade, serão tratadas das mais frequentes, a doutrina divide em 06 blocos:
Limitações administrativas: 
Determinações de caráter geral, através das quais o PP impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao entendimento da função social. Muitas tem sua origem em leis e ato de natureza urbanística.
Exemplo:
· Positiva: impõe a limpeza de terrenos.
· Negativas: proibição de construir além de determinado número de pavimentos.
· Permissivas: permissão de vistorias em elevadores de edifícios.
Instituto bem simples é a restrição da sociedade determinada em norma de caráter geral e abstrato. Constituem obrigações de fazer (“tem que construir esse mínimo”) e não fazer (“não pode construir mais que esse máximo”). Casos de necessidade de acessibilidade pelo fato de restrições de mobilidade.
A manifestação volitiva do PP no sentido das limitações pode ser consubstanciada por leis ou por atos administrativos normativos, serão elas sempre gerais, ao passso em que não se destinam a imóveis específicos, mas a um grupamento de propriedades, dispensando a identificação.
Aos proprietários não cabe qualquer medida administrativa com o intuito de impedir a limitação
Não há ensejo a indenização em favor do proprietário. Entende-se que não exista prejuízo individual, mas um sacrifício a ser feito em favor do coletivo.
*É possível haver indenização pelas limitações administrativas? Na limitação administrativa a sociedade é ao mesmo tempo credora e devedora, pode, porém, ocorrer uma confusão na qual credor e devedor se confunde. Sofre uma limitação, mas é benefício para a sociedade.
**Segurança jurídica: se for anterior não tem o que o ser argumentado pelo proprietário de surpresa, porém se for posterior seria possível uma discussão de possível indenização, que a doutrina é unanime sobre a não possibilidade pelo que foi dito anteriormente da confusão entre credores e devedores (beneficiado e beneficiador).
Resumo: são atos legislativos ou administrativos de caráter geral, tem caráter de definitividade, o motivo das limitações administrativas é constituído pelos interesses públicos abstratos, ausência de indenizabilidade. 
Desapropriação indireta: 
Propriedade na qual o proprietário perde todo o seu direito real sobre o imóvel por limitações administrativas, como a presença de rios, montanha, floresta amazônica. Nesse caso seria possível pedir uma indenização com base em uma desapropriação indireta. Nesse caso o Estado ainda poderia argumentar que o proprietário do sítio poderia ter conhecido o ordenamento anterior.
Requisições: 
Intervenção através da qual o Estado utiliza bens moveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público iminente. Apresentam-se dois tipos: o militar e o civil.
Art. 5º XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Para que uma lei disponha a respeito da requisição da propriedade privada, esta deverá ser federal, conforme disposto no art.22, III da CF. Compete privativamente a União Federal legislar sobre requisições.
Requisição administrativa, forma de restrição individualizada, que recai sobre um indivíduo específico em um caso específico. Natureza concreta, sendo temporária, coercitiva e autoexecutória. O indivíduo não pode se negar. Ocorre em casos de perigo iminente (art. 22, III da CF), caso de guerra (art. 22, III da CF), durante estado de sítio (art. 137 e 139, VII). É analisada a necessidade com a urgência e perigo iminente.
**Pode ocorrer indenização se ocorreu dano e sempre será posterior à utilização. Dano moral ou material.
Pode ser instituída de imediato, caracterizando o ato administrativo como autoexecutório. Já sua extinção se dá com o desaparecimento da situação de perigo público iminente, assim sendo a requisição de natureza transitória.
Resumo: é direito pessoal da Administração, seu pressuposto é o perigo público iminente, incide sobre bens imóveis, móveis e serviços, caracteriza-se pela transitoriedade, a indenização, se houver, é ulterior.
Ocupações temporárias: 
É derivada da necessidade do Poder Público de usar, por algum período de tempo, a propriedade privada com o fim de lhe ser permitida a execução de serviços e obras públicas.
Há divergência doutrinaria com relação aos tipos de propriedade que podem ser objetos da incidência da ocupação. Por um lado, incide-se em bens moveis e imóveis e, por outro lado, entende-se que somente incide em bens imóveis.
José dos Santos Carvalho: “A nosso ver, a ocupação temporária é instituto típico de utilização da propriedade imóvel porque seu objetivo é o de permitir que o Poder Público deixe alocados, em algum terreno desocupado, máquinas, equipamentos, barracões de operários, por pequeno espaço de tempo. Esse fim, não coaduna com o uso de bens móveis. ”
O professor acredita que é a mesma coisa que requisição, não existindo uma categoria teórica que faça exigência à diferenciação. Na ocupação existe um ataque a exclusividade da propriedade. Alguns exemplos são: É analisada a necessidade.
Apesar da lacuna normativa sobre o instituto, como no caso da ocupação de terreno não edificado para obra pública, adota-se o art. 36 do DL 3365/41 como fundamento específico da ocupação temporária.
- Ocupação arqueológica, podendo o Estado ocupar a propriedade privada para explorar as jazidas arqueológicas (art. 13 e 14 da Lei 3924/61).
- Ocupações em matérias de contratos públicos (ocupação por concessão), que é a transferência de serviço público para particular, sendo artigo importante o 35, §3° da Lei 8987/95.
- Contratos da lei 8.666: como o do art. 58, V, apuração de ilícitos.
Modalidades:
· Ocupação temporária para obras públicas vinculadas ao processo de desapropriação.
· Ocupação temporária para as demais obras e para os serviços públicos em geral, sem qualquer vínculo com o processo de desapropriação executado pelo Estado.
Indenização:
· No primeiro caso: o Estado tem o dever de indenizar o proprietário pelo uso do imóvel.
· No segundo caso: o Estado indenizará o proprietário se for comprovado o dano a propriedade privada.
A extinção acontecerá após a realização da atividade estatal pleiteada. Extinta a causa, extingue-se o efeito.
Resumo: cuida de direito de caráter não real, só incide em propriedade imóvel, tem caráter de transitoriedade, a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais, a indenizabilidade varia de acordo com a modalidade de ocupação.
Servidões administrativas: 
Direito real sobre bem alheio, existe o prédio dominante e o serviente. Como no caso de uma casa no meio de um terreno cercado por outras propriedades, de forma que a central não tem acesso à rua. Se existe um casarão tombado (dominante) os outros ao redor (serviente) dele não podem construir de forma que prejudique a visibilidade desses outros tombados.
Arts. 1378 e 1389 do Código Civil.
Direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.
Servidão de direito privado x servidão administrativo
· A servidão administrativa atende a interesse público, enquanto a servidão privada visa ao interesse privado.
· A servidão adm. sofre o influxo deregras de direito público, diferentemente das servidões privadas.
O sacrifício da propriedade cede lugar ao interesse público que inspira a atuação interventiva do Estado. Não espécie normativa específica para a modalidade de intervenção.
Institui-se a servidão, normalmente, sobre bens privados, mas nada impede que, em situações especiais, possa incidir sobre bem público. Há duas formas de instituição de servidões administrativas:
· Acordo entre o proprietário e o Poder Público: depois de declarar a necessidade pública de instituir a servidão, o Estado consegue o assentimento do proprietário para usar a propriedade deste com o fim já especificado no decreto do Chefe Executivo, no qual foi declarada a necessidade.
· Sentença judicial: não tendo acordo entre as partes, o Poder Público promove ação contra o proprietário, demonstrando ao juiz a existência do decreto específico, indicativo da declaração de utilidade pública.
Extinção:
· Desaparecimento da coisa gravada
· Se o bem gravado for incorporado ao patrimônio da pessoa em favor da qual foi instituída.
· Fica patenteado o desinteresse do Estado em continuar utilizado parte do domínio alheio.
Indenização de forma jurídica diversa. Não rende ensejo em caso de não provocação de prejuízo ao proprietário.
Resumo: natureza jurídica é a de direito real, incide sobre bem imóvel, caráter definitivo, indenizabilidade é previa e condicionada e inexistência de autoexecutoriedade.
Tombamento:
É a forma de intervenção na propriedade pela qual o PP procura proteger o patrimônio cultural brasileiro. É derivado de manifestação expressa de vontade do PP, expressa a pretensão de preservar a cultura nacional.
É fundado na necessidade de adequação da propriedade à correspondente função social. E a função social, na hipótese, é estampada pela necessidade de proteção ao patrimônio cultural, histórico, artístico, etc. O tombamento incide sobre bens móveis e imóveis, porém, deverão traduzir aspectos de relevância para noção de patrimônio cultural brasileiro.
O tombamento é apoiado pela Constituição a partir do momento em que esta impõe que o Estado deve garantir a todos o exercício de direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional. Dessa forma, fez-se necessária a estipulação de meios para a que se assegurasse o escrito na CF, portanto, no art.216 §1º, explana-se as formas de proteção do patrimônio cultural nacional.
O proprietário não pode, em nome de interesses egoísticos, usar e fruir livremente seus bens se estes traduzem interesse público por atrelados a fatores de ordem histórica, artística, cultural cientifica, turística e paisagística. Trata-se de um instrumento especial de intervenção restritiva, com fisionomia própria e inconfundível com as demais formas de intervenção. A sua natureza jurídica é a de se qualificar como meio de intervenção do Estado consistente na restrição do uso de propriedades determinadas.
O DL 25/37 regula as regras gerais aplicáveis ao fato jurídico-administrativo do tombamento, sendo consumado por meio atos administrativos específicos e destinados a propriedades determinadas.
É necessário explicitar os aspectos que conduz à necessidade de intervenção estatal na propriedade para a proteção do bem tombado, ao passo em que é exigido o parecer de um órgão técnico cultural e a notificação ao proprietário.
Exemplo: imóveis que retratam a arquitetura de épocas passadas em nossa história.
O tombamento incide sobre bens móveis e imóveis, tal fato é ratificado pelo Art. 3° DL 25/37: exceções, uma vez que define o que são patrimônios históricos e artísticos nacionais. 
Dizer que todos os imóveis de uma rua estão tombados significa que cada um deles, especificamente, sofre a restrição.
** Afeta o caráter absoluto, posso abrir um restaurante em um casarão tombado se for mantido o caráter absoluto.
Espécies de tombamento:
· Modalidades:
· Voluntário: o proprietário consente no tombamento.
· Compulsório: quando o PP inscreve o bem como tombado, apesar da resistência e do inconformismo do proprietário.
· Eficácia: Art.10 do DL 25/1937
· Provisório: enquanto está em curso o processo administrativo instaurado pela notificação. O feito do tombamento já é deflagrado a partir da notificação, para que o particular não destruir o bem.
· Definitivo: quando, após concluído o processo, o PP procede à inscrição do bem do Livro do Tombo.
· Quantidade de bens atingidos:
· Individual
· Geral
Patrimônio histórico cultural:
· Art. 1° do DL 25/37
· Art. 216 da CF
· Art. 3° DL 25/37: exceções – bens que não podem ser tombados.
Competência:
· Legislativa: art. 24, VII da CF.
· Administrativa: art. 23, III da CF.
· Tombamento legal: art. 216, §5° da CF
Deveres:
· Proprietário:
· Positivo: conservar o bem, comunicar a necessidade de auxílio.
· Negativo: não destruir nem mutilar, não restaurar sem autorização, não retirar do país (possível autorizar).
· Suportar: sujeito à fiscalização.
· Vizinho (art. 18 do DL 25/37): servidão – os imóveis vizinhos não devem construir de forma que obstrua a visualização, para que o bem não perca o seu “esplendor”.
· Estado: fiscalizar e executar obras de conservação se o particular não tiver dinheiro, caso não aconteça à conservação pelo Estado o indivíduo pode pedir o cancelamento do tombamento (art. 19, §2° do DL 25/37).
Desfazimento:
*** Destombamento: dependem da motivação para o ato, não pode a Administração agir a seu exclusivo arbítrio e proceder o destombamento. Será necessária a avaliação, se caso o patrimônio exige proteção ou não.
Intervenções Supressivas:
É aquela em que o Estado, valendo-se da supremacia que possui em relação aos indivíduos, transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em virtude de algum interesse público previsto na lei. O efeito, pois, dessa forma interventiva é a própria supressão da propriedade das mãos de seu antigo titular. A modalidade desse tipo de intervenção é a desapropriação.
Desapropriação:
Procedimento de direito público pelo qual o PP transfere para si a propriedade de terceiro, por razoes de utilidade pública ou de interesse social, normalmente, mediante pagamento de indenização ao proprietário. O objetivo é a transferência do bem desapropriado para o acervo do expropriante, sendo, assim, motivado o ato conforme explanado acima.
Instituto de expropriação (CC Art.1228 §4º) em que a inciativa cabe aos particulares.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.		
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
Se a lide expropriatória se forma pelo conflito de interesse entre o PP e o proprietário, a respectiva ação terá naturalmente a presença daquele que formula a pretensão e daquele que opõe a ela a sua resistência. São essas as partes do processo.
· Sujeito ativo: o PP ou pessoa privada que exerce função delegada, quando autorizada em lei ou contrato.
· Sujeito passivo: proprietário do bem a ser desapropriado.
** É um procedimento administrativo (o PP declara seu interesse na desapropriação e começa a adotar as providências para a transferência do bem) e, normalmente, judicial (ação a ser movida pelo Estado contra o proprietário).
Pressupostos para a legitimidade do processo de desapropriação: utilidade pública e interesse social. O primeiro ocorre ao passo em que a transferência do bem se mostra conveniente a Administração, já o segundo pressuposto consiste no ressaltar da função social atrelada a propriedade.
** Retirada da propriedade pelo Estado; atinge o caráter perpétuo da propriedade; depende sempre de um processo administrativo ou judicial e competência legislativa: art. 22, II da CF (União).
a. Desapropriações ordinárias:
Por utilidade ou necessidadepública: art. 5°, XXIV da CF:
XXIV. a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
DL 3.365/41: considerada a lei geral das desapropriações, que dispõe sobre desapropriação por utilidade pública. Causas previstas no DL devem ser de interesse público (não tem efeito de punir o proprietário, mas atingir o interesse público); indenização prévia, justa e com dinheiro; competência – todos os entes.
Casos de desapropriação por interesse social: 5°, XXIV da CF; L. 4.132/62; causas de interesse público; indenização prévia, justa em dinheiro; competência de todos.
b. Desapropriações punitivas:
i. Desapropriação sancionatória rural: art. 184, 185 e 186 da CF; L 8.629/93 e LC 76/93. Incide em imóveis rurais para fins de reforma agrária, trata-se de modalidade específica da desapropriação por interesse social e tem o objetivo de permitir a perda da propriedade quando não esteja cumprindo sua função social.
Causa: violação da função social do imóvel rural; indenização por meio de título da dívida pública; competência exclusiva da União (cuida dos aspectos rurais).
*Art. 185 e 186 se contradizem.
ii. Desapropriação sancionatória urbana: art. 182, §4°, III da CF; art. 5° da L 10.257/01 (Estatuto da cidade). É prevista como a que pode ser adotada a título de penalização ao proprietário de solo urbano que não atender exigência de promover o adequado aproveitamento de sua propriedade ao plano diretor municipal. 
Tem por escopo o regime de adequação entre os imóveis e as diretrizes estabelecidas no plano diretor. A indenização será efetivada através de títulos da dívida pública, previamente aprovados pelo Senado, com resgate no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurando-se o valor real da indenização e os juros legais de 6% ao ano.
Causa – violação da função social (não prevista na CF e no Estatuto da cidade, é especificado no plano diretor do município);
Pré-requisitos: necessidade do município ter o plano diretor (lei específica), passar pelo parcelamento e edificação compulsórios, IPTU progressivo (sobe por no máximo 05 anos, não pode mais que dobrar de ano para ano e não pode ultrapassar nunca a alíquota de 15%); desapropriação sancionatória (não pode ser aplicada antes desses institutos); competência exclusiva do Município; indenização em título da dívida pública, resgatável parceladamente ao longo dos anos.
*Parcelar é lotear e agregação de infraestrutura e desmembrar é dividir sem agregar infraestrutura.
iii. Desapropriação confiscatória ou expropriação (mais grave, sem indenização): art. 243 da CF (modificado recentemente pela EC 81/14 – inclusão de hipótese de trabalho escravo), L. 8.257/91. Não confere ao proprietário direito indenizatório.
Causa – plantação ilícita de psicotrópico (“plantas a partir da qual eu faço drogas” – maconha não é psicotrópica, mas é entendida como tal), trabalho escravo; sem indenização; destinado para reforma agrária e programas de habitação popular; competência exclusiva da União.
c. Abrangência:
A desapropriação pode ter como objeto qualquer bem móvel ou imóvel, corpóreos ou incorpóreos, públicos ou privados dotado de valoração patrimonial. Só é possível fazer desapropriação mediante autorização legislativa prévia (DL 3.365, Art.2º, §2º).
Impossibilidade de desapropriação:
· Jurídicas: referem a bens que são considerados insuscetíveis de determinado tipo de desapropriação.
· Materiais: os bens, por sua natureza própria, se tornam inviáveis de desapropriação. Ex: moeda corrente, visto que é o próprio meio que se materializa a indenização.
Bens públicos:
A desapropriação de bens públicos apresenta limites e condições na lei geral. Há uma hierarquia com relação aos entes federativos, visto que o Estado não pode desapropriar propriedades federativas, enquanto a recíproca se torna inversa, ou seja, a União possui competência para desapropriar propriedades estatais. Chega-se, portanto, a conclusão de que os bens da União são inexpropriáveis, enquanto os Municípios não possuem poderes expropriatórios sobre os bens das pessoas federativas maiores.
Fundamenta-se a hierarquia entre os entes, baseando-se na preponderância do interesse, no qual está no grau mais elevado o interesse nacional, depois regional e, por fim, o local. Há a vedação de interferência entre os próprios Estados e os próprios Municípios, visto que contrariaria o fundamento da soberania e autonomia.
União Estado Municípios 
A possibilidade expropriatória de bens públicos submete-se a uma condição inafastável: a entidade expropriante somente poderá promover o processo expropriatório se devidamente autorizada pelo Poder Legislativo de seu âmbito.
A desapropriação de bem particular tombado depende da entidade que o instituiu, ou seja, é viável caso tenha sido tombado por ente federativo de menor expressividade do que o que ente que está pleiteando a desapropriação.
Há uma previsão explicita da desapropriação do espaço aéreo e do subsolo no Art.2º §1º DL 3.365
Forma de Aquisição:
· Originário: fato jurídico em si enseja a transferência da propriedade, sem correlação com qualquer título jurídico de que seja titular o anterior proprietário.
· Derivado: depende da participação volitiva de outra pessoa, fixando-se a necessidade das figuras do transmitente e do adquirente.
Competências:
· Legislativa: União – ex vi art. 22 da C.F. 
· Declaratória: declarar a utilidade pública ou o interesse social do bem com vistas à futura desapropriação. Concorre entre os entes federativos – art. 2º do DL 3.365/41.
· Executória: atribuição para promover a desapropriação, ou seja, para adotar todas as medidas e exercer as atividades que venham a conduzir à efetiva transferência da propriedade – art. 3º do DL 3.365/41.
· Condicionada: depende de declaração de utilidade de outra entidade e de autorização expressa de lei ou contrato, como é o caso dos entes mencionados no referido dispositivo.
· Incondicionada: não sujeita a condição e atribuída aos entes federativos e, por exceção, a algumas pessoas administrativas.
** Direito de extensão: quando o proprietário solicita extensão da desapropriação porque a parte que lhe sobrou é mínima Art.4º LC 76/96. É o direito do expropriado de exigir que a desapropriação e a indenização alcancem a totalidade do bem, quando o remanescente resultar esvaziado do seu conteúdo econômico.
O exercício do direito de extensão se dá no caso da desapropriação parcial, quando a parte que excede àquela que pretende o expropriante fica prática ou efetivamente inútil e insersível.
** Desapropriação por zona: de área superior àquela utilizada pelo Estado. Para futura expansão de obras e por conta da valorização extraordinária dos locais.
** Ônus e direitos sub-rogados no preço Art.31 DL 3.365
d. Procedimento
Trata-se de um procedimento em que o PP e o interessado produzem inúmeras manifestações volitivas. Encontram-se duas fases de execução, são elas:
· Fase declaratória – expedição de decreto lei pelo chefe do executivo, declaração expropriatória (vontade administrativa). Publicação do DEC. O PP manifesta sua vontade na futura desapropriação.
** Conteúdo da declaração expropriatória: a declaração precisa individuar o bem ou bens nos quais o PP tem interesse para os fins expropriatórios. É necessário que deixe expresso o fim a que se destina a desapropriação. As manifestações de vontade da Administração Pública devem ser formalizadas e divulgadas aos administradores em geral.
· Fase executória – etapa administrativa e etapa judicial; adotam-se as providencias para consumar a transferência do bem, ultimação da desapropriação.
· Via administrativa: é indireta, por intermédio de acordo entre o PP e o proprietário, evitando, assim, o recurso ao Judiciário pela ação de desapropriação. Trata-se de negócio jurídico bilateral resultante de consenso, deve ser formalizado através de escritura pública ou por outro meio especificado

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