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Definição Litíase é o termo utilizado para se referir aos cálculos urinários, que são concreções formadas por agregação de cristais e matriz orgânica no trato urinário. Anatomia Epidemiologia: Sua incidência vem aumentando nas ultimas décadas. Estudos indicam que o aumento da ingesta de proteína animal, de sal/sódio, alimentos industrializados, aliado ao sedentarismo e a obesidade, estejam corroborando para aumento das taxas dessa doença. Tipos de cálculos: Tem-se o oxalato de cálcio, que corresponde a 80% dos casos. O fosfato de cálcio, ácido úrico, estruvita (fosfato e amônio magnesiano) e a cistina (muito duro), que é o tipo mais raro. Causas: Principal causa é a baixa ingesta de agua. Dieta rica em sódio e pobre em cálcio. Alta ingesta de proteína animal e grandes doses de vitamina C. Por conta dos cálculos não serem como bolinhas de gude e sim como cristais, sua eliminação na via urinaria é dificultada. Eles se aderem ao ureotélico do ureter e não deslizam por esse canal cilíndrico. Indica-se a cirurgia dependendo do tamanho e da conformação geométrica desse cálculo. Não são 100% dos cálculos que são expelidos. Formação: Fatores de proteção: fluxo urinário que se eleva com a ingesta hídrica. O citrato, alimentos cítricos como a laranja, evitam a formação do cálculo. Naturalmente se tem o citrato na urina, mas algumas pessoas têm menos quantidade, estando mais propensas. E o magnésio. A pessoa que mesmo ingerindo muita agua acaba desenvolvendo a litíase, é porque possivelmente tem deficiência de fatores protetivos. Com a supersaturação de algum íon, cálcio, oxalato, ácido úrico ou cistina na urina, ocorre a cristalização desses. Outros fatores: anatomia, por exemplo uma estenose da junção uretelio-pierica, propicia a estase da pelve e consequente junção dos cristais para formação do cálculo. Medicamentos: indinavir, usado no tratamento do HIV, assim como aciclovir e sulfadiazina. Cirurgias bariátricas, as derivações/baypass, acabam por precipitar o oxalato na urina. História familiar: risco de 2,6 comparado a população geral. A acidez urinaria está na fisiopatologia da formação de cálculos por ácido úrico. Tanto que é possível dissolver somente esse tipo de cálculo por meio de alcalinização da urina, com citrato de potássio. Entretanto são somente 5% dos casos. Cálculos por estruvita tem fisiopatologia de bactérias produtoras de uréase, formando cálculo coraliformes, grandes. Sendo que ele ocupa toda a anatomia renal, parecidos com corais. Para prevenir seu crescimento enquanto aguarda uma cirurgia, pode realizar antibioticoterapia profilática. Quadro clínico: É uma das maiores dores da medicina. Classicamente a dor é em região lombar, irradiando para a pelve, grandes lábios na mulher e testículo nos homens. Pode vir acompanhada de náuseas e vômitos, e não tem fator de melhora e de piora. Diferente de uma lombalgia, ela não cessa. Possui padrão de cólica. O sistema urinário, o ureter, tem peristalse, e um cálculo que obstrui a região final do sistema, provoca a contração da urina afim de aumentar a pressão e eliminar o cálculo. Gerando contração e alivio, ritmicamente. No exame físico, a punho percussão ou sinal de Jordano estará positivo. A maioria dos casos de lombalgia é causada por um quadro de lombociatalgia da coluna, logo a dor nos rins não existe. O que há é hérnia de disco, tendinite, discites, não sendo de origem urinaria. A lombalgia é bilateral, melhora com repouso e piora com atividade física ou erro postural. Não costuma ir para o abdome a dor, mas irradia para a perna do acometido, como na lombociatalgia (nervo ciático). Somente quando o calculo se desprende da papila renal e obstrui a junção uretelopierica e “dilata” o canal, a dor ocorre. Radiografia: O exame mostra um cálculo coraliforme completo, evidenciado em branco. Ocupando um rim inteiro, formando uma matriz pela proliferação bacteriana. A radiografia tem limitações como em cálculos transparentes de ácido úrico ou pelo indinavir não aparecem. A interposição gasosa provocada pela inflamação gera um parênquima renal dilatado, e isso pode gerar estase, íleo paralitico e distensão, dificultando a visualização. Além de cálculos pequenos não são achados, serve mais para acompanhamento. Ultrassonografia: É o exame de entrada no pronto socorro. Vantagem: visualização de cálculos transparentes ou radiopacos. Também vê bem a loja renal e o ureter proximal, sendo que o ureter médio e o distal, quase intravesical não são bem visualizados por conta da sobreposição das alças intestinais e pelo arcabouço ósseo que reverbera as ondas do ultrassom. Mas vê bem a bexiga e o rim. Na imagem há uma sombra acústica posterior. E uma hidronefrose. Junção ureterovesical – JUV – vesical/bexiga Junção ureteropierica – JUP - pelve Limitações: paciente obeso, o feixe do USG tem menos penetração. Tomografia: Exame padrão ouro, onde é possível ver em preto o parênquima renal/gordura. Na imagem há um cálculo na JUP. Cálculos por indinavir não são bem visualizados. Sem contraste – AVC e renal. No pronto socorro. Ressonância Magnética: Usado mais em pacientes gravidas. Tratamento: Dividido: sacro ilíaca superior até o rim, ureter proximal. Entre as duas sacrilíacas encontra-se o ureter médio. E da sacrilíaca inferior até a bexiga é o ureter distal. A localização da pedra ira nortear a estratégia de tratamento. A parte final do ureter é intramural na bexiga e se insere no assoalho da bexiga. Os dois meatos e a próstata no homem ou a uretra na mulher, formam um trígono, e os alfabloqueadores relaxam essa musculatura do assoalho, dilatando o ureter distal e aumentando a taxa de sucesso para expelir o cálculo. Porém só são usados em casos de cálculos em ureter distal, elevando entre 25-30% a taxa de sucesso. E ácido úrico trata com solução alcalina. Da junção uretelopierica a junção ureterovesical tem aproximadamente 15cm. Usado em casos de infecção em que o cálculo é drenado, e num segundo momento faz-se cirurgia. Litotripsia renal extracorpórea a esquerda. Ureteroscopia. Prevenção: - Mais importante e mais efetivo: Litotripsia sem analgesia pode ser feita, mas recomenda- se com analgesia por aumentar a taxa de sucesso (relaxamento). Medicamentos de analgesia: Derivados de opioide + dipirona + antinflamatório Causam a potencialização das vias.
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