Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ambulatório – urologia Anatomia Adrenais Cada rim tem em seu topo uma glândula adrenal, e ambos os órgãos são revestidos pela fáscia de Gerota (perirrenal). Cada adrenal pesa cerca de 5 g. A adrenal direita tem forma triangular; a esquerda é mais arredondada e tem forma de crescente. Cada glândula se compõe de um córtex, principalmente influenciado pela glândula pituitária, e de uma medula derivada do tecido cromafim. A adrenal direita situa-se entre o fígado e a veia cava. A adrenal esquerda situa-se junto à aorta, e tem sua superfície inferior coberta pelo pâncreas. Superiormente e lateralmente, a glândula tem relação com o baço. O córtex adrenal se compõe de três camadas distintas: zona glomerulosa externa, zona fasciculada intermediaria e zona reticular interna. A medula situa- se centralmente, e é composta por células poliédricas que contém citoplasma granular eosinófilo. Essas células cromafins são acompanhadas por células ganglionares e por pequenas células arredondadas. Irrigação arterial: Cada adrenal recebe três artérias: uma da artéria frênica inferior, uma da aorta e uma da artéria renal. Irrigação venosa: O sangue da adrenal direita é drenado por uma veia muito curta que desemboca na veia cava; a veia adrenal esquerda termina na veia renal esquerda Rins Os rins situam-se ao longo das bordas dos músculos psoas; portanto, estão posicionados obliquamente. A posição do fígado faz com que o rim direito seja mais baixo do que o rim esquerdo. O rim adulto pesa cerca de 150 g. Os rins são sustentados pela gordura perirrenal (que está ́ envolta pela fáscia perirrenal), pelo pedículo vascular renal, pelo tônus muscular abdominal e pelo volume geral das vísceras abdominais. Variações nesses fatores permitem variabilidade no grau de mobilidade renal. Os rins descem em média 4-5 cm durante a inspiração, ou quando a pessoa assume a posição ortostática. Falta de mobilidade sugere fixação anormal (p. ex., perinefrite), mas mobilidade extrema não é necessariamente patológica. No corte longitudinal, pode-se observar que o rim é constituído por um córtex externo, uma medula central, cálices internos e pelve. O córtex tem aspecto homogêneo. Partes do córtex se projetam em direção a pelve, entre as papilas e fórnices, sendo denominadas colunas de Bertin. A medula consiste de numerosas pirâmides formadas pela convergência de túbulos coletores renais, que drenam para os cálices menores, situados na extremidade das papilas. A unidade funcional do rim é o néfron, que se com- põe de um túbulo com funções secretoras e excretoras. A porção secretora está ́ contida, em grande parte, no interior do córtex, e consiste de um corpúsculo renal e da parte secretora do túbulo renal. A porção excretora desse ducto situa-se na medula. O corpúsculo renal se compõe do glomérulo vascular, que se projeta ate ́ o interior da cápsula de Bowman, que, por sua vez, tem continuidade com o epitélio do túbulo contornado proximal. A parte secretora do túbulo renal se compõe do túbulo contornado proximal, da alça de Henle e do túbulo contornado distal. A parte excretora do néfron é o túbulo coletor, que tem continuidade com a extremidade distal do ramo ascendente do túbulo contornado. O tu ́bulo coletor drena seu conteúdo através da extremidade (papila) de uma piramide, dentro de um pequeno cálice. Irrigação arterial: Comumente, existe uma artéria renal (um ramo da aorta) penetrando no hilo renal entre a pelve, que em geral se situa posteriormente, e a veia renal. A artéria renal pode ramificar-se antes de chegar ao rim, e é possível observar duas ou mais artérias distintas. Em casos de duplicação da pelve e ureter, e ́ comum que cada segmento renal possua sua própria irrigação arterial. A artéria renal se divide nos ramos anterior e posterior. O ramo posterior irriga o segmento médio da superfície posterior. O ramo anterior irriga os polos superior e inferior, além de toda a superfície anterior. As artérias renais são, todas, artérias terminais. A artéria renal se divide ainda em artérias interlobares, que ascendem pelas colunas de Bertin (entre as pirâmides) e, em seguida, arqueiam-se ao longo da base das pirâmides (artérias arqueadas). Depois, a artéria renal ascende, já́ na forma de artérias interlobulares. A partir desses vasos, ramos menores (aferentes) chegam até́ os glomérulos. A partir do tufo glomerular, artérias eferentes prosseguem até́ os túbulos situados no estroma. Irrigação venosa: As veias renais são pareadas com as artérias, mas qualquer desses vasos ira ́ drenar o rim inteiro, se os outros vasos Diagrama do néfron e de sua irrigação sanguínea estiverem obstruídos. Embora a artéria e a veia renais geralmente sejam os únicos vasos sanguíneos do rim, vasos renais acessórios não são infrequentes, e podem ter importância clinica se estiverem localizados de modo a comprimir o ureter, podendo ocorrer hidronefrose. Inervação: Os nervos renais, derivados do plexo renal, acompanham os vasos renais por todo o parênquima renal Cálices, pelve renal e ureter Cálices: As extremidades dos cálices menores encaixam-se na saliência das pirâmides. Esses cálices se unem para formar dois ou três cálices maiores que, por sua vez, se unem para formar a pelve renal. Os cálices são intra-renais, e tem intima relação com o parênquima renal. Pelve renal: A pelve pode ser inteiramente intra-renal, ou pode ser parte intra-renal e parte extra-renal. Infero-medialmente, a pelve renal se afunila para for- mar o ureter. Se a pelve for parcialmente extra-renal, localiza-se ao longo da margem lateral do músculo psoas e sobre o músculo quadrado lombar; o pedículo vascular renal situa-se em posição imediatamente anterior a esse músculo. A pelve renal esquerda situa-se ao nível da primeira ou da segunda vértebra lombar; a pelve renal direita localiza-se um pouco abaixo. Ureter: O ureter adulto mede cerca de 30 cm de comprimento, variando em relação direta com a altura do indivíduo. O ureter faz uma curva em S bastante suave. São observadas áreas de estenose relativa (1) na junção ureteropélvica, (2) onde o ureter cruza superior- mente os vasos ilíacos, e (3) onde o ureter atravessa a parede da bexiga. Em uma direção supero-inferior, os ureteres situam-se sobre os músculos psoas, continuam medialmente as articulações sacroiliacas, e em seguida arqueiam-se lateralmente nas proximidades das espinhas isquiáticas, antes de avançar medialmente e penetrarem na base da bexiga. No sexo feminino, as arte ́- rias uterinas estão intimamente relacionadas com a porção justavesical dos ureteres. Os ureteres são revestidos pelo peritônio posterior, suas porções mais inferiores são intimamente aderidas a ele, enquanto as porções justavesicais são mergulhadas em tecido adiposo retroperitonial vascularizado. Ao deixarem os anéis inguinais internos, os vasos deferentes encurvam-se sobre as paredes pélvicas laterais, anteriormente aos ureteres. Situam-se medialmente aos ureteres antes de se unir com as vesículas seminais e penetrarem na base da próstata, quando se tornam ductos ejaculatórios. Ramo posterior da artéria renal e sua distribuição para o segmento central da superfície posterior do rim. B: Ramos da divisão anterior da artéria renal irrigando toda a superfície anterior do rim, além dos polos superior e inferior em ambas as superfícies. Os ramos segmentares prosseguem na forma de artérias interlobares, arqueadas e interlobulares.C: A margem convexa lateral do rim. Linha de Brödel, que se situa a 1 cm da margem convexa, é o plano avascular demarcado pela distribuição do ramo posterior da artéria renal. Irrigação arterial: Os cálices renais, a pelve e a parte superior dos ureteres são irrigados pelas artérias renais; a parte intermediária dos ureteres é irrigada pelas artérias espermáticas internas (ou ovarianas). A porção mais inferior do ureter é irrigada por ramos das artérias ilíaca comum, ilíaca interna (hipogástrica) e vesical. Irrigação venosa: As veias dos cálices renais, da pelve e dos ureteres acompanham as artérias. Linfáticos: Os linfáticos da porção superior dos ureteres, e também aqueles da pelve e dos cálices, drenam para os linfonodos lombares. Os linfáticos da porção intermediaria dos ureteres drenam para os linfonodos ilíacos internos (hipogástricos) e ilíacos comuns; os linfáticos ureterais inferiores esvaziam-se nos linfonodos vesicais e hipogástricos Bexiga A bexiga é um órgão muscular oco, que serve como reservatório para a urina. Em mulheres, sua parede posterior e sua cúpula ficam invaginadas pelo útero. Normalmente, a bexiga do adulto tem capacidade de 400 a 500 mL. Quando vazia, a bexiga do adulto localiza-se atrás da sínfise púbica, e é em grande parte um órgão pélvico. Em bebes e crianças, a bexiga situa-se em posição mais alta. Quando esta ́ cheia, eleva-se bem acima da sínfise, e pode ser facilmente palpada ou percutida. Quando hiperdistendida (como em casos de retenção urinária aguda ou crônica), a bexiga pode fazer com que o hipogástrio fique visivelmente protuberante. O ligamento umbilical mediano – um cordão fibroso que se estende desde a cúpula da bexiga até ́ o umbigo – representa o úraco obliterado. Os ureteres ingressam obliquamente na bexiga, em pontos póstero-inferiores separados cerca de 5 cm entre si (Figura 1.6). Os meatos uretenais, situados nas extremidades da barra interuretenal (em forma de crescente) que forma a borda proximal do trígono, estão afastados cerca de 2,5 cm. O trígono ocupa a área entre a barra e o colo da bexiga. Na realidade, o esfíncter interno, ou colo da bexiga, não é um esfíncter circular, mas um espessamento formado por fibras musculares entremeadas e convergentes do detrusor, em seu avanço distal para se transformarem na musculatura lisa da uretra. No sexo masculino, a bexiga se relaciona posterior- mente com as vesículas seminais, os vasos deferentes, os ureteres e o reto. No sexo feminino, o úteros e a vagina estão interpostos entre a bexiga e o reto. O peritônio cobre a cúpula e as superfícies posteriores; assim, nessa área a bexiga se relaciona intimamente com o intestino delgado e o colón sigmoide. Em ambos os sexos, a bexiga se relaciona com a superfície posterior da sínfise púbica e, quando esta ́ distendida, entra em contato com a parede abdominal inferior. Irrigação arterial: A bexiga é irrigada com sangue proveniente das artérias vesicais superior, média e inferior, que se originam no tronco anterior da artéria ilíaca interna (hipogástrica), e por ramos menores das artérias obturadora e glútea inferior. No sexo feminino, as artérias uterina e vaginal também enviam ramos a bexiga. Irrigação venosa: Circundando a bexiga, existe um plexo venoso abundante que drena para as veias ilíacas internas (hipogástricas). Litíase urinaria A formação de um cálculo no trato urinário é um fenômeno bastante complexo que envolve várias etapas: supersaturação urinária, cristalização, agregação dos cristais e adesão deste agregado ao urotélio formando um nicho para a adesão de novos cristais e, conseqüentemente, crescimento dos cálculos. A supersaturação urinária, considerada como o evento inicial da litogênese, pode resultar da redução do volume urinário, do excesso de promotores ou da diminuição dos inibidores da cristalização ou, ainda, de alterações do pH da urina. Os principais promotores da cristalização são o oxalato, o cálcio, o ácido úrico, a cistina e o sódio. Dentre as principais substâncias inibidoras destacam-se o citrato, o magnésio, o pirofosfato, os glicosaminoglicanos, a nefrocalcina, dentre outros. Os distúrbios metabólicos que podem gerar condições de supersaturação urinária mais comumente identificados entre pacientes litiásicos, habitualmente determinados em amostras de urina de 24 horas, são a hipercalciúria idiopática (aumento da excreção urinária de cálcio na vigência de normocalcemia), hiperuricosúria (aumento da excreção urinária de ácido úrico), hipocitratúria (diminuição da excreção urinária de citrato), hiperoxalúria (aumento da excreção urinária de oxalato) e, em menor grau, a hipomagnesiúria (diminuição da excreção urinária de magnésio). Íons urinários Cálcio: O cálcio é o principal íon presente em cristais urinários. Oxalato: Oxalato é um produto residual normal do metabolismo, e é relativamente insolúvel. Normalmente, cerca de 10-15% do oxalato encontrado na urina tem origem alimentar; a vasta maioria e ́ subproduto metabólico. Fosfato: Fosfato é tampão importante, conjugando-se com cálcio na urina. O fosfato é componente fundamental nos cálculos de fosfato de cálcio e de fosfato de amônio e magnésio. A excreção do fosfato urinário em adultos normais está ́ relacionada à quantidade de fosfato alimentar (sobretudo em carnes, laticínios e vegetais). A pequena quantidade de fosfato filtrada pelo glomérulo e ́ reabsorvida predominantemente no túbulo proximal. Ácido úrico: ácido úrico é o subproduto do metabolismo das purinas. O pKa do ácido úrico é 5,75. Ha predomínio de ácido úrico não dissociado em valores de pH inferiores a 5,75. Valores elevados de pH aumentam o urato, que é solúvel. Aproximadamente 10% do ácido úrico filtra- do chega a ̀ urina. Outros defeitos no metabolismo das purinas podem resultar na formação de cálculos urinários. Sódio: Embora não identificado como um dos principais constituintes da maioria dos cálculos urinários, o sódio desempenha um papel importante na regulação da cristalização dos sais de cálcio na urina. O sódio é encontrado em concentrações superiores ao esperado no núcleo de cálculos renais, e pode desempenhar algum papel na iniciação da formção e agregação dos cristais. Uma ingestão elevada de sódio na alimentação aumenta a excreção do cálcio urinário. Isso reduz a capacidade de a urina inibir a aglomeração dos cristais de oxalato de cálcio. Citrato: O citrato é o fator fundamental que afeta a formação de cálculos urinários de cálcio. A deficiência de citrato é comumente associada a formação de cálculos em indivíduos com diarreia crônica ou acidose tubular renal do tipo I (defeito do túbulo distal) e em pacientes tratados cronicamente com trazida. O estrogênio aumenta a excreção de citrato, e pode ser o fator redutor da incidência de cálculos em mulheres, especialmente durante a gravidez. A alcalose também aumenta a excreção de citrato. Magnésio: Deficiência alimentar de magnésio está ́ associada ao aumento na incidência de cálculos urinários. Magnésio é um dos componentes dos cálculos de estruvita. Experimentalmente, a carência de magnésio alimentar esta ́ associada a aumento na formação de cálculos de oxalato de cálcio e à cristalúria de oxalato de cálcio. Sulfato: Sulfatos urinários ajudam a evitar cálculos urinários. Os sulfatos podem conjugar com cálcio e ocorrem principalmente como componentes de proteínas urinarias maiores, como sulfato de condroitina e sulfato de heparina. Classificação Os cálculos urinários podem ser classificados quanto a sua localização e composição: Quanto à localização podem ser classificadosem caliciais, piélicos, coraliformes (que podem ser subdivididos em par c iai s ou completos ) , ureterais (dependendo de sua localização no ureter: proximais, mediais e distais), vesicais e uretrais. Quanto à composição, a urolitíase pode ser classificada em cálculos de: Oxalato de cálcio puro Oxalato de cálcio e fosfato Fosfato de cálcio puro Estruvita (formado de fosfato amoniaco magnesiano) Ácido úrico Cistina Etiologia As principais teorias da formação de cálculos urinários se baseiam em: Excesso de solutos: Conforme o excesso das substâncias citadas acima que podem promover supersaturação e cristalização na urina. Diminuição de ingestão hídrica: A diminuição do débito urinário, secundário a menor ingestão de líquidos, promove maior tempo de permanência das partículas de cristais no sistema urinário e não dilui adequadamente os componentes da urina, que podem vir a apresentar supersaturação e cristalização. Inibição da cristalização: Atualmente, sabemos que existem substâncias capazes de inibir o processo de cristalização; sendo a mais conhecida e comercializada o citrato de potássio. Cálculos de cálcio A nefrolitíase (pedra no rim) de cálcio decorre, mais comumente, de níveis urinários elevados de cálcio, ácido úrico ou oxalato, ou de um nível urinário reduzido de citrato. Observa- se hipercalciúria como problema isolado em 12% dos pacientes; em combinação com outros defeitos, nota-se esse problema em mais 18%. Hiperuricosúria é identificada como problema isolado em 8% dos pacientes; em associação com outros defeitos, observa-se esse problema em 16% deles. Oxalato urinário elevado é detectado como achado solitário em 5% dos pacientes e, em combinação com outros defeitos, em 16%. Finalmente, a diminuição de citrato na urina é observada como defeito isolado em 17% dos pacientes, e como defeito combinado em mais 10%. Em cerca de um terço dos pacientes beneficiados com uma avaliação metabólica completa, não haverá ́ defeito metabólico identificável. Os sintomas são secundários a obstrução; em decorrência disso, o paciente sente dor, infecção, náusea e vomito e, raramente, o quadro culmina em insuficiência renal. Hematúria assintomática ou infecções repetitivas do trato urinário refratárias à antibioticoterapia aparentemente adequada devem fazer com que o médico suspeite de cálculo urinário. Mas calcificações no parênquima renal, conhecidas como nefrocalcinose, raramente causam sintomas e, em geral, não respondem as terapias tradicionais apropriadas para o tratamento de cálculos urinários. Nefrocalcinose é achado frequente em casos de acidose tubular renal e hiperparatireoidismo. Muitas vezes há coexistência de nefrolitíase e nefrocalcinose; mas muitos pacientes com nefrolitíase não exibem nefrocalcinose óbvia. A nefrocalcinose pode resultar de diversos estados patológicos. É comum ocorrer ectasia de túbulos coletores; é possível observar isso em casos de rim esponjoso medular. Frequentemente esse é um processo bilateral. O aumento da absorção de cálcio pelo intestino delgado é comum em casos de sarcoidose, síndrome do leite-alcali, hiperparatireoidismo e ingestão excessiva de vitamina D. Processos patológicos que resultam em destruição de tecido ósseo, como hiperparatireoidismo, lesões osteolíticas e mieloma múltiplo, constituem um terceiro mecanismo. Finalmente, em seguida a uma lesão renal, podem ocorrer calcificações distróficas que se formam em tecido necrosado. Nefrolitíase por hipercalciúria absortiva Em média, a ingestão normal de cálcio é de aproximadamente 900- 1.000 mg/dia. Cerca de um terço desse total é absorvido pelo intestino delgado e, dessa parte, perto de 150-200 mg são obrigatoriamente excretados na urina. Um grande reservatório de cálcio permanece nos ossos. A maior parte do cálcio proveniente dos alimentos e ́ excretada nas fezes. Hipercalciúria absortiva é secundária ao aumento da absorção de cálcio pelo intestino delgado, predominantemente pelo jejuno. Isso leva ao aumento da carga de cálcio filtrado pelos glomérulos. O resultado é a supressão do hormônio paratireoideo (paratormônio), o que diminui a reabsorção tubular de cálcio, e culmina em hipercalciúria (> 4 mg/kg). Essa cascata fisiológica ocorre em resposta ao defeito primário – um aumento na absorção de cálcio pelo intestino delgado. A hipercalciúria absortiva pode ser subdividida em três tipos. Hipercalciúria absortiva do tipo I independe da dieta e representa 15% de todos os cálculos calcários. Ha ́ um nível urinário elevado de cálcio (>150-200 mg/24 horas), mesmo durante dietas com restrição de cálcio. Fosfato de celulose é uma resina trocável não absorvível efetiva. Essa substancia liga efetivamente o cálcio no intestino, impedindo a absorção intestinal. Fosfato de celulose não exerce impacto no defeito de transporte do cálcio. A excreção urinária desse mineral retorna aos níveis normais com o tratamento A hipercalciúria absortiva do tipo II depende da alimentação, e é causa comum de cálculos urinários. Não ha tratamento clínico especifico. A excreção de cálcio retorna ao normal com uma dieta de restrição desse mineral. Os pacientes devem limitar a ingestão de cálcio até́ 400-600 mg/dia. A hipercalciúria absortiva do tipo II não é tão grave quanto a de tipo I. Hipercalciúria absortiva do tipo III é secundária a uma perda renal de fosfato, e é responsável por 5% de todos os cálculos urinários. A redução do potássio sérico leva a um aumento na síntese de 1,25-diidroxivitamina D. A cascata fisiológica culmina no aumento da absorção de fosfato e cálcio do intestino delgado e na maior excreção renal de cálcio – dai sua classificação como hipercalciúria absortiva. O tratamento bem-sucedido consiste na reposição de fosfato biodisponível. Ortofosfato (Neutra-Phos) inibe a síntese de vitamina D; esse agente é administrado na dose de 250 mg, 3 a 4 vezes ao dia. É melhor tomar ortofosfato depois das refeições e antes da hora de dormir. Ortofosfatos não alteram a absorção intestinal de cálcio. Fosfato de celulose deve ser ingerido com as refeições, para que haja disponibilidade dessa substancia quando o cálcio for ingerido. Uma dose típica e ́ 10-15 g, por via oral, em três doses divididas; essa medicação é bem tolerada. Hidroclorotiazidas constituem tratamento alternativo para hipercalciúria absortiva do tipo I. No início, há redução na excreção renal de cálcio. A maior quantidade de cálcio absorvido provavelmente e ́ depositada nos ossos. Eventualmente, o reservatório ósseo completa sua capacidade, e a medicação passa a ser ineficaz. A longo prazo, as hidroclorotiazidas tem eficácia limitada (cerca de 3 a 5 anos). Nefrolitíase por hipercalciúria reabsortiva Cerca de metade dos pacientes com hiperparatireoidismo primário clinicamente evidente apresentam-se com nefrolitíase. Esse grupo representa menos de 5-10% de todos os pacientes com cálculos urinários. Pacientes com cálculos de fosfato de cálcio, mulheres com cálculos de cálcio recorrentes e pacientes com nefrocalcinose e nefrolitíase devem ser considerados como suspeitos de sofrer hiperparatireoidismo. Hipercalcemia é o sinal mais consistente de hiperparatireoidismo. O paratormônio resulta em uma cascata de eventos que tem início com o aumento no fósforo urinário e a redução no fósforo plasmático, seguidos pelo aumento no cálcio plasmático e redução no cálcio urinário. As ações desse hormônio no rim e nos ossos são independentes. A lesão renal que acabara ocorrendo é secundária à hipercalcemia, que limita a capacidade de concentração do rim e comprometea capacidade de acidificação da urina por esse órgão. A remoção cirúrgica do adenoma paratireoidiano causador do problema e ́ o único modo efetivo de tratar a doenç ̧a. As tentativas de tratamento clínico são infrutíferas. Nefrolitíase por hipercalciúria de indução renal A hipercalciúria de origem renal decorre de um defeito intrínseco dos túbulos renais na excreção de cálcio. Esse defeito gera um circulo vicioso na fisiologia do paciente. A excessiva excreção urinária de cálcio resulta em relativo decréscimo no cálcio sérico, o que leva a um aumento secundário no nível de paratormônio que, por sua vez, mobiliza o cálcio do osso e aumenta a absorção desse mineral pelo intestino. Essa etapa completa o ciclo patológico, ao retornar níveis mais elevados de cálcio ao rim, com o que os túbulos renais excretam grandes quantidades de cálcio. Esses pacientes exibem elevado nível de cálcio urinário em jejum, nível sérico de cálcio normal e nível elevado de paratormônio. Hipercalciúria renal é tratada efetivamente com hidroclorotiazida. Nefrolitíase de cálcio por hiperuricosúria Nefrolitíase de cálcio hiperuricosúrica é decorrente da excessiva ingestão de purinas na alimentação, ou de um aumento na produção endógena de ácido úrico. Nas duas situações, ocorre aumento nos uratos monossódicos urinários. Uratos monosso ́dicos absorvem e adsorvem os inibidores da formação de cálculos urinários e facilitam a nucleação heterogenea. Os pacientes exibem níveis urinários elevados de ácido úrico (> 600 mg/24 horas em mulheres, e > 750 mg/24 horas em homens), apresentando-se consistentemente com um pH urinário maior que 5,5. O pH urinário ajuda a diferenciar entre formação de cálculos de cálcio hiperuricosúricos e cálculos de ácido úrico hiperuricosúricos. Nefrolitíase de cálcio por hiperoxalúria: Nefrolitíase de cálcio hiperoxalúrica é secundária ao aumento dos níveis urinários de oxalato (> 40 mg/24 horas). Esse distúrbio é frequentemente observado em pacientes com doença intestinal inflamatória ou outros estados diarreicos crônicos, resultando em grave desidratação. Raramente esse tipo de nefrolitíase está associado a ingestão excessiva de oxalato, como é possível observar no envenenamento com etileno glicol, ou em casos de superprodução endógena. A nefrolitíase de cálcio hiperoxalúrica entérica é tratada com sucesso com suplementação oral de cálcio. O cálcio liga-se ao oxalato intraluminal e limita sua absorção. Nefrolitíase de cálcio por hipocitratúria: O citrato é um inibidor importante da formação de cálculos urinários. O aumento das demandas metabólicas nas mitocôndrias das células renais diminui a excreção de citrato. Essas condições são acidose metabólica intracelular, hipocalemia (como pode ocorrer no tratamento com tia- zida), jejum, hipomagnesemia, andrógenos, gliconeogenese e dietas de resíduo ácido. O citrato pode ser consumido na urina pelas bactérias, durante uma infecção do trato urinário. Em alguns casos, é possível que não se tenha conhecimento da causa da hipocitratúria. Por outro lado, alcalose, dieta de resíduo alcalino, estrogênio e vitamina D aumentam os níveis urinários de citrato. Em geral, a nefrolitíase de cálcio hipocitratúrica (< 320 mg/24 horas) está associada a uma acidose tubular renal do tipo I (tu ́bulo distal), tratamento com tiazida (acompanhado por depleção de potássio) e diarreia crônica. O paciente será tratado com sucesso por suplementação com citrato de potássio. A dose de rotina é 20-30 mEq, duas a três vezes ao dia; comumente, esse regime é bem tolerado. Seis a oito copos de limonada podem aumentar a excreção urinária de citrato em cerca de 150 mg/24 horas; assim, fica limitada ou eliminada a necessidade de suplementação farmacológica de citrato. Cálculos sem cálcio Estruvita Cálculos de estruvita são compostos de magnésio, amônio e fosfato (MAF). Essas concreções são mais comumente observadas em mulheres, e recidivas podem acontecer com rapidez. Muitas vezes se apresentam na forma de cálculos renais coraliformes, e rara- mente como cálculos ureterais, exceto em seguida a uma intervenção cirúrgica. Cálculos de estruvita são cálculos infecciosos associados a microrganismos produtores de urease, como Proteus, Pseudomonas, Providencia, Klebsiella, Staphylococcus e Mycoplasma. A elevada concentração de amônio derivada dos microrganismos produtores de uréase (cálculos de estruvita são produtores de uréase) resulta em um pH urinário alcalino. O pH urinário de um paciente com cálculo MAF raramente se situa abaixo de 7,2 (o pH urinário normal é 5,85). É apenas nesse elevado pH urinário (> 7,19) que ocorre precipitação dos cristais MAF. Esses cristais são solúveis na faixa de pH urinário normal de 5-7. Ácido úrico Cálculos de ácido úrico representam menos de 5% de todos os cálculos urinários, e são habitualmente encontrados em homens. Pacientes com gota, doenças mieloproliferativas ou com perda de peso rápida, e pacientes tratados para moléstias malignas com drogas citotóxicas tem elevada incidência de litíase por ácido úrico. Mas muitos pacientes com cálculos de ácido úrico não demonstram hiperuricemia. Com frequência, níveis elevados de ácido úrico decorrem da desidratação e da excessiva ingestão de purinas. Os pacientes se apresentam com um pH urinário consistentemente abaixo de 5,5, em contraste com pacientes com nefrolitíase de cálcio hiperuricosúrica, que tem pH urinário acima de 5,5. Com o aumento do pH urinário acima da constante de dissociação pKa de 5,75, ocorre dissociação do ácido úrico até́ um íon urato relativamente solúvel. O trata- mento se concentra na manutenção de um volume de urina > 2 L/dia e de um pH urinário > 6,0. A redução das purinas na alimentação (ou a administração de alopurinol) também ajuda a reduzir a excreção de ácido úrico. Cistina Litíase de cistina é secundária a um erro inato do metabolismo, que resulta na absorção anormal de aminoácidos dibásicos (cistina, ornitina, lisina e arginina) pela mucosa do intestino delgado e túbulos renais. Atualmente, os defeitos genéticos associados a cistinúria já ́ foram mapeados no cromossomo 2p.16 e, mais recentemente, no cromossomo 19q13.1. Litíase de cistina é a única manifestação clinica desse defeito. A cistinúria clássica é herdada por modo autossômico recessivo. A expressão homozigótica tem prevalência de 1:20.000, enquanto a expressão heterozigótica é de 1:2.000. A litíase de cistina representa 1-2% de todos os cálculos urinários, com um pico de incidência na segunda ou terceira década de vida. Cistinúricos homozigotos excretam mais de 250 mg/dia, o que resulta em constante supersaturação. Em geral, pacientes heterozigotos excretam 100-150 mg/dia. Pacientes não afetados tipicamente excretam menos de 40 mg/dia. Cerca de 400 mg/L de cistina podem permanecer em solução em um pH urinário de 7,0. Com o aumento do pH urinário para valores acima de 7,0, a quantidade de cistina solúvel aumenta exponencialmente. Xantina Cálculos de xantina se formam secundaria- mente a uma deficiência congênita da xantina oxidase. Essa enzima normalmente catalisa a oxidação de hipoxantina até ́ xantina, e de xantina até ácido úrico. É interessante saber que o alopurinol, utilizado no tratamento da nefrolitíase de cálcio hiperuricosúrica e da litíase por ácido úrico, causa xantinúria iatrogênica. Os níveis sanguíneos e urinários de ácido úrico ficam reduzidos, e aumentam os níveis de hipoxantina e xantina; contudo, não foram publicados relatos de casos de formação de cálculos de xantina em decorrencia do tratamento com alopurinol. E ́ improvável que esse medicamento iniba completamente a xantinaoxidase. Ocorre formação de cálculos urinários em cerca de 25% dos pacientes com deficiência de xantina oxidase. As pedras são radiolucentes, e tem cor amarelo-bronze. O tratamento deve ser orientado pelos sintomas e pela evidencia de obstrução renal. Como profilaxia, o paciente devera ́ consumir grande volume de líquidos e alcalinizar a urina. Se houver recorrência das pedras, as medidas apropriadas serão: medicação com alopurinol durante algum tempo e implantação de uma dieta com restrição de purinas. Indinavir Inibidores das proteases constituem um tratamento popular e eficaz em pacientes com síndrome da imunodeficiencia adquirida. Indinavir é o inibidor das proteases mais comum, resultando em cálculos radiolucentes em até́ 6% dos pacientes que usam esse medicamento. Cálculos de indinavir são as únicas pedras urinarias que se mostram radiolucentes nos scans de TC não contrastadas. Esses cálculos podem estar associados a componentes de cálcio e, nessas situações, serão visíveis em imagens de TC não contrastadas. Cessação temporária da medicação e hidratação intravenosa são medidas que frequentemente permitem a expulsão dessas concreções. Os cálculos tem cor vermelho-bronze e, em geral, se rompem durante a extração com cestas. Cálculos raros Pedras de silicato são muito raras, e estão habitualmente associadas ao uso prolongado de antiácidos contendo sílica. O tratamento cirúrgico é similar ao de outros cálculos. Cálculos de triantereno são radiolucentes; essas concreções vem sendo identificadas com crescente frequência. Os cálculos associam-se a medicamentos anti- hipertensivos contendo triantereno; por exemplo, Dyazide®. A descontinuação da medicação elimina as recorrencias dos cálculos. Glafenina e antrafenina são outras medicações que podem tornar-se constituintes de cálculos. Sinais e sintomas Os principais sintomas clínicos da urolitíase são: cólica renal, hematúria (sangue na urina) e sintomas urinários irritativos. A dor decorrente de cálculo urinário é típica e geralmente decorre da migração do cálculo com obstrução parcial ou completa do ureter. Após obstrução ureteral, ocorre ureterohidronefrose a montante com subsequente distenção da pelve e cápsula renal, as quais estimulam o sistema nervoso central através dos nervos esplâncnicos e do plexo celíaco, causando o sintoma de dor. As características da dor renal devido à obstrução ureteral são: Dor em cólica Início súbito Localizada na região lombar do mesmo lado da obstrução Irradiação para testículos, uretra ou lábios vaginais, na mulher Forte intensidade Sem posição que possa diminuir a dor Geralmente é necessária medicação endovenosa para alívio da dor Acompanhada de náuseas e vômitos Acompanhada de sintomas urinários A hematúria que frequentemente está associada ao cálculo urinário pode ser macroscópica ou microscópica. A hematúria algumas vezes pode estar ausente, principalmente na ocorrência de obstrução completa que não permite a passagem de sangue e coágulos. Sintomas urinários frequentes como disúria, polaciúria e urgência miccional podem estar associados à cólica renal. Geralmente esses sintomas estão presentes quando o cálculo estiver localizado no ureter distal devido a irritação vesical, na associação com infecção urinária, presença de cálculo intra-vesical e durante sua eliminação. Dor A dor de origem renal pode ser referida como cólica ou outro tipo de dor que não cólica. Comumente a cólica renal e ́ provocada pela distensão do sistema coletor ou ureter, enquanto a dor renal não cólica é causada pela distensão da cápsula renal. Pode ocorrer superposição desses sintomas, o que torna a diferenciação clínica difícil ou impossível. Obstrução urinária é o principal mecanismo responsável pela cólica renal. Essa dor pode ser mimetizada pela dor sentida pelo paciente, quando se realiza uma ureteropielografia retrógrada com anestesia local, em que a pressão excessiva resulta em superdistensão do sistema coletor. Essa dor decorre do aumento direto na pressão intraluminal, que promove distensão das terminações nervosas. Nem sempre a cólica renal surge e desaparece ou chega em ondas, como a cólica intestinal ou biliar; podendo ser relativamente constante. Cólica renal implica origem intraluminal. Pacientes com cálculos renais sentem dor principalmente pela obstrução urinária. Mecanismos locais como inflamação, edema, hiperperistaltismo e irritação da mucosa podem contribuir para a percepção da dor em pacientes com cálculos renais. No ureter, o local da dor está relacionado com a distribuição do nervo ilioinguinal e do ramo genital do nervo genitofemoral, enquanto a dor de obstrução está ́ relacionada com as mesmas áreas dos cálculos no sistema coletor (flanco e ângulo costovertebral); isso permite que se faça a devida discriminação. A grande maioria dos cálculos urinários se apresenta com o surgimento agudo da dor causada por obstrução aguda e distensão do trato urinário superior. A intensidade e a localização da dor podem variar de paciente para paciente, por causa do tamanho do cálculo, sua localização, grau de obstrução, velocidade de instalação da obstrução e variações na anatomia individual (p. ex., pelve intra-renal versus extra-renal). O tamanho da pedra não tem correlação com a intensidade dos sintomas. Pequenos cálculos ureterais frequentemente se apresentam com dor intensa, enquanto grandes cálculos coraliformes podem apresentar-se com uma dor indefinida, ou com desconforto na região do flanco. Com frequência a dor surge abruptamente e e ́ intensa, podendo despertar o paciente de seu sono. A intensidade da dor aumenta pela natureza inesperada de seu surgimento. Muitas vezes os pacientes se movimentam de modo constante, assumindo posições incomuns, na tentativa de aliviar a dor. Esse movimento contrasta com a ausência de movimento de alguém com sinais peritoniais; esse paciente fica em posição estática. Os sintomas de cólica renal aguda dependem da localização do cálculo; podem estar envolvidas várias regiões – cálice renal, pelve renal, partes superior e média do ureter e parte distal do ureter. A exceção é uma progressão ordenada dos sintomas, à medida que a pedra avança pelo trato urinário. Cálice renal Cálculos ou outros objetos em cálices ou divertículos caliciais podem causar obstrução e cólica renal. Em geral, pedras que não estejam causando obstrução provocam dor apenas periodicamente, em virtude de obstruções intermitentes. A dor e ́ do tipo profundo e indeterminado no flanco ou nas costas; quanto a intensidade, pode variar de grave até ́ branda. A dor pode ser exacerbada depois que o paciente ingeriu grande volume de líquidos. É possível que as imagens radiográficas não revelem evidencia de obstrução, apesar das queixas de sintomas intermitentes por parte do paciente. Ainda não foi esclarecido quanto dessa dor se relaciona a irritação da mucosa local, com a ativação dos quimiorreceptores. Além da obstrção, a presença de infecção ou inflamação no cálice ou divertículo (leite de cálcio, p. ex.) pode contribuir para a percepção da dor. Ocasionalmente, cálculos caliciais resultam em perfuração espontanea, com formação de urinoma, fistula ou abscesso. Muitas vezes os cálculos caliciais sa ̃o pequenos e numerosos, e parecem ser capazes de deixar o organismo espontaneamente. Obstrução contra o fluxo urina ́- rio e contra as forc ̧as da gravidade e do peristaltismo anterógrado durante muito tempo sugere um elemento significativo de obstrução. Para um tratamento efetivo a longo prazo, há necessidade de extrac ̧ão dos cálculos e eliminação do componente causador da obstrução. Muitos pacientesinformaram alivio da dor após tratamento com LECO para pequenos cálculos caliciais sintomáticos. Portanto, quando um paciente continua a se queixar de dor por causa de um pequeno cálculo calicial, pode-se justificar o tratamento com LECO, com finalidade tanto diagnostica como terapêutica. Técnicas percutâneas, retrogradas e laparoscópicas tem obtido êxito no tratamento de cálculos em cálices ou em divertículos caliciais. Pelve renal JUP - junção ureter / pélvica: localização que mais dói. Cálculos na pelve renal com mais de 1 cm de diâmetro comumente obstruem a junção ureteropélvica, em geral provocando dores intensas no ângulo costo-vertebral, em um ponto imediatamente lateral ao músculo sacrospinal e imediatamente abaixo da 12a costela. Com freqüe ̂ncia a dor se irradia para o flanco e também anteriormente, até́ o quadrante abdominal superior ipsilateral. Pode ser confundida com cólica biliar ou colecistite, se ocorrer no lado direito, e com gastrite, pancreatite aguda, ou úlcera péptica, se ocorrer no lado esquerdo – sobretudo se o paciente também exibir anorexia, náusea ou emese. Obstrução da junção ureteropélvica Quando não tratados, esses cálculos coraliformes “silenciosos” frequentemente podem causar morbidade significativa, como deterioração renal e/ou complicações infecciosas. Partes superior e me ́dia do ureter Cálculos ou outros objetos na parte superior ou média do ureter causam, com frequência, dor intensa e aguda nas costas (ângulo costovertebral) ou no flanco. A dor pode ser mais intensa e intermitente se a pedra estiver progredindo através do ureter e causando obstrução intermitente. Uma pedra que fique alojada em determinado local pode causar menos dor, sobretudo se provocar obstrução apenas parcial. Cálculos fixos, resultando em obstrução muito significativa mas constante, podem permitir a descompressão do trato superior pelos reflexos auto-reguladores e pelo refluxo retrógrado pielovenoso e pielolinfático; desse modo, a diminuição na pressão intraluminal minimizara ́ gradualmente a dor. Dor associada a cálculos ureterais frequentemente se projeta ate ́ as regiões inervadas pelas raízes dos nervos espinais e dermatomicos correspondentes. Ureter distal Cálculos na parte inferior do ureter frequentemente causam dor que se irradia até́ a virilha ou o testículo, em homens, e até ́ os grandes lábios em mulheres. Essa dor referida muitas vezes e ́ gerada a partir do ramo íleo- inguinal ou genital dos nervos genitofemorais. Hematúria Uma urinálise completa ajuda a confirmar o diagnóstico de cálculo urinário, por avaliar hematúria e cristalúria e documentar o pH urinário. É frequente que pacientes admitam ter episódios intermitentes de hematúria visível ou, ocasionalmente, uma urina cor de chá́ (sangue antigo). Muitos pacientes exibirão pelo menos microematúria. Raramente (em 10-15% dos casos) o paciente se apresenta com obstrução ureteral completa, sem microematu ́ria. Infecção Cálculos de fosfato de amônio e magnésio (estruvita) são sinônimo de cálculos infecciosos. Esses cálculos estão em geral, associados a infecções por Proteus, Pseudomonas, Providencia, Klebsiella e Staphylococcus. Raramente, ou nunca, estarão associados a infecções por Escherichia coli. Pedras de fosfato de cálcio constituem a segunda variedade de cálculos associados a infecções. Pedras de fosfato de madas “cálculos de brushita”, enquanto cálculos infecciosos de apatita tem pH urinário > 6,6. A inflamação local causada pela infecção pode levar a ativação de quimiorreceptores e a percepção de dor local, com seu padrão de dor referida correspondente. Pionefrose Cálculos obstrutivos podem evoluir com desenvolvimento de pionefrose. Ao contrário da pielonefrite, a pionefrose implica a presença macroscópica de pus em um sistema coletor obstruído. Trata-se de uma forma extrema de hidronefrose infectada. Pielonefrite xantogranulomatosa A pielonefrite xantogranulomatosa está associada a obstrução e infecção do trato superior. Um terço dos pacientes se apresenta com cálculos; dois terços, com dor no flanco, febre e calafrios. Metade dos pacientes tem bacteriúria persistente. Comumente, a urinálise revela numerosos eritrócitos e leucócitos. Febre associada A associação de cálculos urinários com febre é uma emergência clinica relativa. Os sinais de sepse clínica são variáveis: febre, taquicardia, hipotensão e vasodilatação cutânea. Febre associada a obstrução do trato urinário exige descompressão imediata. Avaliação Diagnostico diferencial: Cálculos urinários podem mimetizar outros estados patológicos retroperitoniais e peritoniais. Deve ser estabelecido um diagnóstico diferencial completo do abdome agudo, considerando apendicite aguda, gestações ectópicas e não reconhecidas, condições patológicas ovarianas, como torção de cisto ovariano, doença diverticular, obstrução intestinal, cálculos biliares com e sem obstrução, úlcera péptica, embolia de artéria renal aguda e aneurisma aórtico abdominal – apenas para mencionar algumas doenças. Durante o exame físico, devemos procurar sinais peritoneais. Histórico: Uma avaliação adequada exige um histórico completo. Deve-se avaliar a natureza da dor, levando-se em conta seu surgimento, suas características, sua possível irradiação, as atividades que exacerbam ou minimizam a dor, sua associação com náusea, vomito ou hematúria macroscópica e histórico de dor similar. Com frequência, pacientes que anteriormente tiveram cálculos também sofreram dores parecidas no passado (mas não em todos os casos). Fatores de risco: cristaluria, fatores socioeconômicos, dieta, ocupação, clima, histórico familiar, medicações. Exames Exame físico: O paciente geralmente se apresenta: Ansioso e inquieto devido à dor intensa Palidez cutânea Taquicardia Sinal de Giordano positivo (punho percussão da região lombar) Durante a palpação abdominal pode apresentar irritação peritoneal e distensão abdominal O exame físico detalhado e ́ um componente essencial da avaliação de qualquer paciente sob suspeita de ter cálculo urinário. Ao se apresentar com cólica renal aguda, o paciente encontra-se tipicamente com dores intensas, frequentemente tentando alivio em posições variadas e bizarras. Esse fato ajuda a diferenciar pacientes com essa condição de pacientes com peritonite, que se mostram temerosos de se mover. Os componentes sistêmicos da cólica renal podem ser evidentes: taquicardia, sudorese e náusea, muitas vezes significativos. Um exame abdominal detalhado deve excluir outras causas de dor abdominal. Tumores abdominais, aneurismas aórticos abdominais, discos lombares herniados e gravidez podem mimetizar cólica renal. A dor referida pode ser similar por causa das vias nervosas aferentes comuns. Íleo paralítico pode estar associado a cólica renal ou a outros processos intraperitoneais ou retroperitoneais. Deve-se fazer palpação da bexiga, porque retenção urinária pode se apresentar com dor semelhante à da cólica renal. Hérnias inguinais encarceradas, epididimite, orquite e estados patológicos da pelve feminina podem mimetizar cálculos urinários. Um exame retal ajuda a excluir outras patologias. Exames subsidiários Vários exames são possíveis para o diagnóstico de urolitíase, no entanto, de forma didática podemos dividi-los em 3 categorias: Diagnóstico no Pronto-socorro Investigação de cálculo renal Exames complexos, na dúvida de diagnóstico e tratamento Diagnóstico no Pronto-socorro Quando o paciente comparece ao Prontosocorro devido à cólica renal, o diagnóstico deverá ser baseado na história clínica e exame físico.Nesse momento, além do diagnóstico rápido, o mais importante é o alívio da dor. Em situações de dúvidas, devemos realizar exames simples e baratos como o de Urina tipo I e RX simples de abdômen. Urina I: Esse exame serve para pesquisa principalmente de hematúria que conforme exposto anteriormente pode estar associada à urolitíase. Pesquisa de leucócitos, os quais são inespecíficos, mas podem estar associados a com urolitíase e infecção. RX simples de Abdômen: Embora o exame ideal de RX simples de abdômen necessite de preparo adequado, esse exame realizado sem preparo no prontosocorro pode ser útil para identificar calcificações no trajeto do ureter e intrarenal. É importante ressaltar que também se trata de um exame inespecífico que é capaz de detectar somente calcificações maiores de 2-3 mm, desde que não haja sobreposição de gases, resíduos e estruturas ósseas. Investigação de cálculo renal Ultra-sonografia de abdômen: Trata- se de um exame barato, que pode ser repetido várias vezes, sem o inconveniente da radiação e injeção de contraste iodado. Bom para avaliação intra-renal, vesical e ureter distal. No entanto, apresenta dificuldade na avaliação de possíveis cálculos em ureter médio e proximal. Urografia Excretora: Também é um exame barato, mas apresenta os inconvenientes da radiação e injeção de contraste iodado. Bom para avaliação de todo trato urinário alto, inclusive avaliação indireta da função renal, através da excreção do contraste iodado. Bom para planejamento terapêutico e avaliação de prognóstico do tratamento da urolitíase. Tomografia Computadorizada (CT): Atualmente com a possibilidade de reconstrução de imagens em 3D, é um excelente exame para avaliação de todo o trato urinário. A exposição à radiação é muito baixa, porém necessita de injeção de contrastes. A principal limitação do método é o seu preço, inacessível a maior parte dos nossos pacientes. Exames complexos, na dúvida de diagnóstico e tratamento Uretero-pielografia: A uretero- pielografia é um exame invasivo, pouco utilizado nos dias atuais, no qual o contraste deverá ser injetado diretamente na via excretora; ureter, pelve e cálices renais. O contraste pode ser injetado por via retrógrada (ascendente), através de um cateter ureteral inserido no ureter de forma endoscópica uretro-vesical, ou por via anterógrada (descendente), através de punção da pelve ou cálices renais Ressonância Nuclear Magnética: Excelente exame para avaliação de todo trato urinário e que não apresenta o inconveniente de exposição à radiação e injeção de contrastes. É o exame de escolha para gestantes e pacientes com alergias aos contrastes iodados. O grande inconveniente é o seu preço que é maior do que a CT de abdômen. Tratamento Devido ao fato de a grande maioria dos cálculos ser menor de 5 mm e apresentar eliminação espontânea, o tratamento clínico expectante ainda é o mais indicado. Nessa situação, devemos orientar os pacientes quanto às medicações de uso domiciliar (analgésicos e antiinflamatórios) e o aumento da hidratação, com o intuito de promover a diurese e diminuir o tempo de eliminação do cálculo. Atualmente, algumas medicações têm sido descritas para o tratamento de cálculo, também abreviando o tempo de eliminação dos mesmos. Desse grupo de drogas as mais utilizadas são os alfa-bloqueadores (tansulosina). Quando não houver resolução espontânea, na ocorrência de infecção, dor incoercível aos tratamentos preconizados, prejuízo da função renal ou cálculos maiores de 2 cm sem possibilidade de eliminação, o tratamento para extração do cálculo deverá ser realizado. O tratamento do cálculo urinário pode ser dividido em 3 etapas: Tratamento da cólica renal Acompanhamento clínico ou extração do cálculo Prevenção da formação de novos cálculos Tratamento da cólica renal (Pronto- socorro): O tratamento consistirá de analgesia com: Analgésicos (por via endovenosa) Antiespasmódicos (por via endovenosa) Antiinflamatórios não esteroide Opiáceos (morfina/meperidina) É importante ressaltar que o diagnóstico e tratamento deverão ser realizados de forma rápida, devido à intensidade da dor, e pelo médico plantonista do Pronto-socorro. Internação, caso não haja melhora da dor com o tratamento acima: Analgesia com as drogas citadas acima, com a vantagem da infusão contínua por via endovenosa Possibilidade de investigação através de exames mais detalhados (Ultra- sonografia, Urografia exc retora e Tomografia Computadorizada de abdômen), durante a internação. Acompanhamento clínico ou extração do cálculo: Nessa etapa, embora o Clínico Geral esteja habilitado a iniciar a investigação, o tratamento e acompanhamento do cálculo urinário deverão ser realizados pelo Urologista. Tratamentos possíveis: Clínico expectante (possível em 80-90% dos pacientes); Uso de medicações: alfa-bloqueadores, corticóides, nifedipina, etc.; Litotripsia externa por ondas de choque; Cirurgias endoscópicas: percutâneas, ureteroscopia; Cirurgias convencionais. Terapia expulsiva: AINE associado a alfa bloqueadores (tansulosina) Litotripsia extracorpórea por ondas de choque: Pouco invasivo; eficaz para cálculos menores de 2 cm; realizado de forma ambulatorial; pode ser realizado com ou sem anestesia; 1ª opção em quase todos os cálculos (renais e ureterais) Consiste de tratamento externo realizado por uma máquina produtora de ondas de choque, de baixa freqüência e alta energia. As ondas são direcionadas através de RX ou ultra-som para o cálculo que será posteriormente, fragmentado e eliminado de forma espontânea. Primeiramente o médico localiza o cálculo. Para isso vale-se, por exemplo, de Rx ou ultrassonografia. Assim que a localização for acertada, inicia-se a emissão das ondas de choque. Nefrolitotomia percutânea: Método invasivo; necessita de internação e anestesia; bastante eficaz; Necessita de aparelhos específicos: sistemas de radioscopia, nefroscópio, endocâmera, monitor, pinças, cateteres para dilatação, litrotidores, etc. Realizada por via anterógrada (intrarenal), na região lombar; incisão de 1-2 cm; 1ª opção: coraliforme// insucesso com LEOC Litotripsia direta, que consiste de fragmentação direta com litotridores: ultrasônico/ laser/ pneumático/ eletro- hidráulico Ureterolitotripsia: Método invasivo; Também necessita de internação e anestesia - Bastante eficaz. Também necessita de aparelhos específicos: sistemas de radioscopia, ureteroscópio, endocâmera, monitor, pinças, cateteres, litrotidores, etc. Realizada por via retrógrada (intraureteral), via endoscópica uretral, sem incisões. 1ª opção: cálculos ureterais distais/ insucesso com LEOC/ atualmente, com ureteroscópios flexíveis é possível tratar de pequenos cálculos intra-renais Litotripsia direta: ultrassônica/ laser/ balístico/ eletrohidráulico. Cirurgia aberta para calculos: A cirurgia aberta para cálculos é o procedimento clássico para a remoção dessas concreções. A morbidade da incisão, a possibilidade de fragmentos residuais, além da facilidade e do exito de técnicas menos invasivas tornaram incomum a prática desse procedimento sempre que ha disponibilidade de instrumentos e de experiência cirúrgica. É indispensável a obtenção de uma radiografia antes de fazer a incisão; os cálculos se movimentam com frequência. Há diversas incisões possíveis para acesso ao rim. Nefrolitotomia anatrofica: A nefrolitotomia anatrófica é utilizada em casos de cálculos coraliformes complexos. Um cálculo coraliforme completo consiste em um molde da pelve renale dos cálices renais. Um cálculo coraliforme parcial envolve a pelve renal e se estende até ́ pelo menos dois infundíbulos. Nefrotomia radial: A nefrotomia radial permite acesso a cálices limitados do sistema coletor, sendo abordagem apropriada para cálculos localizados. A nefrotomia radial é frequentemente empregada em cálices rompidos e com parênquima suprajacente delgado. Prevenção Aumento da ingestão de líquidos: Os doentes devem beber cerca de 2 litros de líquidos por dia (3 litros em dias de maior calor) para tornar a urina menos concentrada e dificultar a formação de novos cálculos. Todavia, não é qualquer tipo de líquido que pode ser ingerido. Água, sumo de laranja, limão e maça são recomendados. Chá preto, café e refrigerantes à base de cola devem ser evitados. É a medida mais importante pois na ausência de qualquer outro tratamento pode diminuir a formação de litíase em cerca de 60 % dos doentes. Alterações gerais na alimentação para prevenção da litíase: As recomendações que se seguem podem ser feitas pelo médico urologista a todos os doentes com litíase urinária sem necessidade de apoio de um nutricionista. Deve ingerir leite e derivados (alimentos ricos em cálcio) em quantidades moderadas, geralmente duas vezes ao dia. No entanto, não se recomenda a restrição total de alimentos ricos em do cálcio na dieta. Devem ingerir carnes (que deve ser magras) em quantidades moderadas, para reduzir a ingestão de proteínas. Diminua a quantidade de sal na preparação dos alimentos e evite alimentos salgados como presunto, mortadela ou salsicha. Prefira o pão integral e de centeio aos pães brancos fermentados. Coma gordura moderadamente e substitua o açúcar por adoçante. As leguminosas como feijão e lentilha, não devem ser consumidas mais do que uma vez por dia. Recomenda-se ainda a ingestão regular dos seguintes alimentos devido ao alto teor de substâncias inibidoras da formação de todos os tipos de cálculo: arroz, batatas (excepto batata doce), clara de ovo, margarina, óleos vegetais, mel, maionese, bolachas de água e sal, frutas como abacaxi, uva, melancia, pêra e cereja. Por outro lado, os alimentos indicados na tabela anexa devem ser evitados ou consumidos em quantidades moderadas por todos os doentes com litíase urinária Prevenção dos cálculos que contêm cálcio: Como os cálculos de cálcio representam 80% de todos os cálculos urinários, as alterações gerais na dieta anteriormente referidas são geralmente suficientes para a prevenção da sua formação. Quando as medidas anteriores não são suficientes, medicamentos diuréticos (tiazidas) e citrato de potássio oral (Uralit U®) são prescritos. Prevenção da formação de cálculos de oxalato de cálcio: Para além das medidas para a prevenção dos cálculos de cálcio em geral, devem ser evitados os alimentos ricos em oxalato, tais como: batata-doce, beterraba, espinafre, chocolate, café, chá, refrigerantes à base de cola e frutos secos (sobretudo nozes). Prevenção da formação de cálculos de ácido úrico: A prevenção da formação de cálculos de ácido úrico implica a normalização da excreção desta substância na urina. Isto é conseguido através de uma diminuição da ingestão de carnes gordas (porco e pato) e jovens (frango, vitela, cabrito, leitão), órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova), conservas, mariscos, queijos e bebidas alcoólicas (cerveja) (2). Se estas medidas dietéticas se revelam insuficientes, poderá estar indicada a administração do medicamento alopurinol. Prevenção da formação de cálculos de estruvite: Os cálculos de estruvite, ou cálculos infecciosos, são causados por infecções urinárias de repetição do aparelho urinário por determinado tipo de bactérias. Além da eliminação completa dos cálculos, a prevenção de infecções urinárias de repetição poderá implicar a utilização prolongada de antibióticos específicos para o referido tipo de bactérias, para manutenção de urina estéril. Em casos particulares, poderá utilizar-se ácido acetohidroxâmico. Prevenção da formação de cálculos de cistina: Para a prevenção destes cálculos recomenda- se a terapêutica com citrato de potássio oral e captopril. Prevenção especifica: Aumentar ou diminuir pH urinário; Citrato de Potássio (inibe a formação de cálculos de cálcio): em casos de Hipocitratúria, Hiperuricosúria, Acidose Tubular Renal, podendo também ser utilizado em casos de Hipercalciúria. Está contraindicado em caso de infecção urinária associada. Diuréticos tiazídicos quando a etiologia for hipercalciúria renal; Paratireoidectomia cirúrgica na doença de hiperparatireoidismo, comprovada pelo aumento do paratormônio; Hiperuricosúria: Alopurinol - Inibidor da Xantina Oxidase Dieta para controle de ácido úrico, doença de hiperuricemia; D-penicilina, doença de cistinúria Drogas específicas: alfa mercaptopropionilglicina em casos de cistinúria, vitamina B6 em casos de Hiperoxalúria primária, etc Hiperoxalúria: restrição de oxalato e ingestão normal de cálcio e magnésio. Cistinúria: uso de quelantes.
Compartilhar