Tinturas-mãe (1)

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KROTON EDUCACIONAL. 
Faculdade Anhanguera de Anápolis. 
Farmácia. 
 
 HOMEOPATIA 
 
Professor: Marcelo Garcez Rodrigues. 
 
Anápolis, 2021. 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=anhanguera&source=images&cd=&cad=rja&docid=Qh_ni1Ew0G0lyM&tbnid=vB0T1YFWsXae6M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.brandsoftheworld.com/logo/anhanguera-2?original=1&ei=rHEtUarEJIPM9gTNy4DQCQ&bvm=bv.42965579,d.eWU&psig=AFQjCNEgIJ6tWwls1zvdSBKjpImct1N96A&ust=1362019093737985
 
TINTURAS HOMEOPÁTICAS 
 
 
Tintura-mãe? (TM ou ): 
 
 
 
É o resultado da ação extrativa ou dissolvente, por 
contato íntimo e prolongado, de um insumo inerte 
[líquido extrator] hidroalcoólico ou hidroglicerinado 
sobre determinada droga vegetal ou animal, fresca ou 
dessecada, por meio dos processos de maceração ou 
percolação (FHB, III ed.). 
 
 
 
- Segundo a FHB III ed., tintura-mãe é uma forma 
farmacêutica básica, pois se trata de preparação que 
constitui ponto de partida [insumo ativo] para a 
manipulação das formas farmacêuticas derivadas e de todas 
as potências medicamentosas; 
 
 
 
Tintura-mãe? (TM ou ): 
- A TM pode ser obtida a partir de vegetal fresco ou 
dessecado e de animal vivo, recém-sacrificado ou 
dessecado; 
- Para matéria-prima de origem mineral, a forma 
farmacêutica básica é o próprio mineral  (solubilizado e, 
se insolúvel – triturado); 
 
 
 
Tintura-mãe? (TM ou ): 
Processos de Obtenção de : 
-  Maceração » vegetal fresco ou dessecado / animal; 
-  Percolação » vegetal dessecado; 
-  MACERAÇÃO » Processo extrativo que consiste em 
deixar a droga vegetal ( grau de divisão) ou animal em 
contato com o veículo extrator adequado, com agitação 
esporádica, por certo tempo  20 dias  filtra; 
- O filtrado fica em repouso por 48 horas  completa o 
volume  armazena em vidro âmbar. 
 
 
 
 
 
 
Processos de Obtenção de : 
-  MACERAÇÃO: 
- Fenômenos envolvidos: Osmose e Difusão > droga 
fracionada para permitir o maior contato possível das 
células com o líquido extrator. 
- Importante: Volume do líquido extrator e agitação 
esporádica. 
 
 
 
 
 
 
Processos de Obtenção de : 
-  PERCOLAÇÃO » Processo extrativo que 
consiste fazer passar o insumo inerte através 
da droga já umedecida [(volume do líquido 
extrator – 20% do peso da droga seca) – para 
maceração prévia: 4h], contida em um 
recipiente cônico (percolador), onde o líquido 
extrator é continuamente deslocado de cima 
para baixo até que todos os fármacos solúveis 
sejam esgotados. 
- Repouso: 24 hs. antes do gotejamento  
abertura do dispositivo inferior: 8 gts./min por 
100 g droga  filtrado em repouso por 48 hs. 
 acondicionamento em vidro âmbar. 
 
 
 
 
 
 
 
1 p droga: 9 p líquido extrator 
Processos de Obtenção de : 
-  PERCOLAÇÃO: 
- Caráter cinético da lixiviação  Solvente em movimento 
contínuo → renovação permanente do solvente → 
extração exaustiva (esgotamento da matéria prima). 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação da TM a partir de Vegetal 
Fresco: 
-  Eliminação de partes deterioradas e impurezas; 
-  Lavagem do vegetal com água corrente e posteriormente 
com água destilada; 
-  Secagem com pano limpo  para que a H2O não dilua a 
tintura; 
-  Prepara-se somente pela técnica da maceração, porém 
devendo-se calcular anteriormente o resíduo sólido (r. sol.). 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
-  Toda TM, exceto as de origem animal, devem manter uma 
proporção de 1:10 entre o insumo ativo e o insumo inerte; 
-  O vegetal fresco carrega uma grande quantidade de água, 
portanto o insumo ativo está muito diluído, desta forma 
deve-se calcular o r. sol. a fim de se determinar a 
quantidade real de insumo ativo contida no vegetal fresco: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
-  A porcentagem de r. sol. de um vegetal é determinada da 
seguinte forma: 
-  100 g de vegetal picado são colocados em uma cápsula de 
porcelana previamente tarada e levados à estufa em 
temperatura  a 50º até atingir peso constante  este peso 
final é o r. sol. (%); 
-  Se o r. sol. obtido for  a 20%, considerá-lo = a 20%; 
-  Graduação alcoólica para o prepara do TM: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resíduo sólido Teor alcoólico 
Até 29% Usar etanol a 90% (v/v) 
Entre 30 e 39% Usar etanol a 80% (v/v) 
= ou  40% Usar etanol a 70% (v/v) 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
-  A porcentagem de r. sol. de um vegetal é determinada da 
seguinte forma: 
-  Para descobrir a quantidade final da TM basta multiplicar 
o r. sol. encontrado por 10 (proporção é de 1:10); 
-  Com esses dados pode-se ainda calcular quanto de líquido 
extrator [etanol] será utilizado para o preparo da T.M.: 
Basta subtrair da quantidade final de TM a quantidade de 
água do vegetal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foi verificado que o r. sol. de 400 g de vegetal fresco é 
de 25%. Pede-se: 
a) Quantidade (volume) final de TM; 
b) Quantidade de líquido extrator utilizado para o 
preparo da TM; 
c) Graduação alcoólica final da TM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25% de 400 g. = 100 g. (r. sol. total); 
TM = r. sol. total x 10 
TM = 100 x 10 = 1000 mL (quantidade final da TM) 
 
 
 
 
 
 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
 
 
Foi verificado que o r. sol. de 400 g de vegetal fresco é 
de 25%. Pede-se: 
a) Quantidade (volume) final de TM; 
b) Quantidade de líquido extrator utilizado para o 
preparo da TM; 
c) Graduação alcoólica final da TM. 
 
 
 
 
 
75% de 400 g. = 300 g. (água) / 
400 g. - 100 g. = 300 g. (água) ; 
TM (quantidade final) – quantid. de H2O do vegetal = 
= 1000 - 300 = 700 mL (quantidade de líquido extrator) 
 
 
 
 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
 
 
Foi verificado que o r. sol. de 400 g de vegetal fresco é 
de 25%. Pede-se: 
a) Quantidade (volume) final de TM; 
b) Quantidade de líquido extrator utilizado para o 
preparo da TM; 
c) Graduação alcoólica final da TM. 
 
 
 
 
 
 
Ci x Vi = Cf x Vf 
90% x 700 = Cf x 1.000 
Cf = 63.000 / 1000 
Cf = 63% (graduação alcoólica final da TM) 
 
 
 
 
Cálculo do resíduo sólido (r. sol.): 
Maceração: 
-  Misturar o vegetal fresco devidamente rasurado com 
85% do volume total do álcool de teor e quantidade obtidos 
conforme visto anteriormente. Ex.: 85% de 700 mL líquido 
extrator = 595 mL álcool 90% com 400 g. vegetal fresco; 
-  Deixar essa mistura em recipiente de vidro ou inox 
tampado, ao abrigo da luz e umidade em uma temperatura 
entre 16 e 22%; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceração: 
-  Agitar a mistura, no mínimo 3 vezes ao dia, por 20 dias; 
-  Filtrar, prensar o macerado; 
-  Acrescentar ao resíduo de prensagem q.s. de insumo 
inerte até atingir 10 x o r. sol. (quantidade final da TM). No 
caso exemplificado: completar para 1.000 mL; 
-  Deixar em repouso por 48 horas, filtrar novamente e 
acondicionar em frasco âmbar ao abrigo da luz e da 
umidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação da TM a partir de Vegetal 
fresco: 
Preparação da TM a partir de Vegetal 
Dessecado: 
-  Vegetal dessecado » aquele que foi estabilizado pela 
secagem, ou seja, retirou-se grande parte de seu conteúdo 
em água, de forma que as reações enzimáticas não possam 
ocorrer e os microrganismos não possam proliferar; 
-  Para o preparo de TM a partir de vegetal dessecado [está 
praticamente isenta de umidade] não é necessário calcular o 
r. sol., basta utilizar o insumo inerte indicado na 
monografia da planta na quantidade que mantenha a 
proporção 1:10. 
- Pode-se utilizar 2 técnicas de preparação: 
-  Maceração; 
-  Percolação; 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação da TM a partir de Animal vivo, 
recém-sacrificado ou dessecado: 
-  O processo empregado é a maceração, sendo o líquido 
extrator uma mistura hidroalcoólica ou hidroglicerinada 
[fígado(Hepatina), tiroide (Thyroidinum), hipófise 
(Hypophysinum)]; 
- Enquanto a relação droga/insumo inerte para as tinturas 
vegetais é de 1:10, nas tinturas animais é de 1:20. 
 
 
 
 
 
Preparação da TM a partir de Animal 
vivo: 
Acondicionamento e conservação da : 
- Conservá-las em frasco de vidro âmbar; 
 
 
 
 
 
 
- TM hidroalcoólica: temp.: 16 – 22º C  1 ano; 
- TM hidroglicerinada: refrigeração  6 meses; 
- Prazo de validade será variável conforme as condições de 
estocagem e a natureza da TM [fenólica, resinosa, 
alcaloídica, tânica]; 
- Em caso de turvação, precipitação ou mudança de 
caracteres organolépticos, a TM deve ser descartada.