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CHOQUE CARDIOGENICO

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CHOQUE CARDIOGENICO
Choque é uma alteração no sistema circulatório que causa perfusão inadequada dos órgãos e da oxigenação tecidual. 
· O passo inicial na abordagem do choque em um doente traumatizado é reconhecer sua presença. 
· O segundo passo é identificar a possível causa. 
· A hemorragia é a causa mais comum de choque em paciente traumatizado. 
FISIOLOGIA CARDÍACA BÁSICA
· O débito cardíaco é definido como o volume de sangue bombeado pelo coração a cada minuto e é determinado pelo produto da frequência cardíaca e do volume sistólico.
· O volume sistólico, ou seja, a quantidade de sangue bombeado a cada contração cardíaca, é determinado pela pré-carga, contratilidade miocárdica e pós-carga.
FISIOPATOLOGIA DA PERDA SANGUÍNEA
· As respostas circulatórias precoces à perda sanguínea constituem-se em mecanismo de compensação:
· Progressiva vasoconstrição da circulação cutânea, muscular e visceral para preservar o fluxo sanguíneo aos rins, coração e cérebro. 
· Aumento da FC na tentativa de preservar o débito cardíaco. (sinal mais precoce, na maioria das vezes)
· Eleva a PA disatólica e reduz a pressão de pulso 
· O retono venoso na fase inicial do choque hemorrágico é preservado em algum grau pelo mecanismo de compensação pela redistribuição do volume sanguíneo no sistema venoso. 
· Hormônios com propriedade vasoativa são liberados na circulação durante os estados de choque (histamina, bradicinina, betaendorfinas e uma cascata de prostanoides)
· Enquanto a célula está sendo má profundida, ela está trocando o metabolismo aeróbico pelo anaeróbico (aumento do ácido lático, CO2). 
· Se não for revertido: o dano celular progride, podendo ocorrer alterações na permeabilidade endotelial, edema tecidual adicional e morte celular. 
· OS OBJETIVOS DO TRATAMENTO DO CHOQUE HEMORRÁGICO SÃO: 
· CONTROLE DA HEMORRAGIA 
· RESTABELECIMENTO DO VOLUME CIRCULANTE. 
· (No choque hemorrágico, os vasopressores são contraindicados porque eles pioram e perfusão tecidual)
RECONHECIMENTO DO CHOQUE 
· Após assegurar a via aérea e a ventilação adequadas, IMPORTANTE avaliar cuidadosamente o circulatório. 
· Não confiar exclusivamente na PA, pois os mecanismos de compensação podem evitar a queda da PA até a perda de 30% da volemia. 
· Atenção à FC, FR, PERFUSÃO CUTÂNEA e à PRESSÃO DE PULSO (diferença da sistólica e diastólica) 
· Sinais mais precoces da perda de volume sanguíneo: 
· Taquicardia 
· Vasoconstrição cutânea. (idosos ou portadores de marcapasso podem não apresentar taquicardia) 
· TODO TRAUMATIZADO FRIO E TAQUICÁRDICO ESTÁ EM CHOQUE ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO. 
· Hematócrito e hemoglobina não são métodos apropriados nem confiáveis para estimular a perda sanguínea aguda 
· Um hematócrito muito baixo, detectado logo após o traumatismo, sugere perda sanguínea maciça ou anemia preexistente
· Redução do débito urinário
· Oligúria
· Acidose metabólica 
· Alteração dos níveis de consciência (perda >40% da volemia)
FC considerado como taquicardia 
	LACTENTE
	>160 bpm
	PRÉ-ESCOLAR
	>140 bpm
	PÚBERE
	>120 bpm
	ADULTO
	>100 bpm
 
DIFERENCIAÇÃO CLÍNICA DAS CAUSAS DO CHOQUE 
· Choque Hemorrágico ou Não Hemorrágico 
	
	HIPOVOLÊMICO
	SÉPTICO
	CARDIOGÊNICO
	NEUROGÊNICO
	DÉBITO CARDÍACO 
	Diminuído
	Inicial Alto
Tardio baixo
	Diminuído
	Aumentado
	VOLEMIA
	Diminuído
	Aumentado
	Aumentado
	Normal
	PRÉ-CARGA
	Diminuído
	Diminuído
	Aumentado
	Diminuído
	ESTASE JUGULAR
	Sem estase 
	Sem estase
	Distendida 
	Sem estase
	COR DA PELE
	Pálida
	Rosada
	Pálida
	Rosada
	TEMPERATURA
	Fria
	Quente
	Fria
	Quente
	DIURESE
	Diminuída
	Diminuída
	Diminuída
	Diminuída
	FC
	Aumentado
	Aumentado
	Aumentado
	Diminuída
	SENSÓRIO
	Ansiedade
	Ansiedade
	Ansiedade
	Ansiedade
CHOQUE CARDIOGÊNICO: 
· A disfunção miocárdica pode ser causada por:
· Traumatismo fechado do coração,
· Tamponamento cardíaco, 
· Embolia gasosa 
· Infarto do miocárdio associado ao trauma. 
· Deve-se suspeitar de traumatismo fechado do coração sempre que a desaceleração rápida for o mecanismo de lesão torácica. 
· Todo doente com trauma fechado do tórax necessita de monitoração eletrocardiográfica (ECG) contínua para determinar a presença de arritmias ou de traçados sugestivos de lesão.
· A ecocardiografia pode ser útil no diagnóstico de tamponamento ou de ruptura valvular, mas, frequentemente, não é prática ou acessível de imediato no PS. 
· O FAST identifica a presença de líquido no pericárdio e a possibilidade de tamponamento cardíaco como a causa do choque. 
· O trauma cardíaco contuso pode constituir-se em indicação para monitoração precoce da PVC com o intuito de orientar a reposição volêmica.
1. Tamponamento cardíaco: 
· Mais comum no ferimento penetrante do tórax, mas pode ocorrer como resultado de contusões torácicas. 
· Taquicardia + Bulhas abafadas + Turgencia das veias do pescoço com hipotensão sem resposta à reposição volêmica (a ausência desses sinais, não exclui)
· Pneumotórax pode simular, mas diferencia pela ausência de MV e timpanismo 
· Toracotomia 
Pericardiocentese se não puder fazer a toracotomia imediata

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