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TRABALHO DIREITO PENAL IV CRIMES

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1 
 
 
FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTONIO CARLOS-FUPAC 
FACULDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
DANIELA FERREIRA 
HUGO GUIMARÃES 
WESLEY GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE DIREITO PENAL IV 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2020 
2 
 
DANIELA FERREIRA 
HUGO GUIMARÃES 
WESLEY GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE DIREITO PENAL IV 
 
 
 
Trabalho apresentado à Faculdade 
Presidente Antônio Carlos de Teófilo 
Otoni, na disciplina Bases Conceituais – 
Professor Jeferson Botelho, como 
requisito parcial para conclusão do 5° 
Período do Curso de Direito. 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2020 
 
3 
 
Introdução 
O presente trabalho tem como fito primário discorrer acerca de um tema 
crucialmente importante para o Operador do Direito, sobretudo, no que concernem 
as ramificações Penal e Constitucional da Ciência Jurídica, a saber: Dos crimes 
contra a propriedade material. Art.184 do cp. Dos crimes contra a organização do 
trabalho. Art.197 a 207. Dos crimes cometidos contra o sentimento religioso. Art.208 
a 212 , Dos crimes contra a família, art.235 ao 249. Será feita uma breve análise dos 
temas, expondo, de maneira clara e concisa, a respeito do histórico que o alicerça, 
assim como os fatos de maiores relevância e que se sobressaem, quando de analisa 
o presente conteúdo. De igual maneira, será abordado também as possíveis 
modificações que se descortinam num horizonte bem próximo, fruto da necessária e 
indispensável mutabilidade sofrida pelo Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Crimes contra a propriedade imaterial 
A violação de direitos autorais (denominada coloquialmente como pirataria) é o uso 
sem permissão de obras protegidas pela lei (Art 184 do CP). 
Infringindo, portanto, certos direitos exclusivos concedidos ao detentor dos direitos 
autorais, como o direito de reproduzir, distribuir, exibir ou executar o trabalho 
protegido, ou fazer trabalhos derivados. O detentor dos direitos autorais 
normalmente é o criador da obra, um editor ou outra empresa à qual os direitos 
autorais foram atribuídos. Os detentores de direitos autorais invocam rotineiramente 
medidas legais e tecnológicas para prevenir e penalizar a violação de direitos 
autorais. 
O Artigo 184 do Código Penal deixa claro que violar direitos autorias de um autor é 
crime, 
Isso irá acarretar pena de detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. Todavia houve 
alteração no § 1º no mesmo artigo que elevou a pena mínima para 2 anos, para o 
caso de violação de direito de autor ou conexos consistente na reprodução total ou 
parcial, com intuito de lucro direito ou indireto, ou seja a prática da pirataria. Mas de 
outra forma, manteve a pena máxima em 4 anos de reclusão. 
Com estudos mais profundos podemos encontrar regulados no Título III da Parte 
Especial do Código Penal. A propriedade imaterial consiste na relação jurídica entre 
o autor e sua obra, em função da criação ou da respectiva inserção em circulação e 
perante todos (Estado, coletividade, explorador econômico, usuário, adquirente de 
exemplar). A violação de direito autoral é crime contra a propriedade intelectual que 
encontra-se tipificado no Capítulo I do Título III, no artigo 184 do Código Penal, cuja 
objetividade jurídica é a propriedade imaterial. 
A Constituição Federal ressaltou, por intermédio do inciso XXVII do seu Artigo 5º, 
que aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução 
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. 
Os direito autorais possuem a natureza jurídica de bens móveis, sendo assim 
considerado como autor a pessoa física criadora de obra literária, artística ou 
5 
 
científica. Pertencem-lhes ainda, os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que 
criou, possuindo o direito de utilizar, fruir e dispor das mencionadas obras. 
Os direitos do autor poderão ser transferidos a terceiro, total ou parcialmente, por ele 
ou seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de 
representantes. 
O tipo penal aqui em estudo responsabiliza criminalmente não somente aquele que 
infringe os direitos do autor, más também aqueles relativos aos direitos dos artistas 
intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de 
radiofusão. 
Guilherme de Souza Nucci salienta ainda: “A transgressão ao direito autoral pode 
dar-se de variadas formas, desde a simples reprodução não autorizada de um livro 
por fotocópias até a comercialização de obras originais sem a permissão do autor. 
Uma das mais conhecidas formas de violação do direito do autor é o plágio, que 
significa tanto assinar como sua obra alheia, como também imitar o que outra 
pessoa reproduziu.” 
A doutrina classifica a Violação de Direito Autoral como crime comum no que diz 
respeito ao sujeito ativo e próprio quanto ao sujeito passivo, pois somente o autor da 
obra literária, artística ou científica, seus herdeiros e sucessores ou o titular do 
direito sobre a produção de outrem pode figurar nessa condição. 
Trata-se de um delito doloso, comissivo (podendo ser praticado via omissão 
imprópria na hipótese de o agente gozar do status de garantidor), material, 
instantâneo ou permanente (dependendo de como o delito for praticado, podendo se 
prolongar no tempo), de forma livre, monossubjetivo, plurissubsistente. 
A propriedade intelectual é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal do art. 184. 
O objeto material do delito de violação dos direitos autorais é o original ou a copia 
da obra intelectual. O original evidentemente é a obra inicial. Então fica evidente que 
o objeto material poder ser uma obra artística, científica e literária. 
O objeto jurídico do crime de violação de direito autoral é a propriedade imaterial (ou 
intelectual), no sentido de proteger “os direitos que o criador detém sobre sua obra, 
fruto de sua criação, e os que lhe são conexos” 
6 
 
A proteção à propriedade intelectual situa-se na Constituição Federal, que assegura 
que “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar” 
(art. 5º, XXVII). 
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de o sujeito 
violar o direito autoral. Ou seja o indivíduo tem consciência de praticar o tipo penal e 
prevê um resultado e assume o risco. Nas figuras qualificadas (§§ 1º a 3º), exige-se, 
ainda, o fim especial de agir contido na expressão com o intuído de lucro direito ou 
indireto”.O tipo penal é exclusivamente doloso, não admite a modalidade culposa. 
Há consumação com a efetiva pratica da violação dos direitos autorais, mediante 
reprodução, venda ou oferecimentos ao público, independente da ocorrência do 
resultado. 
A tentativa é aceita em todas as modalidades, porém, Dalmanto admite exceção nas 
condutas de expor a venda e ter em depósitos (§ 2º), que são unissubsistentes. 
Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo (praticado por qualquer pessoa), e 
crime próprio quanto ao sujeito passivo (somente pode ser o autor bem como seus 
herdeiros e sucessores, ou qualquer outra pessoa titular do direito conexo ao de 
autor), plurissu 
Crimes contra organização do trabalho 
bsistente (costuma se realizar por meio de vários atos), comissivo (decorre de uma 
atividade positiva do agente “violar”) e, excepcionalmente, comissivo por omissão 
(quando o resultado deveria ser impedido pelos garantes – art. 13, § 2º, do CP) 
O processo e julgamento dos crimes contra organização do trabalho são de 
competência dos Juízes Federais, conforme dispõe o art. 109 VI da Constituição 
Federal. 
No entanto, é importante observar que julgados recentes dos tribunais superiores 
demonstram o entendimento de que, quando não houver ofensa ou lesão aos 
direitos dos trabalhadores de forma coletiva, a competência paraprocesso e 
julgamento será da justiça comum. 
7 
 
Em todos os crimes contra a organização do trabalho, quando houver violência, o 
agente responde também pelo crime correspondente à violência (concurso material). 
Atentado contra liberdade do trabalho 
A descrição típica é constranger alguém (obrigar, compelir), mediante violência ou 
grave ameaça a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, a 
trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias ou abrir 
ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou 
paralisação de atividade econômica: 
O objeto do tipo penal é a liberdade do indivíduo de exercer ou não uma atividade ou 
profissão (art 5º, XIII CF). 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a vítima do 
constrangimento, sendo certo que, quando estiver diante da conduta do inciso II, a 
vítima será o proprietário do estabelecimento. 
A tentativa é plenamente possível quando o agente somente emprega os meios 
executórios (violência física ou moral), sem atingir sua finalidade. 
A pena prevista é de detenção, de um mês a um ano, e multa (inciso I) ou de três 
meses a um ano, e multa (inciso II), além da pena correspondente à violência. Logo, 
trata-se de infração de menor potencial ofensivo, no qual pode incidir as disposições 
da Lei dos Juizados Especiais Criminais. 
Atentado violenta contra liberdade de contrato de trabalho e boicotagem 
Nesse crime o sujeito ativo constrange a vítima, com o emprego de violência ou 
grave ameaça, com o objetivo de forçar a celebração de um contrato de trabalho. 
O crime consuma-se com a assinatura do contrato de trabalho ou com o 
consentimento da vítima (no contrato verbal). 
A boicotagem violenta é coação exercida com a finalidade de obrigar a vítima a não 
fornecer ou não adquirir de alguém matéria-prima ou produto industrial ou agrícola. 
Pode ser realizada tanto contra uma empresa quanto contra um produto específico. 
8 
 
O sujeito passivo é aquele que sofre a violência ou grave ameaça, sofrendo o 
chamado “isolamento econômico” (boicotado). 
O crime consuma-se no momento em que a vítima sofre o boicote, assim, a tentativa 
é possível. 
Atentado contra a liberdade de associação 
O crime configura-se com o constrangimento de alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou 
associação profissional. 
O objeto jurídico do crime é a liberdade de associação profissional ou sindical, 
assegurada pela Constituição Federal no art. 5º, XVII. 
Tanto o sujeito ativo quanto o sujeito passivo podem ser qualquer pessoa. 
O crime consuma-se no momento em que a vítima coagida integra ou não 
determinado sindicato ou associação profissional. 
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem 
O objeto jurídico é o trabalho, todavia, na prática o delito ocorre apenas em relação 
a quem participa da suspensão ou do abandono. 
A ação nuclear do tipo consiste em participar da suspensão do trabalho – “lockout”, 
que é o abandono do trabalho pelos empregadores, bem como do abandono coletivo 
de trabalho, que o abandono do trabalho pelos empregados – greve. 
A violência pode tanto ser empregada contra a pessoa quanto contra a coisa 
(estabelecimento empresarial). 
O crime consuma-se com a prática do ato violento cometido pelo emprego ou pelo 
empregador durante a greve ou “lockout”. Assim, é possível a tentativa. 
O sujeito ativo no abandono de trabalho são os empregados que participam do 
movimento, praticando ato violento ou concorrendo para tanto. Para que o crime se 
configure, é necessário a presença de no mínimo três empregados. 
9 
 
Na suspensão do trabalho, os sujeitos ativos são os empregadores. A lei não exige 
um número mínimo de empregadores para que o crime seja conhecido, entretanto, o 
verbo participar pressupõe pluralidade de pessoas, assim, doutrinariamente, 
entende-se ser necessário duas ou mais pessoas. 
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa física, no caso de violência contra a 
pessoa ou a pessoa jurídica, quando houver danos a ela. 
Paralisação de trabalho de interesse coletivo 
A conduta criminosa desse crime consiste no ato de participar de suspensão ou 
abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço 
de interesse coletivo. 
Diferente do crime anterior, não o emprego de violência ou grave ameaça. 
O objeto jurídico do crime é a defesa dos interesses da coletividade. 
Obra pública é quando a administração pública manda executar, por terceiro, 
determinada obra ou construção. 
Serviço público de interesse coletivo é todo aquele que afeta a população em geral, 
por exemplo os serviços de iluminação, água, limpeza, transporte púbico, etc. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, seja empregado ou empregador. O sujeito 
passivo é toda a coletividade. 
O crime consuma-se com a efetiva interrupção da obra ou serviço, logo, é possível 
tentativa. 
Invasão de Estabelecimento Industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem 
Esse crime pode ser cometido por meio de duas condutas criminosas. 
A primeira é o ato de invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou 
agrícola, com intuito de obstar o curso normal do trabalho. 
Essa ação pode ser praticada por qualquer pessoa (sujeito ativo). A vítima (sujeito 
passivo) é o proprietário do estabelecimento. 
10 
 
A segunda figura criminosa consiste em danificar o estabelecimento ou as coisas 
nele existentes ou delas dispor, com a finalidade de impedir ou embaraçar o curso 
normal do trabalho. 
São atos executórios: 
a) danificar – compreende a ação de destruir, inutilizar, no caso, o estabelecimento 
ou as coisas nele existentes (máquinas, matéria-prima, etc.); 
b) dispor – significa vender, trocar, locar as coisas existentes no estabelecimento. 
Independente da forma como o crime será cometido, o crime é considerado formal, 
logo, a simples prática dos atos executórios configura o crime, ainda que o agente 
não tenha atingido o fim pretendido. 
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista 
O crime visa proteger qualquer ato que, com frustração, fraude ou violência, atinja o 
direito assegurado por legislação trabalhista. 
O bem juridicamente protegido são os direitos assegurados pela lei trabalhista, e o 
objeto material é a pessoa privada desses direitos. 
Um exemplo desse crime é quando o empregador obriga os empregados a 
assinarem o recibo de pagamento de salário com a determinada data, mas o 
pagamento não é efetuado na data que está no termo. 
O tipo penal não exige nenhuma característica especial, assim, qualquer pessoa 
pode ser sujeito ativo. Já o sujeito passivo pode ser qualquer pessoa titular de 
direitos assegurados pelas leis trabalhistas. 
o crime consuma-se no momento em que a vítima é privada de seus direitos. É 
possível tentativa. 
Frustração de Lei sobre a Nacionalização do Trabalho 
A ação nuclear do tipo é o ato de frustrar (privar, afastar e enganar), mediante fraude 
ou violência (somente física), obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho. 
11 
 
Trata-se de uma norma penal em branco, pois essas obrigações legais são definidas 
na CLT. 
A consumação do crime se dá no instante em que o agente, de fato, frustra, 
mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho, 
ressalvado pela legislação. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Normalmente, será o empregador. 
O sujeito passivo do crime é o Estado. 
Exercício da Atividade com Infração de Decisão Administrativa 
A conduta criminosa consiste em desempenhar uma atividade com infração à ordem 
administrativa que proíbe o exercício dessa atividade. Ou seja, antes da prática do 
ato, há uma decisão administrativa que impede o exercício da atividade. 
A decisão judicial e o exercício ilegal de função pública, não configuram o tipo penal. 
Trata-sede crime próprio, pois o sujeito ativo deve ser uma pessoa impedida por 
infração administrativa de exercer a atividade. 
O sujeito passivo é o Estado, titular da decisão administrativa descumprida. 
Aliciamento para o Fim de Emigração 
Trata-se do ato de recrutar, mediante emprego de meio enganoso, a vítima, com 
finalidade de levá-la para território estrangeiro. 
O crime consuma-se com o emprego da fraude (crime formal), ainda que a vítima 
não saia do território nacional. 
Trata-se de crime comum, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. 
O sujeito passivo principal é o Estado e, secundariamente, os trabalhadores 
enganados. 
Aliciamento de Trabalhadores e um Local para outro Território Nacional 
Assim como no crime anterior, a conduta criminosa tipificada é o ato de aliciar 
(seduzir, convencer, induzir) a vítima. Todavia, a diferença reside na localidade. 
12 
 
Nesse crime, a finalidade do agente é levar a vítima para outro local do território 
nacional (Estado ou Município). 
Não é necessário que haja o emprego de fraude, basta o aliciamento. 
Trata-se de crime comum, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. 
O sujeito passivo é o Estado (tem o interesse de manter a organização do trabalho). 
O crime consuma-se com o mero aliciamento (crime formal), ainda que a vítima seja 
transferida para outro local. 
Dos Crimes contra o sentimento religioso e respeito aos mortos 
Dos crimes contra o sentimento religioso, expresso no art.208, do código penal e 
que divide-se em três modalidades de crimes, sendo a primeira o Ultraje ao culto por 
motivo de religião: Escárnio de alguém publicamente por motivo de crença ou função 
religioso, a segunda modalidade o Impedimento ou perturbação de cerimônia ou 
prática de culto religioso e a terceira o Vilipêndio público de ato ou objeto de culto 
religioso. Já no segundo capítulo deste título, que aborda o respeito aos mortos, 
existe quatro possibilidades de crimes uma delas é o Impedimento ou perturbação 
de cerimônia funerária, o qual está presente no art.209, do código penal, já no 
art.210 deste capitulo, consta a Violação de Sepultura, no art.211, trata-se do crime 
de Destruição, subtração ou ocultação de cadáver, e no art. 212, Vilipêndio a 
cadáver. 
Vamos então a primeira modalidade do primeiro crime citado, o qual tem por objeto 
jurídico a defesa da Liberdade individual de crenças e que segundo o doutrinador 
Fernando Capez, tutela-se a liberdade individual do homem ter uma crença, bem 
como exercer o ministério religioso.(Capez, 2004, pág 579). 
Segundo Mirabete, em relação ao objeto jurídico, protege-se com o dispositivo em 
exame o sentimento religioso. Interesse ético-social em si mesmo, bem como a 
liberdade de culto. (Mirabete, 2002, pág 398). Por tipo objetivo, tem o núcleo em 
escarnecer com o significado de troçar, zombar em público, de pessoa determinada, 
devido à sua crença (fé religiosa) ou sua posição (função) dentro de um culto, 
(padre, frade, freira, pastor, rabino etc.), presente ou não o ofendido. 
13 
 
Aceita-se como sujeito ativo neste delito, qualquer pessoa. Nas palavras do 
doutrinador Mirabete, qualquer pessoa pode praticar o crime nas suas várias 
modalidades, incluindo-se os próprios ministros e crentes. 
Quanto ao sujeito passivo, Para Capez, deve ser a pessoa que crê em determinada 
religião ou que exerce o ministério religioso (padre, pastor, freira, etc). Deve 
necessariamente ser pessoa determinada. E ainda observa e ressalva que a ofensa 
à religião em si mesma, sem que haja ofensa direta a uma pessoa, não configura o 
crime em tela. Essa primeira modalidade tem por elemento subjetivo, o Dolo. 
Ainda segundo Capez, é o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de 
escarnecer de alguém, por motivo de crença ou função religiosa. Ausente essa 
motivação, outro crime poderá configurar-se, por exemplo, a injúria. (1ª parte). O 
escárnio pode ser praticado por diversas formas: oral, escrita, simbólica. Afirma 
ainda que, o escárnio necessariamente há de ser em público, pois conforme 
assevera E. 
Magalhães Noronha, "passando-se o fato entre o agente e a vítima, teria ele mais o 
aspecto de injúria...". 
Entretanto a Consumação, no entendimento de Capez, ocorre com o ato de 
escarnecer publicamente. A tentativa somente é inadmissível na forma verbal do 
escárnio. Para Mirabete, Também é admissível a tentativa quando se trata de 
conduta verbal (neste caso o crime é unissubsistente). 
Partindo para a segunda modalidade o que muda quanto ao objeto jurídico é que se 
inclui aqui a tutela sobre a liberdade de culto. Do tipo objetivo desta segunda 
modalidade, destaca-se os verbos impedir e perturbar uma cerimônia ou prática de 
culto religioso. 
Para Mirabete, a conduta é impedir (não permitir que se inicie ou prossiga, paralisar, 
impossibilitar) ou perturbar (tumultuar, alterar, embaraçar, desorganizar, estorvar, 
atrapalhar, desnormalizar) a cerimônia ou culto, qualquer que seja o meio 
empregado (violência, gritos, vaias, etc). Basta o sobressalto do ministro ou dos fiéis 
para que ocorra o crime na forma de perturbação. 
14 
 
Nesta modalidade consta como sujeito ativo qualquer Pessoa. Para o doutrinador 
Fernando Capez, qualquer pessoa estando ela participando da cerimônia ou prática 
de culto religioso, bem como aqueles que realizam a sua celebração. E, Sujeito 
passivo, São os fiéis que participam do culto, assim como aqueles que o organizam 
e o realizam. Quanto a questão do elemento subjetivo, permanece o Dolo. 
Segundo Capez, é o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de impedir 
ou perturbar a cerimônia ou prática de culto religioso.Para Mirabete, o dolo é a 
vontade de impedir ou tumultuar a cerimônia ou a prática do culto, não se exigindo 
fim especifico. É irrelevante, assim, o fim último visado pelo agente, admitindo-se o 
dolo eventual. A consumação nesta segunda modalidade, consuma-se com o efetivo 
impedimento ou perturbação da cerimônia ou prática de culto religioso. A tentativa é 
perfeitamente admissível. (Capez, 2004, pág. 591). 
Abordando agora a conceituação da terceira modalidade, na qual o objeto jurídico 
permanece o mesmo que nas outras modalidades deste crime, em que tutela-se, 
mais uma vez, os mesmos direitos, sendo estes a liberdade individual de crenças e 
de culto religioso. Destacando-se nesta modalidade o verbo vilipendiar. 
Segundo Capez, a ação nuclear da parte final do art. 208 consubstanciam-se no 
verbo vilipendiar, isto é, tratar com desprezo, desdém, de modo ultrajante o ato ou 
objeto de culto religioso. 
Pode-se vilipendiar por meio escrito, por palavras, por gestos. Por exemplo, proferir 
palavrões contra a imagem de um santo, atirar papeis contra ele. Exigi-se que ação 
de vilipendiar seja feita no decorrer do ato religioso ou diretamente sobre ou contra a 
coisa objeto de culto religioso. 
Deve o vilipendio ser realizado publicamente, ou seja, na presença de várias 
pessoas. Sendo que esta tem por sujeitos do delito os mesmos da primeira e da 
segunda modalidades. Como elemento subjetivo, tem o dolo, e, segundo o 
doutrinador Capez, isto é, a vontade livre e consciente de vilipendiar o ato ou objeto 
de culto religioso. 
Na opinião de Mirabete, é a vontade de vilipendiar, ultrajar a coletividade durante o 
culto ou os objetos do culto. Nesta modalidade, consuma-se o crime com a prática 
do ato ultrajante, por exemplo, atirar lixo contra a imagem de um santo. A tentativa é 
15 
 
admissível nesses casos, em que o crime é material. Não será admissível, na 
hipótese em que o crime é praticado mediante ofensas verbais. (Capez, 2004, pág. 
582). 
Quanto a forma qualificada desse artigo, Mirabete diz que, Além de se aumentar a 
pena a violência, é punida esta cumulativamente. Entende-se que se trata de 
violência física contra pessoa ou coisa. Na dissertativa do doutrinador Fernando 
Capez, conta que, trata-se aqui da violência físicacontra a pessoa ou coisa. 
Haverá concurso material de crimes se a violência empregada configurar por si só 
um crime (lesões corporais, dano, etc). Nessa hipótese, o concurso dar-se-á com a 
forma majorada dos crimes contra o sentimento religioso em virtude do emprego de 
o violência. 
Adentraremos agora a dissertação sobre a segunda parte do seu título, que se trata 
do respeito aos mortos, iniciando, portanto, com o primeiro artigo que é 209 e que 
trata do impedimento ou perturbação de cerimônia funerária, sem mais delongas, 
tem por objeto jurídico deste capítulo o sentimento de respeito aos mortos. 
Capez esclarece que, não é paz dos mortos (como se tem pretendido, com a 
abstração do axioma de que os mortos não tem direitos), mas o sentimento de 
reverência dos vivos para os mortos. É um obséquio aos vivos, e não aos mortos (tal 
como o caso da 'calúnia aos mortos', prevista no art.138, § 2º) que surge a 
incriminação. (Capez, 2004, pág 584). A ação alternativamente prevista é a de 
impedir (paralisar, impossibilitar) ou perturbar (embaraçar, atrapalhar, estorvar) 
enterro que é o transporte do falecido em cortejo fúnebre ou mesmo 
desacompanhado, até o local do sepultamento ou cremação com a realização 
destes. 
Fernando Capez refere em seu livro, admite-se que o crime seja praticado por 
omissão, por exemplo, deixar de fornecer o veiculo para transportar o corpo. 
Segundo o doutrinador Mirabete, a conduta típica é a de impedir (impossibilitar, 
paralisar, etc) ou perturbar (embaraçar, dificultar, etc) o enterro ou a cerimônia 
fúnebre. O enterro inclui a transladação do corpo para o local onde vai haver o 
sepultamento e a imprópria inumação. 
16 
 
A cerimônia fúnebre é o ato civil em que se presta assistência ou homenagem ao 
falecido. Havendo cerimônia religiosa a sua interrupção ou perturbação caracteriza 
o crime previsto no art. 208. Pode se praticar o crime até por omissão, como no caso 
de não se fornecer o esquife, a viatura para transporte, as chaves do túmulo, etc. 
Esse artigo tem por sujeito ativo qualquer pessoa e no sujeito passivo a vitima é a 
coletividade, as pessoas da família, amigos que tenham relação afetiva com o 
extinto. 
Para Capez, Cuida-se de um crime vago, isto é, tem por sujeito passivo entidade 
sem personalidade jurídica, como a coletividade, família e os amigos do morto. Este, 
por não mais ser titular de direitos, não pode ser sujeito passivo do crime em estudo. 
O Dolo está na vontade livre e consciente de impedir ou perturbar enterro ou 
cerimônia funerária. O tipo penal não exige nenhum elemento subjetivo do tipo. 
Magalhães Noronha não compartilha de tal entendimento, pois sustenta que o tipo 
penal exige, além do dolo genérico, o dolo específico (elemento subjetivo do tipo, 
consistente no fim ou escopo de transgredir ou violar o sentimento de piedade com 
os que não mais vivem.(Capez, 2004, pág 585). 
 A consumação se dá com o impedimento ou perturbação do enterro ou da 
cerimônia funerária. Segundo Mirabete, cabe a tentativa. Segundo Fernando Capez, 
consuma-se o delito com o efetivo impedimento ou perturbação do enterro ou 
cerimônia funerária. Se, apesar de terem sido empregados todos os meios idôneos, 
não se logra a concretização desses resultados, estamos diante da forma tentada do 
crime em estudo. Lembramos que a forma simples, encontra-se prevista no caput, 
já, a forma Majorada se encontra presente no parágrafo único. 
Sendo que o mesmo prevê o concurso material de crimes. A respeito do Art. 210 - 
que consta como Violação de Sepultura, tem este como Objeto jurídico, o objetivo da 
proteção da mesma forma o sentimento de respeito aos mortos. E quanto ao tipo 
objetivo, a ação de violar - devassar, abrir, descobrir, destruir, no caso, sepultura ou 
urna funerária, ou profanar - tratar com desprezo, ultrajar, macular, aviltar. 
Para o doutrinador Fernando Capez, Com a violação, o cadáver ou as cinzas do 
defunto devem ficar expostos, mas não há necessidade de serem removidos. O 
Sujeito ativo pode Qualquer pessoa que praticar este delito, e, por Sujeito passivo, é 
17 
 
a coletividade, a família e os amigos do falecido. Tendo como Elemento subjetivo o 
Dolo. O qual afirma Capez em seu livro, é o dolo, consubstanciado na vontade livre 
e consciente de violar ou profanar sepultura ou urna funerária. Exige-se o elemento 
subjetivo do tipo? Há três posições divergentes: A primeira é que, O tipo penal exige 
o dolo específico (elemento subjetivo do tipo). 
Os verbos profanar e violar traduzem falta de respeito aos mortos. Este há o fim do 
sujeito ativo. A segunda refere-se que, exige-se o elemento subjetivo do tipo 
somente na modalidade profanar, pois não há profanação sem o intuito de 
vilipendiar ou desprezar. A terceira é que, a figura penal não exige o chamado 
elemento subjetivo do tipo. É irrelevante indagar qual o propósito do agente. 
Quanto a Consumação, o crime consuma-se com a violação ou profanação de 
sepultura ou urna funerária. A tentativa é perfeitamente admissível. (Capez, 2004) 
Mirabete amplia dizendo que, consuma-se o delito com qualquer ato de vandalismo 
ou profanação sobre a sepultura. E, diz ser admissível a tentativa. 
A respeito do Concurso de crimes, Capez menciona quatros casos de concursos de 
agentes, tais como, Violação e profanação (art.210): Se para a prática do crime de 
violação de sepultura ou urna funerária forem cometidos também atos de 
profanação, estes restam absorvidos pela violação. Há, portanto, crime 
único.Violação de sepultura (art.210) e crimes de calúnia contra os mortos (art. 138, 
§ 2º): Se a profanação construir calúnia contra o morto haverá concurso formal entre 
os citados crimes. Violação de sepultura (art.210) e subtração ou destruição de 
cadáver (art.211): Há crime único. Na hipótese em que o cadáver se encontra 
sepultado, a violação de sepultura constitui meio necessário para a prática do crime-
fim, que é a subtração ou destruição de cadáver. 
Desse modo, o primeiro delito resta absorvido pelo segundo. Vale ainda mencionar 
que os dois delitos atingem a mesma objetividade jurídica e a pena cominada para 
ambos é idêntica.Violação de sepultura (art.10) e furto (art.155): Se o agente violar a 
sepultura e subtrair objetos (p. ex., jóias, dinheiro) que foram enterrados juntos ao 
corpo do falecido. Nesse caso, entendemos que a violação é absorvida pelo furto, 
uma vez que se trata de meio necessário para a prática do crime, sendo aplicável o 
principio da consumação. 
18 
 
Entretanto, se for praticado vilipêndio, haverá concurso material de delitos, uma vez 
que para se subtraírem objetos de uma sepultura não é necessário vilipendiar o 
cadáver. Só a violação do sepulcro integra a fase de preparação e, portanto, 
somente ela restará absorvida. Conta ainda como Causas excludentes de ilicitude, 
Ainda segundo o doutrinador Fernando Capez, o art.163 do Código de Processo 
Penal autoriza a exumação para exame cadavérico. (...) Contudo, pode acontecer 
que, uma vez sepultada a vítima, haja dúvida acerca da causa de sua morte ou 
sobre a sua identidade: procede-se, então, à exumação. 
Nessa hipótese, aquele que realizar a violação da sepultura em conformidade com a 
determinação judicial não comete o crime em tela, pois age no estrito cumprimento 
de um dever legal. O diploma processual não faz qualquer menção a autorização 
judicial para se proceder à exumação, contudo, sem aquela, esta pode implicar a 
configuração dos delitos previstos nos arts. 210 e 212 do CP (violação de sepultura 
e vilipêndio a cadáver). 
Da mesma forma, na lição de Hungria, não comete o crime em tela, por agir no 
exercício regular do direito, aquele que procede a mudança do cadáver ou de seus 
restos mortais para outra sepultura, mediante as formalidades legais. Já no Art. 211. 
Consta como, Destruição, subtração ou ocultação de cadáver, tendo este por tipo 
objetivo três núcleos de conduta: destruir(fazer com que não subsista), subtrair 
(tirar do local) ou ocultar (esconder). no que tange o objeto material deste crime, 
Capez afirma que, é o cadáver ou parte dele. Cadáver é o corpo privado de vida, 
mas que ainda conserva a forma humana. 
Assim, não se considera cadáver o esqueleto humano ou as suas cinzas; quanto a 
estas, constituem objeto material do crime previsto no art.212. Exclui-se também a 
múmia do conceito de cadáver, sendo certo que sua subtração pode configurar 
crime de furto. O natimorto, ou seja, aquele que, tendo chegado a maturação 
necessária, isto é, ao termo de gravidez, nasce sem vida, também é considerado 
cadáver. Não o é o feto, por não ter chegado a maturação necessária. 
O dolo consiste na vontade livre e consciente de destruir, subtrair ou ocultar 
cadáver. Segundo Mirabete, é dolo a vontade de praticar a conduta e aviltar o 
cadáver, tendo-se decidido que indispensável é o elemento moral consistente no 
desejo consciente de desprezar o corpo com intenção de depreciá-lo. 
19 
 
Quanto a consumação, conforme Capez, consuma-se com a destruição total ou 
parcial do cadáver. Na modalidade ocultar, o crime se consuma com o 
desaparecimento do cadáver ou parte dele. Finalmente, na modalidade subtrair, o 
crime se consuma com a retirada do cadáver ou de parte dele da esfera de proteção 
e guarda da família, amigos, etc. A tentativa é perfeitamente possível. 
Haverá concurso material de crimes se o agente matar a vítima e depois destruir ou 
ocultar o seu cadáver (CP, arts.121 e 211).Se o agente para destruir ou subtrair o 
cadáver tiver de violar a sua sepultura (CP, art.210), haverá crime único. (Capez, 
2004, pág.591) Mirabete afirma que, a ocultação de cadáver para esconder crime 
anterior (homicídio, infanticídio etc.) configura concurso material de delitos (RT 
478/308, 488/389). Pode ocorrer, ainda, concurso material com o delito de violação 
de sepultura e concurso material com o delito de violação de sepultura e concurso 
formal com o de vilipendio a cadáver (art.212). 
Passando agora para a explanação do Art.212. Vilipêndio a cadáver, este artigo trás 
como Objeto jurídico, ainda a questão do sentimento de respeito aos mortos. Sendo 
que a conduta típica é vilipendiar que significa tratar com desprezo, ultrajar não 
somente o cadáver ou suas cinzas. 
Segundo Fernando Capez, Difere, portanto, do crime previsto no art. 208, pois neste 
o vilipêndio atinge ato ou objeto de culto religioso. O Vilipêndio pode ser praticado de 
diversos modos, por exemplo, atirar, excrementos no cadáver proferir palavrões 
contra ele, praticar atos sexuais com ele. 
Deve, portanto, a ação criminosa se dar sobre ou junto ao cadáver ou suas cinzas. 
Tem por elementos de tipo, em termos de Sujeito ativo, qualquer pessoa pode 
praticar este delito, mesmo a própria família do morto, e, sujeito passivo, Capez 
afirma que, este também trata-se de crime vago. Sujeito passivo é a coletividade, a 
família e os amigos do falecido. Tem por Elemento subjetivo, o Dolo. 
Capez cita que, é o dolo, na vontade livre e consciente de ultrajar, tratar com 
desprezo o cadáver ou suas cinzas. Segundo Mirabete, é dolo a vontade de praticar 
conduta e aviltar o cadáver, tendo-se decidido que indispensável é o elemento moral 
consciente no desejo consciente de desprezar o corpo com intenção de depreciá-la. 
Ainda por Mirabete, consuma-se o crime a prática do ato ultrajante (gesto, por 
20 
 
exemplo). A tentativa é possível, salvo no caso de vilipendio verbal. Segundo Capez, 
consuma-se o crime com a prática do ato configurador do vilipêndio. A tentativa é 
possível salvo na hipótese de vilipêndio verbal, pois se trata de crime 
unissubsistente. 
Quanto ao concurso de crimes, Se o agente violar e ultrajar cadáver, por exemplo, 
jogando sobre ele excrementos, haverá concurso formal de crimes (arts. 210 e 212). 
Da mesma forma, se o vilipêndio configurar calúnia contra o falecido, haverá 
concurso formal de crimes (arts. 138, § 2º, e 212). (Capez, 2004, pág. 593). 
Mirabete afirma que, Nada impede o concurso material com o delito definido no 
art.210 ou formal com os crimes dos arts. 209 e 211 e calúnia contra os mortos 
(art.138, § 2º). 
Dos crimes contra a família 
Os crimes contra a família estar baseado no titulo VII da parte especial do código 
penal separado em quatro capítulos, crimes contra o casamento previsto nos artigos 
235 a 239. Crimes contra o estado de filiação dos artigos 241 a 243. Crimes contra a 
assistência família dos artigos 244 a 247 e crimes contra o pátrio poder tutelar ou 
curatela dos artigos 248 a 249. 
O casamento vem sendo bastante alterado perdendo características e ganhando 
outras, com isso a relação de afeto de carinho e amor entre os parceiros e os filhos, 
ainda tem seu valor, por isso prever vários crimes contra o casamento, previsto nos 
artigos 235 a 239. 
Segundo Guilherme Nucci, contrair casamento significa ajustar a união entre duas 
pessoas de sexos diferentes, devidamente habilitadas e legitimadas pela lei Civil, 
tendo por finalidade a constituição de uma família. O matrimônio, atualmente. Não é 
a única forma de se constituir uma família, embora continue sendo uma das 
principais vias. A Constituição Federal reconhece a união estável como entidade 
familiar, para efeito de proteção do Estado, o que não Significa que se formem a 
partiu daí, os laços matrimoniais artigo 226, § 3. 
Portanto, o crime de bigamia somente se dá quando o agente, já sendo casado, 
contrai novo casamento, não sendo suficiente a união estável. Bigamia é a situação 
21 
 
da pessoa que possui dois cônjuges. Entretanto, no contexto dos crimes contra o 
casamento quer espelhar a hipótese do sujeito que se casa mais de uma vez, não 
importando quantas. Assim, quem se casa por quatro polígamas vezes. A pena é de 
reclusão, de dois a seis anos. Por outro lado, aquele que não sendo casado contrair 
matrimônio com pessoa casada, tendo conhecimento disso, é punido com reclusão 
ou detenção, de um a três anos. Trata-se de exceção, pretende pluralística à teoria 
monística menor rigor doo concurso solteiro de que se casa pessoas, ou com seja, 
pessoa o legislador casada. Se não tivesse feito a previsão do § 1º, incidirá a regra 
do art. 29 e a pena seria a mesma do caput. 
O casamento é anulável, o direito de queixa deverá ser exercido pelo cônjuge 
enganado e após o transito em julgado da sentença que anule o casamento. É 
inaplicável sucessão queixosa, é direito personalíssimo. A contagem do período 
prescricional inicia-se no dia do trânsito em julgado seis meses. 
A objetividade jurídica tutela-se a preservação da família monogâmica. O tipo 
objetivo é contrair casamento: assumir novo casamento, sem desfazer o primeiro, 
ainda que o casamento anterior seja nulo, se ainda não tive sido anulado, haverá 
crime. O ajuizamento de processo de anulação de casamento é causa prejudicial 
que suspende o curso do processo penal. O casamento deve ser válido nos termos 
da lei. Se o sujeito casa uma vez no civil e diversas vezes apenas em cerimônias 
religiosas, sem efeitos civis, não restará configurado o tipo penal. O tipo subjetivo é 
o dolo. Consciência e vontade de estar casado com duas pessoas ao mesmo tempo. 
Não admite modalidade culposa, sendo o sujeito ativo a pessoa casada ou qualquer 
pessoa e o passivo o Estado ou a noiva enganada e Cônjuge enganada. O crime se 
consuma com a declaração de vontade, nos termos da lei civil. A tentativa é 
possível. 
O delito de bigamia exige a falsidade precedente que se declare em documento 
público ser solteiro, viúvo ou divorciada. Assim declarada a atipicidade da conduta 
do crime de bigamia pelo Tribunal a quo, não pode subsistir a figura delitiva da 
falsidade ideológica em razão do princípio da consunção. A bigamia absorve o crime 
de falsidade ideológica. 
22 
 
Sendo assim, o ato de contrair casamento transmite por ambas as partes declaraçãode aceitação mútua, comprometimento entre marido e mulher, união vinculada e 
protegida pelas normas constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Conclusão 
Os crimes citados acima tem grande relevância social, pois abordam e destacam as 
violações de direitos básicos, e preveem responsabilidades penais . Esses são 
crimes comissivos que exigem uma prática de fazer do agente , essas tipificaçoes e 
proteções promovem a tentativa de coibir atos de preconceito , amparo de pais aos 
menores incapazes , as instituições concernentes ao nosso âmbito em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Referência Bibliográfica 
Disponível em: 
NUCCI. Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 7ª ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2009. 
https://jus.com.br/artigos/69938/dos-crimes-contra-a-familia 
https://leonardocastro2.jusbrasil.com.br/artigos/121943509/legislacao-comentada-
arts-235-236-e-237-do-cp 
https://direitopenal2012.files.wordpress.com/2012/11/direito-penal-4-crimes-contra-a-
famc3adlia.pdf 
CAPEZ,Fernando . Curso de direito penal.volume2. 3° ed.Saraiva. São Paulo, 
2004.Título V – Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos 
mortos . (Pags 578 a 593) 
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Parte Especial - Arts.121 a 234 
do CP. 19 ed. Atlas. São Paulo, 2002. Parte VI - Dos Crimes de Sentimento 
Religioso e contra o respeito aos mortos. (págs 397 a 408) 
JUSBRASIL 
Por Patricia Gaia de Nogueira Andrade 
patriciagaia.jusbrasil.com.br/artigos/420589952/crimes-contra-a-propriedade-
imaterial 
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-
lei-9099-95 
DireitoNet 
https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1366/Crimes-contra-a-propriedade-
imaterial

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