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Tendências contemporâneas na Arte Arte Povera (Arte Pobre): Significa “arte pobre”, em italiano. Foi um movimento radical da arte italiana, que se espalhou pela Europa (1960- 1970). Arte com materiais baratos e não convencionais (terras, metais, madeira, cera, carvão, panos, galhos, etc.), os quais sofreram pouca ou nenhuma transformação. Preocupação com o conceito: trabalhos promoviam reflexão sobre o objeto e sua forma, por meio da manipulação do material e da observação de suas qualidades específicas. Artistas buscavam fugir da comercialização do objeto artístico, faziam críticas ao consumo, ocupavam o espaço e exigiam a participação do público. Contraste do “novo” e do “velho” nas obras. Tinha liberdade de criação (como é uma arte contemporânea) Mario Merz: artista do período, famoso por seus “iglus”. Michelangelo Pistoletto: pintor e escultor italiano, considerado um dos protagonistas do movimento de arte povera, com destaque para obras de escultura, pintura, instalação e performance. "Iglu", obra do artista italiano Mario Merz, Turim, Itália. “Vênus dos trapos” (1967), Michelangelo Pistoletto. Land Art (Arte da Terra): “Arte da Terra”, em inglês. Refere-se a criações artísticas que têm como suporte, tema e expressão o espaço exterior, mais precisamente a Natureza fusão da natureza com a arte. Surgiu em finais da década de 60, embora nunca fosse muita reconhecida, nem mesmo na atualidade. É um movimento marcado pela procura e pelo regresso à Natureza. Artistas sentem a necessidade de fugir da industrialização e do consumo nos centros urbanos. Arte não mais atrelada a museus e utilização de materiais naturais Esta foi igualmente a época (1960-70) em que surgiu preocupação com o ambiente/sustentabilidade: arte como instrumento crítico. São obras grandes, extensas. Normalmente, são trabalhos artísticos efêmeros. Robert Smithson: fez a obra “Plataforma espiral” (1970) Situada nas águas do Lago Salt, em Utah, nos EUA. É considerada a maior obra de Land Art, possui mais de 400 metros. Construída com terra e pedra em cima da água e destruída pela mesma água em que estava sobreposta (efêmera). Procura refletir sobre como a natureza e vida humana interferem uma na outra Christo e Jeanne-Claude: casal de artistas da Land Art Faziam vários trabalhos de embalar coisas Crítica ao consumo Embalavam árvores: crítica de árvores como produtos Trabalhavam essencialmente com planejamentos (panos) e plásticos de colossais dimensões. Obras humanas e naturais ao mesmo tempo. Obra famosa: Wrapped Reichstag (1971/1995) – Parlamento alemão embrulhado “Wrapped Reichstag” (1971/1995) “Surrounded Islands” (1980/1983) “The Point Neuf Wrapped” (1975/1985) – Pont Neuf, em Paris, embrulhada Arte conceitual: Arte conceitual é definida como um movimento artístico em que a ideia tem supremacia sobre o fazer artístico Surgiu nos anos 60 e 70 na Europa e nos Estados Unidos. O termo “arte conceitual” foi utilizado inicialmente por Hanry Flynt em 1961 para se referir ao grupo Fluxus, que propunha uma crítica à comercialização da arte, tendo como nomes Marcel Duchamp, Yoko Ono, entre outros. São várias posturas artísticas que tinham em comum o propósito de destacar a importância da parte intelectual como a essência do fato artístico. Traziam a liberação dos problemas técnicos e de estilo, já que a dimensão material da obra de arte era um mero suporte ideias/conceitos/temáticas era a principal preocupação, a execução é um assunto secundário. A arte conceitual é uma “arte-ideia” em detrimento da “arte-visual”, sendo o principal material dessa arte a "linguagem”. Artistas conceituais preocupam-se em criar reflexões visuais para seus espectadores. Critica o formalismo (crença de que os valores estéticos possam se sustentar por si mesmos) e o mercado da arte e propõe a autonomia da obra artística Para muitos estudiosos, Marcel Duchamp (1887-1968) foi um dos precursores da arte conceitual no momento em que colocou um mictório no museu e o chamou de arte (ready-made), com sua obra Fonte, de 1917 (mas ele é do dadaísmo). A grande questão da arte conceitual era definir os limites e fronteiras do fazer artístico, ou seja, ela é baseada na indagação: O que é arte? Caráter eclético no uso de materiais e recursos: vídeos, instalações artísticas, performances, fotografias, textos e colagens fazem parte de alguns dos possíveis materiais usados. As obras feitas com o intuito de explorar e denunciar: o artista visa explorar, questionar e denunciar a realidade, usando temas sociais, políticos e econômicos. O estímulo à partição do público Objeto artístico conceitual: muda a função utilitária para uma função designada pelo artista Joseph Kosuth: estadunidense, artista mais representativo do período, fez a obra “Uma e três cadeiras” (qual cadeira possui a real identidade?) Cildo Meireles: artista brasileiro, fez críticas à ditadura militar por meio da arte, colocava mensagens em cédulas e garrafas de Coca-Cola que circulariam pela sociedade. Obras: “Inserções em circuitos ideológicos: projeto célula” e “Inserções em circuitos ideológicos: projeto Coca-Cola” Arte de Ação: Arte de ação (década de 60 e 70) é aquela em que os artistas realizam uma apresentação de caráter crítico-reflexivo que envolve diversos estilos, como música, dança, teatro e outras artes visuais. As duas principais expressões da arte de ação é o happening e a performance. Performance: seria quando o artista apresenta uma cena em que normalmente utiliza seu corpo como suporte enquanto os espectadores observam. Trata-se de um roteiro pronto, sem improvisos, sem participação do público. Principais características são: Linguagem híbrida: mistura elementos do teatro, artes visuais, instalação, música, entre outros Não tem lugar "apropriado" para acontecer: pode ocorrer tanto em museus, galerias e instituições, quanto em ambiente urbano e/ou público. Registros da ação podem ocorrer por meio de fotografias e vídeos, mas o caráter da obra é efêmero, passageiro. Corpo como instrumento de ação artística. Principal artista: Joseph Beyus. Happening: apresentação artística que, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. É cheia de improvisos e, por isso, as execuções de um mesmo “happening” nunca são iguais a anterior. Possui um roteiro planejado, porém conta com improvisos e com participação do público. Também possui linguagem híbrida. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim. O objetivo dessa forma de arte era refletir sobre a essência do “ato artístico”, para evidenciar que o autor e a vivência temporal de sua obra constituíam a verdadeira essência da arte. Principais artistas: Allan Kaprow, Wolf Vostell (Grupo Fluxus), John Cage.
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