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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Práticas Educativas em Artes Visuais Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Patricia Maria Borges Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Práticas Educativas nas Dimensões (6 Dimensões); • Propostas de Situação de Aprendizagem em Projetos em Artes Visuais; • Conheça a Linguagem dos Quadrinhos. Objetivo • Compreensão de como planejar e aplicar atividades do ensino das Artes Visuais. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Fonte: Getty Im ages UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Contextualização Desde os anos 1990, o Observatório de Histórias em Quadrinhos da Escola de Co- municação e Artes da USP tem como objetivo aprofundar os estudos sobre a linguagem sequencial em seus diversos aspectos. Uma das suas constatações foi a de que os Quadrinhos podem despertar o prazer da leitura e se tornar uma ferramenta eficaz para o ensino e a aprendizagem de conteúdos de diversas DISCIPLINAS. A utilização dos Quadrinhos em sala de aula foi uma conquista para a Educação brasileira, que começou a ser estimulada quando da implementação dos PCNs, como mostra o Prof. Waldomiro Vergueiro: [...] a utilização das histórias em Quadrinhos em ambiente didático, uma porta aberta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), possibilitou aos professores uma familiarização com o meio, o aumento do número de aplicações e a melhor utilização dos Quadrinhos em sala de aula, logo entendemos o potencial dessa linguagem na educação. (VERGUEIRO, 2017, p. 163) Então, aproveite os estudos deste material para conhecer um pouco mais sobre essa linguagem tão expressiva e tão importante recurso didático. Vamos começar? 6 7 Práticas Educativas nas Dimensões (6 Dimensões) Como as Dimensões da Arte se desdobram na Linguagem de Artes Visuais De acordo com a BNCC, além de contemplar todas as unidades temáticas de maneira integrada, outro trabalho importante é articular esses saberes com as seis dimensões do conhecimento propostas pela Base, de modo a integrar e facilitar o processo de ensino e aprendizagem em Arte. Essa articulação entre as seis dimensões visa a promover uma construção de conhecimen- tos significativa, que permita aos alunos conhecerem linguagens e manifestações artísti- cas diversas, contextualizadas no tempo e no espaço. Disponível em: https://bit.ly/2NKqwjZ Figura 1 – Crianças felizes protagonizando experiências artísticas Fonte: Getty Images Todos esses verbos a seguir (apresentados na Unidade anterior) vão fundamentar a Arte na BNCC – são verbos disparadores para que o professor comece a pensar nas competências e nas habilidades esperadas dos alunos. Leia com bastante calma sobre cada um deles e como eles podem ser pensados de acordo com o ensino das Artes: • Criação; • Crítica; • Fruição; • Estesia; • Expressão; • Reflexão. 7 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Criação Prevê a produção artística, individual ou coletiva, como uma maneira de expressar sentimentos, ideias, desejos e representações. Tão importante quanto conhecer essas seis dimensões do conhecimento, é refletir sobre cada uma delas. Sobre a dimensão, criação: você pensou sobre como o verbo criar pode ser pensado no sentido da arte? Se sim, provavelmente notou que esse verbo acompanha a ideia de ação, de alguém que vai fazer coisas, muito ao contrário de um sujeito passivo, esse verbo está relacionado com um sujeito que irá vivenciar e experimentar coisas. Crítica Contempla o estudo e a pesquisa de diversas experiências e manifestações artísticas, de modo a permitir a articulação e a formação de um pensamento próprio acerca de aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais rela- cionados a elas. Uma ação bastante importante relacionada ao estudo e apreensão das formas artísticas é que o professor promova um ambiente favorável para que seus alunos se sintam à vontade para expressarem o que pensam, tanto em relação a sua própria produção quanto em relação a um objeto de pesquisa, por exemplo. É esperado que o professor desenvolva um canal muito fluido com seus alunos, no qual tanto a criança quanto o adolescente possam exteriorizar uma opinião crítica sobre o que estão produzindo em Arte. A exteriorização de seus pensamentos e opiniões, portanto, vai proporcionar questões centrais em Arte e está diretamente relacionada à ação prevista na BNCC. Estesia Articula a sensibilidade e a percepção da Arte como uma forma de conhecer a si mesmo, ao outro e ao mundo. Traz o corpo como protagonista da experiência com a Arte, em sua totalidade, incluindo as emoções. Expressão Está ligada às oportunidades de exteriorizar criações subjetivas por meio de procedi- mentos artísticos, individual e coletivamente. Prevê experiências com elementos consti- tutivos de cada linguagem, seus vocabulários específicos e suas materialidades. Fruição Diz respeito à oportunidade de se sensibilizar ao participar de práticas artísticas e culturais das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais. Essas experiências podem gerar prazer e estranhamento, entre outras tantas sensações. 8 9 Reflexão Refere-se ao processo de construir um posicionamento sobre experiências e proces- sos criativos, artísticos e culturais. Requer o desenvolvimento de habilidades para análise e interpretação das manifestações artísticas e culturais. A reflexão é um item muito importante previsto na BNCC e que pode se relacionar tanto ao processo avaliativo, no sentido de a própria criança ou adolescente pode refletir sobre aquilo que ela produziu ou sobre o que seus colegas produziram. Outra reflexão prevista diz respeito às manifestações culturais e artísticas que permeiam a realidade dessa criança ou jovem. Propostas de Situação de Aprendizagem em Projetos em Artes Visuais O estímulo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para a utilização das His- tórias em Quadrinhos em ambiente didático, a presença dos Quadrinhos nas Provas de Vestibular e a distribuição de obras ao ensino fundamental por meio do Programa Na- cional Biblioteca da Escola (PNBE) demonstram um movimento importante no que diz respeito a esta produção artística e suas potencialidades pedagógicas. Essas ações promoveram uma curiosidade sobre a área entre estudantes, pesqui- sadores e professores de diversas áreas carentes de respostas sobre a utilização dessa linguagem e suas características peculiares. Essa atividade traz algumas respostas sobre quais são os principais elementos da lin- guagem dos Quadrinhos, de modo a estimular seu uso em sala de aula. Vamos trabalhar com a proposta de ensinar aos alunos do Ensino Fundamental as etapas de criação de personagens e como se produz uma Históriaem Quadrinhos. Como o interesse em ler Quadrinhos já inicia aos 5 anos de idade, essa atividade pode ser aplicada do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. Em relação ao ensino das Artes Visuais, pretendemos promover a dimensão da cria- ção e da expressão, principalmente. Destacamos a importância da criação do ponto de vista da BNCC, pensando no aluno como um sujeito protagonista que está aprendendo, e não deve, portanto, ser apenas passivo, mas um sujeito autor e crítico que domina e entende seu processo e passa a ser o autor da sua própria aprendizagem. Durante o processo criativo, a criança trabalha a partir da projeção de uma ideia que ela teve e, partindo dessa projeção, ela vai construir algo dentro das linguagens e manifestações artísticas diversas. 9 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Nesse caso, o professor orientará a atividade para o estudo e para a produção de uma história em Quadrinhos – uma competência já prevista na BNCC, no Ensino Fundamental. Proposta de Atividade Como ensinar aos alunos sobre as etapas de criação de personagens e como se pro- duz uma História em Quadrinhos. Figura 2 – Criação de HQ Fonte: Getty Images Objetivos O objetivo desta Atividade consiste em uma fase inicial, de análise e compreensão da linguagem das Histórias em Quadrinhos e seus elementos característicos. Tal exercício leva a outro, envolvendo o desenvolvimento de personagens para criação de uma HQ. O processo visa a uma série de aulas, com o professor agindo como um facilitador e a divisão dos alunos em grupos para que eles atuem de maneira colaborativa. Uma ação entendendo que a prática do ensino não se resume apenas à transmissão de conteúdos, mas pautada na construção de conhecimentos. Nesta atividade, o aluno irá participar da experimentação de Artes pela linguagem das Histórias em Quadrinhos, e trabalhará conceitos como os elementos próprios das HQs (balões, requadros, personagens), além de processos que mostram a relação entre imagem e texto. A atividade é para ser realizada em sala de aula e, por isso, a execução dessa pro- posta não necessita de uma grande estrutura e nem da compra de materiais específicos. O êxito da atividade dependerá muito mais da criatividade do professor e do estímulo proporcionado aos seus alunos no processo criativo, ou seja, importa mais o que e como realizar essa produção. • Indicação: Turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental; 10 11 • Materiais: Lápis, sulfite, borracha, canetas hidrográficas e lápis de cor: • Espaço: Sala de aula. Competências da BNCC (Artes Visuais) • Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reco- nhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos, e dialogar com as diversidades; • Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, pelo Cinema e pelo Audiovisual, nas condições particulares de pro- dução, na prática de cada linguagem e nas suas articulações. As habilidades (aprendizagens essenciais) a serem desenvolvidas são: • (EF15AR01): Identificar e apreciar formas distintas das Artes Visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético; • (EF15AR02): Explorar e reconhecer elementos constitutivos das Artes Visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.); • (EF15AR04): Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pin- tura, colagem, Quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e téc- nicas convencionais e não convencionais; • (EF15AR05): Experimentar a criação em Artes Visuais de modo individual, coleti- vo e colaborativo, explorando diferentes espaços da Escola e da Comunidade. Conheça a Linguagem dos Quadrinhos Figura 3 – Uma página do quadrinho da Turma da Mônica Fonte: Reprodução 11 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Iniciando a atividade... Vamos desenhar? Vamos sim! Não adianta dizer que não sabe desenhar, pois desenhar é um processo natural do ser humano, assim como sorrir, sentir medo etc. Algumas coisas são inerentes da espécie humana e desenhar é uma delas. Gostar de desenhar é maravilhoso, impulsiona e desenvolve o potencial de todos nós. Vamos começar com um passo a passo para desenhar personagens e seus alunos precisarão apenas de lápis, papel e borracha. 1ª. Lição Como desenhar caretas Vamos começar desenhando diferentes expressões para um mesmo rosto. Faça várias bolas, desenhe os olhos, o nariz, a boca, as orelhas, as sobrancelhas e o cabelo. Figura 4 – Expressões de felicidade, assustada, zangada, raivosa, alegre Fonte: Getty Images Figura 5 – Diferentes expressões dos olhos Fonte: Getty Images 12 13 Figura 6 – Desenhos variados de nariz, olhos e orelhas Fonte: Adaptada de Getty Images 2ª. Lição Como desenhar o corpo O corpo, os braços e as pernas possuem formas retangulares (veja os personagens a seguir). Depois do desenho das formas, basta colorir a roupa com cores diferentes para com- por um visual bem bacana e para diferenciar o gênero dos personagens. Observe bem que eles foram desenhados a partir de formas geométricas simples e treine. Para isso, é importante que o professor treine o desenho de formas geométricas com seus alunos. Diga para seus alunos lembrarem das características dos personagens que eles mais gostam e perceberão que há muitas opções de formatos de corpo. Uma delas é desenhar a forma retangular para o corpo do menino e triangular, para a menina. Figura 7 Fonte: Pixabay Figura 8 – Desenho de personagens a partir de formas geométricas Fonte: Pixabay 13 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Figura 9 – Os personagens partem da mesma estrutura, diferenciando-se pela cor e expressão Fonte: Pixabay Repita esses desenhos várias vezes ou retome o desenho em várias aulas, até perce- ber que seus alunos ganharam mais confiança. É interessante que o professor dê uma volta na sala para ver o resultado do desenho dos alunos e fazer comentários positivos. 3ª. Lição Etapas da História em Quadrinhos Utilizando apenas uma aula, o professor mostra quais são as etapas para desenvolver uma História em Quadrinhos: 1. Escolher um tema para a história; 2. Desenvolver a ideia; 3. Criar o personagem principal e os secundários; 4. Desenhar os personagens em várias poses; 5. Desenvolver o roteiro; 6. Desenhar o lugar (cenário) onde a história irá se passar; 7. Fazer a diagramação da história a partir de 6 a 8 quadros por página; 8. Fale para seus alunos desenharem a lápis e finalizarem com canetinha preta. Inserção de balões para inserir as falas; 9. Para colorir, peça para utilizarem lápis de cor ou canetas hidrográficas; 10. Depois de realizada a história, faça uma exposição para criar mais envolvimento dos alunos com a atividade. 4ª. Lição Como fazer a História em Quadrinhos na prática Lembre-se de que, uma vez explicadas as etapas de produção da História em Quadri- nhos, o próximo passo é organizar a divisão da sala em grupos. Peça para seus alunos se organizarem em grupos de 3 a 4 integrantes. 14 15 5ª. Lição Explicando cada etapa de produção da História em Quadrinhos Escolher um tema para a história O professor pode começar orientando a sala sobre a escolha do tema, que pode ser pensado a partir de notícias de jornal, de viagens, do cotidiano, de lembranças felizes, de sonhos etc. Os temas também podem estar relacionados a assuntos de outras Disciplinas, como estudar sobre a história africanaou indígena a partir dos títulos O Quilombo Fórum Aiyê, de André Diniz e Palmares, A luta pela liberdade, de Eduardo Ventilo (Cortez, 2009). Em relação à área do ensino de Matemática, a pesquisadora Sonia Lutem (Efeito HQ: uma prática pedagógica) propõe que a temática da História em Quadrinhos seja compreender o significado do número “PI”. Segundo a pesquisadora, esse exercício pode começar com a pergunta: para que aprender sobre o número “PI”? Para acessar a obra Efeito HQ. Disponível em: https://bit.ly/3tPwwYa O importante nesse processo é que a cada sugestão de tema, o professor poderá fazer anotações na lousa, para depois realizar uma votação elegendo a ideia mais inte- ressante para a maioria dos alunos. Desenvolver a ideia Após estabelecido o tema e a ideia da história, o professor dirá para que os integran- tes do grupo discutam entre si como irão desenvolver a história. O professor poderá levar gibis para mostrar que as histórias possuem começo, meio e fim, e por isso é necessário pensar que haverá um desfecho para essa história. Criar o personagem principal e os secundários Para conseguir uma boa história, é necessário criar personagens interessantes, com personalidades marcantes. Basta os alunos observarem as histórias da Turma da Mônica e perceberão que cada personagem tem uma característica bem marcante: a Mônica é uma menina brava e corajosa, a Magali é gulosa e meiga, o Cebolinha é bem arteiro e gosta de provocar a Mônica etc. Desenhar os personagens em várias poses Depois de criar os personagens, é necessário desenhá-los em várias posições, pois, em algum momento da história, eles irão andar, sentar, correr etc. 15 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Figura10 – Personagens em posições variadas Fonte: Getty Images Ao desenhar um personagem, o mais comum é retratá-lo de frente, mas é sempre bom desenhá-lo ao menos de lado, para que ele não fique sempre na mesma posição. Pode parecer um pouco mais complicado, mas é necessário por conta das diversas si- tuações e ações em que ele irá participar na história. Peça para seus alunos observarem como os desenhistas retratam seus personagens nas suas histórias. Figura 11 – Desenho de personagens de frente, lado e costas Fonte: Adaptada de Getty Images Desenvolver o roteiro Após a criação do personagem e resolvido o tema e a ideia, o passo seguinte é ro- teirizar a história. Para começar é necessário que o professor oriente sobre a quantidade de páginas ou quadros que a história vai ocupar. Caso estabeleça que será uma história de três páginas, determine a primeira página para o início (onde acontecerá o problema entre os personagens), a segunda página para o desenvolvimento do problema, e a terceira (fim) para o desfecho da história. Digamos que dois irmãos querem comprar um jogo de videogame e não têm dinheiro. Ambos ficam imaginando como podem fazer para consegui-lo: criar algum objeto e vender para a família, alguma receita que possam fazer com o auxílio de um adulto, por exemplo. 16 17 Na segunda página, eles decidem arrumar a casa inteirinha, lavar o quintal e até pre- parar a mesa para o café da tarde. A ideia deles é que a mãe ofereça comprar o jogo em retribuição às horas dedicadas pelos filhos à limpeza da casa. O desfecho da história pode antecipar uma situação de suspense, na qual a mãe irá fazer anotações no caderno com uma expressão neutra e avaliando detalhadamente todo o serviço realizado pelos filhos. Assim, temos um exemplo de roteiro segmentado e bem dividido. Desenhar o lugar (cenário) onde a história irá se passar O professor pede para os alunos abrirem seus gibis sobre a mesa e observar que em grande parte das histórias o primeiro quadrinho possui um tamanho maior que os de- mais. Isso porque é comum que logo este primeiro quadro apresente o local (ambiente) com detalhes onde se desenrolará a história. Fazer a diagramação da história a partir de 6 a 8 quadros por página O professor deve orientar que cada folha sulfite poderá ter de 6 a 8 Quadrinhos por página. Mas, também, a quantidade de quadros pode ficar a critério dos alunos, assim como os desenhistas fazem para que suas histórias fiquem interessantes e a leitura bas- tante agradável. Fale para seus alunos desenharem a lápis e finalizarem com canetinha preta. Inserção de balões para inserir as falas Após a divisão da página em quadros, os alunos já podem fazer os primeiros esboços a lápis, lembrando de deixar o espaço para inserir os balões de falas dos personagens. Como é bastante comum iniciar esse processo desenhando primeiro os balões, antes mesmo de escrever os textos, isso pode deixar o trabalho feio. A sugestão é primeiro escrever as falas para que caibam perfeitamente dentro do espaço dos balões, para depois fechar o desenho dos balões. Figura 12 – O formato dos balões varia de acordo com o signifi cado que se quer dar à fala Fonte: Adaptado de Freepik 17 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Figura 13 – Onomatopeiase linhas cinéticas Fonte: Getty Images Figuras cinéticas são recursos gráficos capazes de sugerir um efeito dinâmico às ima- gens estáticas. Elas representam o movimento ou o percurso de personagens e objetos. Na posse de revistas em Quadrinhos, peça para que os alunos observem se conse- guem identificar alguns recursos da linguagem dos Quadrinhos: as onomatopeias (vocá- bulos que representam sons) e figuras cinéticas, entre outros recursos gráficos. Todos esses recursos contribuem para dinamizar a leitura e deixar a página mais interessante graficamente. Após concluída a etapa do esboço, utilize caneta hidrocor preta para finalizar o desenho. Não deixe de apagar os traços a lápis. Para colorir, peça para utilizarem lápis de cor ou canetas hidrográficas A colorização do desenho pode ser feita a lápis ou outro material de preferência do grupo. Há também a opção de apresentar a história em preto e branco. É interessante que o professor acompanhe essa fase inicial de colorização, que pode- rá levar alguns dias em sala de aula, podendo ser concluído em casa. Deverá ser estabelecida uma data para entrega do material que, posteriormente, será transformado em uma revista ou uma exposição dentro da sala de aula. Para tanto, pode-se solicitar que os alunos façam uma capa para a revista (que deverá ter um título genérico para poder reunir todas as diversas histórias dos grupos) ou um cartaz para a exposição. Cada grupo pode votar na capa ou no cartaz que representará a atividade finalizada. 18 19 Depois de realizada a história, faça uma exposição para criar mais envolvimento dos alunos com a atividade A realização de uma exposição com os trabalhos da turma ou a confecção de uma revista em Quadrinhos vai proporcionar maior engajamento com a atividade e a curiosi- dade pela leitura dos trabalhos dos colegas. A exposição pode contar com uma data de inauguração e convidar outras turmas para prestigiar os trabalhos desenvolvidos nas aulas de Arte. 19 UNIDADE Práticas Educativas e Propostas de Aprendizagem: Atividades Práticas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Quino Conheça mais sobre a vida e obra do cartunista argentino chamado Quino, que passou muitos anos nos mostrando que as crianças são repositórios de sabedoria. https://bit.ly/3cimb0Z Universo HQ Um dos sites mais completos e prestigiados sobre HQ. https://bit.ly/3lIOpVp Guia dos Quadrinhos Para ampliar seu repertório sobre autores e personagens de Histórias em Qua- drinhos, acesse as Enciclopédias Digitais. https://bit.ly/398jw7I Livros O que é história em Quadrinhos BIBE LUYTEN, S. M. O que é história em Quadrinhos. São Paulo: Brasilien- se, 1987. Vídeos O que são Quadrinhos? Para conhecer um pouco mais sobre as histórias em Quadrinhos e seus elemen- tos de Linguagem, agora de forma lúdica e animada. https://youtu.be/kPBLNUS6w8ULeitura Francesco Tonucci: a criança como paradigma de uma cidade para todos Reportagem com o pedagogo e desenhista italiano Francesco Tonucci. O educador discorre sobre temas como Escola, Formação de Professores, Relação com as Fa- mílias, Infância e Cidade. https://bit.ly/3cYeNGZ 20 21 Referências BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Educação é a base. Disponível: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 3 fev. 2021. LUYTEN, Sonia Maria Bibe; LOVETRO, José Alberto. Efeito HQ: uma prática pe- dagógica, 2020. [Livro disponibilizado no site do projeto: Efeito HQ]. Disponível em: http://efeitohq.com/livro-efeito-hq-ed01.pdf. McCLOUD, Scott. Desvendando os Quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 2005. RAMOS, Paulo. A leitura dos Quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009. VERGUEIRO, Waldomiro. Panorama das histórias em quadrinhos no Brasil. São Paulo: Peirópolis, 2017. 21
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