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RESUMO PSICOLOGIA 2 O PROCESSO DE ADOECIMENTO 1. A doença como uma ocorrência que se instala a partir de uma confluência de fatores biopsicossociais em interação dinâmica 2. Uma vez instalada, repercute na pessoa e seu entorno podendo produzir mais danos, o que torna necessário o conhecimento sobre os mecanismos biológicos, mas também psicológicos e sociais do adoecimento CURA E CUIDADO Primum non nocere É possível falar hoje em dia sobre os poderes curativos da natureza? Qual a diferença no sentido? • Cura – eliminação da doença independente do cuidado CUIDADOS PALIATIVOS Avanços científicos – prolongamento da vida até onde a tecnologia permite Hospices – instituições que abrigavam e cuidavam gratuitamente de pessoas em diferentes tipos de necessidades, incluindo doentes Cecily saunders – fundação St. Cristopher Hospice; alterou a forma de cuidado dos pacientes com doenças incuráveis (moribundos) Medicina paliativa – 1974; melhora da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida EFEITO PLACEBO E NOCEBO PLACEBO • Sensação de bem-estar e confiança que é despertada por um procedimento e que pode torna-lo efetivo, independentemente da natureza Efeitos mudanças tanto psicológicas quanto biológicas Como funciona? • Resposta imunológica condicionada • Expectativas – ativação dos mecanismos de recompensa do cérebro NOCEBO • Efeitos negativos ou colaterais despertados por procedimentos que não se relacionam aos mecanismos de ação • Condicionamento • Expectativas e ansiedade antecipatória Recomendações de preparo dos profissionais • Atitude paliativa • Cuidados paliativos gerais • Cuidados paliativos especializados CUIDADOS PALIATIVOS E SAÚDE MENTAL – PROBLEMAS COMUNS Delirium Bastante frequente em pacientes com doenças em fase de terminalidade Geralmente é agudo e reversível Tratamento envolve a busca dos fatores desencadeantes – caso não seja possível, trata-se apenas o sintoma Ansiedade Produz sintomas físicos e psicológicos, nem sempre fáceis de serem distinguidos Podem surgir antes ou depois do início dos cuidados paliativos e deve ser foco privilegiado Depressão Comum em pacientes paliativos, os cuidados apresentam boa capacidade de reduzir casos de depressão • Ações importantes Escuta ativa e empática; reconhecimento dos problemas e necessidades; direcionamento do tratamento a estes aspectos; o tratamento pode envolver medicamento e psicoterapia; barreiras ao tratamento PACIENTES DE MAIOR RISCO OUTROS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA OS QUADROS DEPRESSIVOS AS REAÇÕES DAS PESSOAS AO ADOECIMENTO “A saúde é a vida no silencio dos órgãos” A doença nos remete à nossa fragilidade e finitude O impacto das doenças agudas ou crônicas pode ser muito diferentes a depender da pessoa Algumas das reações a seguir podem ser consideradas “normais”, mas ainda assim requerem atenção DOENÇAS AGUDAS Reações de estresse psicológico típicas FORMAS COMUNS DE REAÇÃO REGRESSÃO – mecanismos de defesa (psicanalise) comportamentos infantilizados que podem surgir na relação médico-paciente, em função da vulnerabilidade e dependência. Podem ser acompanhados de recusas de tratamento, teimosia, comportamento impulsivo e irritadiço, choro exagerado, abandono do hospital NEGAÇÃO – ocorre geralmente nas fases iniciais da doença e tem a função de eliminar a ameaça psicológica do reconhecimento da doença • Questionamento de exames • Persistência de hábitos anteriores que contribuem para a doença • Não engajamento no tratamento Pode ser interrompida pela piora nos sintomas e sucedida pela raiva, muitas vezes direcionada aos profissionais da saúde DEPRESSÃO – podem ocorrer sintomas depressivos que transcendem os quadros de tristeza, desesperança e preocupação que são esperados diante do diagnóstico de doenças graves Alguns sinais podem indicar um transtorno mental associado: Além de diminuição do apetite, alteração do sono, cansaço, falta de energia, lentidão psicomotora e emagrecimento • Culpa excessiva • Vivencia punitiva marcante da doença • Incapacidade de melhorar o humor • Desesperança e desejo de morrer CIRURGIAS – normal a ocorrência de medo e preocupação, bem como fantasias de dores no seu pós- operatório Fornecer informações sobre o procedimento, sobre a recuperação e sobre os riscos Fases críticas – ansiedade no período pré- operatório; adaptação ao pós-operatório (reajustamento e manutenção da qualidade de vida) TRANSPLANTES – geralmente na situação de um transplante a pessoa já tem um histórico de procedimentos médicos o que pode ajudar no enfrentamento Critérios psicossociais podem ser bons indicadores: 1. Sinais de estabilidade emocional 2. História pregressa de alcoolismo e/ou uso de drogas 3. Desejo de viver 4. Relações familiares HEMODIÁLISE – o tratamento em hemodiálise é fonte importante de estresse e necessidade de adaptação Outros prejuízos que acompanham o tratamento: • Dificuldades profissionais • Queda de rendimentos • Prejuízo da capacidade de realizar atividades diárias • Perda do desejo sexual • Medo da morte • Restrições dietéticas e hídricas Podem ocorrer sintomas e quadros depressivos ONCOLOGIA – o impacto da notícia do diagnóstico é acompanhado por temores de cenários irreversíveis • Medo da morte e de sentir dor • Enfrentamento do tratamento • Incertezas sobre o futuro IDENTIFICANDO SINAIS DE ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS Responder de maneira empática ao sofrimento psicológico pode depender da identificação de sinais importantes ASPECTO GERAL E APARÊNCIA CONSIENCIA Nível de atividade psíquica e responsividade ao meio (atenção, orientação, adaptação) • Alerta ou vigil • Hipervigil • Sonolência/obnubilação • Torpor • Sopor ou estupor (semicomatoso) • Coma Estado crepuscular – foco restrito da consciência (pessoa parece perdida com foco em algo que não está ali) Dissociação – estado que funciona em paralelo; pessoa pode apresentar um comportamento fora do habitual Alterações de consciência são muito sensíveis ao uso de entorpecentes, lesões cerebrais, intoxicações, doenças orgânicas, etc. ATENÇÃO Função básica da consciência – diz respeito ao foco da atividade mental em determinados estímulos ou aspectos do ambiente (requisito importante para outras atividades mentais – percepção/pensamento...) Hipoprossexia – redução global da atenção • Pode ocorrer de: falta de interesse ou afeto / déficit intelectual / alterações da consciência (delirium) Hipotenacidade – redução da capacidade de foco ou atenção voluntaria Hipertenacidade – aumento da capacidade de foco ou atenção voluntaria Hipovigilância – redução da atenção passiva ou espontânea Hipervigilancia – aumento da atenção passiva ou espontânea ORIENTAÇÃO Conjunto de capacidades relacionadas à consciência da própria condição, envolvendo o reconhecimento de si mesmo, localizando-se no tempo e espaço Orientação auto psíquica – nome / profissão / nacionalidade / idade Orientação alo psíquica – espaço-tempo Tipos de desorientação Apática Amnésica Por confusão mental (rebaixamento da consciência) Delirante Oligofrênica (por deficiência intelectual) Em geral, perde-se primeiro a orientação temporal, depois a espacial e por fim a auto psíquica MEMORIA Envolve a codificação, armazenamento e recuperação de conteúdos e representações mentais. Responsável pela integração dos elementos da vida psíquica com o momento atual Componentes percepção / fixação / conservação / evocação / reconhecimento Etiologia das perdas de memoria • Orgânicas – alterações cerebrais, intoxicação, traumas e lesões, degeneração • Psicogênicas – processos psicológicos que dificultamou alteram a fixação, evocação ou reconhecimento Mecanismos de alteração • Fixação • Evocação Amnesias relacionadas ao tempo • Anterógrada – dificuldade de formar novas memorias após evento • Retrógrada – esquecimento de conteúdos anteriores a um determinado evento • Lacunar – esquecimento dos eventos que ocorreram entre dois períodos de tempo • Remota – esquecimento de fatos do passado EXTENSÃO E INTENSIDADE • Hipermnesia – capacidade aumentada de memoria • Hipomnesia – capacidade reduzida de memoria • Amnesia seletiva • Amnesia total Alterações qualitativas • Paramnésias – deja vu e jamais viu • Ilusões de memória – falsas lembranças, confabulações, dificuldades de reconhecimento SENSOPERCEPÇÃO Capacidade de discernir e interpretar as sensações produzidas por estímulos • Ilusões – percepção deformada da realidade • Alucinações – percepção sensorial na ausência de estímulos (experienciadas como reais) 1. Visuais 2. Auditivas 3. Táteis 4. Olfativas 5. Vestibulares (equilíbrio) 6. Cenestésicas (órgãos internos) 7. Cinestesicas (movimento) • Alucinoses PENSAMENTO Processo cognitivo envolvido na elaboração e interpretação de conceitos e fatos, associação e organização de ideias, elaboração de juízos de realidade, abstração, etc. Alterações relacionadas à organização (forma e curso) • Afrouxamento das relações • Organização arboriforme • Fuga de ideias • Desagreção • Circunstancialidade • Descarrilamento • Bloqueio – interrupção súbita • Perseveração – insistência em mesmo tema Alterações do conteúdo • Ideias supervalorizadas ou vieses cognitivos – ideias sobre o mundo organizadas de acordo com a personalidade ou situação do individuo • Delírios ou ideias delirantes – ideias incompreensíveis, incorrigíveis, ininfluenciáveis e irremovíveis 1. Expansão do eu: grandeza, referencia, erótico, místico, capacidade física 2. Retração do eu: influencia, possessão, perseguição, prejuízo, autorreferencia negativa 3. Negação do eu: desvalia, pobreza, ruina, hipocondria • Ideias deliroides – semelhante aos delírios, mas são derivadas de fatos compreensíveis HUMOR E AFETO Experiência subjetiva dos estados gerais do corpo e relacionadas ao componente qualitativo (prazer ou desprazer) das experiências Quanto ao humor – estado basal • Normal • Deprimido • Elevado • Eufórico • Disforico – depressivo com componente de irritabilidade de mal-estar Quanto ao afeto • Apatia – redução global da excitabilidade • Anedonia – redução da experiência de prazer • Embotamento – rebaixamento total da vida afetiva Outros tipos de alteração • Incontinência – expressão com intensidade extrema • Labilidade – mudanças abruptas • Dissociação ou incongruência – afeto desconectado da situação presente • Ambivalência – sentimentos dicotômicos em relação ao mesmo evento
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