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Prévia do material em texto

Bruna Pinotti 
Garcia Oliveira
Rafael de 
Lazari
Paulo Henrique 
Gonçalves Portela
2ª edição
revista e atualizada
2017
DIREITOS 
HUMANOS
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 3 25/03/2017 18:35:17
 QUESTÕES
 Nota dos autores: teoria geral dos direitos 
humanos é o estudo amplo de uma temática, abran-
gendo desde os seus elementos básicos como conceito, 
características, fundamentação e finalidade, passando 
pela análise histórica e chegando à compreensão de 
sua estrutura normativa. Com exceção da questão histó-
rica, que se reserva a capítulo próprio, serão colaciona-
das neste ponto questões inerentes à teoria geral dos 
direitos humanos. Além disso, será conferido destaque 
à questão do tratamento das normas de direitos huma-
nos no Brasil.
1 CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
01. (FCC - 2015 - DPE-SP - Defensor Público) “Se há 
um direito humano à vida e à integridade física, como 
se pode aceitar então, com anuência, que as interven-
ções militares ocidentais matem mais pessoas inocentes 
que as atrocidades dos ditadores e dos terroristas? Os 
EUA, é o que se diz, utilizam os direitos humanos apenas 
como pretexto para os interesses totalmente profanos 
do poder e da economia; não lhes interessa a situação 
jurídica da população, mas apenas o petróleo. E por 
isso, assim prossegue o argumento, há dois pesos e duas 
medidas: em toda parte onde os detentores do poder 
se destacam pelo bom comportamento, deixando por 
exemplo que os bombardeiros norte-americanos esta-
cionem em seus territórios (como na Turquia, prova-
velmente, ou na Arábia Saudita), a autonomeada polí-
cia mundial ocidental não há de objetar nada contra a 
pilhagem, a perseguição e a chacina de grupos inteiros 
da população ou contra as condições ditatoriais” (KURZ, 
Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São 
Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno Mais!, p. 9-11). O 
excerto acima é relacionado ao:
a) multiculturalismo dos direitos humanos.
b) universalismo de confluência dos direitos huma-
nos.
c) imperialismo dos direitos humanos.
 Teoria Geral dos 
Direitos Humanos
d) relativismo dos direitos humanos.
e) universalismo dos direitos humanos.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: segundo Hobsbawm1, o 
imperialismo dos direitos humanos caracteriza-se por: 
a) colocar uma proposição de legitimidade e de neces-
sidade de intervenções armadas internacionais para 
introduzir ou impor os direitos humanos em uma era 
de crescente barbárie, permitindo assim que o forte 
poderio militar norte-americano se imponha em territó-
rios estrangeiros sob o pretexto da defesa dos direitos 
humanos; b) imunizar os regimes tiranos do dever de 
adotar mudanças internas, de modo que apenas a força 
armada externa poderia conduzi-los a adotar os valores 
e instituições políticas ocidentais, tornando a interven-
ção militar uma necessidade; c) acreditar que as institui-
ções ocidentais podem ter êxito em qualquer lugar e, 
assim, cuidar eficazmente dos problemas transnacio-
nais e trazer a paz ao invés de instaurar a desordem.
Alternativa correta: letra “c”. Uma das maiores 
críticas feitas à atuação norte-americana no campo dos 
direitos humanos se refere ao seu imperialismo. Se diz 
que há uma atuação dos Estados Unidos em prol dos 
direitos humanos apenas quando é de seu interesse, 
selecionando-se as intervenções conforme critérios 
políticos e econômicos. Sob tais argumentos, os Estados 
Unidos interferem militarmente em países do Oriente, 
porém adotando critérios seletivos ao determinar a 
escolha de onde haverá ou não intervenção - fecham os 
olhos às violações de direitos humanos dos seus parcei-
ros econômicos, insistem na punição daqueles que se 
recusam a cooperar com sua hegemonia.
Alternativa “a”: incorreta. O texto não aborda o 
multiculturalismo dos direitos humanos senão reflexa-
mente como um dos pretextos para o imperialismo.
1 HOBSBAWM, Eric. Prefácio. In: Globalização, democracia 
e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 
14-15.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 17 25/03/2017 18:35:19
 Revisaço® • Bruna Pinotti Garcia • Rafael de Lazari • Paulo Henrique Gonçalves Portela18
Alternativa “b”: incorreta. O universalismo de 
confluência seria um universalismo dos direitos huma-
nos como ponto de chegada e não de partida, que 
somente seria obtido após necessários conflitos. O 
texto não possui uma chamada de defesa ao universa-
lismo, até mesmo porque questiona o porquê de se con-
siderar justas certas condutas ocidentais que produzem 
muito mais danos que as orientais.
Alternativa “d”: incorreta. Em que pese a neces-
sidade de se atentar a fatores multiculturais, um dos 
aspectos do relativismo dos direitos humanos, o texto 
não coloca tais fatores como objeto central, mas apenas 
como pretexto de justificação do imperialismo.
Alternativa “e”: incorreta. O texto não faz defesa 
do universalismo, até mesmo porque questiona: “como 
se pode aceitar então, com anuência, que as interven-
ções militares ocidentais matem mais pessoas inocen-
tes que as atrocidades dos ditadores e dos terroristas”? 
Logo, destaca que muitas vezes se interpreta um cená-
rio como atentatório aos direitos humanos apenas para 
justificar uma intervenção que na verdade tem motivos 
econômicos e políticos.
02. (CEPS-UF - 2015 - UFPA - Pedagogo) Muito se tem 
falado sobre a relação entre direitos humanos e educa-
ção no Brasil e na América Latina. Neste sentido, direitos 
humanos refere-se a:
a) um marco ético-político para ser usado como crítica 
e orientação às diferentes práticas sociais.
b) uma orientação política para o acolhimento de pes-
soas exiladas.
c) uma utopia pela felicidade humana no espaço 
público.
d) uma ética que promove a democracia na América 
Latina e no Caribe.
e) uma orientação jurídica que leva a uma sociedade 
planificada.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “a”. Os direitos humanos 
podem ser apresentados como um marco ético, eis que 
promovem o resgate das perspectivas do direito como 
justiça (direito natural), e político, já que estrutura um 
novo sistema de proteção de direitos de caráter interna-
cional. Com efeito, prestam-se à crítica e à orientação de 
práticas sociais sob novas perspectivas.
Alternativa “b”: incorreta. A área que cuida do 
direito das pessoas exiladas é o direito dos refugia-
dos, apenas uma das vertentes de proteção da pessoa 
humana.
Alternativa “c”: incorreta. Os direitos humanos 
não podem ser considerados como utopia, como irreali-
záveis ou meramente teóricos.
Alternativa “d”: incorreta. Os direitos humanos 
são universais, fazendo-se valer em todo o globo.
Alternativa “e”: incorreta. Os direitos huma-
nos não buscam uniformizar todas as práticas sociais, 
reconhecendo as peculiaridades regionais, culturais e 
sociais que devem ser respeitadas.
03. (ESAF - 2012 - CGU - Analista de Finanças e Con-
trole - Prevenção da Corrupção e Ouvidoria) Marque 
a opção incorreta:
a) os Fundamentos e Princípios dos Direitos Humanos 
têm como finalidade a observância e proteção da 
dignidade da pessoa humana de maneira universal.
b) Direitos Humanos, Direitos Fundamentais e Direi-
tos do Homem não possuem o mesmo significado. 
Assim, a primeira nomenclatura surgida foi a dos 
Direitos Fundamentais, a qual remonta a época do 
jusnaturalismo.
c) a concepção contemporânea de Direitos Humanos 
destaca que eles são vistos como uma unidade indi-
visível, interdependente e inter-relacionada, capaz 
de conjugar o catálogo de direitos civis e políticos 
ao catálogo de direitos sociais, econômicos e cultu-
rais.
d) surge uma concepção denominada pós-contempo-
rânea dos Direitos Humanos com a Declaração de 
Viena.
e) tendo em vista a influência do pensamento reli-
gioso e do sistema político, as diversas teorizações 
sobre direitos humanos encontram-se profunda-
mente relacionadas às prerrogativas estamentais e 
à hierarquia secular.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa incorreta: letra “b”. A alternativa “b” 
contém uma afirmaçãoincorreta porque, muito embora 
os direitos humanos, os direitos fundamentais e os direi-
tos do homem não possuam o mesmo significado, é 
preciso lembrar que os direitos fundamentais não são 
a primeira nomenclatura surgida. Divergências exis-
tem se os direitos do homem (ligados ao jusnaturalismo, 
de formalização desnecessária) ou os direitos humanos 
propriamente ditos (formalizados em documentos 
internacionais) vieram primeiro analisando-os por ótica 
sistemática (prevalece que os direitos do homem vie-
ram primeiro, por serem inatos ao próprio homem). De 
toda maneira, o que é pacífico é que os direitos funda-
mentais não são a primeira nomenclatura surgida.
Alternativa “a”: correta. A finalidade essencial da 
proteção dos direitos humanos é a pessoa humana em 
todos seus atributos, ou seja, em sua dignidade. Neste 
sentido, a dignidade da pessoa humana aparece como 
fundamento de direitos humanos.
Alternativa “c”: correta. Indivisibilidade, interde-
pendência e inter-relação são características de direitos 
humanos que deixam claro que as divisões em cate-
gorias possuem um fim exclusivamente didático, não 
simbolizando uma real separação entre as dimensões 
de direito.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 18 25/03/2017 18:35:19
 Teoria Geral dos Direitos Humanos 19
Alternativa “d”: correta. A Declaração de Viena, 
originária da II Conferência Internacional de Direitos 
Humanos de Viena de 1993, não somente reafirma o 
compromisso internacional pelos direitos humanos 
como também enfatiza os direitos de solidariedade, o 
direito à paz, o direito ao desenvolvimento e os direi-
tos ambientais, além de conferir destaque à questão da 
diversidade.
Alternativa “e”: correta. A nobreza e o clero for-
mavam o topo do sistema de classes sociais ao qual 
eram conferidas diversas prerrogativas altamente preju-
diciais às classes inferiores. Neste sentido, iniciou-se um 
movimento pelo questionamento destas prerrogativas 
no qual ascenderam as classes inferiores, notadamente 
a burguesia, origem histórica dos direitos humanos, 
ainda que sem uma concepção internacionalizada.
04. (NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia) Em 
relação ao conceito dos Direitos Humanos, identifique 
com V as afirmativas verdadeiras e F as falsas e marque, 
em seguida, a sequência correta:
( ) o núcleo do conceito de Direitos Humanos se 
encontra no reconhecimento da dignidade da pes-
soa humana. Essa dignidade expressa num sistema 
de valores, exerce uma função orientadora sobre a 
ordem jurídica porquanto estabelece “o bom e o 
justo” para o homem.
( ) Direitos Humanos é uma expressão moderna, mas o 
princípio que invoca é tão antigo quanto a própria 
humanidade. É que determinados direitos e liber-
dades são fundamentais para a existência humana.
( ) os Direitos Humanos surgiram a partir do século XX, 
e devem ser utilizados apenas nos países democrá-
ticos.
( ) os Direitos Humanos são considerados fundamen-
tais porque sem eles a pessoa humana não conse-
gue existir ou não é capaz de se desenvolver e de 
participar plenamente da vida.
( ) os Direitos Humanos devem privilegiar apenas a 
parcela da população mais carente, fato que justi-
fica sua própria existência.
a) V, V, F, V, F.
b) V, V, V, V, V.
c) V, V, F, F, V.
d) F, F, V, F, V.
e) V, V, F, F, F.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “a”. As afirmações 1, 2 e 
4 estão corretas, ao passo que as afirmações 3 e 5 estão 
incorretas.
Primeira afirmação: correta. O núcleo do conceito 
de direitos humanos se encontra no reconhecimento da 
dignidade da pessoa humana, e naquilo que é bom e 
justo para o homem.
Segunda afirmação: correta. Muito embora 
melhor estruturados na modernidade/contemporanei-
dade, sua aplicação é retroativa às primeiras noções de 
humanidade e vida em sociedade.
Terceira afirmação: incorreta. Os direitos huma-
nos têm incidência para todas as pessoas, indiscrimina-
damente, qualquer que seja o regime em que vivam; 
a diferença é que tal espécie de direitos não encontra 
ambiente sadio para germinar em terrenos não 
democráticos, apesar da constante luta para que isso 
aconteça.
Quarta afirmação: correta. A característica da fun-
damentalidade pode ser observada em sua internaliza-
ção dos ordenamentos de cada país.
Quinta afirmação: incorreta. Os direitos humanos 
não se destinam a parcelas ou grupos; o que pode variar 
é o grau de sua aplicação aos casos em que se mos-
tram mais necessários.
05. (PM-RO - 2014 - PM-RO - Sargento - Seleção 
Interna) Julgue o seguinte item: “Para alguns filósofos e 
juristas, os direitos humanos equivalem a direitos natu-
rais, ou seja, aqueles que são inerentes ao ser humano. 
Outros preferem tratar os direitos humanos como sinô-
nimo de direitos fundamentais, conjunto normativo que 
resguarda os direitos dos cidadãos”.
Resposta: Certo. Há controvérsia na doutrina sobre 
a origem conceitual dos direitos humanos - se no jusna-
turalismo ou se no contratualismo. Os que vão para o 
primeiro posicionamento colocam os direitos humanos 
como sinônimo de direitos naturais; os que vão para o 
segundo colocam os direitos humanos como sinônimo 
de direitos fundamentais. Aparentemente, o mais cor-
reto é adotar uma posição intermediária, pois os 
direitos humanos possuem simultaneamente origem 
jusnaturalista (herança dos direitos naturais) e contra-
tualista (afirmação em tratados internacionais firmados 
no âmbito de uma organização internacional).
06. (EXATUS - 2014 - PM-RJ - Soldado da Polícia Mili-
tar) Considerando o tema “Direitos Humanos”, marque 
a alternativa incorreta:
a) direitos humanos são os direitos básicos de todos 
os seres humanos.
b) é evidente a importância dos Direitos Humanos 
para a construção de um Estado democrático de 
direito, onde as instituições públicas, em particu-
lar a polícia, exercem suas atividades com base nos 
princípios de respeito à dignidade humana.
c) os Direitos Humanos são um conjunto de valores 
que admite interpretações e conotações diversas. 
Englobam uma gama ilimitada de direitos e deveres 
do homem para com o homem e por extensão para 
com a natureza, pois dela depende a humanidade 
para sua sobrevivência.
d) são considerados Direitos Humanos apenas os 
direitos civis e políticos.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 19 25/03/2017 18:35:19
 Revisaço® • Bruna Pinotti Garcia • Rafael de Lazari • Paulo Henrique Gonçalves Portela20
 COMENTÁRIOS.
Alternativa incorreta: letra “d”. Os direitos civis 
e políticos compõem apenas uma das categorias dos 
direitos humanos. Ao lado deles surgem outras dimen-
sões de direitos com igual importância, notadamente, 
direitos econômicos, sociais e culturais e direitos de 
solidariedade.
Alternativa “a”: correta. Direitos humanos são os 
inatos a qualquer pessoa humana, sendo universais e 
atemporais.
Alternativa “b”: correta. Um dos fundamentos dos 
direitos humanos é a democracia, eis que somente num 
sistema democrático é possível viabilizar o real exercí-
cio de liberdades civis e políticas, inerentes à primeira 
dimensão dos direitos humanos. Neste sentido, devem 
ser abolidas práticas tiranas e de abuso de autoridade, 
permitindo um real exercício de tais liberdades.
Alternativa “c”: correta. Os direitos humanos dei-
xam larga margem hermenêutica por possuírem um con-
teúdo com baixíssima densidade normativa. Sendo assim, 
todo direito humano é relativo e passível de limitação.
2 DIREITOS HUMANOS CONSTITUCIONA-
LIZADOS
07. (VUNESP - 2015 - MPE-SP - Analista de Promo-
toria) A Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência, com seu Protocolo Facultativo, 
assinada em Nova York, em 2007, é o único documento 
internacional de direitos humanos considerado com 
status de emenda constitucional no ordenamento jurí-
dico nacional, pois:
a) foi aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por dois terços dos votos dos res-
pectivos membros, conforme procedimento pre-
visto no art. 5o, §3o da Constituição Federal, introdu-zido pela Emenda Constitucional no 45/04.
b) foi aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros, conforme procedimento pre-
visto no art. 5o, §3o da Constituição Federal, introdu-
zido pela Emenda Constitucional no 45/04.
c) é o único caso em que o Supremo Tribunal Federal 
já se pronunciou favoravelmente à tese de que o 
art. 5o, §2o, ao prever que direitos e garantias expres-
sos na Constituição não excluem outros decorren-
tes do regime e dos princípios por ela adotados, 
basta para que uma convenção internacional sobre 
direitos humanos seja considerada equivalente à 
emenda constitucional.
d) há previsão expressa, constante de disposição da 
Emenda Constitucional no 45/04, que os tratados e 
convenções de direitos humanos, mesmo que apro-
vados por quórum de maioria simples, possuirão 
status de emenda constitucional, face ao caráter 
materialmente constitucional de seus conteúdos.
e) é o único caso em que o Supremo Tribunal Federal 
já se pronunciou acerca do status das convenções 
de direitos humanos, encampando a tese de que 
terão status de emenda constitucional se versarem 
sobre direitos expressamente previstos na Consti-
tuição Federal.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “b”. Prevê o artigo 5o, 
§3o da Constituição Federal, incluído pela Emenda 
Constitucional no 45/2004: “Os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucio-
nais”. Até o momento o único tratado aprovado nestes 
moldes é a Convenção Internacional sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência, com seu Protocolo Facul-
tativo - Decreto no 6.949/2009, que menciona: “Conside-
rando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do 
Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, con-
forme o procedimento do §3o do art. 5o da Constituição, 
a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defici-
ência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova 
York, em 30 de março de 2007”.
Alternativa “a”: incorreta. O quórum é de três 
quintos, não de dois terços.
Alternativas “c” e “e”: incorretas. Referem-se, na 
verdade, ao julgamento da prisão civil do depositário 
infiel, que deu origem à súmula vinculante no 25. Não 
há qualquer relação deste caso com a incorporação da 
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência e do seu Protocolo Facultativo.
Alternativa “d”: incorreta. Somente possuirão o 
status constitucional se aprovados conforme o procedi-
mento descrito no artigo 5o, §3o, CF, semelhante ao de 
aprovação de emendas constitucionais.
08. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Com 
relação à proteção dos direitos humanos e à sua consti-
tucionalização, assinale a opção correta:
a) a CF distingue cidadania de nacionalidade, refe-
rindo-se esta à possibilidade de a pessoa ser titular 
de direitos políticos e aquela, ao vínculo entre pes-
soa e Estado.
b) na CF, assim como na Constituição de 1946, o princí-
pio da prevalência de direitos humanos é estabele-
cido como princípio fundamental a reger o Estado 
nas suas relações internacionais.
c) os direitos fundamentais, restritos, na CF, exclu-
sivamente aos direitos individuais, são cláusulas 
pétreas, ou seja, não podem ser alterados por 
emenda constitucional.
d) os direitos fundamentais podem ser restringi-
dos tanto por expressa disposição constitucional 
quanto por norma infraconstitucional com funda-
mento na CF.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 20 25/03/2017 18:35:19
 Teoria Geral dos Direitos Humanos 21
e) a titularidade de direitos fundamentais é atribuída 
aos estrangeiros residentes no país, mas não aos 
estrangeiros não residentes.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “d”. Nenhum direito 
fundamentalmente humano é ilimitado, podendo ser 
restringido por normas do próprio texto constitucional 
ou por normas que dele decorram.
Alternativa “a”: incorreta. Inverte os conceitos de 
nacionalidade e cidadania, pois cidadania é a possibili-
dade de ser titular de direitos civis e políticos e naciona-
lidade é o vínculo jurídico-político com o Estado.
Alternativa “b”: incorreta. A CF/88 é a primeira a 
estabelecer a prevalência dos direitos humanos como 
princípio fundamental.
Alternativa “c”: incorreta. A expressão direitos 
fundamentais é mais abrangente, pois vai além dos 
direitos e garantias individuais.
Alternativa “e”: incorreta. Normas de direitos 
humanos permitem relativizar o teor do art. 5o, caput, 
que prevê a restrição de titularidade aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no país. Afinal, direitos 
humanos são universais.
09. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público) Con-
siderando as disposições constitucionais relativas aos 
direitos humanos e aos tratados que versam sobre o 
tema, julgue o item subsequente: “O Procurador-Geral 
da República poderá, ouvido o Conselho Nacional do 
Ministério Público, suscitar, perante o STF, incidente de 
deslocamento de competência para a justiça federal 
quando julgar que o processo envolve grave violação 
de direitos humanos e exige o cumprimento de obriga-
ções decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos dos quais o Brasil seja parte”.
 COMENTÁRIOS.
Resposta: Errado. De acordo com o art. 109, §5o, 
da Constituição Federal (dispositivo este trazido pela 
Emenda Constitucional no 45/2004), nas hipóteses de 
grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumpri-
mento de obrigações decorrentes de tratados interna-
cionais de direitos humanos dos quais o Brasil faz parte, 
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Jus-
tiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, inci-
dente de deslocamento da competência para a Justiça 
Federal.
10. (MPF - 2013) Segundo entendimento do Supe-
rior Tribunal de Justiça expresso no voto do relator do 
incidente de deslocamento de competência no 1 - PA, 
a grave violação de direitos humanos que dá ensejo à 
iniciativa do Procurador-Geral da República para instau-
ração do incidente:
a) deve ser articulada apenas com a ameaça efetiva e 
real de descumprimento de obrigações decorren-
tes de tratados internacionais de direitos humanos 
dos quais o Brasil seja parte, como condição de 
admissibilidade.
b) deve ser aferida, como condição de admissibilidade, 
em articulação com considerações sobre a necessi-
dade e a imprescindibilidade do deslocamento de 
competência para a garantia do cumprimento de 
obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, 
em decorrência da observância dos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade.
c) prescinde de melhor definição legislativa, confi-
gurando, por isso, o art. 109, V-A, da Constituição 
Federal, norma de eficácia contida.
d) deve ser articulada, como condição de admissibi-
lidade, com a necessidade de se resguardar, sem-
pre que possível, o juízo natural estadual, somente 
se justificando o deslocamento quando houver 
pedido das autoridades estaduais, dando conta de 
sua incapacidade de garantir a prestação jurisdicio-
nal em tempo razoável com todas as garantias pro-
cessuais.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: o art. 109, §5o, do texto cons-
titucional determina que “Nas hipóteses de grave vio-
lação de direitos humanos, o Procurador-Geral da 
República, com a finalidade de assegurar o cumpri-
mento de obrigações decorrentes de tratados interna-
cionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, 
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, 
em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente 
de deslocamento de competência para a Justiça Fede-
ral”. É o incidente de deslocamento de competência 
(IDC), criado pela Emenda Constitucional no 45/2004. A 
questão em apreço também evidencia a importância de 
acompanhar a jurisprudência dos tribunais superiorespátrios acerca da aplicação do Direito Internacional no 
Brasil. Por fim, destacamos, com veemência, que o IDC 
deve ser suscitado perante o STJ, e não frente ao STF.
Alternativa correta: letra “b”. De acordo como o 
relator do IDC no 1, Min. Arnaldo Esteves, “a existência 
de crime praticado com grave violação aos direi-
tos humanos é pressuposto de admissibilidade do 
pedido de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal, a ser apreciado à luz do “princípio da 
proporcionalidade (adequação, necessidade e pro-
porcionalidade em sentido estrito), compreendido 
na demonstração concreta de risco de descum-
primento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais firmados pelo Brasil, resultante da 
inércia, negligência, falta de vontade política ou de 
condições reais do Estado-membro, por suas insti-
tuições, em proceder à devida persecução penal”. 
Os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade 
devem aparecer também para resolver incompatibilida-
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 21 25/03/2017 18:35:19
 Revisaço® • Bruna Pinotti Garcia • Rafael de Lazari • Paulo Henrique Gonçalves Portela22
des do IDC com qualquer outro princípio constitucional 
ou com a sistemática processual em vigor.
Alternativa “a”: incorreta. Não basta ter ocor-
rido crime praticado com grave violação aos direitos 
humanos e o decorrente risco de descumprimento de 
tratados internacionais na matéria, mas é preciso tam-
bém restar comprovado que esse risco decorra “da 
inércia, negligência, falta de vontade política ou de 
condições reais do Estado-membro, por suas insti-
tuições, em proceder à devida persecução penal”.
Alternativa “c”: incorreta. A norma do art. 109, 
V-A, da Constituição Federal, também trazida pela EC no 
45/2004, não é de eficácia contida. A respeito, o relator 
do IDC 1, Ministro Arnaldo Esteves, deixou registrado que 
“dada a amplitude e a magnitude da expressão ‘direitos 
humanos’, é verossímil que o constituinte derivado tenha 
optado por não definir o rol dos crimes que passariam 
para a competência da Justiça Federal, sob pena de res-
tringir os casos de incidência do dispositivo (CF, art. 109, 
§5o), afastando-o de sua finalidade precípua, que é asse-
gurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tra-
tados internacionais firmados pelo Brasil sobre a matéria, 
examinando-se cada situação de fato, suas circunstâncias 
e peculiaridades detidamente, motivo pelo qual não há 
falar em norma de eficácia limitada. Ademais, não é pró-
prio de texto constitucional tais definições”.
Alternativa “d”: incorreta. Primeiro, porque o 
IDC deverá ser suscitado pelo Procurador-Geral da 
República. Outrossim, o valor a ser preservado não é 
o juízo natural estadual, enfatizando-se a necessidade 
de garantir que o Brasil cumpra seus compromissos 
internacionais em matéria de direitos humanos.
11. (FGV - OAB 2011.2) No âmbito dos direitos huma-
nos, a respeito do Incidente de Deslocamento de Com-
petência, instituído pela Emenda Constitucional 45, 
assinale a alternativa correta:
a) para assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos de que o Brasil seja parte, o Procurador-
Geral da República pode suscitar, perante o Supe-
rior Tribunal de Justiça, incidente de deslocamento 
de competência para a Justiça Federal, nas hipóte-
ses de graves violações aos direitos humanos.
b) o incidente de deslocamento de competência, 
embora garanta o cumprimento de obrigações do 
Estado brasileiro em relação aos tratados interna-
cionais de direitos humanos, não está relacionado 
com a razoável duração do processo para a conse-
cução da finalidade de efetiva proteção dos direitos 
humanos.
c) pelo incidente de deslocamento de competência, 
a Justiça Federal só julgaria os casos relativos aos 
direitos humanos após o Brasil ser responsabilizado 
internacionalmente.
d) o incidente de deslocamento de competência se efe-
tiva contrariamente ao princípio do federalismo coo-
perativo por não obedecer à hierarquia de compe-
tência para julgamento dos crimes comuns, mesmo 
no âmbito de ferimento aos direitos humanos.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: recomenda-se grande aten-
ção às questões que envolvam o Incidente de Desloca-
mento de Competência (IDC), por conta do rol signifi-
cativo de informações constantes do dispositivo perti-
nente (CF, art. 109, §5o), que facilitam a elaboração de 
assertivas que podem confundir o examinado.
Alternativa correta: letra “a”. A Constituição Fede-
ral estabelece que “nas hipóteses de grave violação de 
direitos humanos, o Procurador-Geral da República, 
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obri-
gações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá 
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal” 
(art. 109, §5o).
Alternativa “b”: incorreta. A falta de atenção à 
razoável duração do processo pode levar a não repara-
ção de um direito humano violado e poderá ensejar 
a responsabilização internacional do Brasil por des-
cumprimento de um tratado de direitos humanos.
Alternativa “c”: incorreta. O IDC tem como obje-
tivo exatamente evitar a violação de um tratado de 
direitos humanos do qual o Brasil seja parte.
Alternativa “d”: incorreta. O IDC não viola o 
pacto federativo, inclusive por só ser cabível quando 
o Estado da Federação se revelar omisso ou incapaz de 
apreciar um caso de grave violação dos direitos huma-
nos, colocando o Estado brasileiro em risco de ser res-
ponsabilizado internacionalmente (STJ - IDC nos1 e 2).
3 VERTENTES DE PROTEÇÃO DOS DIREI-
TOS HUMANOS
 Nota dos autores: as três vertentes de prote-
ção da pessoa humana no âmbito internacional são: 
direitos humanos, direito humanitário e direito dos 
refugiados. O Direito Internacional dos Direitos Huma-
nos é o ramo do Direito que visa a proteger e a promover 
a dignidade humana em caráter universal, ou seja, em 
benefício de todos os seres humanos indistintamente 
e em qualquer circunstância. Já o Direito Internacional 
Humanitário visa a proteger e a promover a dignidade 
humana dentro dos conflitos armados, estando vol-
tado a reduzir a violência inerente às guerras e a regu-
lar a assistência às vítimas das hostilidades (“assistência 
humanitária”). Há uma complementariedade entre os 
dois ramos do Direito em apreço, aplicando-se, den-
tro de um conflito armado, o Direito Humanitário e o 
Direito Internacional dos Direitos Humanos, este no 
silêncio daquele ou em reforço à incidência daquele. 
Ainda, também de forma complementar e extrema-
mente correlata aos direitos humanos, tem-se o Direito 
dos Refugiados, regulamentando-se a questão do asilo e 
outras conexas.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 22 25/03/2017 18:35:19
 Teoria Geral dos Direitos Humanos 23
12. (FUNCAB - 2016 - SEGEP-MA - Agente Peniten-
ciário) Dentre os dispositivos trazidos na Convenção 
relativa ao Estatuto dos Refugiados e Protocolo sobre 
o Estatuto dos Refugiados, assinale a assertiva correta:
a) após um prazo de residência de cinco anos, todos 
os refugiados se beneficiarão, no território dos 
Estados Contratantes, da dispensa de reciprocidade 
legislativa.
b) os Estados Contratantes proporcionarão aos refu-
giados, em seu território, um tratamento diferen-
ciado do proporcionado aos nacionais no que con-
cerne à liberdade de praticar sua religião, a fim de 
preservação da religião local.
c) qualquer refugiado terá, no território dos Estados 
Contratantes, um acesso mais restrito aos tribunais.
d) nenhum refugiado tem deveres para com o país em 
que se encontra, os quais compreendem notada-
mente a obrigação de respeitar as leis e regulamen-
tos, assim como as medidas que visam à manuten-
ção da ordem pública.
e) o estatuto pessoal de um refugiado será regido pela 
lei do país de seu domicílio, ou, na falta de domicí-
lio,pela lei do país de sua residência.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: o Estatuto dos Refugiados é o 
principal diploma no âmbito do direito dos refugiados, 
tendo natureza de Convenção, adotada em 28 de julho 
de 1951 pela Conferência das Nações Unidas de Plenipo-
tenciários sobre o Estatuto dos Refugiados e Apátridas. 
O Brasil o promulgou pelo Decreto no 50.215, de 28 de 
janeiro de 1961. Por sua vez, a Lei no 9.474, de 22 de julho 
de 1997, define mecanismos para a implementação do 
Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras 
providências. Além do mencionado Estatuto, diver-
sos documentos internacionais disciplinam a matéria, 
a exemplo da Declaração Universal de 1948, Quarta 
Convenção de Genebra Relativa à Proteção das Pessoas 
Civis em Tempo de Guerra de 1949, Convenção relativa 
ao Estatuto dos Apátridas de 1954, Convenção sobre a 
Prestação de Alimentos no Estrangeiro de 1956, Con-
venção sobre a Redução da Apatridia de 1961 e Decla-
ração das Nações Unidas sobre a Concessão de Asilo 
Territorial de 1967.
Alternativa correta: letra “e”. Está de acordo com 
o artigo 12, primeira parte, do Estatuto dos Refugiados: 
“O estatuto pessoal de cada refugiado será regido pela 
lei do país do seu domínio, ou, na falta de domicílio, 
pela lei do país de residência”.
Alternativa “a”: incorreta. Nos termos do artigo 
7o, “[...] Após um prazo de residência de três anos, todos 
os refugiados, nos territórios dos Estados Contratantes, 
beneficiarão da dispensa de reciprocidade legislativa”. 
Logo, o prazo é de três anos, não de cinco. Passados três 
anos da vigência do Estatuto, os refugiados que estives-
sem residindo em território de Estado contratante goza-
riam de direitos, ainda que o Estado de origem não os 
garantisse em contrapartida.
Alternativa “b”: incorreta. O tratamento não pre-
cisa ser diferenciado, basta ser igualitário ao conferido 
aos seus cidadãos, conforme o artigo 4o do Estatuto 
dos Refugiados: “Os Estados Contratantes concederão 
aos refugiados nos seus territórios um tratamento pelo 
menos tão favorável como o concedido aos nacio-
nais no que diz respeito à liberdade de praticar a sua 
religião e no que se refere à liberdade de instrução reli-
giosa dos seus filhos”.
Alternativa “c”: incorreta. Não cabe acesso mais 
restrito, pois nos termos do artigo 16, primeira parte, 
do Estatuto dos Refugiados, “todos os refugiados, nos 
territórios dos Estados Contratantes, terão livre e fácil 
acesso aos tribunais. Os refugiados, no Estado Contra-
tante onde têm a residência habitual, beneficiarão do 
mesmo tratamento que os nacionais no que diz respeito 
ao acesso aos tribunais, incluindo a assistência judiciária 
e a isenção da caução judicatum solvi”.
Alternativa “d”: incorreta. A existência de deve-
res é prevista no artigo 2o do Estatuto dos Refugiados: 
“Cada refugiado tem para com o país em que se encon-
tra deveres que incluem em especial a obrigação de 
acatar as leis regulamentos e, bem assim, as medidas 
para a manutenção da ordem pública”.
13. (CESPE - 2015 - DPE-PE - Defensor Público) Jul-
gue o item subsecutivo, a respeito de aspectos gerais 
e históricos dos direitos humanos: “As três vertentes da 
proteção internacional da pessoa humana, a saber, os 
direitos humanos, o direito humanitário e o direito dos 
refugiados, foram consagrados nas conferências mun-
diais da última década de 90. Não obstante, a imple-
mentação dessas vertentes deve atender às demandas 
de cada região, mesmo que não haja sistemas regionais 
de proteção”.
 COMENTÁRIOS.
Resposta: Certo. O tema denominador comum 
do ciclo de Conferências Mundiais patrocinadas pelas 
Nações Unidas desde a última década de 90 é o da legi-
timidade da preocupação de toda a comunidade inter-
nacional com as condições de vida de todos os seres 
humanos. “Um ano antes da Conferência de Viena, a 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (Rio de janeiro, 1992) empenhou-
-se em situar os seres humanos no centro das preocu-
pações em lograr o desenvolvimento sustentável. Em 
seguida à Conferência de Viena, na Conferência Inter-
nacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 
1994), as questões populacionais foram pela primeira 
vez abordadas do prisma dos direitos humanos e do 
desenvolvimento sustentável. A Cúpula Mundial para o 
Desenvolvimento Social (Copenhague, 1995) abordou 
os temas centrais da erradicação da pobreza (e expan-
são do emprego produtivo), assim como do fortaleci-
mento da integração social (em particular dos grupos 
mais desfavorecidos). A IV Conferência Mundial sobre 
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 23 25/03/2017 18:35:19
 Revisaço® • Bruna Pinotti Garcia • Rafael de Lazari • Paulo Henrique Gonçalves Portela24
a Mulher (Beijing, 1995) adotou uma abrangente Plata-
forma de Ação para a promoção, proteção e fortaleci-
mento dos direitos humanos da mulher. E em junho de 
1996 terá lugar em Istambul a Conferência Habitat - II, 
que se concentrará nos temas relativos à melhoria dos 
assentamentos humanos e à moradia adequada para 
todos. O diálogo universal propiciado pelo atual ciclo 
das Conferências Mundiais gradualmente dá forma e 
conteúdo à agenda internacional do século XXI, na qual 
ocupam posição central os direitos da pessoa humana. 
Ingressamos, enfim, na era dos direitos humanos, cuja 
presença é hoje reconhecida em todos os domínios da 
atividade humana, e no quotidiano de cada um, por-
quanto, mais do que um grande movimento ou dou-
trina, constituem os direitos humanos em última análise 
uma forma de vida”2.
14. (PROCURADOR - PGE/RO - 2011 - Procurador) 
Dentre as características da perspectiva objetiva dos 
direitos fundamentais, compreende-se:
a) o conjunto de metas traçadas com fins diretivos de 
ações positivas dos poderes públicos, com o fim de 
outorgar-lhes eficácia dirigente.
b) a representação dos interesses individuais sob a 
ótica negativa perante o Poder Público.
c) ter sempre a natureza princípio, nunca de regra.
d) impossibilitar a agregação do ponto de vista axioló-
gico da comunidade em sua interpretação.
e) não há dimensão objetiva na esfera dos direitos 
fundamentais, os quais têm como característica 
defender de forma singular o espaço de liberdade 
individual.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “a”. A perspectiva obje-
tiva dos direitos fundamentais (direitos humanos inter-
nalizados), que tanto pode ter natureza de regra, valor 
ou princípio, representa, essencialmente, a superação 
da ideia de abstenção do Estado como vigia, até então, 
apenas para os direitos e garantia fundamentais indi-
viduais e coletivos. O entendimento atual é o de que 
todos os direitos fundamentais requerem uma conduta 
ativa do Estado, seja garantindo-os por meio de políti-
cas públicas, seja se comprometendo a concretizá-los 
no prazo mais breve possível mediante a adoção de 
metas bem planejadas.
Alternativa “b”: incorreta. Está superado o enten-
dimento de que os direitos individuais não exigem 
nenhuma postura ativa do Estado e sim mera posição 
de abstenção.
2 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. As três ver-
tentes da proteção internacional dos direitos da 
pessoa humana: Direitos Humanos, Direito Humani-
tário, Direito dos Refugiados. Disponível em: <https://
www.icrc.org/por/>. Acesso em: 20 jun. 2016.
Alternativa “c”: incorreta. É possível que os direi-
tos fundamentais adotem fórmula mais genérica - prin-
cípio - ou forma mais específica - regra -, ou seja, ambas 
categorias de normas.
Alternativa “d”: incorreta. O processo de interpre-
tação dos valores não se dá apenas pelos operadores do 
Direito, mas por toda a sociedade.
Alternativa “e”: incorreta. A perspectiva objetiva 
dos direitos fundamentais envolve os direitos humanos 
internalizados, colacionados no texto constitucional.
15. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público) Com 
relação ao direito humanitário, assinale a opção correta:
a) o direito humanitário, a criação da Liga das Nações 
e a criação da Organização Internacional doTraba-
lho são apontados pela doutrina como anteceden-
tes históricos do moderno direito internacional dos 
direitos humanos.
b) a afirmação histórica dos direitos humanos não 
representou mudança na perspectiva da doutrina 
clássica sobre o objeto de regulação do direito 
internacional, tendo as prescrições internacionais 
de proteção à pessoa humana sido plenamente 
inseridas no âmbito da normatização das relações 
entre Estados soberanos.
c) o direito internacional humanitário, como conceito 
abrangente, abarca, ao mesmo tempo, a proteção 
dos direitos humanos dos refugiados e os direi-
tos humanos em tempos de paz, não alcançando, 
porém, as disposições de proteção aos combaten-
tes postos fora de combate por captura ou feri-
mento durante a guerra, por serem tais prescrições 
típicas matérias de jus in bello.
d) o direito humanitário não abrange as prescrições 
ligadas à proteção dos civis durante a guerra.
e) a doutrina não estabelece qualquer diferença subs-
tancial entre as expressões direitos humanos e 
direito humanitário, servindo ambas à designação 
do mesmo conjunto de regras voltadas à proteção 
da pessoa humana, tanto no plano nacional quanto 
no internacional.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “a”. Os três anteceden-
tes da internacionalização dos direitos humanos apon-
tados pela doutrina são: Cruz Vermelha, Organização 
Internacional do Trabalho e Liga das Nações. São as 
primeiras iniciativas de direitos humanos que saíram 
da perspectiva local de um Estado e assumiram papel 
global.
Alternativa “b”: incorreta. Evidente que, com a 
internacionalização dos direitos humanos, numa pers-
pectiva contemporânea houve modificação na doutrina 
clássica de direitos humanos, que restringia tais direitos 
ao âmbito interno e, quando partia para a internaciona-
lização, restringia as categorias de direitos abrangidos, 
especialmente os humanitários, trabalhistas e à paz.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 24 25/03/2017 18:35:19
 Teoria Geral dos Direitos Humanos 25
Alternativa “c”: incorreta. O direito humanitário 
se refere às limitações das situações de guerra, prote-
gendo principalmente civis, bem como evitando o uso 
de armamentos mais gravosos que o necessário.
Alternativa “d”: incorreta. Vide explicação da 
alternativa “c”.
Alternativa “e”: incorreta. Antes de se falar em 
direitos humanos internacionalizados e universais, se 
falou em direito humanitário. Hoje, direito humanitá-
rio e direitos humanos convivem e se complementam 
enquanto duas das vertentes internacionais de prote-
ção da pessoa humana.
16. (PGR - 2012 - PGR - Procurador) Sobre a relação 
entre direito internacional dos direitos humanos e 
direito internacional humanitário, é correto dizer que:
a) enquanto o direito internacional dos direitos huma-
nos disciplina a proteção de direitos em tempos de 
paz, o direito internacional humanitário a disciplina 
em tempos de guerra.
b) os dois âmbitos de regulação compõem regimes 
internacionais distintos que não se comunicam, 
podendo, todavia, apresentar objetos comuns de 
disciplina, tratando-os diferenciadamente.
c) os dois âmbitos de regulação se interceptam 
quanto à disciplina do estado de emergência no 
direito internacional dos direitos humanos, em 
que se estipulam direitos mínimos inderrogáveis 
que coincidem, em grande parte, com as garantias 
mínimas do art. 3o comum às quatro Convenções de 
Genebra.
d) tratam as pessoas destinatárias de sua proteção 
de forma independente, sendo possível que haja 
âmbitos de exclusão recíproca de proteção, com 
atores em certos tipos de conflito que não gozam 
de proteção de nenhum dos dois regimes.
 COMENTÁRIOS.
Alternativa correta: letra “c”. O art. 3o comum às 
Convenções de Genebra prevê: “Em caso de conflito 
armado que não apresente um caráter internacional e 
que ocorra no território de uma das Altas Partes contra-
tantes, cada uma das Partes no conflito será obrigada 
a aplicar, pelo menos, as seguintes disposições: 1) As 
pessoas que não tomem parte diretamente nas hosti-
lidades, incluindo os membros das forças armadas que 
tenham deposto as armas e as pessoas que tenham sido 
postas fora de combate por doença, ferimento, deten-
ção, ou por qualquer outra causa, serão, em todas as cir-
cunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma 
distinção de caráter desfavorável, baseada na raça, 
cor, religião ou crença, sexo, nascimento ou fortuna, 
ou qualquer outro critério análogo. Para este efeito, 
são e manter-se-ão proibidas, em qualquer ocasião e 
lugar relativamente às pessoas acima mencionadas: a) 
As ofensas contra a vida e integridade física, em espe-
cial o homicídio sob todas as formas, as mutilações, os 
tratamentos cruéis, torturas e suplícios; b) A tomada de 
reféns; c) As ofensas contra a dignidade das pessoas, em 
especial os tratamentos humilhantes e degradantes; 
d) As condenações proferidas e as execuções efetua-
das sem prévio julgamento, realizadas por um tribunal 
regularmente constituído, que ofereça todas as garan-
tias judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos 
povos civilizados. 2) Os feridos, os doentes e os náufra-
gos serão recolhidos e tratados. Um organismo huma-
nitário imparcial, tal como a Comissão Internacional da 
Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às Par-
tes no conflito. As Partes no conflito esforçar-se-ão tam-
bém por pôr em vigor, por meio de acordos especiais, 
todas ou parte das restantes disposições da presente 
Convenção. A aplicação das disposições precedentes 
não afetará o estatuto jurídico das Partes no conflito”. 
Já o art. 4o, 2, do Pacto dos Direitos Civis e Políticos, fixa 
que são inderrogáveis, mesmo em situação de emer-
gência os seguintes direitos: vida; a proteção contra a 
tortura e penas ou tratamentos cruéis, desumanos 
ou degradantes; proibição de submeter uma pessoa, 
sem seu livre consentimento, a experiências médicas 
ou científicas; proibição da escravidão, da servidão e do 
tráfico de escravos; proibição da prisão pelo descum-
primento de obrigações contratuais; legalidade, ante-
rioridade da lei penal e irretroatividade da lei, salvo 
para beneficiar o réu; reconhecimento da personali-
dade jurídica do indivíduo; e liberdade de pensamento, 
de consciência e de religião. Pelos dispositivos nota-se 
que normas de direitos humanos se inter-relacionam 
com normas de direito humanitário, por exemplo: veda-
ção da tortura e não discriminação aliados à aceitação 
de rendição e ao direito de tratamento dos feridos.
Alternativa “a”: incorreta. Embora o direito 
humanitário volte-se principalmente aos conflitos 
armados, não substitui os direitos humanos em tempo 
de guerra. Estes continuam vigentes da mesma forma, 
acrescendo-se outros direitos que devem ser respeita-
dos em tempo de guerra e são regulados pelo direito 
humanitário. Assim, direitos humanos e direito humani-
tário não se excluem.
Alternativa “b”: incorreta. Os dois âmbitos 
de regulação se comunicam, incidindo em diversos 
momentos sobre as mesmas situações, podendo o 
Direito Internacional dos Direitos Humanos regular 
situações ocorridas dentro de conflitos armados.
Alternativa “d”: incorreta. Direitos humanos e 
direitos humanitários não se excluem e é inconcebí-
vel um cenário de não aplicabilidade, pelo menos, dos 
direitos humanos. O Direito Internacional dos Direitos 
Humanos disciplina a proteção de direitos em qual-
quer tempo e circunstância e, portanto, no tocante a 
qualquer pessoa indistintamente, sendo inclusive 
irrelevante o tipo de status do combatente.
17. (VUNESP - Defensor Público - MS/2014) A Con-
venção de Genebra, de 1951, relativa ao Estatuto dos 
Refugiados, estabelece que as medidas restritivas 
impostas ao emprego de estrangeiros, para a proteção 
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 25 25/03/2017 18:35:20
 Revisaço® • Bruna Pinotti Garcia • Rafael de Lazari • Paulo Henrique Gonçalves Portela26
do mercado nacional de trabalho, não serão aplicáveis 
aos refugiados que preenchamuma das seguintes con-
dições:
a) ter um filho que possua a nacionalidade do país de 
origem.
b) ter vários filhos que não possuam nacionalidade do 
país de residência.
c) contar três anos de residência no país.
d) contar dois anos de residência no país.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: a Convenção de Genebra 
Relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, atualizada 
pelo Protocolo de Genebra de 1967, é o principal tratado 
internacional na matéria, insiste-se. No Brasil, o diploma 
legal que detalha e expande as normas do Estatuto dos 
Refugiados é a Lei no 9.474/1997. Ademais, a proteção de 
refugiados foi estabelecida como missão principal da 
agência de refugiados da ONU, qual seja o Alto Comis-
sariado das Nações Unidas para os Refugiados 
(ACNUR), que foi constituída para assistir, entre outros, 
os refugiados que esperavam para retornar aos seus paí-
ses de origem no final da Segunda Guerra Mundial.
Alternativa correta: letra “c”. O art. 17, “b”, do 
Estatuto dos Refugiados estabelece que “as medidas 
restritivas aplicadas aos estrangeiros ou ao emprego 
de estrangeiros para proteção do mercado nacional 
do trabalho não serão aplicáveis aos refugiados que 
já estavam dispensados delas à data da entrada desta 
Convenção em vigor pelo Estado Contratante interes-
sado ou que preencham uma das condições seguintes: 
(i) Ter três anos de residência no país; (ii) Ter por côn-
juge uma pessoa com a nacionalidade do país de resi-
dência. Nenhum refugiado poderá invocar o benefício 
desta disposição se tiver abandonado o cônjuge; (iii) 
Ter um ou mais filhos com a nacionalidade do país de 
residência”.
Alternativa “a”: incorreta. O art. 17, “b”, iii, do 
Estatuto dos Refugiados estabelece que “as medidas 
restritivas aplicadas aos estrangeiros ou ao emprego 
de estrangeiros para proteção do mercado nacional do 
trabalho não serão aplicáveis aos refugiados que já esta-
vam dispensados delas à data da entrada desta Conven-
ção em vigor pelo Estado Contratante interessado ou 
que preencham uma das condições seguintes: (iii) Ter 
um ou mais filhos com a nacionalidade do país de 
residência”.
Alternativa “b”: incorreta. O art. 17, “b”, iii, do 
Estatuto dos Refugiados estabelece que “as medidas 
restritivas aplicadas aos estrangeiros ou ao emprego 
de estrangeiros para proteção do mercado nacional do 
trabalho não serão aplicáveis aos refugiados que já esta-
vam dispensados delas à data da entrada desta Conven-
ção em vigor pelo Estado Contratante interessado ou 
que preencham uma das condições seguintes: (iii) Ter 
um ou mais filhos com a nacionalidade do país de 
residência”.
Alternativa “d”: incorreta. O art. 17, “b”, do Esta-
tuto dos Refugiados dispõe que “as medidas restritivas 
aplicadas aos estrangeiros ou ao emprego de estran-
geiros para proteção do mercado nacional do trabalho 
não serão aplicáveis aos refugiados que já estavam dis-
pensados delas à data da entrada desta Convenção em 
vigor pelo Estado Contratante interessado ou que pre-
encham uma das condições seguintes: (i) Ter três anos 
de residência no país; (ii) Ter por cônjuge uma pessoa 
com a nacionalidade do país de residência. Nenhum 
refugiado poderá invocar o benefício desta disposição 
se tiver abandonado o cônjuge; (iii) Ter um ou mais 
filhos com a nacionalidade do país de residência”.
18. (MPF - 2013) A responsibility to protect (R2P), como 
conjunto de princípios orientadores de ação da comuni-
dade internacional:
a) diz respeito, apenas, à proteção da população civil 
em conflitos internacionais.
b) diz respeito, apenas, à proteção da população civil 
em conflitos não internacionais.
c) exclui a possibilidade de intervenção militar para 
proteção da população civil.
d) inclui a possibilidade de intervenção militar para 
proteção da população civil como ultima ratio.
 COMENTÁRIOS.
 Nota dos autores: a iniciativa Responsibility to 
Protect (R2P - em português: responsabilidade de pro-
teger) relaciona-se com o dever dos Estados de pro-
teger as respectivas populações de crimes interna-
cionais graves, como o genocídio, os crimes contra a 
humanidade, a limpeza étnica e os crimes de guerra. A 
iniciativa funda-se em três “pilares”:
1. Os Estados têm a responsabilidade primária de 
proteger as respectivas populações contra o geno-
cídio, os crimes contra a humanidade, a limpeza 
étnica e os crimes de guerra.
2. A comunidade internacional tem a responsabili-
dade de prestar assistência aos Estados, para que 
estes cumpram referida responsabilidade.
3. A comunidade internacional deve empregar meios 
diplomáticos, humanitários e de outra natu-
reza, desde que pacíficos, para proteger as popu-
lações humanas contra tais crimes e, se um Estado 
for falho em proteger a respectiva população con-
tra tais atos, ou for o perpetrador de tais crimes, a 
comunidade internacional deve estar preparada 
para tomar medidas mais duras, que podem incluir 
o uso da força no interesse coletivo, determinado 
pelo Conselho de Segurança da ONU.
A iniciativa, também conhecida como RtoP, foi 
estabelecida na Cúpula Mundial de 2005 (Cúpula das 
Nações Unidas), promovida pela ONU, e suas linhas 
gerais constam dos pontos 138 e 139 do documento da 
reunião em apreço.
Revisaco-Direitos Humanos-Garcia et al-2ed.indb 26 25/03/2017 18:35:20

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