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Doença do músculo branco

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DOENÇA DO MÚSCULO BRANCO 
A distrofia muscular nutricional (DMN) ou doença do músculo branco é uma afecção miodegenerativa hiperaguda, aguda ou subaguda dos músculos cardíaco, diafragmáticos e esqueléticos causada pela carência de vitamina E (alfatocoferol, lipossolúvel) e selênio (microelemento essencial, indispensável p/ ruminantes). 
Epidemiologia
· Animais mais acometidos: bovinos e ovinos jovens;
· Suscetíveis: animais mantidos em pastos pobres em Se e vitamina E e que recebem rações deficientes nesses elementos; 
· Riscos
· solos contendo antagonistas do Se e Vit E (cu, co, prata, cadmio, mercúrio), com excesso de nitrogênio e enxofre, e solos ácidos corrigidos com fosfato
· animais em regime semi e/ou intensivo, dietas altamente proteicas e energéticas seguidas de manejo estressante
Patogenia
A vitamina E e o Se atuam como protetores das membranas celulares contra estresse oxidativo. O Se é um cofator da enzima antioxidante glutationa peroxidase, responsável pela neutralização dos efeitos tóxicos dos radicais livres, como peróxido de hidrogênio, no citossol, enquanto que a vitamina E atua na prevenção da lipoperoxidação das membranas celulares.
Se o organismo é privado desses mecanismos, as membranas celulares têm a sua permeabilidade alterada, permitindo o influxo de cálcio para o citosol e acúmulo nas mitocôndrias que danificadas tornam-se incapazes de fornecer energia para a homeostase celular, o que resulta em morte da célula ou, no caso de célula muscular multinucleada, em necrose segmentar com calcificação de segmentos necróticos das fibras musculares (característico da doença).
Sinais clínicos
· Fibras musculares do miocárdio e diafragma: insuficiência cardíaca aguda, angústia respiratória (taquicardia e taquipneia, hipofonese de bulhas) e morte súbita. 
· Musculatura esquelética: fraqueza muscular, paralisia, decúbito prolongado, incoordenação motora, hipertermia, etc. 
O Selênio participa de outras rotas metabólicas e desempenha outras funções por isso a sua deficiência também leva a alterações reprodutivas (retenção de placenta, reabsorção fetal, distocia), redução da função dos neutrófilos (aumenta a susceptibilidade a infecções), diminuição na produtividade animal e morte por distrofia muscular nutricional.
Diagnóstico: histórico, fatores epidemiológicos, sinais clínicos; dosagem de selênio no plasma e soro (sangue), leite, fígado e rins (alto custo); atividade da glutationa peroxidase; avaliação da composição do solo e dos alimentos; resposta ao tratamento (forma esquelética).
Tratamento: injetável com selênio associado a forma orgânica ou inorgânica, em casos leves.
Prevenção: suplementação a pasto e na alimentação nos locais deficientes em selênio e de criação semi e intensiva; análise bromatológica e do solo.
Controle: verificar a concentração de selênio e seus antagonistas no solo e nas fontes alimentares, suplementar selênio no sal mineral (30 ppm) e na dieta (0,3 ppm), alimentação com feno e cereais adequadamente preparados e armazenados ou o acesso a forragens verdes de alta qualidade para suplementar a vitamina E
Diagnóstico Diferencial: miopatia tóxica pela planta Senna occidentalis (fedegoso) ou por antibióticos ionóforos na ração; doenças neurológicas agudas como pasteurelose septicêmica e infecção por Haemophilus agni; raiva, botulismo, polioencefalomalacia, listeriose.

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