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Segunda Prova de Álgebra Linear I - Respostas Questão 1 U = {(x, y, z) : x− y = 0} V = {(x, y, z) : x− y − 2z = 0} W = [(1, 0, 0), (−1, 0, 2)] Queremos determinar uma base e a dimensão de cada um dos seguintes subespaços: U, V, W, U∩V e V+W. Resposta: Como (x, y, z) ∈ U se, e somente se, x− y = 0, e (y, y, z) = y(1, 1, 0) + z(0, 0, 1), então {(1, 1, 0), (0, 0, 1)} é um conjunto LI de vetores ger- adores de U, e portanto uma base deste subespaço. Logo, dim U =2. Já com relação a V, (x, y, z) ∈ V se, e somente se, x − y − 2z = 0 e (y + 2z, y, z) = y(1, 1, 0) + z(2, 0, 1): ( 1 1 0 2 0 1 ) → ( 1 1 0 0 −2 1 ) Assim, {(1, 1, 0), (0,−2, 1)} é uma base de V e dim V = 2. Já para W: ( 1 0 0 −1 0 2 ) → ( 1 0 0 0 0 2 ) {(1, 0, 0), (0, 0, 2)} é uma base de W e dim W = 2. Para encontrar a base de V +W : 1 1 0 0 −2 1 1 0 0 0 0 2 → 1 1 0 0 −2 1 0 −1 0 0 0 2 → 1 1 0 0 1 −1/2 0 −1 0 0 0 2 → 1 0 1/2 0 1 −1/2 0 0 −1/2 0 0 2 → 1 0 1/2 0 1 −1/2 0 0 1 0 0 2 → 1 0 1/2 0 1 −1/2 0 0 1 0 0 0 1 A base de V + W {(1, 0, 1/2), (0, 1,−1/2), (0, 0, 1)} e a dimensão é 3. Para encontrar a dimensão de U ∩ V , vamos primeiro encontrar a base de U + V : 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 −2 1 → 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 −2 1 → 1 1 0 0 −2 1 0 0 0 0 0 1 → 1 1 0 0 1 −1/2 0 0 0 0 0 1 → 1 0 1/2 0 1 −1/2 0 0 0 0 0 1 → 1 0 1/2 0 1 −1/2 0 0 1 0 0 0 → 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 A dimensão da base de U + V é 3, e usando a relação dim(U ∩ V ) + dim(U + V ) = dimU + dimV , conclúımos que dim(U ∩ V ) = 1, e essa base é {(1, 1, 0)}. Questão 2 Sendo B = {u1, ..., un} uma base do EV V e sendo C = {u1, u1 + 2u2, ..., u1 + 2u2 + ...+ nun}: a) Queremos demonstrar que C também é base de V Resposta: Como B é base de V e B e C possuem a mesma dimensão, para demon- strar que C também é base, basta mostrar que {u1, u1 + 2u2, ..., u1 + 2u2+ ...+ nun} é LI. Suponhamos a validade da seguinte equação: α ′ 1u1 + α ′ 2(u1 + 2u2) + ...+ α ′ n(u1 + 2u2 + ...+ nun) = 0 Rearranjando os termos, obtemos: ( α ′ 1 + α ′ 2 + ...+ α ′ n ) u1 + ( 2α ′ 2 + ...+ 2α ′ n ) u2 + ...+ ( nα ′ n ) un = 0 2 Como o conjunto {u1, ..., un} é LI por hipótese, temos que os os coe- ficientes da equação acima são nulos, e consequentemente α ′ 1 = α ′ 2 = ... = α ′ n. Portanto, C é LI, e assim C é uma base de V. b) Matriz de mudança da base B à base C? Resposta: A = 1 1 ... 1 0 2 ... 2 . . . 0 0 ... n Questão 3 Considerando a transformação linear T : R3 → R3, dada por T (x, y, z) = (z, x− y,−z): a) Queremos encontrar uma base do núcleo de T. Resposta: KerT = {(x, y, z) ∈ R3|(z, x− y,−z) = (0, 0, 0)} Logo, z = 0 e x = y. A base do núcleo é {(1, 1, 0)} b) Qual a dimensão da imagem de T? T é sobrejetora? Resposta: Vamos encontrar o conjunto de geradores de ImT : (z, x − y,−z) = x(0, 1, 0)+y(0,−1, 0)+z(1, 0,−1) ⇒ ImT = [(0, 1, 0), (0,−1, 0), (1, 0,−1)]. Escalonando, A = 0 1 0 0 −1 0 1 0 −1 → 1 0 −1 0 −1 0 0 1 0 → 1 0 −1 0 1 0 0 1 0 → 1 0 −1 0 1 0 0 0 0 3 Portanto, uma base de ImT é {(1, 0,−1), (0, 1, 0)} e sua dimensão é 2. Uma vez que o contradomı́nio de T é R3 e dimImT = 2, T não é sobrejetora. Questão 4 Considerando a transformação linear F : U → V , queremos demonstrar que, se dimU > dimV , então F não é injetora. Resposta: Pelo teorema do núcleo e imagem: dimU = dimKer(F ) + dimIm(F ) (1) Como dimIm(F ) ≤ dimV : dimKer(F ) = dimU − dimIm(F ) ≥ dimU − dimV (2) e como dimU > dimV por hipótese, dim Ker(F) 6= 0. Sabemos, no entanto, que uma transformação linear T : U → V é injetora se, e somente se, Ker(F ) = {0}, isto é, se e somente se dimKer(F ) = 0. Segue dos resultados anteriores que F não é injetora. Questão 5 Sendo {e1, ..., en} a base canônica do R n e F : Rn → Rn o operador linear dado por F (e1) = e2, F (e2) = e3,..., F (en) = e1, queremos determinar F (x1, ..., xn) e verificar se F é um automorfismo. Resposta: Temos: (x1, x2, ..., xn) = x1e1 + x2e2 + ...+ xnen (3) Aplicando a transformação linear F: F (x1, x2, ..., xn) = x1F (e1) + x2F (e2) + ...+ xnF (en) (4) F (x1, x2, ..., xn) = x1e2 + x2e3 + ...+ xne1 (5) 4 F (x1, x2, ..., xn) = (xn, x1, ..., xn−1) (6) Para verificar se F é bijetora, basta determinar sua injetividade, uma vez que toda transformação linear injetora entre dois espaços vetoriais de mesma dimensão é necessariamente bijetora. Sendo Ker(F ) = {(x1, ..., xn) ∈ R n|(xn, x1, ..., xn−1) = (0, 0, ..., 0)} = {(0, . . . , 0)}, segue que F é injetora. Aplicando a transformação inversa, temos: F−1(e1) = en, F −1(e2) = e1, F−1(e3) = e2, ...,F −1(en) = en−1. Segue da linearidade de F −1 F−1(x1, ..., xn) = x1F −1(e1) + . . .+ xnF −1(en) = x1en + x2e1 + . . . xnen−1 = (x2, x3, . . . , xn, x1). Questão 6 Sendo F : R2 → P1(R) e G : P1(R) → R 2) transformações lineares, onde B = {(1, 1), (0, 1)} e C = {1, 1 + t}. a) Bases para KerF e ImF? Resposta: Usando a matriz [F ]B,C , temos que a aplicação da transformação linear F sobre os elementos da base B resulta em F (1, 1) = 1 + (1 + t) = 2 + t (7) F (0, 1) = 2 + 0(1 + t) = 2 (8) Com o intuito de determinar F (x, y), devemos obter as coordenadas de (x, y) em relação à base ordenada B: (x, y) = a(1, 1) + b(0, 1) = (a, a+ b) (9) Logo, a = x e b = y − x 5 Aplicando a transformação linear F sobre (x, y): F (x, y) = xF (1, 1) + (y − x)F (0, 1) = 2y + xt (10) Determinemos bases de Ker(F ) e Im(F ). Como KerF = { (x, y) ∈ R2|2y + xt = 0 · 1 + 0 · t } , (11) segue que x = y = 0, e portanto que KerF = {(0, 0)}. Assim, Ker(F ) tem como base o conjunto vazio. Sendo F sobrejetora (já que, pelo Teorema do Núcleo e da Imagem, dimIm(F ) = dimR2 = dimP1(R) = 2), qualquer base de P1(R) é base de Im(F ); um exemplo é a base canônica desse espaço, {1, t}. b) Matriz de H em relação à base {1, t}? Resposta: Usando H = 3(F ◦G) + IP1(R): [H]B = 3 ( 1 2 1 0 )( 1 −2 −2 4 ) + ( 1 0 0 1 ) [H]B = ( −8 18 3 −5 ) Devemos empregar a fórmula [H]can = M −1[H]BM , em que M repre- senta a matriz de mudança da base B à base canônica. Logo, neces- sitamos determinar as coordenadas dos vetores da base canônica em relação aos vetores da base B: 1 = a1 + b1(1 + t), t = a2 + b2(1 + t) , (12) de onde obtemos a1 = 1, b1 = 0, a2 = −1 e b2 = 1. Assim, M = ( 1 −1 0 1 ) 6 Como detM = −1, M é invert́ıvel, e sua inversa é M−1 = ( 1 −1 0 1 ) . Efetuando os cálculos necessários, chegamos a [H]can = ( −11 34 3 −8 ) . 7
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