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ERA CLÁSSICA


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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELIANO MATOS – FAFIDAM 
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A FILOSOFIA 
PROF. ANTÔNIO VITOR 
 
ALUNO: HAMILTON LEANDRO CAVALCANTE DA COSTA 
 
FILÓSOFOS DA ERA CLÁSSICA. 
 
ARISTÓTELES 
 
BIOGRAFIA 
Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedônia, em 384 a.C. Com 17 anos, 
partiu para Atenas e começou a frequentar a Academia de Platão. Por conta do 
local de seu nascimento o autor é chamado comumente de "o Estagirita". 
De origem aristocrática, causou admiração pelo seu comportamento 
requintado e pela sua inteligência. 
Com a morte de Platão, em 347 a.C., o brilhante e famoso aluno se 
considerava o substituto natural do mestre na direção da Academia. Porém, foi 
rejeitado e substituído por um ateniense nato. 
Decepcionado, deixou Atenas e partiu para Atarneus, na Ásia Menor – 
então grega. Foi conselheiro de estado de um antigo colega, o filósofo político 
Hermias. 
Casou com Pítria, filha adotiva de Hermias, mas quando os persas 
invadiram o país e mataram seu governante, ficou novamente sem pátria. 
Em 343 a.C., foi convidado por Filipe II da Macedônia para preceptor de 
seu filho Alexandre. O rei queria que seu sucessor fosse um requintado filósofo. 
Assim, como preceptor na corte da Macedônia durante quatro anos, teve a 
oportunidade de prosseguir suas pesquisas e desenvolver muitas das suas 
teorias. 
Quando retornou a Atenas, em 335 a.C., Aristóteles decidiu fundar sua 
própria escola chamada Liceu por estar situada no edifício dedicado ao deus 
Apolo Lício. 
Além dos cursos técnicos para os discípulos, dava aula ao povo em geral. 
No Liceu, estudava-se geometria, física, química, botânica, Astronomia, 
Matemática, etc. 
Em 323 a.C., com a morte de Alexandre Magno, rei da Macedônia, que 
então dominava a Grécia, Aristóteles foi acusado de ter apoiado o governo 
déspota e resolveu abandonar novamente Atenas. 
Alexandre escuta atentamente seu preceptor Aristóteles 
Um ano depois, em 322 a.C., Aristóteles morreu em Cálcis, na Eubeia. 
Em seu testamento determinou a libertação dos seus escravos. 
A influência de Aristóteles sobre o desenvolvimento da Filosofia no mundo 
ocidental foi enorme, notadamente na Filosofia Cristã de São Tomás de 
Aquino durante a Idade Média. Sua influência se faz sentir até os nossos dias. 
 
PENSAMENTOS E IDEIAS. 
A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do 
homem (Ética) e do Estado (Política). 
Metafísica Aristotélica 
A metafísica foi um termo utilizado por um dos discípulos de Aristóteles, 
Andrônico de Rodes, para classificar os textos aristotélicos destinados a estudar 
a relação dos seres e suas essências, para além das relações físicas (meta 
significa "para além"). 
Aristóteles afirmava que a filosofia primeira (metafísica) se ocupava da 
investigação "do ser enquanto ser". 
Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. Deus 
não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser escravo de amo algum. 
Ele é a fonte de toda a ação, o amo de todos os amos, o instigador de 
todo o pensamento, primeiro e último Motor do Mundo. 
Aristóteles trata dos seguintes princípios: 
• Identidade - Uma proposição é sempre ela mesma; 
https://www.todamateria.com.br/alexandre-magno-o-grande/
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https://www.todamateria.com.br/sao-tomas-de-aquino/
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• Não contradição - Uma proposição somente pode ser falsa ou 
verdadeira e não ambas; 
• Terceiro excluído - Não existe terceira hipótese para uma 
proposição: apenas falsa e verdadeira. 
Além disso, sugere as quatro causas para a existência das coisas: 
• Causa material - indica do que é feita a coisa; 
• Causa formal - indica qual a forma da coisa; 
• Causa eficiente - indica o que dá origem à coisa; 
• Causa final - indica qual a função da coisa. 
 
Eudaimonia, a felicidade ética em Aristóteles 
Segundo Aristóteles tudo tende ao bem, pois o bem é o fim de todas as 
coisas. 
Acrescenta que há duas formas de alcançar o bem. Uma através de 
atividades práticas, onde se incluem ética e política, outra através de atividades 
produtivas, onde se incluem artes e técnicas. 
Segundo o pensamento aristotélico, a felicidade (eudaimonia) é o único 
objetivo do homem. E se para ser feliz, é preciso fazer o bem a outrem, então o 
homem é um ser social e, mais precisamente, um ser político. Com efeito, cabe 
ao Estado “garantir o bem-estar e a felicidade dos seus governados”. 
A busca pela felicidade seria uma finalidade natural dos seres humanos. 
A felicidade é um fim em si mesma, (ser feliz é o objetivo da própria felicidade) 
os seres humanos buscam a boa-vida, justa e feliz. 
Para isso, é necessário buscar o justo-meio, a prudência e o 
conhecimento prático capaz de conduzir o indivíduo no caminho virtuoso para o 
bem. 
O ser humano como animal político 
Como Platão, Aristóteles escreveu em um período de profunda crise na 
Democracia escravista. 
Preocupou-se com as formas de governo, considerando legítimas 
a Monarquia, a Aristocracia e a Democracia. Escreveu um longo tratado “A 
Política” onde analisou os regimes políticos e as formas do Estado. 
O Estagirita afirmava que a cidade (pólis) era anterior ao indivíduo e este 
só podia realizar-se através da vida em sociedade, através da atividade política. 
https://www.todamateria.com.br/monarquia/
https://www.todamateria.com.br/aristocracia/
https://www.todamateria.com.br/democracia/
Etimologicamente, a palavra política é derivada da palavra pólis que 
significa "cidade". A palavra, originalmente, designaria a "atividade própria da 
pólis". 
Para Aristóteles, os seres humanos são seres políticos, ou melhor, são 
animais políticos. 
 
OBRAS DE ARISTÓTELES 
• Lógica - "Sobre a Interpretação", "Categorias", "Analíticos", 
"Tópicos", "Elencos Sofísticos" e os 14 livros da "Metafísica", que Aristóteles 
denominava "Prima Filosofia". O conjunto dessas obras é conhecido pelo nome 
de "Organon"; 
• Filosofia da Natureza - "Sobre o Céu", "Sobre os Meteoros", oito 
livros de "Lições de Física" e outros tratados de história e vida dos animais; 
• Filosofia Prática - "Ética a Nicômano", "Ética a Eudemo", 
"Política", "Constituição Ateniense" e outras constituições; 
• Poéticas - "Retórica" e "Poética". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-politica/
AGOSTINHO DE HIPONA 
 
BIOGRAFIA 
 
Nascido em Tagaste, no dia 13 de novembro de 354 (atual Souk-Ahras, 
Argélia localizada a 90 km do Mediterrâneo), próximo a Hipona, na época 
províncias romanas do norte da África, Aurelius Augustinus era descendente de 
berberes por parte de pai e mãe, contudo essa última se convertera ao 
catolicismo, enquanto o pai permaneceu pagão. 
Aos onze anos de idade, foi estudar na ‘Escola de Madaura’, onde teve 
contato com a literatura latina e com práticas e crenças pagãs. Posteriormente, 
foi para Cartago, de modo a prosseguir seus aprendizados em retórica. 
Mas em 383, mudou-se para Roma, onde abriu sua própria escola, até 
ser nomeado ‘Professor de Retórica Imperial’ para o tribunal provincial em Milão, 
em 384. É neste momento que, enquanto filósofo, irá se afastar do maniqueísmo, 
pendendo agora ao Neoplatonismo. 
Após, sofre uma crise espiritual em 386 - Augustinus vivia como um 
romano pagão -, ao ler a vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, 
Agostinho decide se converter ao cristianismo católico e abandonar toda sua 
antiga vida de conforto e hedonismo para servir a Deus. 
Assim, foi batizado no ano seguinte, por ninguém menos que Santo 
Ambrósio (340-397), durante a vigília da Páscoa, na cidade de Milão. 
Posteriormente, retorna à África, onde liquida seus bens e divide-o entre 
os pobres, exceto pelo patrimônio utilizado para formar a ordem agostiniana em 
Tagasta,no ano de 387. 
Foi ordenado padre em Hiponana, na Argélia, em 391. Nesse pequeno 
porto do Mediterrâneo, Agostinho foi Bispo Coadjunto, até ser nomeado bispo, 
em 397, quando passou a encarregar-se da missa diária duas vezes por dia, 
bem como da administração dos bens da Igreja e das questões de justiça local. 
Assim foi até sua morte, em 430, quando deixou-nos, como legado, 113 
obras escritas, entre tratados filosóficos, teológicos, comentários de escritos da 
Bíblia, sermões e cartas. 
 
PENSAMENTOS E IDEIAS 
De partida, devemos notar que Santo Agostinho foi influenciado 
pelo maniqueísmo, segundo o qual o mundo seria regido pelas ‘forças do bem e 
do mal’ (concepção de base platônica), bem como pelo neoplatonismo de Plotino 
(204 d.C - 240 d.C). 
Por outro lado, sua conversão deu-se graças à oratória do bispo de Milão, 
Santo Ambrósio, o qual o batizou e influenciou em seus discursos. 
Foi responsável por reforçar o conceito de 'pecado original' e desenvolver 
o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus, distinta da cidade material 
dos homens. 
Também afirmou que a origem do mal estaria no livre-arbítrio, concedido 
por Deus, donde todo mal seria o resultado do livre afastamento do bem. Era 
também defensor da predestinação divina. 
Curiosamente, pregava que o caminho para a verdade estava na fé, 
contudo, seria a razão o melhor caminho para provar a validade das verdades. 
Por fim, podemos destacar como influenciados por Santo Agostinho, o 
teólogo Tomás de Aquino (1225-1274), o qual fizera uma nova síntese do 
pensamento filosófico grego e cristão, e os teólogos João Calvino (1509-1564) e 
Cornelius Otto Jansenius (1585-1638), estes, em especial, quanto a teoria da 
predestinação. 
 
OBRAS 
 
• Sobre o Belo e o Correcto (em latim: De Pulchra et Apto, 380) 
• Sobre a Doutrina Cristã (em latim: De doctrina Christiana, 397–426) 
• Confissões (Confessiones, 397–398) 
• A Cidade de Deus (De civitate Dei, iniciada c. 413, finalizada 426) 
• Sobre a Trindade (De trinitate, 400–416) 
• Sobre o livre arbítrio (De libero arbitrio) 
• Enchiridion (Enchiridion ad Laurentium, seu de fide, spe et caritate) 
• Retratamentos[2] (Retractationes, c. 426 – 428) 
• Sobre o significado do Génesis (De Genesi ad litteram) 
• Sobre a catequese dos não instruidos (De catechizandis rudibus) 
• Sobre fé e o credo (De fide et symbolo) 
• Sobre a fé no invisível (De fide rerum invisibilium) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cidade_de_Deus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_obras_de_Santo_Agostinho#cite_note-2
• Sobre a utilidade do crer (De utilitate credendi) 
• Sobre o credo e os catecumenos (De symbolo ad catechumenos) 
• Sobre a continência (De continentia) 
• Sobre o professor (De magistro, um diálogo entre Agostinho e o seu filho 
Adeodato) 
• Sobre o bem do casamento (De bono coniugali) 
• Sobre a Santa Virgindade (De sancta virginitate) 
• Sobre o bem da viuvez (De bono viduitatis) 
• Sobre a mentira (De mendacio) 
• Contra a mentira [Consentimento para] (Contra mendacium [ad Consentium]) 
• Sobre heresias e o que Deus quer (De haeresibus ad Quodvultdeum) 
• Sobre a obra dos monges (De opere monachorum) 
• Sobre a paciência (De patientia) 
• Sobre cuidados com os mortos (De cura pro mortuis gerenda) 
• Sobre a moral da Igreja Católica e sobre a moral dos Maniqueistas (De moribus 
ecclesiae catholicae et de moribus Manichaeorum) 
• Sobre duas almas [contra os Maniqueístas] (De duabus animabus [contra 
Manichaeos]) 
• [Registos] contra Fortunatus [Maniqueísta] ([Acta] contra Fortunatum 
[Manichaeum]) 
• Contra a epístola dos Maniqueístas chamada fundamental (Contra epistulam 
Manichaei quam vocant fundamenti) 
• Contra Faustus [Maniqueísta] (Contra Faustum [Manichaeum]) 
• Sobre a natureza do bem contra Maniqueístas (De natura boni contra 
Manichaeos) 
• Sobre o Baptismo [Contra os Donatistas] (De baptismo [contra Donatistas]) 
• Sobre a correcção dos Donatistas (De correctione Donatistarum) 
• Sobre o mérito e remissão dos pecadores e o baptismo das crianças(De 
peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvulorum) 
• Sobre o espírito e a letra (De spiritu et littera) 
• Sobre a natureza e a graça (De natura et gratia) 
• Sobre a perfeição da justiça humana (De perfectione iustitiae hominis) 
• Sobre os procedimentos de Pelagius (De gestis Pelagii) 
• Sobre a graça de Cristo e o pecado original (De gratia Christi et de peccato 
originali) 
• Sobre o casamento e a concupiscência (De nuptiis et concupiscientia) 
• Sobre a natureza e origem da alma (De natura et origine animae) 
• Contra duas cartas dos Pelagianistas (Contra duas epistulas Pelagianorum) 
• Sobre a graça e o livre arbítrio (De gratia et libero arbitrio) 
• Sobre correção e graça (De correptione et gratia) 
• Sobre a predestinação dos santos (De praedestinatione sanctorum) 
• Sobre o dom da perseverança (De dono perseverantiae) 
• Sobre o Sermão do Monte do Senhor (De sermone Domini in monte) 
• Sobre a harmonia dos evangelhos (De consensu evangelistarum) 
• Tratado sobre o Evangelho de S. João (In Iohannis evangelium tractatus) 
• Solilóquios, dois livros (Soliloquiorum libri duo) 
• Narrações dos Salmos (Enarrationes in Psalmos) 
• Sobre a imortalidade da alma (De immortalitate animae) 
• Contra as cartas de Petiliano (Bispo de Cirta) (Contra litteras Petiliani) 
• Contra Académicos (Contra Academicos) 
• Sobre oitenta e três diversas questões (De diversis quaestionibus octaginta 
tribus, 396) 
• Sermões, entre os quais um conjunto de lições do Novo Testamento 
• Homilias, entre as quais uma série sobre a primeira Epístola de João. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLATÃO 
 
BIOGRAFIA 
 
Platão chamava-se Arístocles. Nascido em Atenas, no ano de 428 a.C., e 
falecido em 348 a.C., o apelido Platão foi conferido ao filósofo em sua juventude 
por causa de seus atributos físicos, por ser um homem forte, de ombros largos 
(a palavra correspondente em grego, Platon, significa “omoplatas largas”, 
“costas largas”, “ombros grandes”). 
Platão era filho de uma família influente politicamente na Grécia (Platão 
era descendente de Sólon, um dos legisladores e estadistas de maior destaque 
da política ateniense). Por pertencer a uma família que possuía bens materiais, 
Platão pôde dedicar-se aos estudos de Filosofia. 
Entre 409 a.C. e 404 a.C., Platão lutou na Guerra do Peloponeso, período 
final das batalhas entre Atenas e Esparta. Tendo sido derrotado (Esparta 
derrotou Atenas), Platão vivenciou o período denominado Tirania dos 30, quando 
o regime democrático ateniense deu lugar à tirania oligárquica dos modelos 
espartanos. 
Platão conheceu o filósofo Sócrates, pensador que foi o seu mestre 
iniciador na Filosofia, mentor intelectual e amigo, em Atenas. A influência de 
Sócrates sobre Platão é tão grande que a maioria dos textos deixados por Platão 
é feita de diálogos em que Sócrates é o personagem principal. 
Em 388 a.C., onze anos após a morte de Sócrates, Platão fundou a sua 
escola filosófica: a Academia. Por ser ateniense, o filósofo tinha direitos civis 
garantidos e podia adquirir terrenos na cidade. Ele escolheu um terreno no 
interior do parque Academia, dedicado ao herói grego Akademus. Um lugar onde 
os jovens reuniam-se para discutir política e praticar exercícios físicos, a 
Academia era uma espécie de retiro tranquilo e politicamente efervescente 
dentro da cidade, tendo uma vasta área verde e dois templos. 
 
PENSAMENTOS E IDEIAS 
 
Dialética 
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/guerra-peloponeso.htm
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/dialetica.htm
A dialética platônica, de inspiração parmenidiana, era uma técnica de 
extração de uma conclusão (síntese) com base em duas ideias opostas (tese e 
antítese). 
 
Idealismo 
O idealismo platônicoé o que há de mais marcante em sua obra. Com 
base na noção de que o conhecimento das Ideias ou Formas puras, imutáveis e 
perfeitas é o único conhecimento verdadeiro (obtido pelo intelecto), o filósofo 
afirmou que o nosso conhecimento sobre a matéria (obtido pelos sentidos) é 
enganoso. 
Aquilo que conhecemos por meio de nossos sentidos corpóreos são 
meras ilusões causadas por nossos órgãos do sentido, portanto, são 
conhecimentos inferiores. O conhecimento ideal estaria, segundo o filósofo 
grego, no Mundo das Ideais, estância metafísica racional que só poderia ser 
alcançada por nosso intelecto. Hoje, utilizamos a expressão “amor platônico”, 
que se refere a um tipo de amor que nunca se concretiza, ou seja, é ideal. 
 
Política 
Para Platão, existem três tipos de caráter que moldam as almas das 
pessoas. Cada tipo, em sua teoria política, deveria ocupar o seu respectivo cargo 
na sociedade, a fim de formar uma organização perfeita da pólis: 
Caráter concupiscível: mais ligado à liberdade e aos desejos, é o caráter 
de pessoas mais afeitas ao trabalho manual e artesanal. 
Caráter irascível: por serem dominadas por impulsos de raiva, essas 
pessoas estariam aptas ao serviço militar. 
Caráter racional: esse tipo de caráter estaria, para Platão, mais próximo 
da racionalidade e, concomitantemente, da justiça, o que conferiria às pessoas 
que o têm a capacidade de governar, ou seja, de atuar na política. 
 
OBRAS 
 
A maior parte dos escritos de Platão é composta pelos diálogos 
socráticos, em que o seu mestre, Sócrates, é a figura central. Em geral, os 
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-politica.htm
diálogos falam sobre um determinado tema, mas sem grandes delimitações ou 
especificações, podendo falar sobre outros assuntos. 
Temos conhecimento, hoje, de 35 diálogos deixados por Platão. Abaixo, 
estão listados os principais textos e suas características gerais: 
1. Apologia de Sócrates: escrito após a morte de Sócrates, o texto narra 
os últimos momentos do mestre de Platão, quando foi acusado de corrupção da 
juventude de Atenas, julgado e condenado à morte. 
2. Láques, ou Da coragem: o livro traz uma nova concepção de coragem 
ao cidadão grego, antes habituado à concepção heroica relacionada a Aquiles e 
Ulisses, por exemplo. Agora, a concepção de heroísmo ganha uma conotação 
de ação moralmente equilibrada e justa. 
3. Hípias menor: diálogo em que são tratadas as noções de verdade, 
mentira e justiça. 
4. Hípias maior: nesse texto, Platão expõe as suas concepções sobre o 
belo e as artes. 
5. Górgias: livro que fala sobre a Retórica, tomando como interlocutores 
principais Sócrates e o sofista Górgias. 
6. Fédon: diálogo em que Platão expõe a sua concepção de alma, de 
reencarnação e assuntos em relação à constituição metafísica do homem. 
7. O Banquete: nesse livro, Platão utiliza a figura de Sócrates para falar 
sobre o bem e o amor ideal. 
Relação entre Platão, Sócrates e Aristóteles 
Platão foi discípulo de Sócrates. As ideias socráticas marcaram a 
trajetória intelectual de Platão, que, por sua vez, foi mestre de 
Aristóteles. Aristóteles foi fortemente influenciado por Platão, mas não se 
manteve na mesma linha de pensamento de seu mestre, tendo modificado e 
discordado de muitas teorias platônicas. 
A República 
“A República” foi escrita, mais ou menos, por volta de 380 a.C. A obra é 
dividida em dez livros, todos escritos na forma de diálogos em que Sócrates 
ocupa o lugar de personagem principal. Por meio desses diálogos, Platão 
apresenta as suas teses sobre a política e o que ele considera como justiça, 
enquanto conceito puro, eterno e imutável. 
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm
Sócrates partiu em busca do entendimento do conceito de justiça para 
achar o modo perfeito de governo. Por apresentar um modo perfeito de governo, 
baseado no idealismo, “A República” pode ser considerada a primeira utopia 
política do Ocidente. 
Uma das mais comentadas passagens dessa obra está localizada no livro 
VII, no qual Platão apresenta a sua tão comentada Alegoria da Caverna, 
diálogo em que Sócrates apresenta aos interlocutores uma história alegórica 
para explicar a superioridade do conhecimento advindo do Mundo das Ideias e 
do raciocínio intelectual.

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