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Filariose linfatica - Ciclo biológico, diagnóstico, tratamento...

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A filariose linfática, comumente conhecida como elefantíase, é causada por três espécies de vermes nematoides, que são a Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia Timor, e constitui um problema de saúde pública em regiões tropicais. Nas Américas, a espécie causadora dessa dolorosa e desfiguradora doença é a Wuchereria bancrofti, a qual, após ser introduzida no Brasil, provavelmente, pelo tráfico de escravos, encontrou no país, além de condições climáticas apropriadas, um eficiente vetor, o Culex quinquefasciatus.
O Culex quinquefasciatus está presente em todo o território nacional, sendo popularmente conhecido como “pernilongo”. Esse mosquito pertence à ordem díptera, da família Culicidae e apresenta desenvolvimento completo em quatro estágios: ovo (depositados agrupados em forma de jangada), larva (quatro estágios), pupa e adulto. A ocorrência do inseto está intimamente associada à presença do ser humano, pois, apesar de sugar sangue de animais, é muito antropofílico, tendo especial preferência pelo sangue humano. Apenas as fêmeas são vetores do parasito, porque somente estas são hematófagas.
 
Os machos da filaria, cuja extremidade posterior do corpo apresenta-se enrolada ventralmente, medem cerca de 3 a 4 centímetros de comprimento e os vermes femininos, de 8 a 10 centímetros. Ambos possuem corpo delgado de aspecto branco leitoso. Eles se alojam no sistema linfático, acasalam e produzem ovos que dão origem a milhões de microfilárias (formas embrionárias dotadas de bainha envoltória), as quais circulam no sangue da pessoa de acordo com sua periodicidade noturna (durante o dia, se localizam nos capilares profundos, principalmente nos pulmões e, durante a noite, aparecem no sangue periférico) e são ingeridas pelo vetor. Em sequência, as microfilárias perfuram a parede do estômago da fêmea do mosquito e dirigem-se ao tórax, onde se desenvolvem em larvas de primeiro estágio (L1), segundo estágio (L2) e, posteriormente, em larvas infectantes de terceiro estágio (L3). Essas então migram para a probóscide do Culex podendo infectar outros indivíduos na oportunidade de um novo repasto sanguíneo.  No hospedeiro humano as larvas filariais se desenvolvem em adultos. 
A infecção filarial pode acarretar uma variedade de manifestações clínicas, incluindo ataques agudos recorrentes, extremamente dolorosos e acompanhados de febre e, nos homens, hidrocele (inchaço do escroto). As manifestações clínicas podem ser agudas, como a linfangiectasia subclínica (dilatação de vasos linfáticos), linfangite e linfadenopatia, ou crônicas, como o linfedema crônico dos membros, e em áreas endêmicas, pela possibilidade de reinfecção, podem ocorrer simultaneamente no mesmo indivíduo. Embora o parasita danifique o sistema linfático, a maioria das pessoas infectadas é assintomática, mas praticamente todas apresentam lesões linfáticas subclínicas e até 40% apresentam lesões renais, com proteinúria e hematúria. As comunidades frequentemente evitam e rejeitam indivíduos desfigurados pela filariose linfática, que pode causar incapacidade temporária ou até mesmo permanente. Dessa forma, nos locais endêmicos, a doença tem um grande impacto social e econômico. 
O diagnóstico parasitológico é realizado por meio das técnicas do exame a fresco, que consiste na observação microscópica direta de microfilárias vivas entre lâmina e lamínula, utilizando-se uma gota de sangue capilar ou venoso; gota espessa, que baseia-se na visualização das formas do parasito através de microscopia óptica, após desemoglobinização, fixação e coloração; técnica de concentração de Knott, cuja realização consiste em diluir pelo menos 1ml de sangue venoso em 9ml de uma solução de formalina a 2%, seguido de centrifugação da mistura e consequente sedimentação, seguida de transferência para a lâmina, possibilitando o exame microscópico laboratorial.
Pode ser feito também o diagnóstico sorológico por duas técnicas: Pesquisa de antígeno circulante filarial - visto que os anticorpos monoclonais (AcMo) Og4C3 que pertence a classe IgM reconhece antígenos solúveis no soro, plasma ou líquido hidrocélico dos indivíduos infectados com W. bancrofti – e detecção de anticorpos. Pacientes com infecção ativa por filária tipicamente têm altos níveis de IgG4 antifilarioide no sangue. Mas há reatividade cruzada antigênica significativa entre as filárias e outros helmintos, e um teste sorológico positivo não diferencia entre infecção atual e passada.
Prevenir, reverter ou diminuir a progressão da doença e interromper a transmissão do parasita compreendem as bases para se instituir o tratamento da filariose linfática. Para tanto, a escolha das medidas mais adequadas para o tratamento dos acometidos pela doença requer o conhecimento das diversas manifestações clínicas. 
O tratamento antifilarial com dietilcarbamazina (DEC) é indicado para os casos de infecção ativa (vermes adultos e/ou microfilárias). Caso haja persistência de microfilárias e/ou vermes adultos, por exemplo, quando ocorre falha no tratamento com DEC, havendo reaparecimento de sangue na urina nos portadores de hematúria filarial, pode-se associar a DEC com outras drogas, comoa Ivermectina. Na presença de linfangite filarial aguda e linfadenopatia o tratamento deve ser complementado com medidas de repouso relativo. Nos casos de linfedema, as medidas mais importantes são o repouso do membro afetado, com fisioterapia para drenagem linfática, a orientação quanto à postura que favoreça essa drenagem e a instituição de hábitos de higiene.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=105&sid=2
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_culex_quinquefasciatus.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822002000100009#back1
https://www.scielosp.org/article/csp/1997.v13n3/537-543/pt/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/filariose_linfatica_manual.pdf

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