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Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros Exame clínico SINAIS E SINTOMAS SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRANSTORNOS DA CONSCIÊNCIA ✓ Percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo caracteriza o estado de vigília. ✓ Existem diversas fases entre plena consciência e estado de coma. ✓ Existem quatro parâmetros para se observar em qual- quer grau de alteração do nível de consciência: ➢ Perceptividade: capacidade de responder perguntas simples ou atender ordens do tipo “sente-se na cama”. ➢ Reatividade: capacidade de reagir a estímulos inespe- cíficos, como desviar os olhos e a cabeça para um ponto onde se faça um barulho. Pode ser avaliada em relação à dor (comprimir a unha de um dedo). ➢ Deglutição: observar todo comportamento do paci- ente, como leva à boca e se deglute, ➢ Reflexos: ex.: patelar, plantares, cutâneos, etc. ESTADO DE COMA ✓ Classificação do estado de coma: ➢ Coma leve, vígil ou grau I: comprometimento leve. Paciente atende às ordens do tipo “abra o olho” e res- ponde perguntas pessoais. Reage apropriadamente à dor. Deglutição e reflexos normais. ➢ Coma de grau médio ou grau II: perda quase total da consciência. Perceptividade reduzida. Resposta à dor apenas energética e desapropriada. Deglute com dificuldade. Reflexos tendinosos, cutâneos e pupilar ainda presentes. ➢ Coma profundo, cárus ou graus III: perda completa da consciência. Perceptividade é zero. Não deglute água e nenhum estímulo doloroso desperta reação. Arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar. Relaxamento completo da musculatura esfincteriana. ➢ Coma depassé ou grau IV: dados do grau III + com- prometimento inclusive das funções vitais. Quase sempre estado irreversível. Ventilação pulmonar por respiradores artificiais. EEG revela silêncio cerebral. ✓ As principais causas do coma são: ➢ Traumatismo cranioencefálico ➢ Acidente vascular encefálico (isquêmico e hemorrá- gico) ➢ Tumores cerebrais ➢ Infecções do sistema nervoso central (meningites, en- cefalites e abcessos) ➢ Epilepsia ➢ Diabetes ➢ Insuficiência hepática ➢ Insuficiência real ➢ Intoxicações exógenas (álcool, inseticidas, psicotrópi- cos, sedativos, opioides, drogas ilícitas) ➢ Malária ➢ Septicemia. ✓ Escala de Glasgow: baseia-se em três parâmetros (aber- tura dos olhos, resposta motora e resposta verbal). ✓ Em termos práticos, abaixo de 8 – 7 pontos corresponde a um estado de coma. DOR DE CABEÇA ✓ Tem inúmeras causas. ✓ A enxaqueca geralmente é hemicraniana (frontotempo- ral) de intensidade crescente, alguns pacientes procedida por alterações visuais transitórias ou por parestesias fu- gares. ➢ Sintomas associados: náuseas, vômitos, fotofobia, hi- peracusia e irritabilidade. ➢ Característica da dor: pulsátil, latejante, acompa- nhando batimentos cardíacos. ✓ Cefaleia tipo tensão ou tensional costuma ser descrita como uma dor constritiva, às vezes como um peso no alto da cabeça. Leve à moderada. Localização comum é nos músculos da nuca. Ap. Neurológico Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ Cefaleia em salvas é de grande intensidade, unilateral fronto-orbitária. Lacrimejamento, obstrução nasal, rinor- reia, sudorese na fronte, ptose palpebral podem acom- panhar. Dura de 15 – 180 min, frequência de ataque a cada 2 dias. *inalação de O2 corta crise*. ✓ Hemicraniana paroxística é semelhante a em salvas. Mas crises são mais curtas e mais frequentes. Alívio rápido com indometacina. ✓ Cefaleia pós-trauma ✓ Cefaleia da hipertensão intracraniana. O aumento da pressão no interior da caixa craniana ocasiona uma cefa- leia pulsátil que toma a cabeça toda e perdura dias ou meses. Exacerba-se pela manhã, quando passa a se acompanhar de vômitos. Vômito em jato. ✓ Cefaleia associada a distúrbios oculares e sinusites. Pode ser por hipermetropia e astigmatismo, glaucoma agudo e inflamação dos seios paranasais. DOR NA FACE ✓ Nas afecções odontológicas, sinusais, oftalmológicas, dis- túrbios da ATM, alterações do septo nasal. ✓ Neuralgia do trigêmeo é extremamente intensa, em agu- lhada, no território de um dos três ramos periféricos do V nervo craniano. Unilateral. TONTURAS E VERTIGEM ✓ Tontura com sensação de iminente desmaio: paciente fica pálido, escurecimento visual e transpiração profusa. Melhora em decúbito. ✓ Tontura com sensação de desequilíbrio: só ocorro quando o paciente anda, e regride quando seta ou se deita. ✓ Tontura com “sensação degradável na cabeça”: mal de- finida. Pensar em hipertensão arterial, hipotensão arte- rial. Hiperventilação, arritmia cardíaca com baixo débito, depressão ou ansiedade. ✓ Vertigem (tontura com sensação de rotação): sensação de girar em torno do ambiente ou vice-versa. Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, desequilíbrio, pali- dez e sudorese. Decorre de lesão ou disfunção das vias vestibulares, em especial de sua porção periférica. Prin- cipais causas são infecções, intoxicações, tumores e edema do labirinto. CONVULSOES ✓ São movimentos musculares súbitos e incoordenados, in- voluntários e paroxísticos. ✓ Podem ser parciais ou generalizadas. ✓ Tipos: ➢ Tônicas: sustentadas e imobilizarem as articulações. ➢ Clônicas: rítmicas, alternando-se contrações e relaxa- mento muscular. ➢ Tônico-clônicas: perda abrupta da consciência com queda ao solo, seguindo-se uma fase de enrijeci- mento global, seguida por contrações musculares su- cessivas, generalizadas e intensas. ✓ Causas: ➢ Distúrbios de excitabilidade (epilepsia) ➢ Distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, fenilcetonúria) ➢ Lesões cerebrais expansivas ➢ Edema cerebral ➢ Hipóxia cerebral ➢ Infecções cerebrais ➢ Intoxicações exógenas ➢ Febre AUTOMATISMOS ✓ Fenômenos completos em que há perda da consciência, durante a qual o paciente executa atos de modo orde- nado ou desordenado. ✓ Representam atividade epiléptica do lobo temporal. AMNÉSIA ✓ Perda de memória. Pode ser permanente ou transitória. ✓ Típica pós-traumática. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros DISTÚRBIOS VISUAIS ✓ Redução da acuidade visual é → ambliopia. ✓ Perda total da visão → amaurose. ✓ Ambas podem ser uni ou bilaterais, definitivas ou transi- tórias, súbitas ou graduais, acompanhadas de dor ou não. ✓ Dependem de lesões da retina, papila ou nervo óptico. ✓ Hemianopsia → defeito campimétrico, no qual o paci- ente perde a visão da metade do campo visual, podendo ser homônima ou heterônima. ✓ A diplopia ocorre nos casos de estrabismo convergente e divergente, indicando paresia ou paralisia de um ou mais músculos ligados aos movimentos dos olhos. ALTERAÇÕES AUDITIVAS ✓ Hipoacusia e anacusia expressam a diminuição e a perda total da audição. ✓ São de condução quando são localizadas nas partes ex- terna e média do ouvido. ✓ São neurossensoriais quando há comprometimento da cóclea e demais partes do nervo auditivo. ✓ Causas de hipo e/ou acusia: cerume, corpo estranho e atresia do ouvido externo. Da orelha média: otite, otos- clerose e colesteatoma. Da orelha interna: defeitos neu- rossensoriais.MANIFESTAÇÕES DIGESTIVAS ✓ Náuseas ou enjoo ✓ Encontradas em doenças do SNC, agudas ou crônicas, que aumentam a pressão intracraniana (meningite, neo- plasias, hemorragia, traumatismo cranioencefálico). ✓ Disfagia de causa neurológica aparece nas afecções em que há alterações dos nervos bulbares, que se acompa- nham de paralisia da língua (XII) e do palato faríngeo (IX e X). ALTERAÇÕES DA SENSIBILIDADE ✓ As alterações subjetivas da sensibilidade são representa- das pela dor, parestesias e anestesias. ✓ Parestesias são sensações anormais, não dolorosas. Des- critas como formigamento ou dormência. Ocorrem nas polineuropatias, tubes, AVC e na esclerose múltiplas. ✓ Anestesia é a abolição da sensibilidade em todos seus modos. Na siringomielia estão abolidas a sensibilidade térmica e dolorosa. ✓ Hiperestesia é o exagero da sensibilidade. Observada nas neuralgias e nas neuropatias. ALTERAÇOES DA MOTILIDADE VOLUNTÁRIA ✓ Paralisia é a perda da motilidade voluntária por interrup- ção funcional ou orgânica em qualquer ponto da via mo- tora, desde o córtex até o músculo. ✓ Paresia ou paralisia incompleta é quando a motilidade é apenas diminuída. ✓ Hemiplegia é a paralisia de um lado do corpo ✓ Diplegia é a paralisia de partes semelhantes de ambos os lados do corpo. ✓ Paraplegia significa paralisia dos membros inferiores. ✓ Tetraplegia dos MMSS e MMII. ALTERAÇOES DA MARCHA ✓ Dependem de alterações no revestimento cutâneo dos pés, de distúrbios do sistema vascular, de alterações do aparelho locomotor, do sistema nervoso periférico, de al- terações medulares e de raízes nervosas e do sistema nervoso central. DISTURBIOS ESFINCTERIANOS ✓ Na bexiga neurogênica, a micção ocorre quando a parede da víscera de distende e estimula as raízes parassimpáti- cas aferentes. ✓ Causas mais frequentes da bexiga neurogênica são: após cirurgia que envolve as raízes sensoriais e motora, tumor medular, traumatismo raquimedular com lesões do cen- tro sacral, infecções, tumor e angioma. TRANSTORNOS DO SONO ✓ Insônia: dificuldade para dormir. Causas mais importan- tes são as modificações do ritmo circadiano, micção no- turna, febre, dor, insuficiência cardíaca, doença pulmo- nar obstrutiva crônica, transtorno de ansiedade e obses- sivo, esquizofrenia etc. ✓ Ronco: respiração ruidosa com sons grosseiros ou desa- gradáveis. ✓ Sonolência ou hipersonia: sono excessivo ou prolongado acompanhado de irresistível tendência para dormir. Por tumor no hipotálamo, traumatismo cranioencefálico, mi- xedema, síndrome de KleineLevin, síndrome de Pickwick (hipoxemia e hipercapnia por hipoventilação, em paci- ente obeso), estados depressivos, uso de sedativos e hipnóticos, ingestão de bebidas alcoólicas, narcolepsia . ✓ Sonilóquio: emite sons ou frases sem sentido durante o sono. ✓ Pesadelos: comum no estágio REM. Frequente em paci- entes inseguros, ansiosos, deprimidos ou agressivos. ✓ Terror noturno: ocorre no terço inicial da noite, em pleno sono tranquilo. Movimenta-se descontroladamente, gru- nhidos, choro ou gritos, taquicardia, taquopneia e sudo- rese. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ Sonambulismo: costuma ocorrer no primeiro terço na noite. ✓ Briquismo: bruxismo. Ranger os dentes. Não se conhece a causa, mas ansiedade crônica ajuda a aparecer. ✓ Movimentos rítmicos da cabeça: Jaactatio capitis noc- turnus. Movimentos no sentido lateral ou anteroposte- rior na transição entre sono e vigília. Causas: transtornos da esfera psicológica. ✓ Enurese noturna: emissão involuntária de urina durante o sono. Acima de 3 anos de idade precisa ser investigado. ALTERAÇÕES DAS FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES ✓ Distúrbios da comunicação (linguagem e fala): ➢ Disfonia ➢ Disartria (alteração da articulação da palavra falada) ➢ Dislalia ➢ Disritmolalia (taquilalia – fala imprecisa e gagueira) ➢ Dislexia ➢ Disgrafia (escrita irregular, secundária ao Parkinson) ➢ Afasia ▪ Motora ou verbal – afasia de broca – dificuldade para expressar-se pela fala ou pela escrita ▪ Afasia receptiva ou sensorial – afasia de Wernicke – dificuldade para compreender fala ou escrita ▪ Afasia global é a soma das duas anteriores ▪ Afasia de condução – repetição de vocabulários. Ler normalmente, mas não escreve. ▪ Afasia amnéstica: incapacidade de reconhecer o significado dos vocábulos e de nomear correta- mente os objetos. ▪ Afasia transcortical – compreensão e repetição ra- zoáveis, dificuldade para a leitura e escrita e leve incapacidade para designar o nome dos objetos. ✓ Alterações das gnosias: gnosia significa reconhecimento. Agnosia auditiva é incapacidade de reconhecimentos de sons. Cegueira cortical ou psíquica é a incapacidade de reconhecimento da visão de objetos. Estereognosia de objetos colocados na sua mão com olhos fechados. So- matoagnosia, do próprio corpo em relação ao espaço. Prosopoagnosia da fisionomia alheia e autoprosopoag- nosia da sua própria fisionomia. ✓ Alterações das praxias: ➢ Apraxia construtiva: perda dos gestos normalmente organizados (desenhar, copiar etc.) ➢ Apraxia ideomotora: dificuldade ou incapacidade para a execução de gestos simples. Ex.: bater 3 vezes sobre a mesa. ➢ Apraxia ideatória: não faz um ato complexo. Ex.: colo- car água em um copo que estava emborcado. ➢ Apraxia de vestir: dificuldade em despir e vestir. ➢ Apraxia da marcha: causada por lesão frontal de am- bos os hemisférios, provoca dificuldade da marcha. ➢ Apraxia boculinguofacial: alteração dos gestos da mí- mica facial, da boca e da língua. ✓ Movimentos involuntários: ➢ Coreia: involuntários rápidos, breves, nos membros, tronco e face. ➢ Distonia: contrações musculares que levam a postu- ras anormais e movimentos repetitivo, pode ter dor ➢ Mioclonia: involuntário, breve e rápidos de grupos musculares. Podem ter origem central, espinal e peri- férica. ➢ Tremor: movimentos ritmados, alternados, entre músculos agonistas e antagonistas. ➢ Fasciculações: movimentos involuntários de feixes de fibras musculares visíveis sob a pele. ➢ Mioquinias: involuntárias, mais lentos, mais grossei- ros e mais duradouros que fasciculações. ➢ Pseudoatetose: movimentos incoordenados, lentos e de grande amplitude, principalmente em extremida- des e na face. ✓ Avaliação do estado mental: ➢ Orientação: dia da semana, do mês, ano (orientação temporal). Pais, estado, cidade, hospital (orientação espacial). ➢ Memória: repetir o nome 3 objetos. A partir de 100, diminuir 7 gradativamente por 5 vezes. Depois pede p repetir os nomes dos objetos. ➢ Linguagem: nomear 3 objetos. Repetir uma frase. Prova dos três comandos (pegar papel, dobrar e colo- car no chão). Ler uma frase e fazer seu comando. Es- crever uma frase qualquer e desenhar um desenho simples. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO ✓ Qualquer doença que comprometa algum componente do sistema nervoso periférico recebe a denominação de neuropatia periférica. ✓ Causas das neuropatias periféricas: agentes físicos (radi- ação ionizante, choque elétrico, resfriamento e vibra- ções); genéticas, doenças infecciosas (herpes, hansení- ase, difteria), colagenoses, deficiência nutricional, doen- ças imunológicas e medicamentos. DOR ✓ Decorre de lesão do SNP ou SNC. ✓ A maioria dos pacientes apresenta déficit sensorial clini- camente detectável. ✓ A dor pode ser: Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82- Maryelle Barros ➢ Alodinia: sensação dolorosa desencadeada por estí- mulos táteis (ao toque ou às roupas) ou térmicos (frios ou quentes). ➢ Hiperalgesia: sensação dolorosa mais intensa do que a resposta normal a um estímulo doloroso. ➢ Causalgia: dor contínua com características de quei- madura que piora aos estímulos táteis. ➢ Cãibras: sensação dolorosa que acompanha contra- ções musculares involuntárias. ALTERAÇÕES DA SENSIBILIDADE ✓ Anestesia ou hipoestesia ✓ Hiperestesia ✓ Parestesias ✓ Disestesias EXAME FÍSICO ✓ Deve responder às seguintes questões: ➢ Em que nível está localizada a lesão? ➢ Qual o tipo da lesão? ➢ Apresenta efeito de massa ou não? ➢ Qual o caráter ou tipo de evolução da lesão? ➢ Qual origem da lesão? ➢ Qual sistema está comprometido? ANAMNESE ✓ Na história da doença atual, cinco aspectos merecem ser revistos: ➢ Data do início da doença: recente ou não. ➢ Modo de instalação da doença: se é agudo, pensa em trauma ou distúrbio vascular. Se foi lento, pensa em processo degenerativo ou neoplásico. ➢ Evolução cronológica dos sintomas: quando e como os sintomas surgiram ou desapareceram. ➢ Exames e tratamentos realizados com os respectivos resultados: principalmente quando se trata de epilep- sia, cefaleia e doenças cerebrovasculares. ➢ Estado atual do enfermo: como o paciente está na hora do exame. ✓ No interrogatório sintomatológico: ➢ Episódios de perda da consciência: sugerem epilepsia, síncope, lipotimia ➢ Cefaleia: enxaqueca, aneurisma intracraniano, tumor cerebral, hipertensão intracraniana ➢ Convulsões: epilepsia, intoxicações exógenas e hipo- glicemia ➢ Ambliopia/amaurose: tumor cerebral, esclerose múl- tipla, neurite óptica ➢ Diplopia: lesão de nervos oculomotores com conse- quente paralisia ou paresia de músculos extrínsecos do olho ➢ Hipoacusia/anacusia, zumbido: doenças do ouvido, tumor do ângulo pontocerebelar ➢ Vertigem: labirintopatia, acidente vascular cerebral do sistema vertebrobasilar, tumor do ângulo ponto- cerebelar ➢ Náuseas/vômitos: enxaqueca, labirintopatia, tumor cerebral, hipertensão intracraniana ➢ Disfagia/disfonia: lesões bulbares ou dos nervos res- ponsáveis pela deglutição e fonação ➢ Disfasia: lesões do hemisfério cerebral dominante por distúrbios vasculares ou neoplásicos ➢ Dor/parestesia: lesões do sistema nervoso periférico (raízes, plexos e nervos) ➢ Paralisia/paresia: lesões das vias motoras, centrais ou periféricas ➢ Distúrbio esfincteriano: lesões medulares. ✓ Nos antecedentes pessoais: ➢ Condições pré-natais ➢ Condições do nascimento ➢ Condições do desenvolvimento psicomotor ➢ Vacinações ➢ Doenças maternas ✓ Antecedentes familiares Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros EXAME FÍSICO ✓ Primeiro fazemos uma avaliação estativa, investigando tudo aquilo que conseguimos enxergar. ✓ Fácies: ➢ Paralisia facial: ▪ Periférica unilateral: desvio da comissura labial para lado da hemiface sadia e incapacidade de fe- char o olho (lagoftalmo) ▪ Periferia bilateral: boca entreaberta, lagoftalmo bilateral, sem rugas ou expressividade. ▪ Central: acomete apenas metade inferior da face contralateral. ➢ Parkinsoniana: hipomimia, em máscara, redução da frequência de piscamento, boca entreaberta, saliva, tremor nos lábios ou mandíbula. ➢ De hutchinson: cabeça reclinada para trás e contra- ção da musculatura frontal para compensar ptose pal- pebral, e escassez de movimentos ocular. ➢ Miastênica: semiptose bilateral com alterações assi- métricas de MOE. ➢ Tetânica: enrugamento da testa, contração palpebral e repuxamento das comissuras labiais, trimo. ✓ O postura e marcha. PESCOÇO E COLUNA CERVICAL ✓ Carótidas: palpação e ausculta. Amplitude, frêmito e so- pro. ✓ Região supraclavicular: é neste ponto que a artéria verte- bral tem origem na subclávia. Auscultar. ✓ Movimentos da cabeça: pede-se ao paciente que execute movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização da cabeça. Ver se tem dificuldade ou limitação. Relacio- nada com doenças osteoarticulares, musculares, menin- gites, radiculopatias e hemorragia subaracnóidea. ✓ Rigidez da nuca: o examinador co- loca uma das mãos na região oc- cipital do paciente em decúbito dorsal e, suavemente, tenta fletir a cabeça dele. Pode apresentar resistência, defesa ou simples- mente rigidez da nuca. Encon- trada na meningite e na hemorra- gia subaracnóidea ✓ Prova de Brudzinski: o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente em decúbito dorsal e membros estendidos e, com a outra, colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores, havendo casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa ✓ Transição craniovertebral: Ver se tem “pescoço curto”, o qual pode denunciar deformidades ósseas (redução nu- mérica das vértebras cervicais, platibasia e impressão ba- silar). COLUNA LOMBOSSACRA ✓ Movimentos: paciente executa movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralização da coluna, e observa-se a eventual existência de limitação na amplitude dos mo- vimentos e em que grau. ✓ Provas de estiramento de raiz nervosa: ➢ Prova de Lasègue: paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador faz a elevação de um membro inferior estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de eleva- ção) ➢ Prova de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Considera-se a prova positiva quando o paci- ente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. Outra manobra de Ker- nig é elevar ambos os MMII ao mesmo tempo; posi- tiva se desencadear dor e flexão nos joelhos. Essas provas são utilizadas para o diagnóstico da meningite, da hemorragia subaracnóidea e da radiculopatia ciá- tica. MARCHA OU EQUILÍBRIO DINÂMICO ✓ Todo e qualquer distúrbio de marcha dá-se o nome de disbasia. ✓ Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: paciente mantém o membro superior fletido em 90° no cotovelo e em adução e a mão fechada em leve pronação. O mem- bro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. Por essa razão, a perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. Ocorre nos pacientes que apresentam he- miplegia, cuja causa mais comum é acidente vascular ce- rebral Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ Marcha anserina ou de pato: para caminhar, o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para a direita ora para a esquerda, lembrando o andar de um pato. É observada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. ✓ Marcha parkinsoniana: o doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o doente “corre atrás do seu centro de gravidade” e que irá sofrer uma queda para frente. Ocorre na síndrome parkinsoni- ana ✓ Marcha cerebelar ou marcha do ébrio ou atáxica: ao ca- minhar, o doente ziguezagueiacomo uma pessoa embri- agada. Este tipo de marcha traduz incoordenação de mo- vimentos em decorrência de lesões do cerebelo. ✓ Marcha tabética: para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros inferiores são levanta- dos abrupta e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo intenso. Com os olhos fechados, a marcha piora acentuadamente ou se torna impossível. Indica perda da sensibilidade pro- prioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. Um exemplo é a tabes dorsalis (neurolues) ✓ Marcha de pequenos passos: caracterizada por passos muito curtos, e, ao caminhar, o paciente arrasta os pés como se estivesse “patinando”. Ocorre na paralisia pseu- dobulbar e em doenças extrapiramidais. Às vezes, o paci- ente não consegue sair do lugar (“freezing”). Idosos tam- bém podem apresentar marcha de pequenos passos ✓ Marcha vestibular: o paciente com lesão vestibular (labi- rinto) apresenta lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. Se o paciente é solicitado a ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, em um ambiente https://www.youtube.com/embed/EvFQHTucCz0?start=16&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/qMUUPwXLJBU?start=5&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/Pv5VwI5GGMw?start=49&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/1C3hvOyPB9A?start=50&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/No2mDeruFpQ?start=13&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/JGzs8xi-UT0?start=3&feature=oembed Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros amplo, ele descreverá uma figura semelhante a uma es- trela, daí ser denominada também marcha em estrela ✓ Marcha escarvante: quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, lembrando o “passo de ganso” dos soldados prussianos ✓ Marcha em tesoura ou espástica: os dois membros infe- riores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam, e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movi- mento das pernas lembra uma tesoura. É frequente nas formas espásticas da paralisia cerebral ✓ ✓ Marcha claudicante: ao caminhar, o paciente “manca” para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial peri- férica e em lesões do aparelho locomotor ✓ Marcha do idoso: nos idosos a marcha pode apresentar- se alentecida, com passos curtos e diminuição dos movi- mentos associados de membros superiores. Alterações no equilíbrio, coordenação, sensibilidade e força muscu- lar aumentam os riscos de queda, podendo levar a diver- sas complicações. EQUILÍBRIO ESTÁTICO ✓ Prova de Romberg → Paciente em posição vertical, com pés juntos e olhando para frente. Depois de alguns se- gundos, ordena-se que ele feche as pálpebras durante al- guns segundos. ✓ Quando a prova de Romberg é positiva (oscilações do corpo com olho fechado) pode ser: ➢ Para qualquer lado e imediatamente após interrom- per a visão, indica lesão das vias de sensibilidade pro- prioceptiva consciente. ➢ Sempre para o mesmo lado após transcorrer pequeno período de latência, traduz lesão no aparelho vestibu- lar. ✓ É positiva nas labirintopatias, tabes dorsalis, degenera- ção combinada da medula e polineuropatias periféricas. MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA ✓ Os atos motores são de três tipo: voluntário, involuntário e reflexo. MOTRICIDADE ESPONTANEA ✓ Paciente executa uma séria de movimentos, especial- mente dos membros. Ex.: abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço etc. ✓ Se não estiverem com sua amplitude, avaliar grau e sede da limitação. Ex.: acentuada redução da amplitude do movimento de extensão do pé direito, e assim por diante. ✓ Afastadas as condições extraneurológicas (abcesso, re- tração tendinosa), as causas de redução ou abolição são https://www.youtube.com/embed/vPmUFWxh_YM?start=7&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/-Dusn7cSh0U?start=28&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/FY7eSIMqoy4?start=9&feature=oembed https://www.youtube.com/embed/1REWkSFtre4?feature=oembed Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros representadas por lesão dos neurônios motores e/ou suas vias. FORÇA MUSCULAR ✓ Fazer os mesmos movimentos da motricidade espontâ- nea só que agora com oposição aplicada pelo examinador ✓ Se tiver discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros realizam-se as denominadas “provas deficitá- rias”, representadas pelas provas de Barré, Mingazzini e dos braços estendidos. Pode ser registrado: ✓ Literalmente: em que se anota a graduação e a sede: ➢ Força normal nos quatro membros ➢ Força discretamente diminuída na extensão do ante- braço direito ➢ Força moderadamente diminuída na flexão da perna esquerda ➢ Força muito reduzida na extensão do pé direito ➢ Força abolida na flexão da coxa esquerda ✓ Convencionalmente: de acordo com a Medical Research Council Scale, anotando-se também a sede: ➢ 5: força normal ➢ 4+: movimento submáximo contra resistência ➢ 4: movimento moderado contra resistência ➢ 4–: movimento discreto contra resistência ➢ 3: movimento contra a gravidade, mas não contra re- sistência ➢ 2: movimento quando a gravidade é eliminada ➢ 1: contração muscular sem deslocamento articular ➢ 0: sem contração muscular. TONUS MUSCULAR ✓ Feito com paciente deitado e com completo relaxamento muscular ✓ Inspeção: se há ou não achatamento das massas muscu- lares de encontro ao plano do leito. ✓ Palpação das massas musculares: grau da consistência muscular. fica aumentada nas lesões motoras centrais e diminuída nas periferias. ✓ Movimentos passivos: passividade, extensibilidade. Exemplos de achados de exame: moderada hipotonia nos membros inferiores e acentuada hipertonia dos membros direitos. ✓ Hipotonia: achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passivi- dade aumentada, extensibilidade aumentada e prova de balanço com exageradas oscilações. Ocorre nas lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. ✓ Hipertonia: consistência muscu- lar e extensibilidade aumentadas, passividade diminuída e prova do balanço com reduzidas oscila- ções. Ocorre na hemiplegia, na di- plegia cerebral infantil, na escle- rose lateral amiotrófica e na mi- elopatia compressiva. Quando atinge globalmente os músculos, mas com predomínio dos extensores dos membros inferiores e flexores dos membros superiores, determina a clássica postura de WernickeMann ✓ A Miotonia é o relaxamento alentecido após contração muscular. Pode ser demonstrada solicitando ao paciente que cerre o punho e, em seguida, abra a mão rapidamente. Ocorre na distrofia miotônica de Steinert e na miotonia congênita de Thomsen. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ Distonia é a contração simultânea da musculatura agonista e antagonista, o que pode ocasionar posturas anômalas intermitentes ou persistentes. São exemplos o torcicolo espasmódico,a cãibra do escrivão e a distonia muscular deformante. ✓ Na paratonia ou gegenhalten, o paciente aparentemente se opõe à tentativa do examinador em movimentar seu membro. Ocorre em lesões frontais bilaterais. COORDENAÇAO ✓ A perda de coordenação é denominada ataxia. Pode ser cerebelar, sensitiva ou mista. ✓ Nas ataxias sensitivas, se fecha o olho, piora. O que não acontece nas cerebelares. ✓ Exame da coordenação: ➢ Prova indicador-nariz ➢ Prova calcanhar-joelho ➢ Prova dos movimentos alternados. Denominase diadococinesia estes movimentos. A capacidade de realizálos é chamada eudiadococinesia. Sua dificuldade é designada disdiadococinesia, e a incapacidade de realizálos recebe o nome de adiadococinesia ✓ Tem dismetria (distúrbio na medida do movimento) quando o paciente não consegue alcançar com precisão o alvo, errando para mais ou para menos. REFLEXOS REFLEXOS EXTEROCEPTIVOS OU SUPERFICIAIS ✓ Nesses reflexos o estímulo é feito na pele ou mucosa por um estilete rombo ✓ Reflexo cutaneoplan- tar: paciente em decú- bito dorsal, MMII esten- didos, o examinador es- timula superficialmente a região plantar, fa- zendo um leve semicír- culo na parte mais ante- rior. A resposta normal é a flexão dos dedos. O sinal de Babinski ocorre quando tem uma extensão da hálux, que indica lesão da via piramidal ou corticoespinal. ✓ Reflexos cutâneoabdominais: decúbito dorsal, parede abdominal totalmente relaxada, examinador estimula no sentido da linha mediada em três níveis: superior, médio e inferior. Resposta normal é a contração dos músculos abdominais, que determina um leve deslocamento da ci- catriz umbilical para lado estimulado. Abolido na inter- rupção do arco reflexo, na lesão da via piramidal e, às ve- zes, mesma na ausência de alterações do SN (obesidade, pessoas idosas, multíparas) REFLEXOS PROFUNDOS OU MIOTÁTICOS ✓ Tem os fásicos ou clônicos e os tônicos ou posturais. ✓ Os reflexos miotáticos fásicos ou clônicos são os que dá para fazer com o martelo. Aquileu, patelar, flexor dos de- dos, supinador, pronador, biciptal e triciptal. Eles podem ser normais, abolidos, diminuídos, vivos ou exaltados. ✓ A arreflexia ou hiporreflexia são encontradas quando tem uma interrupção do arco reflexo, por exemplo, na poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia. REFLEXOS NIOTÁTICOS FÁSICOS OU CLÔNICOS REFLEXO MÚSCULOS CENTRO MEDULAR SEDE DO ESTÍMULO RESPOSTA NERVO RESPONSÁ- VEL Aquileu Tríceps sural L5-S1 Tensão de Aquiles Flexão do pé N. ciático Patelar Quadrícpes L2-L4 Tendão rotuliano Extensão da perna N. ciático Flexor dos de- dos Flexor dos dedos da mão C7-C8-T1 Face palmar Flexão dos dedos da mão N. mediano Supina- dor Supinadores C5-C6 Apófise estilóide do rá- dio ou um pouco acima, na extensão dos dedos Flexão do antebraço e , às vezes, ligeira pronação e flexão dos dedos N. ulnar Prona- dor Pronadores C6-C7-C8-T1 Processo estiloide da ulna Pronação da mão e ante- braço N. radial Biciptal Bíceps C5-C6 Tendão distal do bíceps Flexão do antebraço N. muscolucutâneo Triciptal Tríceps C6-C7-C8 Tendão distal do tríceps Extensão do antebraço N. radial Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros SENSIBILIDADE ✓ As fibras mais calibrosas transmitem as sensações relaci- onadas com a vibração, modificações posturais e com o tato discriminativo. ✓ As fibras mais finas são as das sensações de frio, calor, dor e tato grosseiro. ✓ Quando fazer o estímulo, deve perguntar se o paciente está sentindo alguma coisa? O que? Em que parte do corpo? ESTEREOGNOSIA ✓ Capacidade de se reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. ✓ É função tátil discriminativa ou epicrítica com compo- nente proprioceptivo. ✓ Quando se perde essa fun- ção, diz-se aste- reognosia ou agnosia tátil, in- dica lesão do lobo parietal contralateral. ✓ Imagem: tátil, dolorosa, vibra- tória e cinético postural NERVOS CRANIANOS NERVO OLFATÓRIO (I) ✓ As impressões olfató- rias são recolhidas pe- los receptores da mu- cosa pituitária na cavi- dade nasal e conduzi- das aos centros corti- cais da olfação situados nos hipocampos, após atravessarem os dois lobos frontais. Os cen- tros corticais, por sua vez, intercomunicam-se pelas fi- bras associativas comissurais. ✓ Alterações deficitárias ganham maior significado clínico porque dependem de distúrbios neurológicos, como fra- turas do andar anterior da base do crânio e tumor da go- teira olfatória. Hiposmia e anosmia. ✓ As lesões corticais causam parosmia, alucinações olfató- rias e cacosmia. NERVO OPTICO ( II) ✓ Acuidade visual: ler ou ver o que tem no ambiente. Ava- liar cada olho separadamente. Ambliopia é a diminuição da acuidade. Amaurose é a abolição. ✓ Campo visual: olhar para o nariz do examinador, tem que estar na mesma altura e com distância de 1 braço, tampa um olho e vê até quando o paci- ente enxerga. Alterações são causadas por tu- mores, infec- ções e desmieli- nização. ✓ Fundoscopia: oftalmos- cópio para ver o fundo o olho. Pode encontrar pali- dez da papila, que significa atrofia do nervo óptico. Edema uni ou bilateral da papila que traduz hiperten- são intracraniana, e modifi- cações das arteríolas que surgem na hipertensão arterial. Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros NERVO OCULOMOTOR (III) , TROCLEAR (IV) E ABDUCENTE (VI) ✓ São examinados em conjunto porque inervam os múscu- los dos globos oculares. ✓ Motilidade extrín- seca: com a cabeça imóvel, o paciente é solicitado pelo exa- minador que deslo- que os olhos nos sen- tidos horizontal e vertical. As causas mais frequentes de lesões dos nervos oculomotores são os traumatismos, diabetes melito, aneurisma intracrani- ano, hipertensão intracraniana e tumores da região selar. ✓ Motricidade intrínseca: exame da pupila. Reflexo foto- motor direto e o fotomotor consensual. Reflexo de aco- modação. Em lesão unilateral do oculomotor, a pupila entra em midríase homolateral e não responde a estí- mulo algum – midríase paralítica. Na lesão bilateral da via aferente, os reflexos fotomotor direto ou consensual es- tão abolidos e o de acomodação está preservado. ✓ Sinal de Argyll-Robertson consiste em miose bilateral, abolição do reflexo fotomotor e presença do reflexo de acomodação. A lesão para esse sinal é na região peria- quedutal, no mesencéfalo. ✓ A A síndrome de Claude BernardHorner é caracterizada por miose, enoftalmia e diminuição da fenda palpebral. Decorre de lesão do simpático cervical. NERVO TRIGÊMEO (V) ✓ Raiz motora: nervo mastigador → músculos da mastiga- ção → temporal, masseter e pterigoideos. Lesão unilate- ral da raiz motora pela observação de atrofia das regiões temporais e masseterinas, desvio da mandíbula para o lado da lesão com abertura da boca; debilidade do lado paralisado de trincar os dentes e dificuldade do movi- mento de laterização da mandíbula. ✓ Raízes sensitivas: nervos oftál- mico, maxilar e mandibular. Testa tipo a sensibilidade su- perficial, só que acrescenta a pesquisa da sensibilidade cor- neana, feita com uma mecha de algodão que toca suave- mente a região entre a escleró- tica e a córnea. Reflexo corneo- palpabral. Alterações no trigê- meo podem ser consequência de herpes-zóster, trauma- tismo e tumores. NERVO FACIAL (VII)✓ Mímica da face. ✓ Exame: enrugar a testa, franza os supercílios, cerre os pálpebras, mostre os dentes, abra a boca, assobie, infle a boca e contraia o platisma ou músculo cutilar do pescoço. ✓ Na paralisia unilateral tem a lagoftalmia (olho permanece entre aberto), ausência do ato de piscar, lacrimejamento, desvio da boca para o lado normal. ✓ Causas: infecções virais, diabetes melito, tumores, otite média, traumatismos, herpes-zoster e hanseníase. NERVO VESTIBULOCOCLEAR VIII ✓ Raiz coclear é incumbida da audição. Avaliada pela dimi- nuição gradativa da intensidade da voz natural, voz co- chichada, atrito suave das polpas digitais próximo ao ou- vido; audiometria e prova de Rinne (diapasão no mas- toide – positivo quando paciente acusa percepção do som) ➢ Hipoacusia. Pode ser por tamponamento por cerume, otosclerose. Lesões na raiz coclear por rubéola, Semiologia Básica - Exame Clínico - Aparelho Cardiovascular Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros neurinoma, fratura do rechedo, intoxicação medica- mentosa e síndrome de Meniere. ➢ Zumbido, hiperacusia e alucinações. ✓ Raiz vestibular responsável pelo equilíbrio. Na anamnese o paciente vai queixar-se de vertigem, náuseas, vômitos e desequilíbrio. Investiga com o reconhecimento de nis- tagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de Romberg e provas vestibulares. NERVO GLOSSOFARÍNGEO ( IX) E NERVO VAGO (X) ✓ Lesão unilateral do glossofaríngeo pode exteriorizar-se por distúrbios da gustação do terço posterior da língua (hipogeusia e ageusia). ✓ Lesão unilateral dos nervos IX e X, tem um desvio do véu palatino para o lado normal (não lesionado) quando o pa- ciente pronuncia as vogais “a” ou “e”, desvio da parede posterior da faringe para o lado normal (sinal da cortina) por meio de cuidadosa estimulação e diminuição ou abo- lição do reflexo velopalatino. ✓ Lesão isolada do X e que envolve só o ramo laríngeo, de- termina disfonia. ✓ Causas mais frequentes são neuropatia diftérica, tumor do mediastino, esclerose lateral amiotrófica, siringobul- bia e traumatismo. NERVO ACESSÓRIO XI ✓ A lesão do acessório tem como consequência atrofia des- ses músculos (esternocleidomastóideos e a porção supe- rior do trapézio), deficiência na elevação do ombro (tra- pézio) e na rotação da cabeça para o lado oposto (ester- nocleidomastóideo) do músculo comprometido NERVO HIPOGLOSSO (XII) ✓ Origina-se no bulbo e se dirige para os músculos da língua ✓ Investiga-se movimentando a língua para todos os lados, no interior da boca ou exteriorizada, forçar a ir de encon- tro com a bochecha e palpando-a para avaliar sua consis- tência. ✓ Lesões unilaterais do hipoglosso tem atrofia e fascicula- ções na metade comprometida. Ao ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da lesão. ✓ Lesões bilaterais as manifestações são atrofia, fascicula- ções, paralisia, acentuada disartria e dificuldade para mastigar e deglutir. FALA E LINGUAGEM ✓ No resumo de exame físico geral AVALIAÇÃO DO NIVEL DA CONSCIÊNCIA ✓ MINIEXAME DO ESTADO MENTAL ✓ Orientação: ano, mês, dia do mês, da semana e hora aproximada (orientação temporal). Pergunta o nome do estado, cidade, andar que está, endereço, lugar que se encontra (orientação espacial). Cada resposta vale 1 ponto. ✓ Retenção de dados: repetir 3 nomes de objetos que você nomeou. Cada resposta vale 1 ponto. ✓ Atenção e cálculo: tirar 7 de 100 cinco vezes subsequen- tes. Cada resposta vale 1 ponto. ✓ Memoria: repetir o nome dos objetos nomeados no teste de retenção. ✓ Linguagem: ➢ Nomear dois objetos ➢ Repetir a frase: nem aqui, nem ali, nem lá. ➢ Prova dos três comandos: “Pegue o papel com a sua mão direita, dobre-o ao meio e coloque-o sobre a mesa” ➢ Papel com “feche os olhos” ➢ Escreva uma frase qualquer ✓ Função visuoespacial: copiar um desenhor ✓ ✓ ✓ ✓
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