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1. Conceitue Incorporação Imobiliária e qual a sua fundamentação legal; A Incorporação Imobiliária é um conjunto de trabalhos ou atividades com o foco em construir um edifício, ou vários edifícios, voltados para a alienação. Logo o incorporador vende o projeto e os inquilinos passam a ser os investidores. O fundamento legal para isso se encontra na própria lei de incorporação imobiliária (Lei Nº 4.591 de 1964). Na lei de incorporação imobiliária, logo em seu artigo 28, nos diz que a incorporação imobiliária é a atividade exercida com o intuito de promover e realizar a construção, para a alienação total ou parcial. A extinção dos contratos é tratada nos artigos 472 á 481 do Código Civil. Tais dispositivos não esgotam todas as possibilidades de extinção dos contratos, que também podem ocorrer por força de invalidade, ou, ainda, pela impossibilidade de em razão de caso fortuito e força maior, temas regulados em diversos capítulos do Código Civil. Os artigos 472 e 473 do Código Civil disciplinam as duas hipóteses de resilição, fundadas na vontade de ambas as partes ou, ao menos, de uma das partes do contrato. O distrato é a resilição bilateral (artigo 472 do Código Civil). Há também a resilição unilateral, mediante denúncia de uma das partes (artigo 473 do Código Civil). Já os artigos 474 e seguintes regulam as hipóteses de resolução do contrato, fundadas no inadimplemento ou na onerosidade excessiva. A distinção fundamental entre a resilição e a resolução se encontra na causa da extinção do contrato, a primeira fundamentada na vontade e a segunda no inadimplemento ou na onerosidade excessiva. 2. Conceitue condomínio e qual a sua fundamentação legal; De acordo Carlos Maximiliano, “Comunhão ocorre toda vez que pertencente uma coisa simultaneamente á duas ou mais pessoas em virtude de um direito real. Denomina-se condomínio, em geral, a comunhão da propriedade”. O fundamento legal para o condomínio encontra-se no próprio Código Civil, que disciplina e qualifica diversas modalidades de condomínio, como por exemplo, o condomínio geral, que pode ser voluntário (artigos 1314 e seguintes), necessário ou legal (artigos 1327 e seguintes) e o condomínio edilício ou em edificações (artigos 1331 e seguintes). Quanto a sua origem, o condomínio pode ser convencional, eventual ou legal. Quanto à forma, o condomínio pode ser pro diviso ou pro indiviso, transitório ou permanente. Quanto ao objeto, o condomínio pode ser universal (quando abrange todos os bens, inclusive os frutos e rendimentos), e singular que incide sobre coisa determinada, certa, como por exemplo, um muro divisório. Condomínio necessário ou legal é o imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas, muros e valas, que se regula nos artigos 1.297, 1.298 e 1.304 á 1.307 do Código Civil. 3. Conceitue promitente comprador e quais são os seus direitos; O promitente comprador pode ser definido como aquele que adquire a coisa e seus direitos, e se compromete á pagar o valor ao vendedor o preço combinado. Os direitos do promitente comprador estão elencados no artigo 1.225 do Código Civil, que são os direitos reais. Os direitos reais, segundo Lafayette Rodrigues, é o que afeta a coisa direta e imediatamente e a segue em poder de quem quer que a detenha. São direitos reais; a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação etc. Todos esses são direitos reais que abordam os direitos do promitente comprador. STJ, Recurso especial 1049370/60, Recurso Especial 2008/0085182-8 Relator: Ministro Raul Araújo, Julgamento: 17/08/2017, Quarta Turma Publicação: 08/09/2017 A hipótese trata de ação de adjudicação compulsória em favor de condomínio formado por adquirentes de apartamentos em um prédio que não foi concluído por conta da falência da incorporadora, de unidades não vendidas e de unidade prometida á venda a adquirente que não aderiu ao acordo para a conclusão do empreendimento. Em razão da declaração de falência, a incorporadora Encol S/A alegou que não possuía recursos financeiros para terminar a construção do edifício e a mesma também disse que teria fundos para restituir a quantia paga em dinheiro pelos condôminos. A corte entendeu que o condomínio ou os promitentes compradores não se sub-rogam nos direitos e deveres da incorporadora falida. Assim sendo, o Ministro relator, Raul Araújo, em seu julgamento, determinou que não houve irregularidades da parte da incorporadora, pelo fato de que a incorporadora não tinha recursos financeiros, logo entendeu que a mesma não teria condições de concluir o empreendimento e também não teria como fazer a devolução do dinheiro pago pelo promitente comprador. Por consequência, não foi acolhida a pretensão do promitente comprador, que não aderiu ao acordo para conclusão da obra de exigir do condomínio o cumprimento do contrato de promessa de compra e venda, originalmente firmado com a incorporadora. Em seguida a Quarta turma decidiu, por unanimidade, negar o provimento do recurso especial. Considerações Finais: Se essa ação ocorresse nos dias atuais, acredito que a decisão proferida pela Quarta Turma seria diferente. De acordo com a lei do condomínio (Lei Número 4.591/1964), os condôminos teriam direitos que notoriamente não ocorreram anteriormente na decisão do Superior Tribunal de Justiça. Pois com base na lei do condomínio, expressamente em seu artigo 31-D, os promitentes compradores teriam o direito de acompanhar o andamento das obras, ou seja, eles teriam o direito de estar no local das construções, acompanhando cada etapa do empreendimento, e no mesmo artigo diz que o proprietário (a incorporadora Encol) teria que dar satisfações aos compradores a cada três meses, satisfações estas como o estado em que a obra se encontra, o prazo para a conclusão e entrega da obra e etc. Vale lembrar que o direito de propriedade é o mais importante e o mais completo dos direitos reais, confere aos poderes do proprietário usar, gozar, dispor e usufruir da coisa. Quando todos esses requisitos encontram se reunidos em uma só pessoa, diz-se que ela é titular da propriedade plena. Entendo que a incorporadora teria a responsabilidade financeira, pois era a empresa responsável pelas construções. Os condôminos também teriam direitos ao acesso aos livros e aos contratos. Também vejo que não foi levado em consideração no julgado os direitos reais de gozo ou de fruição, que são os da superfície, usufruto, uso, habitação, da garantia, e o direito do promitente comprador do imóvel (artigo 1225, II a VII do Código Civil). Diante disso, entendo que os condôminos poderiam ter uma segurança maior acerca de seus direitos como promitentes compradores para que não fossem prejudicados acerca da falida incorporadora, porém não tiveram seus direitos de usar, gozar, dispor e usufruir (e demais direitos reais) do condomínio, porque nem se quer houve a conclusão da obra e também nem tiveram a devolução do dinheiro investido e pago a incorporadora. Na decisão do acórdão, os promitentes compradores não foram protegidos e nem tiveram direito ao ressarcimento dos valores entregues de forma antecipada a incorporadora, pois tiveram seu pedido indeferido pela corte. Acredito que deveria ser levado em consideração os direitos elencados na lei do condomínio, também o direito de propriedade, que é um direito fundamental, entendendo que os demais direitos reais encontram nele sua essência, e também os demais direitos reais descritos no artigo 1.225 do Código Civil, pois os compradores não pleitearam se quer algum desses direitos. Logo, não tiveram todas as faculdades inerentes ao domínio, ou seja, não tiveram o direito absoluto no sentido de poder usar, gozar, dispor e usufruir da coisa da maneira em que planejavam.
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