Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA NOME DO(as) ALUNO(as) Danielly Aguiar Diego Ramos Gabriel Cavalcante Acidente Vascular Cerebral e sua Reabilitação Projeto Ciclo 1 – N4 Rio de Janeiro 2021 INTRODUÇÃO O AVC - acidente vascular cerebral, também podendo ser conhecido como AVE, acidente vascular encefálico - é uma ocorrência de disfunção neurológica rápida com sinais clínicos de distúrbios focais, provocando alterações cognitivas, sensoriais e motoras (Heart and Stroke Foundation of Canada, 2018). No Brasil, segundo dados eletrônicos do DATA SUS (2015), complicações cerebrovasculares são a segunda maior causa de mortalidade, perdendo apenas para a isquemia cardíaca, além de ser também uma das principais doenças incapacitantes (MS, 2013). A causa do episódio pode ser por acidente cranioencefálico focal, isquemia retiniana ou medular ou hemorragia com evidência de infarto agudo ou em imagem (RM, TC, fotomicrografias retinais) (Heart and Stroke Foundation of Canada, 2018). SINAIS E SINTOMAS Os sinais costumam ser de diminuição da sensibilidade e/ou fraqueza que tenha começado de forma súbita na face, no braço e/ou na perna, especialmente se unilateral; confusão mental, dificuldade para falar ou para compreender o que é dito, que tenha começado de forma súbita; alterações visuais em um ou em ambos os olhos de instalação súbita; dificuldade para andar, perda de equilíbrio e/ou da coordenação iniciados de forma súbita; dor de cabeça intensa, de instalação súbita, sem causa conhecida. Em caso desses sinais, a pessoa deve ser levada imediatamente à emergência mais próxima (MS, 2013). Os cuidados emergenciais pré hospitalares e na chegada ao centro médico são essenciais nas primeiras horas, pois a situação requer uma avaliação, diagnóstico e determinação de risco de uma nova ocorrência, com importância tanto para sobrevivência do paciente quanto para uma possibilidade menor de sequelas graves. O diagnóstico é observado com exame clínico, anamnese e exames de imagem, como tomografia computadorizada de crânio, angiografia, angioressonância ou angiotomografia (Heart and Stroke Foundation of Canada, 2018). FATORES DE RISCO Existem fatores de risco que podem contribuir com a ocorrência e/ou recorrência do AVC no indivíduo, dos quais pode-se dividir em dois grupos, os modificáveis e os não modificáveis: Fatores de risco modificáveis são aqueles que podem ter uma mudança de quadro de acordo com mudanças no que diz respeito ao estilo de vida do paciente, como por exemplo doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, sedentarismo, obesidade, alcoolismo, tabagismo, uso de contraceptivos hormonais, entre outros. Já os fatores de risco não modificáveis são: idade, sexo masculino, baixo peso ao nascimento, negro, histórico familiar, história pregressa de AIT, entre outros (MS, 2013). FISIOPATOLOGIA De acordo com a OMS (2009), existem três tipos de ocorrências: 1- AVC Isquêmico: ocorre quando um vaso sanguíneo é obstruído e deixa de transportar nutrientes e oxigenação para as células da região afetada. 2- AIT: neste caso, ocorre o mesmo evento do AVC isquêmico, porém com uma melhora mais rápida devido à duração menor dos sintomas, outrora pode ser preditor de um episódio novo. 3- AVC hemorrágico: ocorre quando há ruptura de um vaso, com extravasamento sanguíneo intraparenquimatoso ou subaracnóideo, o que assim como no anterior, impede a nutrição e oxigenação adequada das células da região afetada (MS, 2013). O cérebro humano consome 20% da quantidade diária de O2 e demanda grande quantidade de glicose (cerca de 25%) devido á incansável atividade neuronal (estima- se que existem 86 bilhões de neurônios no corpo humano). Quando obstruídas ou rompidas, as artérias cerebrais (esquerda e direita) tornam-se incapazes de irrigarem os lobos cerebrais e fornecerem todo o aporte necessário para a formação de um impulso nervoso e transporte do mesmo pelo seu corpo celular e axônio, consequentemente. Os neurônios possuem danificações diretamente proporcionais ao seu déficit de oxigênio e glicose, portanto, quanto maior o período sem tais nutrientes, maior a probabilidade de necrose neuronal de determinada área afetada. A morte neuronal causa paralisia motora de um lado do corpo (hemiplegia), visto que, ao chegarem na região do tronco encefálico (mais precisamente no bulbo), as fibras nervosas cruzam-se no processo de decussação das pirâmides, portanto, o hemisfério direito cerebral controla do lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo cerebral controla o lado direito do corpo. Dessa forma, os neurônios sensitivos (aferentes) localizados no sistema nervoso periférico mandam a informação vinda do meio externo para o sistema nervoso central, todavia, o mesmo não consegue responder e devolver o estímulo meio de seus neurônios motores (eferentes) pela alteração sofridas, impedindo que a informação chegue a periferia do corpo e aos músculos, impedindo a sinapse na região da junção neuromuscular, impossibilitando a movimentação de um hemisfério corporal e tornando a musculatura do hemisfério lesado cada vez mais rígida. Alterações no XII par de nervos cranianos (hipoglosso) impedem a deglutição correta do indivíduo, além de dificultar a fala do mesmo, já que o nervo atua sobre a musculatura da língua e da laringe. A apatia do VII par de nervo craniano (facial) impede que a informação motora chegue aos músculos faciais, tornando determinada área da face do indivíduo imóvel. Podem-se considerar normais neste tipo de patologia alterações visuais (motivadas pela inatividade do nervo oculomotor) e déficits cognitivos, tais como: perda de memória, habilidades motoras e raciocínio (GAGLIARDI, 2015; LIMA 2020) OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Após um episódio de AVC, o paciente levado a emergência médica passa por uma avaliação imediata, com o intuito de iniciar uma investigação para se estabelecer um diagnóstico para poder determinar qual será a melhor forma de tratamento, sendo elegível ou não a terapia trombolítica intravenosa e tratamento de trombectomia endovascular, além de exames neurológicos (Heart and Stroke Foundation of Canada, 2018). Após os cuidados médicos e estabilização do caso do paciente, inicia-se o processo de reabilitação, regido por uma equipe multidisciplinar que auxilie o paciente e sua família quanto aos processos, tratamentos e orientações. Dos objetivos fisioterapêuticos, pode-se observar os conceitos da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) para traçar um plano de tratamento adequado e individualizado de acordo com as restrições e limitações de cada paciente, visando uma melhora no seu quadro sensório-motor, a fim de que o mesmo possa retornar às suas atividades de vida, ou, dependendo do quadro, possa ter qualidade de vida no seu tratamento paliativo (MS, 2013) PLANO DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Os pacientes que sofreram um AVC podem apresentar diversas limitações decorrentes do ocorrido, o que exige uma atenção especial do fisioterapeuta para uma avaliação adequada de cada indivíduo. A reabilitação precoce e adequada às necessidades do paciente é fundamental para que haja possibilidade de uma recuperação que minimize as sequelas para que possa retomar as suas atividades diárias. Tendo isso em vista, a análise individual começa com uma anamnese, tendo ajuda de um parente ou amigo caso haja necessidade, que tem como objetivo conhecer o paciente, sua queixa principal, o histórico da doença atual, a história da patologia pregressa, histórico familiar, história social e uma inspeção visual. Uma avaliação neurológica também é fundamental para entenderquais serão as possibilidades de resposta aos testes e exercícios do paciente, tendo em vista uma avaliação do nível de consciência, principalmente para pacientes acamados (escala glasgow), expressões faciais, comunicação, coordenação motora, sensibilidade e atividades, como a marcha, e determinar o nível de consciência do paciente. Para esta avaliação é possível utilizar o Miniexame do Estado Mental (MEEM). Ao avaliar o sistema motor, existem alguns testes específicos para cada objeto a ser avaliado, são exemplos de alguns deles: Gravidade do AVC: Brunnstrom Recovery Stages (BRS) - avalia a função motora; Modified Rankin Scale (MRS) - é uma escala de deficiência de 6 pontos com pontuações possíveis que variam de 0 a 5; National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) - é uma ferramenta usada para quantificar objetivamente o comprometimento causado por um acidente vascular cerebral, é composto por 11 itens, cada um dos quais pontua uma habilidade específica entre 0 e 4; Função motora geral e deficiências em MMSS: Action Research Arm Test (ARAT) - avalia a a limitação manual na atividade de manusear e diferenciar objetos dependendo do tamanho, peso e formato; Fugl-Meyer Assessment - é um índice para avaliar o comprometimento sensório- motor em indivíduos que tiveram AVC; Jebsen-Taylor Hand Function Test (JTHFT) - é uma medida padronizada e objetiva da função motora fina e grossa da mão usando atividades simuladas da vida diária (AVD); Manual Function Test (MFT) - foi desenvolvido para avaliar o desempenho manual unilateral em pacientes hemiparéticos após AVC. Este teste consiste em oito itens, incluindo a tarefa pegboard, um item que avalia a destreza. A pontuação MFT total pode variar de 0 (severamente prejudicada) a 32 (função completa); Wolf Motor Function Test (WMFT) - quantifica a capacidade motora dos MMSS por meio de tarefas temporizadas e funcionais; Função motora geral e deficiências em MMII: Rivermead Mobility Index (RMI) - foi desenvolvido a partir da função bruta de avaliação motora, como forma de quantificar a deficiência de mobilidade (marcha, transferências…) em pacientes acometido por AVC; Brunnstrom Recovery Stages - é uma forma de avaliação da função motora de braços, mãos e pernas curta e de fácil administração, com uma escala do tipo Likert de 6 níveis; Lower Extremity Motor Coordination Test - uma ferramenta de avaliação fácil e eficaz de avaliar clinicamente déficits de coordenação motora nos membros inferiores; Chedoke McMaster Stroke Assessment Scale - ferramenta de triagem e avaliaçao utilizada para medir a deficiência física de um paciente pós AVC; Equilíbrio: Timed “Up and Go” Teste (TUG) - teste geral de desempenho físico utilizado para avaliar a mobilidade, equilíbrio e o desempenho locomotor mais especificamente em tarefas sequenciais em relação a caminhada e ao giro, em idosos e pacientes acometidos por AVC; Mini BESTest - teste utilizado para diferenciar o equilíbrio em 6 sistemas subjacentes que podem restringir o equilíbrio: biomecânica, limites de estabilidade, respostas posturais, ajustes posturais antecipatórios, orientação sensorial e quilíbrio dinâmico durante a marcha e efeitos cognitivos; Berg Balance Scale (BBS) - teste criado originalmente para avaliar quantitativamente o equilíbrio e o risco de queda em idosos, mas se mostrou válido e confiável também para pacientes pós AVC; Força muscular: Manual Muscle Strength Test (MMST) - avalia a contração muscular; Isokinetic Peak Torque (IPT) - um método de avaliação utilizado para determinar o padrão funcional da força e do equilíbrio muscular é a dinamometria isocinética; Medical Research Council Scale (MRCS) - métodos de avaliação da escala do conselho de pesquisa médica; Motor Fino: Box and Block Test (BBT) - avalia a destreza manual bruta unilateral; Grating Orientation Task (GOT) - avalia a capacidade de distinção de superfícies dos dedos; Grooved Pegboard Test (GPT) - avalia a destreza manual; Minnesota Manual Dexterity Test (MMDT) - avalia a destreza manual bruta e fina unilateral e bilateral; Amplitude de movimento: Active Range of Motion (AROM) - analisa a ADM ativa quando o paciente é capaz de de contrair, coordenar e controlar um movimento; Maximal Elbow Extension Angle During Reach (MEEAR) - avalia a extensão máxima do cotovelo; Passive Range of Motion (PROM) - avalia a ADM passiva do paciente; Propriocepção: Joint Position Sense Test (JPST) - avalia o ângulo dos movimentos das juntas; Kinesthetic Visual Imagery Questionnaire (KVIQ) - teste de movimento imaginário; Revised Nottingham Sensory Assessment (RNSA) - teste de avaliação sensorial; Atividade de vida diária: Arm Motor Ability Test (AMAT) - avalia a capacidade motora do MMSS; Assessment of Motor and Process Skills (AMPS) - é uma avaliação observacional que mede a qualidade do desempenho de tarefas relacionadas às atividades da vida diária (AVD) em um ambiente natural; ABILHAND - questionário de avaliação de habilidade manual; Frenchay Arm Test (FAT) - é uma avaliação do controle motor proximal da extremidade superior e da destreza durante o desempenho nas AVDs; Barthel Index - avalia a independência funcional no cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e eliminações; Lower Extremity Functional Scale (LEFS) - questionário com 20 perguntas sobre as capacidades do indivíduo de realizar AVDs; Deambulação funcional: Functional Ambulation Categories (FAC) - é uma escala que avalia o estado de deambulação determinando quanto suporte humano o paciente requer ao caminhar; Locomotion Ability for Adults with Lower Limb Impairments Assessment - avalia a capacidade de locomoção em adultos com deficiências nos MMII ou pós AVC; 25-Feet Walk Test - avalia a marcha mais rápida e segura possível do paciente em uma distância de 25 pés; Reflexos: Ashworth Scale (AS) - avalia o nível da espasticidade muscular; Bhakta Finger Flexion Scale (BFFS) - é uma avaliação da flexão geral do dedo experimentada por pacientes de AVC ao completar tarefas funcionais; Disability Assessment Scale (DAS) - avalia a incapacidade funcional dos membros superiores em pacientes com espasticidade; Modified Ashworth Scale (mAS) - avalia a resistência durante o alongamento passivo dos tecidos moles e é usada como uma medida simples de espasticidade; Composite Spasticity Index - avalia por meio de pontuações a gravidade da espasticidade muscular, principalmente caracterizada por reflexos tendinosos profundos exagerados que interferem na atividade muscular, marcha, movimento ou fala. Após a execução de testes suficientes para se obter um resultado específico do paciente, é possível então traçar o plano de tratamento com as devidas intervenções de acordo com as necessidades apresentadas.A reabilitação pós AVC aumenta a reorganização motora, enquanto a falta de reabilitação a reduz. A intensidade da terapia clinicamente maior melhora desfechos. Existem práticas recomendadas para melhorar ou facilitar a recuperação do membro hemiplégico, são elas: Terapia do Espelho Prática Repetitiva; Treinamento de força; Terapia de movimento induzido por restrição; Estimulação Elétrica Funcional (FES); Robô Assistido; Estimulação sensorial (EMG / biofeedback sensorial, TENS, acupuntura) (EBRSR, 2018 & Heart and Stroke Foundation, 2019). Fraqueza muscular: Essa abordagem inclui todo tipo de exercício que possa facilitar ou contribuir com o movimento ou o objetivo a ser alcançado. A fraqueza muscular é um dos principais limitantes nos pacientes pós AVC e os exercícios devem ser delineados de acordo com as necessidades de cada paciente. Treinamento cardiovascular / aeróbio (CIMT);Estimulação Elétrica Funcional (FES) associada a atividades; Exercícios de fortalecimento muscular profressivo. Déficits de sensibilidade: Tato, dor, sensação térmica são exemplos de pontos que podem sofrer alteração em um paciente com déficit de sensibilidade, e também envolvem as modalidades perceptivas e proprioceptivas. O manejo da intervenção dependerá da necessidade apresentada: Treinamento sensório-motor, como por exemplo, tocar o membro superior do ombro a mão; Favorecer a discriminação de objetos com a mão afetada; Estimular o reconhecimento da posição de partes do corpo no espaço, sem auxílio da visão; Identificar diferentes movimentos e suas direções no espaço, sem auxílio da visão; Identificar desenhos com a ponta dos dedos, com os olhos fechados; Estimular a sensibilidade da face com diferentes texturas e temperaturas. Identificar e integrar os objetos do cotidiano pelas suas propriedades sensoriais. Por exemplo: olfato, visão, tato, paladar, audição; ensinar estratégias compensatórias ao déficit de sensibilidade. Paralisia facial: É uma manifestação frequente em pacientes que sofreram um AVC, consiste na diminuição dos movimentos faciais na hemiface, o que prejudica as funções da região, como mastigação, deglutição, mímica, fonação e também a estética do paciente. Exemplos de intervenções: Paralisia facial central (supranuclear): Estratégias passivas, no caso de associação com alterações de compreensão (linguagem ou cognição); Uso de massagem indutora, durante ação motora automática. Paralisia facial nuclear - fase flácida: Compressa fria; Exercícios miofuncionais isométricos associados a massagem; Toques com as pontas dos dedos; Feedback visual; Exercícios com ativação cortical. Paralisia facial nuclear - fase de recuperação de movimentos: Exercícios miofuncionais isotônicos; Realização de contração com contra resistência; Feedback visual; Conscientização; Exercícios com ativação cortical. Sequelas - contraturas e sincinesias: Liberação do movimento; Exercícios miofuncionais isotônicos; Exercícios miofuncionais isotônicos com liberação de movimento; Uso de calor úmido; Estimulação de controle voluntário; Uso de feedback: eletromiografia, espelho, terapeuta. Limitação em atividades motoras e funcionais: Envolve as transferências e a manutenção postural. Exemplos de intervenções: Dificuldade em manter-se sentado: Prática de exercícios de alcance de objetos (em todas as direções) além do comprimento do braço, com supervisão ou assistência de outra pessoa, se necessário; Adequação da postura sentada para favorecer o alinhamento corporal. Dificuldade em passar de sentado para de pé: Posicionamento dos pés atrás da linha dos joelhos; Altura do assento deve ser elevada quanto menor o grau de força muscular dos membros inferiores; O movimento deve iniciar com o tronco em posição vertical; Oscilar o tronco superior à frente, empurrar os pés para baixo e levantar-se; Solicitar aumento da velocidade do movimento (caso esteja muito lento); Solicitar direcionamento do olhar ao nível da linha do horizonte; Solicitar que o paciente segure o membro superior plégico pelo punho, a fim de reduzir o peso do braço durante a troca de postura. Dificuldade de manter-se na posição ortostática: Exercícios que envolvam a distribuição de peso nos membros inferiores com deslocamentos do centro de massa corporal: Movimentos da cabeça para cima e para os lados; Movimentos de rotação de tronco (girar para olhar sobre os ombros); Alcance de objetos à frente, lateralmente, posteriormente, acima e abaixo. Progressão da dificuldade das tarefas: Mudar a base de suporte (pés juntos, um pé à frente do outro, um pé no degrau); Aumentar o peso e a distância dos objetos; Aumentar o tamanho dos objetos, para que se possa utilizar ambas as mãos para o alcance; Aumentar a demanda de velocidade. Dificuldade para deambular: Prática específica e repetitiva da marcha ou de seus componentes. Além do treino convencional, podem ser utilizados: Pista de visual; Marcha assistida; Biofeedback; Suporte de peso corporal; Órteses de tornozelo-pé para deformidades do pé e/ou dispositivos de auxílio, quando necessário. Dificuldade com habilidades manuais (alcance, preensão, manipulação e soltar): Terapia por Contensão Induzida; Treinamento repetitivo específico à tarefa; Treinamento assistido; Prática mental; Uso de Biofeedback; Estimulação elétrica; Terapia do espelho; Graduar a velocidade para alcance em diferentes direções; Graduar a abertura da mão em relação ao objeto algo da preensão; Ensinar o soltar objetos: arrancando-os da mão com auxílio do membro superior não afetado; soltar por tenodese; soltar com auxílio de suportes externos; soltar desenrolando o objeto da mão com ajuda do membro superior não afetado e soltar ativo; Utilizar objetos de diferentes pesos, formas, tamanhos, temperaturas, texturas, funções diversas; Realizar atividades com o membro superior tanto unilateral quanto bilateral, nos diferentes planos e eixos de movimento; Estimular a visualização da mão em atividade; Ensinar estratégias compensatórias para uso do membro superior afetado como auxiliar em funções, quando indicado. É importante que todos os exercícios e atividades possam ter vínculos com as AVDs do paciente, para que assim ele possa adquirir maior independência. Muitas atividades possuem mais de uma contribuição para com a recuperação do paciente, como por exemplo, podem contribuir para a melhoria de propriocepção e sensibilidade ao mesmo tempo, tendo em vista que o tratamento abrange diversos exercícios e práticas progressivas (MS, 2013). PROGNÓSTICO O prognóstico do AVC pode ser influenciado por diversos fatores como, idade, etiologia do AVC e as comorbidades já existentes, fatores econômicos e sociais. Ainda podem surgir complicações por decorrência do AVC, que quando não evitadas podem interferir no tratamento do paciente e das suas AVD’s. Alterações de humor e a labilidade emocional em pacientes pós AVC são comumente observadas. Caracterizada por uma dificuldade em controlar a expressão emocional, apresentando breves episódios de riso ou choro incontroláveis. Essa condição está relacionada a diversas patologias encefálicas, e pode contribuir no aumento da ansiedade e o isolamento do paciente levando a um prognóstico desfavorável quando não tratada. Algumas complicações como disfagia, distúrbio transitório ou persistente de deglutição estão relacionadas aos pacientes pós AVC, e podem levar a sérios prejuízos na nutrição e hidratação desses pacientes. É de suma importância observar qualquer alteração como, perda de peso, dificuldade para se alimentar, isolamento social. A reabilitação está ligada a melhor qualidade de vida, reeducação e adaptação do paciente para a sua nova realidade. Fazendo com que o paciente adquira novas habilidades e adaptando as perdas permanentes. Visando não somente as suas incapacidades, mas sim toda a dinâmica que envolva o paciente, considerando seu meio sociofamiliar. (MS, 2013). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DATASUS, Principais causas de morte, 2015. <Disponível em: Principais causas de morte - GBD/Brasil - Mortalidade - Painéis de Monitoramento - Centrais de Conteúdos - DASNT - SVS/MS (aids.gov.br)>. Acesso em: 02. abr.2021 HEART AND STROKE FOUNDATION OF CANADA, Recommendations, 2018. <Disponível em: Recommendations | Canadian Stroke Best Practices>. Acesso em: 02. abr.2021 GAGLIARDI, Rubens José. Prevenção primária da doença cerebrovascular. Diag tratamento, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 88-94, 2015. HEART AND STROKE FOUNDATION OF CANADA, Rehabilitation and Recovery following stroke, 2019. <Disponível: BPR08 Introduction (heartandstroke.ca)>.Acesso em: 02. abr.2021 LIMA, Márcia. Acidente Vascular Encefálico (A.V.E). Instituto Novo Ser, 2020. Disponível em <http://www.novoser.org.br/espacao_informacao_ave.html>. Acesso em: 02. abr.2001 MD, Robert Teasell et al. Lower extremity motor and mobility rehabilitation, 2020. <Disponível em: Lower Extremity_2020_ML.pdf (ebrsr.com)>. Acesso em: 02. abr.2021 MD, Robert Teasell et al. Hemiplegic Upper extremity rehabilitation, 2020. <Disponível em: Upper Extremity 2020 (ebrsr.com)>. Acesso em: 02. abr.2021 http://svs.aids.gov.br/dantps/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/gbd-brasil/principais-causas/ http://svs.aids.gov.br/dantps/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/gbd-brasil/principais-causas/ http://svs.aids.gov.br/dantps/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/gbd-brasil/principais-causas/ https://www.strokebestpractices.ca/recommendations https://www.heartandstroke.ca/-/media/1-stroke-best-practices/rehabilitation-nov2019/csbpr-rehabiliation-table1-suggested-stroke-rehabilitation-screening-and-assessment-toolsnov19.ashx?rev=96be9dace11948ccaa56529fcc674f60 http://www.novoser.org.br/espacao_informacao_ave.html http://www.novoser.org.br/espacao_informacao_ave.html http://www.ebrsr.com/sites/default/files/Chapter%203_Lower%20Extremity_2020_ML.pdf http://www.ebrsr.com/sites/default/files/EBRSR%20Handbook%20Chapter%204_Upper%20Extremity%20Post%20Stroke_ML.pdf MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de Atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral, 2013. <Disponível em: Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral (saude.gov.br)>. Acesso em: 02. abr.2021 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acidente vascular cerebral, 2020. <Disponível em: Acidente Vascular Cerebral - AVC — Português (Brasil) (www.gov.br)>. Acesso em: 02. abr.2021 OMS, Enfoque passo a passo da OMS para a vigilância de acidentes vasculares cerebrais, 2009. <Disponível em: Enfoque passo a passo da OMS para vigilância de acidente vascular cerebral (paho.org)>. Acesso em: 02. abr.2021 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z-1/a/avc-o-que-e-causas-sintomas-tratamentos-diagnostico-e-prevencao#:~:text=A%20adequa%C3%A7%C3%A3o%20dos%20h%C3%A1bitos%20de,meio%20da%20implanta%C3%A7%C3%A3o%20de%20polos. https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/manualpo.pdf https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/manualpo.pdf
Compartilhar