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Paula Larissa - MED HISTOLOGIA DO ENDÓCRINo CONCEITOS BÁSICOS Hormônios são sinalizadores químicos, secretados por células endócrinas (liberam suas secreções na corrente sanguínea). Quando não isoladas, essas células se organizam geralmente em cordões, e formam as glândulas endócrinas. Sempre se encontram próximas a capilares sanguíneos. Os hormônios atuam sobre tecidos-alvo ou sobre órgãos-alvo, os quais apresentam receptores específicos para o tipo de hormônio que exerce a influência desejada. Controle parácrino: Quando células produzem hormônios que irão agir a uma distância curta. (ex.: Células G → Gastrina → Glandulas fúndicas do estômago → Produção ác. Clorídrico) Controle justácrino: Quando uma molécula é liberada na matriz extracelular, difunde-se por esta matriz e atua em células muito próximas de onde foram liberadas. (ex.: Ilhotas de Langerhans → Somatostatina → Ilhotas de Langerhans → Inibição da secreção de insulina) Controle autócrino: Quando as células produzem moléculas que agem nelas próprias ou em células do mesmo tipo. (ex.: Células produtoras → Fator de crescimento semelhante à insulina → Células produtoras). GLÂNDULA HIPÓFISE Também chamada de ptuitária, a hipófise se localiza em uma cavidade do osso esfenoide (sella túrcica), e está ligada ao hipotálamo por um pedículo que liga a hipófise ao SNC. Apresenta um revestimento composto por uma cápsula de tecido conjuntivo. A origem embrionária da glândula é dupla: Nervosa: crescimento do assoalho do diencéfalo em direção caudal. Origina a neuro-hipófise, porção contínua com o hipotálamo por meio do pedículo da glândula. Sua parte mais volumosa se chama Pars nervosa, e a região do pedículo somado à eminência média recebe o nome de Infundíbulo. Ectodérmica: um trecho do ectoderma do teto da boca primitiva cresce em direção cranial e forma a bolsa de Rathke. Um fechamento na base dessa bolsa a separa da cavidade bucal. Origina a adeno- hipófise. Sua porção cranial que se firma ao infundíbulo se chama Pars tuberalis, e sua região volumosa, Pars distalis ou lobo anterior. A região que separa as duas glândulas se chama Pars intermedia. A pars intermedia somada à pars nervosa compõe o conjunto denominado lobo posterior da hipófise. A pars distalis secreta hormônios que controlam outros órgãos endócrinos. Paula Larissa - MED Suprimento sanguíneo hipofisário (origem: artéria carótida interna) Artérias hipofisárias superiores direita e esquerda: irrigam a eminência mediana e o infundíbulo. Nesse último, formam um plexo capilar primário com células endoteliais fenestradas. Esses capilares se reúnem, formam vênulas e pequenos vasos que, ao chegarem à pars distalis (adeno-hipófise), se ramificam e formam o plexo capilar secundário, mais extenso. Esses dois sistemas venosos seguidos compõem o sistema porta-hipofisário. Como consequência desse sistema vascular, vários neuro- hormônios hipotalâmicos são levados do infundíbulo à pars distalis, exercendo controle sobre suas células. O sangue venoso segue pelas veias hipofisárias. Artérias hipofisárias inferiores direita e esquerda: irrigam a neuro-hipófise e, em menor proporção, o pedículo da hipófise. Sistema hipotálamo-hipofisário Trata-se das interações entre hipotálamo e hipófise, proporcionadas pela anatomia da região. Hipotálamo: 1) Apresenta agregados de neurônios (nos núcleos supraópticos e paraventriculares) que secretam peptídeos. As terminações axonais desses neurônios estão situados na pars nervosa da neuro-hipófise, onde armazenam e liberam a secreção. 2) Apresenta também neurônios secretores (nos núcleos dorsomediano, dorsoventral e infundibular) cujas terminações axonais se encontram na eminência mediana e secretam peptídeos. Quando liberados, esses hormônios entram nos capilares do plexo capilar primário e são transportados para a pars distalis pelos vasos que seguem ao plexo capilar secundário, e controlam a secreção de hormônios da porção. Pars distalis: Paula Larissa - MED Produz proteínas e glicoproteínas (hormônios) que entram nos vasos do plexo capilar secundário, de onde são transportados e distribuídos. ADENO-HIPÓFISE (HIPÓFISE ANTERIOR) ✓ Pars distalis: Maior parte da hipófise (75%). Formada por cordões e ilhas de células epiteliais cuboides ou poligonais que secretam hormônios, os quais são armazenados em grânulos de secreção. As células foliculoestelares aparentam não serem secretoras, apresentam prolongamentos com outras células semelhantes e formam redes em torno das células secretoras. Entre os cordões e ilhas, se encontram os capilares sanguíneos que compõem o plexo capilar secundário, e alguns fibroblastos que produzem fibras reticulares de sustentação. Células secretoras: Cromófobas (pouco coradas) e cromófilas (com grânulos corados). Entre as cromófilas estão as acidófilas e basófilas, dependendo da afinidade por corantes ácidos ou básicos. Cromófobas apresentam poucos ou não apresentam grãos de secreção, por isso são menos visíveis. Existem cinco tipos principais de células secretoras: Somatotrópica (50%) → Hormônio do crescimento (GH) Mamotrópica ou lactotrópica (15%) → Prolactina (PRL) Gonadotrópica (10%) → FSH e LH Tireotrópica (5%) → Hormônio estimulante da tireoide ou tireotropina (TSH) Corticotrópica (15%) → Hormônio adrenocortícotrõfico (ACTH) e hormônio melanotrópico (a-MSH) Controle da secreção: A secreção hormonal da pars distalis ocorre em picos, variando durante dia e noite, e depende de mecanismos: - Os hormônios hipotalâmicos que atuam sobre ela (hormônios liberadores hipotalâmicos/ hipofisiotrópicos) estimulam ou inibem a secreção de hormônios. - Os níveis plasmáticos hormonais de várias glândulas endócrinas controlam sua secreção pelo mecanismo de retroalimentação negativa (feedback negativo), exercendo efeito na atividade das células da pars distalis e da eminência mediana. - Moléculas como inibina e activina são peptídeos (TGF-β), produzidos pelas gônadas, que controlam os níveis de secreção de FSH, manifestam outro tipo de controle sobre a secreção da pars distalis. ✓ Pars tuberalis: Em forma de funil, circunda o infundíbulo da neurohipófise. ✓ Pars intermedia: Se localiza posteriormente à antiga bolsa de Rathke (pequena fissura), e é composta por cordões e folículos de células fracamente basófilas, com pequenos grânulos de secreção. Paula Larissa - MED NEURO-HIPÓFISE (HIPÓFISE-POSTERIOR) Trata-se da pars nervosa e do infundíbulo. A pars nervosa apresenta células gliais específicas muito ramificadas (pituícito), e 100 mil axônios não mielinizados de neurônios secretores, cujos corpos celulares se encontram nos núcleos supraópticos e paraventriculares, que são o componente mais importante. As neurosecreções se acumulam nas extremidades axonais desses neurônios, formando estruturas (corpos de Herring) visíveis ao microscópio de luz. Durante sua síntese, os hormônios (ocitocina e vasopressina/ADH) estão ligados à proteína neurofisina, que é liberada por proteólise. Quando secretados, os hormônios entram na corrente sanguínea e são distribuídos pela circulação. Geralmente: Fibras do núcleo supraópticos → Vasopressina (ADH). Secretada como consequência do aumento da pressão osmótica sanguínea, aumenta a permeabilidade dos túbulos coletores do rim à água, promovendo sua reabsorção em prol do equilíbrio osmótico do organismo. Altas doses provocam a constrição do musculo liso de vasos sanguíneos, especialmente de artérias e arteríolas, elevando a pressão sanguínea. Fibras dos núcleos paraventriculares → Ocitocina. Contração do músculo liso do útero e de células mioepiteliaisdas glândulas mamárias. Sua secreção é estimulada pela distensão da vagina, da cérvice e da amamentação. O reflexo neuro-hormonal estimulado pela sucção dos mamilos é chamado reflexo de ejeção do leite. REFERÊNCIAS JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica, texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Resumo produzido por: Paula Larissa Ferreira Vieira.