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Resumo por Elvis Dias Oliveira 1 Coma e morte encefálica Introdução: Consciência: Definição Representa um estado de perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente. ~ A consciência ocorre com: O SARA (sistema ativador reticular ascendente) funcionando adequadamente. É uma estrutura da formação reticular, presente principalmente no mesencéfalo. Responsável pela ativação cortical, gerando um estado de vigília; É dado pela soma das funções cognitivas (Memória, crítica, linguagem e humor). ~ Estados de alteração da consciência: Coma: Estado em que o SARA e as funções cognitivas estão comprometidas. Estado vegetativo persistente: Pacientes que sofreram lesões irreversíveis promovendo um estado acamado, possuindo um estado vigil, porém sem função. Estado confusional agudo; Morte encefálica; Loked-in: “Pacientes que estão trancados dentro de si próprio”. São pacientes que possui um nível de consciência adequado, porém perderam todas as funções motoras e capazes de promover expressões. Ocorrem com pacientes que sofreram lesões de ponte. Catatonia: É um estado de catatônia nos problemas psiquiátricos. Coma: Definição É a mais severa alteração do nível de consciência e é definido como a inabilidade de obedecer a comandos, falar ou abrir os olhos a dor. Ocorrem quando o SARA e as funções cognitivas estão comprometidas. ~ Para ser confirmado o estado de coma a escala de avaliação do nível de consciência (escala de glasgow) deve apresentar um escore de 8 ou menos. Coma: Causas: ~ Ocorre por consequência de uma ou mais das seguintes causas: Disfunção da parte alta do tronco (comprometendo a ponte central superior) ou do mesencéfalo (comprometendo o SARA); Disfunção diencefálica bilateral comprometendo as conexões e as estruturas inferiores; Lesão difusa em ambos os hemisférios cerebrais (cortical ou subcortical). ~ As causas podem ser classificadas em: Lesões supratentoriais; Lesões infratentoriais; Lesões encefálicas difusas multifocais e/ou metabólicas; Posturas presentes no coma: ~ O decorrer do coma ocasiona alterações na musculatura promovendo posturas patológicas: Postura em decorticação: Ocorre por desinibição, falta de ação da via córtico-espinhal; Decorre de uma lesão mais rostral; Promove uma flexão anormal dos MMSS e uma extensão nos MMII; Resumo por Elvis Dias Oliveira 2 Postura em descerebração: Ocorre por desinibição do trato vestibuloespinhal (mais caudal) e formação reticular pontinha. Promove uma extensão anormal dos MMSS e dos MMII; Etiologia do coma: ~ O coma pode ser causado por diversas etiologias, diante disso é necessário colher uma boa história do paciente para determinar a causa e realizar um tratamento adequado. ~ As etiologias podem ser divididas em: Causas tóxico/metabólico: Distúrbios eletrolíticos: Hiponatremia, hipernatremia, hipercalcemia, falência renal e hepática Distúrbios que acumule impurezas na corrente sanguínea, podendo gerar encefalopatia hepática ou metabólica. Esses distúrbios atrapalham as funções neurológicas Coma Endócrinos: Hipoglicemia (suspeitar quando pacientes diabéticos estão em coma), cetoacidose diabética, mixedema (hipotireoidismo). Vascular: Vasculites: Pacientes com Lúpus Eritomatose Sistêmico descompensados podem evluir para um coma. Encefalopatia hipertensiva: Pacientes com PIC (pressão intracraniana) elevada podem comprometer as funções neurológicas podendo evoluir para coma Nutricional: Encefalopatia de Wernicke: Ocorre pela diminuição de B1 (envolvida no metabolismo de carboidratos), pode provocar confusão, ataxia, déficit de movimentos oculares. Deficiência de B12: Ocorre principalmente em casos de alcoolismo. Falência orgânica: O coma pode ser por causa de: Uremia, Hipoxemia, Encefalopatiaa hepática, Encefalopatia anóxia (comum em casos de ressuscitação de PCR) ou narcose por CO2. Epilépticas: O status epilepticus pode gerar crises frequentes de coma. Tóxica: Álcool, overdose de drogas (incluindo polifármacos iatrogenicamente e barbitúricos) ou intoxicação por metais ou CO Infecciosa/Inflamatória: Meningite, encefalite, sepsis, cerebrite lípica Neoplásica: Carcinomatose leptomeníngea, ruptura de cisto neoplásico (Casos de ttumores que sangraram, cisto que rompeu ou tumores malignos). Causas estruturais: Vascular: (principalmente isquêmicos) Infarto cortical ou subcortical bilateral – geralmente devido a cardioembolismo, estenose mitral, FA ou trombo mural. Oclusão de vasos que suprem ambos hemisférios – geralmente por estenose carótida severa bilateral. Infarto diencefálico bilateral – geralmente por oclusão das talamoperfurantes que nutrem a área talâmica medial ou oclusão do topo da basilar. Infecciosa: Abcesso com efeito de massa, empiema subdural Neoplásica: Tumores primários ou metatásticos, Herniação devido e efeito de massa: Ocorre quando há um deslocamento de uma estrutura de cima para baixo. A mais comum é a herniação do úncus. Obs: O coma por herniação ocorre quando a estrutura provoca uma compressão do SARA ou de um hemisfério comprimindo outro Resumo por Elvis Dias Oliveira 3 Avaliação do coma: ~ No exame neurológico para a avaliação do coma inclui: Escala de coma de Glasgow, OME (Oculonotricidade externa), pupilas e padrão respiratório. Uma das principais medidas de avaliação do estado de coma é a escala de coma de Glasgow. É uma escala que avalia abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Essa escala avalia dando escores para cada ponto, quando menor pior o estado de consciência do indivíduo. Avaliação do ritmo respiratório. Cheyne-Stokes: Lesão diencefálica ou disfunção no hemisfério cerebral bilateral, decorrente de um aumento da resposta de CO2. Hiperventilação neurogênica central: Usualmente em resposta a hipoxemia, acidose respiratória, aspiração, edema pulmonar, causa psicogênica. Respiração apnêustica: Lesão pontinha baixa como na oclusão da artéria basilar. Respiração atáxica (Biot): Respiração irregular, geralmente por lesão bulbar, usualmente preterminal. Apnéia: Lesão grave do bulbo, intoxicação por drogas, lesão medular alta. ~ Avaliação das pupilas: As pupilas respondem pelas duas vias do sistema nervoso autônomo: Pelo sistema simpático: Responsável pela dilatação da pupila Via: Hipotálamo Medula Tronco Simpático Sobe pela A. carótida Direciona para o olho M. ciliar Dilatação da pupila. Pelo sistema parassimpático: Responsável pela contração da pupila Ocorre através do reflexo fotomotor. Via: Olho N. óptico Núcleo de Edinger-Westphal N. oculomotor Olho Contração da pupila. Avaliação das pupilas: Pupilas que se apresentam de forma diferentes se chama anisocoria. Isso ocorre decorrente comprometimento da via simpática ou parassimpática. Obs1: Na pupila de Claude-Bernard-horner geralmente acontece quando tumores comprimem o tronco simpático, havendo predomínio do parassimpático – a pupila fecha mais do que abre. Comum no tumor de Pancoast (tumor de ápice pulmonar). Obs2: Na pupila uncal geralmente ocorre em herniações do uncos – provoca lesão do N. III (parassimpático) fazendo com que haja predomínio do simpático gerando uma dilatação exsagerada. Avaliação da motricidade extreocular: Avalia desvios do eixoocular no repouso Desvio conjugal bilateral: - Ocorre em lesão de lobo frontal Ocorre desvio do olhar para o lado contrario a paralisia. Lesão da ponte: Ocorre desvio do olhar para o lado da paralisia; Desvio para baixo: Resumo por Elvis Dias Oliveira 4 - Pode está associado à pupila não reagente. - Ocorre em lesão talâmica ou pré-tectal, coma metabólico. Unilateral para fora: - Presente em herniação uncal ~ Deve obter uma identificação rápida da causa para detectar se não é alguma emergência cirúrgica (hematoma). ~ Deve propiciar exames complementares e testes laboratoriais adequados para ajudar na identificação da causa. ~ Obter uma história completa logo após a estabilização do paciente (para planejar a terapêutica). Tratamento para evitar lesões secundárias do coma: ~ Inclui medidas para proteger o cérebro: Manter o fluxo sanguíneo cerebral: Fornecer O2 e Glicose. ~ Estabilização cardiovascular: Vias aéreas, pressão arterial e pulso carotídeo. ~ Medicações emergenciais de suporte: Glicose (25-50%); Naloxone Em casos de overdose de narcóticos; Flumazenil Em casos de overdose por benzodiazepínico; Tiamina (suspeita B1 ). ~ Em casos (suspeita) de herniação: Medidas para diminuição da PIC (aplicação de manitol); Realização de TC ou sala cirúrgica; Não realizar punção lombar (Pois pode se o paciente possuir uma massa compressiva no cérebro e o médco realizar uma punção lombar é formado um gradiente de pressão-> provocando uma herniação – comprimindo o tronco encefálico). ~ Em casos de suspeita de meningite: Confirmar por punção lombar (somente quando não houver contraindicações) e começar antibiótico terapia. ~ Tratar convulsões presentes (diazepan) e prevenir possíveis novos casos (fenitoína). ~ Administrar terapias específicas. Coma: ~ Nas causas difusas, multifocais e/ou metabólica se apresenta: De forma gradual; Sem laterização; Mioclonias e tremores; As pupilas se encontram normais (exceto em casos de hipóxia, anticolinérgicos, drogas narcóticas e hipotermia) ~ No casos de coma por herniações, o tipo da herniação pode alterar a forma de apresentação: Central (transtentorial): Apresenta uma diminuição da consciência ocorre de forma precoce; Uncal: Apresenta uma diminuição da consciência tardia; Forma mais comum. Cingular (subfalcina) Cerebelar ascendente: Tumor na fossa posterior e exacerbado com ventriculostomia. Tonsilar: Apresenta-se de forma rapidamente fatal. Ocorre tanto em massa supra ou infra e na presença de hipertensão intracraniana. Podendo ser precipitada com punão lombar Protocolo para o atendimento de um paciente em coma: Resumo por Elvis Dias Oliveira 5 Morte encefálica: Definição: Definição1 É a perda irreversível da consciência e da capacidade de respirar. Definição2 Um estado em que temos perda da capacidade de consciência, junto com a perda irreversível da capacidade de ventilar espontaneamente, mesmo mantendo por certo período uma função cardíaca evidente. Critérios para determinação de morte encefálica e registro médico: ~ Paciente está em como apneico (arresponsivo) e, ventilação mecânica. ~ Escala de Glasgow 3. ~ Pupilas dilatadas e não reagentes. ~ Está em apneia quando não ligado em aparelhos. ~ Exclusão de causas reversíveis do coma. Hipotermia; Uso de agentes sedativos (Diazepínico, Barbitúricos, anestésicos ou álcool etílico); Hipotensão; Hipoglicemia. ~ Ausência dos reflexos do tronco encefálico: Reflexo fotomotor ou pupilar; Reflexo da tosse e deglutição; Reflexo coneopalpebral; eflexo oculocefálico; Reflexo oculovestibular; Teste de Apneia; ~ Realizar exames complementares: Eletroencefalograma; Potencial evocado auditivo de tronco encefálico; Avaliar o fluxo encefálico: Panangiografia cerebral. Cintilografia de perfusão cerebral. Doppler transcraniano Se não há nenhum fluco de sangue na A. cerebral média, não existe circulação intracraniana e O cérebro não funciona mais.
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