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A ESTABILIDADE PROVISÓRIA DURANTE AVISO PRÉVIO

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ESTABILIDADE PROVISÓRIA DURANTE AVISO PRÉVIO 
 
Dirce da Silva Pinto Marques 
201308072521 
Lana Cristina da Silva Lobato 
201308144458 
 
“Estabilidade é o direito do trabalhador de permanecer no emprego, 
mesmo contra a vontade do empregador, enquanto existir uma causa relevante 
e empresa em lei que permita sua dispensa” (Amauri Mascaro Nascimento). 
 A estabilidades trabalhistas normalmente são temporárias, então 
durante um determinado período o empregador não poderá romper esse 
contrato de trabalho. Diante desta situação, o legislador tenta garantir a 
dignidade mínima ao trabalhador. 
 Segundo A Constituição Federal de 1988: 
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, 
da Constituição : 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses 
após o parto. (Vide Lei Complementar nº 146, de 2014). 
 Dito isto, ressaltamos então o fato de que essa estabilidade já é um 
direito para gestantes em contrato regular. 
 A 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho TST condenou a 
Scansource Brasil Distribuidora de Tecnologias Ltda., de São Paulo (SP), ao 
pagamento dos salários e das demais vantagens relativas à estabilidade. No 
processo julgado discutiu-se o caso de uma assistente comercial que 
engravidou durante o aviso-prévio e em seguida foi mandada embora 
regularmente pela empresa, e após, ajuizou uma ação na justiça do trabalho, 
requerendo estabilidade provisória durante aviso prévio. 
 Até então, vigorava o entendimento de que a gestante que cumpria o 
aviso prévio não possuía esse direito, mas, o Tribunal Superior do Trabalho 
alterou essa decisão, entendendo que o aviso prévio ainda não estava 
configurado a rescisão formal do contrato de trabalho. O TST validou a 
estabilidade nesse caso, uma vez que a trabalhadora doméstica estava em seu 
exercício laboral e não havia sido formalmente desligada. 
 Dessa forma, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ampliou esse 
benefício e a toda mulher que engravidar durante o aviso prévio, tendo direito a 
indenização e não pode ter o contrato reincidido até o 5º mês após o parto. A 
decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG). 
Para o TRT, a estabilidade da gestante, prevista no artigo 10, inciso II, alínea 
“b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), tem 
origem com a confirmação da gravidez de forma objetiva, por atestado médico 
ou exame laboratorial contemporâneo à vigência do contrato de trabalho. 
 A laborante que descobrir a gravidez durante o aviso prévio terá direito 
a estabilidade provisória no emprego até concluir o benefício de licença-
maternidade que está assegurado na Lei 12.812/2013. Neste sentido a 
estabilidade provisória vale também para o aviso prévio indenizado – aquele no 
qual a funcionária recebe indenização equivalente a um salário sem a 
necessidade de cumprir o período de trabalho estipulado por lei, art. 10, I e II 
da ADCT e Súmula 244 do TST. 
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, 
da Constituição: 
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da 
porcentagem prevista no art. 6º, caput e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de 
setembro de 1966; 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de 
prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após 
o final de seu mandato; 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses 
após o parto. 
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, 
o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias. 
§ 2º Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições para o custeio 
das atividades dos sindicatos rurais será feita juntamente com a do imposto 
territorial rural, pelo mesmo órgão arrecadador. 
§ 3º Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas 
pelo empregador rural, na forma do art. 233, após a promulgação da 
Constituição, será certificada perante a Justiça do Trabalho a regularidade do 
contrato e das atualizações das obrigações trabalhistas de todo o período. 
Súmula nº 244 do TST 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#adct
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o 
direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" 
do ADCT). 
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der 
durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos 
salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. 
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 
10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 
mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. 
A CF/1988 assegura que nenhuma funcionária pode ser demitida, sem justa 
causa, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Haviam 
muitas divergências a respeito dessa matéria que iam parar na Justiça e, 
algumas vezes, acabavam com ganho de causa para o empregador. 
Neste sentido, o TST firmou entendimento de que a estabilidade também 
deveria ser assegurada nesses casos como espécie de proteção constitucional 
da criança. A nova lei, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
confirma esse direito, foi promulgada, eliminando eventuais contestações a 
cerca dessa matéria na Justiça. 
 Diante dos fatos, concluímos que a extensão desse direito, de alguma 
forma poderá atrapalhar a competitividade das mulheres no mercado de 
trabalho atualmente, em dois sentidos. O primeiro refere-se as grandes 
empresas onde a competitividade para o acesso ao mercado de trabalho é 
muito grande. Existem profissionais de alto gabarito, os processos seletivos 
estão cara vez mais difíceis. Ao chegar em uma etapa final em algum processo 
seletivo a mulher que está no perfil engravida, e mesmo que pessoas do sexo 
feminino e masculino tenham as mesmas qualidades para o trabalho, é muito 
provável que essas empresas passem a optar pelo homem, tendo em vista a 
onerosidade que a mulher poderá trazer no futuro. 
 Outro destaque é sobre as pequenas empresas, onde um trabalhador 
representa grande parte das despesas daquela empresa, e diante desse fato o 
empregador pensará duas vezes antes de contratar uma mulher, justo pela 
onerosidade que ela poderá trazer no futuro, porém, entendemos que o direito 
do trabalho atua equiparando as forças entre empregado e empregador, 
causando justo equilíbrio entre as partes. Contudo, essa decisão do TST 
aumentou a força do empregado, favorecendo as mulheres que estão no perfil 
de engravidar. 
 Em contrapartida aos transtornos que essa extensão do direito pode 
causar, uma consequência positiva é que as empresas podem voltar a optar 
por contratar profissionais que já tem uma certa estabilidade na vida pessoal, 
no caso por exemplo, o de perfis de mulheres com mais de 40 (quarenta) anos, 
que até certo ponto haviam sido preteridas e agora estão tendo oportunidade 
de voltar ao mercado diante dessa nova determinação.

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