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Prevenção e Promoção de Saúde na Escola: Concepções e Práticas de Psicólogos Escolares

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA
ANNELISE PORTUGAL
DAIANE ROCHA LAMARÃO
MARIA CLARA DE ALMEIDA
TRABALHO NOTA 2
SEMINÁRIO TEMÁTICO EM PSICOLOGIA E SAÚDE 
BARRA MANSA
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA
PRÓ- REITORIA ACADÊMICA 
CURSO DE PSICOLOGIA - ψ
Disciplina: Seminário Temático em Psicologia e Saúde 
Professor: Monica Lugão
Alunos: Annelise Portugal
Daiane Rocha Lamarão
Maria Clara de Almeida 
Matrícula: 20151000708
 20151000722
 20161000287
 
TRABALHO NOTA 2
 SEMINÁRIO TEMÁTICO EM PSICOLOGIA E SAÚDE 
Prevenção e Promoção de Saúde na Escola: Concepções e Práticas de Psicólogos Escolares
BARRA MANSA
2020
O tema da prevenção e da promoção de saúde na escola é bastante amplo e diversificado. De acordo com Lacerda e Guzzo (2005), a prevenção primária engloba ações voltadas a grupos amplos que ainda não apresentam dificuldades e antecedem o surgimento de problemas psicológicos; possui, pois, um caráter educativo. Tais ações objetivam romper o ciclo vicioso que gera problemas sociais, emocionais, cognitivos e comportamentais e visam ao desenvolvimento direto ou indireto de competências específicas que propiciem o bem-estar e a qualidade de vida dos sujeitos. Para os autores, a prevenção secundária, por sua vez, volta-se para populações ou para subgrupos que já exibem sinais precoces de problemas psicológicos; envolvendo um nível de atenção focalizado em grupos de risco ou em intervenções preventivas as quais inibam problemas emergentes nesses grupos. A prevenção terciária constitui o mais específico de todos os níveis, busca minimizar os efeitos, bem como reduzir as conseqüências de uma doença já instalada.
Contini (2001) salienta que um projeto de promoção de saúde deve ser realizado por meio de ações do psicólogo escolar que enfatizem o acesso à educação enquanto um bem cultural fundamental para a construção da cidadania das crianças e dos jovens. Durlak (1997) destaca que promover saúde é uma boa alternativa quando se almeja minimizar a ocorrência de problemas futuros, o que possibilita maior proteção à vida das crianças.
Nesse delineado contexto teórico-prático, torna-se necessário buscar conhecer e contextualizar as práticas que estão sendo desenvolvidas por psicólogos escolares os quais atuam em escolas das redes pública e privada nas mais diferentes regiões do nosso país. Essa necessidade tem sido destacada, inclusive pela ABRAPEE (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional), por ocasião dos importantes congressos nacionais realizados na área. Partindo da necessidade e da importância regional de se conhecer a prática do psicólogo escolar, a presente pesquisa objetivou investigar concepções e práticas de psicólogos escolares que estão atuando nas redes pública e privada da cidade de Juiz de Fora (MG), com foco predominante na ótica preventiva e promotora de saúde na escola.
Nesse estudo, visamos a investigar se as concepções e práticas dos psicólogos entrevistados se afinam com a tendência proativa atualmente delineada para o trabalho desses profissionais.
Resultados e Discussão
Com graduação generalista e embasamento teórico superficial na área de psicologia escolar, a qual não é suficiente para a atuação no contexto educativo. Esses dados revelam uma formação teórico-prática precária e inconsistente na área. Gomes (1995) e Almeida (2001) também apontaram a grande insatisfação do psicólogo escolar com a formação recebida e com a dicotomia existente entre a teoria e a prática.
No que se refere ao estágio curricular, 65% dos profissionais opinam que o mesmo foi significativo tendo sido importante para a atuação profissional, e que ele tornou possível a percepção da realidade do ambiente escolar e a aplicação da teoria à prática. 
Quanto ao enfoque teórico na área de psicologia escolar, evidenciou-se que 56,5% dos entrevistados relataram enfoques múltiplos na sua formação (psicanálise e outros enfoques com 22%, enfoque generalista com 30%, enfoque comportamental, 4%). O embasamento na teoria cognitiva foi mencionado por 35% dos profissionais e envolve predominantemente as teorias de Piaget e de Vygotsky, o que indica que esses autores constituem referência importante na atuação psicoeducacional. Tais dados ratificam a opinião de Almeida (2001) de que um dos problemas na área de psicologia escolar é a falta de embasamento teórico consistente.
Ronzani e Rodrigues (2006), em pesquisa realizada com psicólogos que atuam na atenção primária à saúde, também encontraram resultados semelhantes: a maioria dos psicólogos entrevistados relata que a graduação foi generalista, e que há insatisfação quanto aos subsídios fornecidos para áreas de atuação que não a clínica.
A maioria dos entrevistados (70%) destacou a importância da participação em eventos na área de psicologia escolar, corroborando o estudo de Wechsler e Guzzo (1993), os quais salientam a necessidade desta prática entre os profissionais da área. No entanto, grande parte dos psicólogos (56%) alega buscar atualização informalmente por meio de leituras, de supervisões com profissionais
Senna e Almeida (2005), que constataram a realidade da capacitação informal, indicando que as falhas na formação vêm sendo parcialmente compensadas, principalmente por meio de iniciativas pessoais (p.226). A formação continuada é uma estratégia fundamental no exercício profissional, conforme salienta Maluf (1994). Não obstante, é preocupante evidenciar que 30% dos participantes desta pesquisa não buscam ainda nenhum tipo de atualização. Ressalta-se também que não foram mencionados aspectos relativos às possibilidades de prevenção e de promoção de saúde no contexto educativo tanto no âmbito dos enfoques teóricos quanto na busca por atualização na área.
Com relação à temática “atuação no contexto educativo”, os relatos permitiram delimitar quatro categorias globais de atividades direcionadas: aos alunos, aos pais, aos professores e ainda junto a funcionários e à equipe pedagógica. Nas atividades direcionadas aos alunos (33%), foram delimitadas 11 categorias específicas (modalidades) de atividades, 53% de tais atividades focalizam: atendimento individual, observação, testagem, entrevistas e encaminhamentos. Tais atividades podem ser consideradas atividades tradicionais, de cunho remediativo, no âmbito da atuação do psicólogo escolar, na medida em que focalizam aspectos individuais do aluno
Grande percentual de psicólogos escolares que adota a psicanálise com outras teorias na prática escola e isso demonstra a persistência de um enfoque terapêutico tradicional, o qual dificulta a implementação de estratégias mais proativas e menos reativas de intervenção. Estes e outros relatos nos levam a questionar a formação e o perfil teórico-prático do psicólogo que atua na educação uma vez que as inadequações profissionais
Almeida et al. (1995) e vários outros autores destacam a limitação do psicólogo escolar, que realiza ainda um trabalho de cunho terapêutico-curativo, voltado quase que exclusivamente para o indivíduo. Além disso, estas atividades voltadas somente para o aluno e para a família, deixam implícita a crença de que os problemas escolares ou emocionais da criança/adolescente têm origem e foco somente nela e em sua família, desconsiderando todas as outras influências externas que o indivíduo recebe e que podem comprometer seu desempenho na escola.
Foi observado também que procedimentos mais diversificados como grupos de estudo e orientação vocacional, por exemplo, só foi relatado por 18% dos profissionais, afirmando assim que atividades preventivas e grupais são realizadas com menor frequência. Essas atividades preventivas não foram tidas como prioridades, mas sim como um complemento na prática educativa escolar.
Com os resultados obtidos pela entrevista, observa-se que a maior parte dos entrevistados (80%) realiza atividades individuais, como aconselhamentos e orientações, com mais frequência, atividades essas que podem ser descritas como atividades centradas no problema individual, e não no contextomacro. 
Autores como Martinez (2003) e Del Prette (2003), que compreendem a aprendizagem como um processo psicológico, defendem uma assessoria para professores compreenderem o processo de desenvolvimento integral do sujeito, entretanto, essa ênfase não foi observada na pesquisa.
Dentro da amostra, apenas 9% dos entrevistados informaram manter uma dinâmica de trabalho multi e interdisciplinar, principalmente com a equipe pedagógica. Segundo Guzzo (2001) a atuação de todos os profissionais evolvidos no contexto educacional contribui para uma melhor atuação psicoeducacional que tem um maior foco de atenção para o contexto e não só para as adversidades que surgem. 
Quanto a abordagem na atuação dos entrevistados, 48% disseram ter uma abordagem múltipla, onde 30% utiliza a psicanálise agregada de outras teorias. Em segundo lugar com 26% está a abordagem sócio-contrutivista. Na terceira posição, com 13%, estão os entrevistados que disseram não ter nenhum referencial teórico predominante, afirmam utilizar fragmentos de várias abordagens para se adaptar ao contexto escolar. Se faz necessário salientar que a junção de algumas abordagens, e/ou a falta de uma abordagem definida pode acarretar dificuldades para o profissional definir com clareza seu papel na instituição. 
O grande número de profissionais que utilizam a abordagem psicanalítica no âmbito escolar, só reforça a perpetuação dos modelos terapêuticos tradicionais, dificultando assim, a implementação de estratégias proativas de intervenção. 
Foi observado também que alguns profissionais tem a crença limitada acerca do conceito de promoção de saúde, definindo o mesmo como apenas saúde física, uma visão orgânica. 20% dos profissionais entendem a promoção de saúde como apenas “evitar problemas”, entretanto, os relatos sugerem que os psicólogos escolares estão sim preocupados acerca da promoção de saúde no campo educacional. 
Sobre as dificuldades observadas pelos psicólogos no contexto educacional, 26% dizem que tais dificuldades estão relacionadas aos pais dos alunos, pois os mesmos têm uma certa resistência em monitorar a vida escolar dos filhos e repassam a responsabilidade para a escola, 22% mencionam dificuldades relacionadas aos professores pois foram relatadas falta de motivação principalmente pela remuneração, falta de disponibilidade e uma certa resistência quanto ao trabalho dos psicólogos e 17,5% mencionam dificuldades relacionadas a própria instituição de ensino no que tange a cobrança no trabalho do psicólogo para que o mesmo solucione problemas ao passo de que também há uma resistência ao trabalho do psicólogo. Um profissional alegou dificuldades com os alunos, um profissional alegou dificuldades quanto as políticas públicas e outro alegou dificuldades pessoais como uma formação insatisfatória.
Foi observado então que a maior parte dos profissionais atribuíram as dificuldades em fatores externos.
Com os resultados obtidos na pesquisa em questão, se faz necessária a discussão acerca da atuação dos psicólogos dentro do contexto educacional. Se faz necessário repensarmos a formação dos psicólogos, para que haja fundamentos teóricos e práticos suficientes para embasar a prática da psicologia escolar. Fundamentos esses que sejam menos reativos como os modelos terapêuticos convencionais, afim de serem mais proativos, que contemplem um modelo positivo e construtor de saúde, educação e desenvolvimento humano no contexto educacional.
REFERÊNCIA:
RODRIGUES, Marisa Cosenza et al. Prevenção e Promoção de Saúde na Escola: Concepções e Práticas de Psicólogos Escolares. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, Minas Gerais, p. 67-78, 2008.

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