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Resumo "Coletânea de textos didáticos" - Psicologia Ciência e Profissão

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA - CAMPUS TATUAPÉ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
BIANCA SOUZA LIMA
RESUMO DO LIVRO “COLETÂNEA DE TEXTOS DIDÁTICOS”, DE WALDIR
BETTOI
Atividade Práticas Supervisionadas - Psicologia: Ciência e Profissão
SÃO PAULO, SP
2022
2
INTRODUÇÃO
O livro “Psicologia: Ciência e Profissão” é uma coletânea de textos didáticos
elaborada pelo Professor Doutor Waldir Bettoi.
Logo de início é apresentado o objetivo da disciplina Psicologia: Ciência e Profissão,
ou seja, obter informações sobre a diversidade da Psicologia, como uma área do
conhecimento científico humano, e sobre a diversidade da atuação do profissional psicólogo.
É objetivo dessa disciplina, também, propiciar aos alunos o contato com essas informações e a
reflexão sobre os efeitos que a atuação do psicólogo produz sobre a sociedade, isto é, sua
função social.
A importância desses objetivos tem justificativa no fato de que tem se observado que
uma parte significativa dos graduandos em psicologia não imagina a imensa variedade de
formas diferentes de pensar, de ideias, de crenças e convicções que se denominam como
Psicologia. Além disso, nem todos os alunos conhecem todos os campos de atuação possíveis
dentro da profissão, para além das possibilidades mais tradicionais.
Os textos a serem trabalhados na coletânea abordam quatro tópicos: 1. a diversidade
da ciência psicológica; 2. a diversidade da atuação do psicólogo; 3. a atuação do psicólogo em
contextos específicos e 4. a função social da atuação do psicólogo.
O Texto 1 “A Diversidade da Ciência Psicológica” tratará de uma característica
fundamental da Psicologia como Ciência, que é a diversidade de pensamentos e
conhecimentos psicológicos. O Texto 2 “ A Diversidade da Atuação do Psicólogo” contém
informações básicas sobre os contextos de atuação profissional dos psicólogos e as principais
atividades desenvolvidas neles. Serão apresentados termos “técnicos” e algumas informações
elementares sobre a profissão e sobre o que o psicólogo faz profissionalmente. O Texto 3 “A
Atuação do Psicólogo em Contextos Específicos” apresenta informações gerais sobre a
atuação do psicólogo em contextos específicos da atuação. Assim, a ampla variedade de
contextos específicos agrupados sob a denominação de contexto da Saúde receberá alguma
atenção e detalhe e também serão abordados o contexto Educacional, Organizacional e o de
Pesquisa. Por fim, no Texto 4 “A Função Social da Atuação do Psicólogo” trará alguns
critérios para a reflexão a respeito da atuação profissional do psicólogo. Haverá a
apresentação de questões que têm sido levantadas por diversos autores que pesquisam sobre a
profissão do psicólogo no Brasil.
3
TEXTO 1 “A DIVERSIDADE DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA”
Ao falarmos em Psicologia não estamos falando de um corpo de conhecimento único,
sólido, indivisível e coeso, estamos falando de uma forma de pensamento sobre o psicológico
humano, onde existem diferentes formas de pensar e conceber esse fenômeno. Portanto, ao
invés de nos referirmos à “Psicologia” seria mais apropriado falar em “Psicologias”.
O autor traz um exemplo para ilustrar mais claramente a ideia principal do texto:
imagine que alguém em seus primeiros dias como aluno de Psicologia está começando a
frequentar a faculdade e a conhecer todas as matérias e está bastante curioso pelo que vem à
frente. Este aluno muito provavelmente imagina a Psicologia como algo único, mencionado
no singular, algo como uma ciência que já acumulou conhecimento sobre o ser humano. Ele
acredita que para todos os temas há uma resposta pronta e acabada e que, nesse sentido, seu
compromisso com o curso seja o de assimilação das “verdades” sobre a mente humana. No
entanto, à medida que este aluno se aprofundar no curso, perceberá que essa não é a realidade.
Em primeiro lugar, ele verá que o conhecimento psicológico não é algo terminado,
pelo contrário, a experiência mostra que esse conhecimento está em constante construção e
que o próprio aluno poderá vir a participar desta produção de conhecimento.
Em segundo lugar, ele perceberá também que sobre um mesmo assunto existem
diferentes pontos de vista, diferentes afirmações, diferentes explicações teóricas que o
abordam. Ele descobrirá que existem diferentes definições do que é a Psicologia, e poderia,
por consequência, presumir que alguém, em todo esse meio, está certo, o que supõe que os
demais estariam errados. Porém, em certo sentido, todos estão “certos”.
A Psicologia, diferentemente de outras ciências, não tem um objeto único de estudo e
não tem um método de estudo único. A Psicologia estuda fenômenos bastante variados, como
a mente, o inconsciente, o comportamento, as relações humanas, etc. A Psicologia é marcada,
então, pela diversidade: diversidade teórica, metodológica, prática, etc.
Figueiredo (1992) se refere a essa característica como “estado fragmentário do
conhecimento psicológico” e diz que a Psicologia é considerada como um “espaço de
dispersão”. Ou seja, o conhecimento psicológico não é uno, coerente e totalmente integrado.
O que se observam são diferentes formas de pensamento, “linhas”, “correntes” ou
“abordagens”. Se observarmos estas diferentes formas de pensamento dentro do espaço da
Psicologia, veríamos que elas ocupam diferentes pontos deste espaço, visto que não têm as
mesmas origens e mesmos objetivos.
Figueiredo (1992) utiliza a expressão “matrizes do conhecimento psicológico” para se
referir às origens dessas diferentes formas de pensamento. Ele define este conceito como
4
grandes conjuntos de valores, normas, crenças metafísicas, concepções epistemológicas e
metodológicas que subjazem às teorias e às práticas profissionais dos psicólogos. Como as
respostas para essas questões não foram sempre as mesmas ao longo da História, isso acabou
determinando as diferentes trajetórias que a construção do conhecimento psicológico foi
assumindo. O conhecimento dessas diversas “mães” ajudaria os psicólogos a entender aquilo
que superficialmente pareceria desorganizado e caótico.
Diante dessa multiplicidade de caminhos possíveis, é possível que surja a dúvida de
para onde seguir. A respeito disso, Figueiredo acredita que o psicólogo muitas vezes não
consegue enfrentar a constatação de que a Psicologia é um espaço em que a diversidade
predomina e reage à angústia que isso provoca de duas formas diferentes. A primeira forma
seria o dogmatismo, isto é, acreditar que só existe uma Psicologia “verdadeira”, rejeitando
todas as outras, não admitindo e aceitando a própria existência de formas de pensar diferentes
da sua. A segunda forma de reação seria o ecletismo, ou seja, ignorar que as várias
Psicologias são, em muitos casos, incompatíveis entre si, radicalmente diferentes, pois se
originam de matrizes totalmente diferentes. Neste caso, acredita-se que todas elas pretendem
as mesmas coisas, de maneiras ou com nomes diferentes.
Figueiredo considera as duas formas inaceitáveis para um psicólogo. Ele acredita que
as duas atitudes impedem o crescimento e desenvolvimento da Psicologia. Com relação ao
dogmatismo, há a impossibilidade de enfrentar o outro e, sendo assim, não há a possibilidade
de crescer, pois só há crescimento quando há confronto com a alteridade. O mesmo
aconteceria com o eclético, acreditando que tudo é igual, não enfrenta aquilo que todas têm de
diferente.
O que o autor propõe é que os psicólogos enfrentem essa questão de duas maneiras: a)
o movimento construtivo, em que o psicólogo produz conhecimento com base em recursos
oferecidos por uma ou mais teorias, pensando e estabelecendo relações entre as proposições
teóricas e sua prática profissional; e ao mesmo tempo b) o movimento reflexivo, caracterizado
pela reflexão constante sobre as várias teorias e sistemas de pensamento existentes. Essa
reflexão garante o contato com o outro, com a alteridade.
TEXTO 2 “ A DIVERSIDADE DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO”
O objetivo deste texto é trazer informações básicas sobre o que o psicólogo faz,concretamente, nos contextos em que atua e sobre algumas características desses contextos.
Aqui, fica evidente a diversidade da Psicologia e da atuação prática do psicólogo e que há
formas diferentes que as atividade profissionais assumem, além também de mostrar como são
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variados e múltiplos os seus locais de atuação, os tipos humanos e a variedade de pessoas com
as quais os psicólogos têm contato no cotidiano profissional, dependendo dos diferentes
contextos nos quais eles desempenham suas atividades.
O objetivo é bastante simples: que os leitores ganhem familiaridade com alguns
termos que devem ser novos, mas que são comumente utilizados entre os psicólogos.
O autor inicia sua exposição apresentando os contextos em que tais atividades se dão.
Isto é, as ações profissionais dos psicólogos se dão dentro de um determinado contexto que as
afeta e é afetado por elas. É importante ter em mente que as atividades realizadas pelo
psicólogo acontecem em um determinado local, com determinadas características,
relacionando-se com seres humanos específicos, provenientes de determinados segmentos
sociais e culturais, dentro das condições socioeconômico-culturais do país, em um dado
momento de sua história. A diversidade de contextos implica a diversidade de objetivos e de
necessidade a serem atendidas. Ao mesmo tempo, na medida em que o profissional
desempenha suas atividades, vai transformando, igualmente, esses contextos de atuação.
Devido a esta interação, o autor começa caracterizando alguns contextos mais comuns
e depois nomeará algumas atividades mais frequentes dos profissionais.
Bettoi começa falando dos contextos que envolvem a saúde. Esses contextos
envolvem uma ampla variedade de locais de atuação, de clientela, de objetivos e de
necessidades. Envolvem a saúde do cidadão e das comunidades, desde o trabalho em
consultório particular, até instituições públicas e privadas ou postos de saúde (UBS, CAPS,
entre outros).
Existem também os contextos que envolvem a educação e a escola. Envolvem as
instituições de ensino, particulares ou públicas. Inclui escolas do sistema formal de ensino e
outros locais que tem por objetivo a educação e a aprendizagem. Atua na mediação de
conflitos, englobando o contexto familiar, social, cultural e incentiva a tomada de consciência
pelas pessoas.
Outros contextos são aqueles que envolvem o trabalho do homem nas organizações.
Aqui, o que está em jogo é o trabalho dos cidadãos em organizações, como nas empresas e
nos órgãos de administração pública. O psicólogo atua para fornecer recursos humanos
adequados à organização, garantindo-lhes condições de trabalho para que se fixem nela. As
ações pretendem humanizar e aprimorar as relações de trabalho que se dão nesse contexto.
Há também os contextos que envolvem o trabalho institucional e comunitário, que
possuem um espectro e diversidade de atuação bastante amplos. Envolvem a atuação em
orfanatos, asilos ou instituições equivalentes. A instituição envolve também o trabalho de
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profissionais em instituições de atendimento psicológico a deficientes, nas ONGs, em
sindicatos e associações profissionais, em clubes e entidades esportivas, em instituições da
Justiça (presídios, Varas da Família, Juizado do Menor etc.), em agências de Publicidade,
centros psicotécnicos para exame de motoristas, em entidades comunitárias, entre outros.
Por fim, temos os contextos que envolvem a Pesquisa, que visa especificamente à
produção do conhecimento psicológico, ela se dá em contextos voltados para esse objetivo,
como as universidades. No Brasil não é muito frequente, mas existem pesquisas psicológicas
realizadas fora das universidades, como nas empresas privadas, por exemplo. Devemos
entender a pesquisa como uma forma sistemática de buscar respostas para perguntas sobre os
fenômenos psicológicos, logo, ela não se restringe aos contextos de trabalho dos
psicólogos-professores, mas também se estende aos profissionais do mais diversos contextos.
Em seguida, Bettoi adentra no campo da diversidade de atuação do psicólogo,
descrevendo algumas das atividades mais comuns dos psicólogos nos diversos contextos
mencionados acima.
A primeira são as atividades de coleta e avaliação sistemáticas de informações, a
observação, a aplicação de testes e outros instrumentos e a entrevista. A observação é uma das
mais básicas e essenciais atividades do trabalho do psicólogo, já que a Psicologia, como
ciência, implica a produção de conhecimento que seja metódico e crítico. Assim, o psicólogo
observa sistematicamente o fenômeno estudado. Há regras e técnicas para a observação,
podendo ser em ambiente natural, em que o fenômeno ocorre livremente, ou em uma situação
planejada, em que o psicólogo cria uma situação específica para o sujeito e o observa nela.
A aplicação de testes e outros instrumentos se refere a métodos utilizados para
identificar e conhecer os mais variados tipos de fenômenos. Existem testes de personalidade,
testes de desempenho intelectual etc.
A entrevista é a atividade de entrevistar pessoas com um objetivo bem definido, é uma
atividade planejada e que deve ser realizada segundo determinadas regras. A entrevista pode
ser realizada ao vivo, face-a-face, bem como através de questionários, respondidos pelo
próprio indivíduo.
Nos contextos de saúde, fala-se em psicodiagnóstico para se referir ao conjunto dessas
três atividades, com o objetivo de identificar os fatores que caracterizam um indivíduo. No
contexto educacional, pode-se encontrar o psicólogo observando uma criança interagindo com
seus colegas no intervalo, entrevistando uma mãe sobre o comportamento da criança,
aplicando um teste de nível intelectual etc. No contexto organizacional, quando se fala em
seleção de pessoal pode-se observar, da mesma forma, a aplicação dessas atividades. No
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contexto institucional, o psicólogo judiciário pode realizar estas atividades para fornecer um
laudo psicológico que subsidiará a decisão de um juiz. No contexto da pesquisa, a observação,
a entrevista e a aplicação de instrumentos são atividades essenciais para a produção de
informações sistemáticas sobre os fenômenos investigados.
A segunda principal atividade diz respeito à psicoterapia. Nela, o psicólogo aplica um
conjunto de técnicas e métodos psicológicos, cujas características e objetivos podem variar,
dependendo das concepções teóricas tidas como referencial para o profissional. Nos contextos
educacionais e do trabalho, a psicoterapia não é frequentemente utilizada, sendo uma prática
mais comum o psicólogo encaminhar a pessoa para um psicoterapeuta, quando julgar
necessário. A atividade psicoterápica é desempenhada principalmente em contextos da Saúde,
em especial nos consultórios particulares. Em outros ambientes, como hospitais, a prática
tradicional, individual, torna-se bastante inviável, o que leva os psicólogos à utilização de
técnicas grupais ou outras atividades mais apropriadas.
A terceira atividade trata do aconselhamento e orientação, atividade voltada para uma
situação mais específica que caracteriza o momento de vida de um indivíduo ou de um grupo.
No aconselhamento, assume-se uma posição que é, principalmente, mais educativa. A
orientação e aconselhamento aparecem em contextos hospitalares, em orientações para grupos
de pacientes e seus familiares; em um posto de saúde, na orientação, por exemplo, de mães ou
gestantes; em uma escola, na orientação vocacional ou sexual, etc.
A orientação e o aconselhamento também podem ser atividades desempenhadas juntos
a outros profissionais, como no trabalho conjunto entre professores e psicólogos, e também
em outros contextos.
Por fim, a última atividade tratada pelo autor são as atividades junto a equipes
multiprofissionais e multidisciplinares. Especialmente junto aos contextos de Saúde e
Institucionais, a concepção de que a promoção da saúde integral do indivíduo deve ser o
objetivo principal de várias instituições, tem levado à necessidadedo psicólogo atuar junto a
outros profissionais. Nessas equipes o que se pretende é que a compreensão total do indivíduo
seja possível através da soma e complementação dos conhecimentos específicos dominados
por cada profissional.
Em suma, esse texto serviu para que o estudante de Psicologia se familiarizar com
alguns termos mais comuns relacionados às atividades dos psicólogos e apresentar
informações básicas sobre as principais atividades e alguns dos contextos em que elas são
desempenhadas.
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TEXTO 3 “A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM CONTEXTOS ESPECÍFICOS”
Neste texto, foi possível encontrar informações gerais sobre a atuação do psicólogo em
contextos específicos. Essas informações complementam as informações do Texto 2,
apresentando algumas particularidades dos diversos contextos mencionados. O texto foi
dividido em algumas partes;
- A atuação do psicólogo no contexto da Saúde
Na Psicologia Clínica, via de regra, o contato do profissional com sua clientela é feito
pessoal e individualmente com o objetivo de promover sua saúde mental, através da resolução
de seus problemas. Caracteriza-se pelo fato do profissional aplicar os métodos e técnicas que
a Psicologia desenvolveu ao longo de sua história. Esse modelo tradicional recebe algumas
críticas quanto à sua abrangência social. Os críticos defendem a criação e o desenvolvimento
de novos modos de atuação, mais apropriados aos novos contextos de atuação, especialmente
aqueles que envolvem os serviços públicos de saúde e algumas instituições.
As principais atividades realizadas na clínica foram mencionadas no Texto 1:
psicodiagnóstico, aconselhamento, orientação (supervisão). A prática multiprofissional não é
muito comum entre os clínicos particulares. Quanto à população atendida, pelos altos custos
que implica, não permite acesso generalizado a toda população. Pode haver também a
especialização em faixas etárias ou grupos específicos.
A atuação da Psicologia Hospitalar experimentou grande desenvolvimento nas últimas
décadas, o que levou, na prática, à necessidade do profissional refletir sobre esse contexto
específico.
O hospital é um contexto em que a doença ocupa o lugar de destaque e o indivíduo
doente é o foco principal da atenção dos profissionais da saúde. Segundo Terezinha C.
Campos (1995), o papel do psicólogo hospitalar é contribuir para a humanização do hospital,
contexto que busca proporcionar a manutenção do bem-estar físico, social e mental do
homem. O indivíduo, dessa forma, não se resume à sua doença, mas é um ser humano
complexo e é esse “todo” humano que precisa ser considerado.
As atividades mais frequentemente exigida do psicólogo hospitalar são a orientação e
o aconselhamento e a psicoterapia breve. O psicodiagnóstico e outras várias formas de
avaliação são aplicadas quando necessário. A atividade de ensino e pesquisa também aparece
sendo aplicada pelos psicólogos em hospitais. Em todas essas atividades, a atuação em
9
equipes multiprofissionais é característica essencial do trabalho psicológico no contexto
hospitalar.
Já na Psicologia Institucional e Comunitária, as instituições nas quais os psicólogos
podem atuar são inúmeras, com os mais variados objetivos. Entretanto, o que elas têm em
comum é que aqui está em foco a Saúde da população, em seus múltiplos aspectos. Promover
a Saúde também é objetivo do trabalho do psicólogo em Comunidades ou Instituições que
envolvem coletividades específicas, como Associações de Bairro e Comunitárias, Sindicatos e
Associações Profissionais.
Nessa ampla variedade de locais em que o psicólogo atua, pode-se observar a presença
tanto do modelo clínico tradicional, quanto à presença de atividades mais apropriadas às
características dessas instituições. O psicólogo nesses contextos entra em contato com muitas
pessoas diariamente, assim, há a necessidade do desenvolvimento de métodos e técnicas para
dar conta das demandas sociais que se apresentam ao psicólogo. Deve-se notar que segmentos
da população que anteriormente não eram beneficiados pelo trabalho psicológico agora o são,
quando se observa que um número grande dessas instituições tem a população mais pobre
como a diretamente atendida.
- A atuação do psicólogo em contextos escolares
No contexto educacional, a atuação do psicólogo é vista basicamente como a atuação
de um educador. O psicólogo mais um dos profissionais envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem. Nessa medida, os conhecimentos sobre o desenvolvimento humano,
processos de aprendizagem e sobre relações humanas são postas em prática para garantir que
a aprendizagem ocorra da melhor forma possível.
Entre as principais atividades do psicólogo escolar podemos citar: a) planejamento
curricular; b) treinamento de professores; c) contato com a família; d) orientação de alunos; e)
organização do espaço educacional. Analisando essas atividades, pode-se observar que a
atuação do psicólogo aqui é eminentemente preventiva. O foco de interesse principal está
aplicado na coletividade dos alunos e não neste ou naquele aluno individual. Tudo que o
educador faz se reflete naquela comunidade de alunos.
- A atuação do psicólogo no contexto organizacional e do trabalho
A atuação do psicólogo no contexto organizacional e do trabalho é o de fornecer à
organização os recursos humanos necessários. A humanização das relações de trabalho deve
ser um princípio que orienta esse objetivo.
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As principais atividades são o recrutamento e seleção de pessoal e treinamento. O
recrutamento recruta candidatos a ocuparem determinadas vagas na empresa. Pode ser feito
dentro da própria empresa ou também fora dela. O psicólogo deve conhecer o perfil do
funcionário ideal para ocupar uma vaga. O treinamento se refere à aprendizagem dos
indivíduos e o psicólogo é chamado a desenvolver programas de treinamento entre os
funcionários de forma a melhorar seus desempenhos. Dessa forma, o trabalho do psicólogo
organizacional é majoritariamente, mas não exclusivamente, preventivo. Isso não significa
que em determinadas situações o psicólogo não seja chamado para a resolução de problemas,
tendo aí, uma atuação remediativa.
- Atuação do psicólogo no contexto da pesquisa
Por fim, no contexto da pesquisa, o psicólogo atua desenvolvendo cotidianamente
pesquisas, normalmente no ambiente universitário. Fazer pesquisa implica um conjunto de
atividades específicas, voltada para a busca de respostas para questões que envolvem os mais
variados aspectos da psicologia humana.
TEXTO 4 “ALGUNS CRITÉRIOS PARA A REFLEXÃO SOBRE A ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO”
Este texto apresenta um relato da história e ideologia da profissão do psicólogo no
Brasil. Apresenta de forma esquemática alguns eventos que são partes dessa história, além de
comentar alguns pontos na literatura produzida pelos estudiosos da área.
Batista (2000), ao analisar o desenvolvimento científico e profissional da Psicologia
no Brasil, aponta três marcos importantes para nossa história: a) um primeiro marco,
constituído pelas origens histórica da Psicologia, no período colonial e seus primeiros
desenvolvimentos, com sua inclusão, como disciplina, nos currículos dos cursos de Medicina
no Rio de Janeiro e na Bahia, no final do século XIX, passando pela criação de laboratórios
experimentais e por sua aplicação, como Psicologia Científica, em instituições psiquiátricas e
educacionais, já no início do século XX; b) um segundo marco, chamado de fase profissional,
inaugurado pela abertura dos cursos de Psicologia e pela regulamentação da profissão em
1962. Houve também, na década de 1970, a expansão do número de escolas de Psicologia, em
função da política oficial de abertura do Ensino para a iniciativa privada; c) um terceiro
marco, que se inicia com a inserção dos psicólogos nos serviços públicos de saúde.
No final da década de 70, começa o movimento de abertura de mercado para as
instituições públicas, com o aumento do número de psicólogos nelas. Esse movimento se
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expandiu muitolentamente nos anos seguintes e ocorreu em estreita relação com o contexto
histórico-político-econômico, salientado pelas políticas públicas de saúde e a crise social nos
anos 80, levando ao afastamento da clientela dos serviços privados.
Quando falamos em ideologia, pensamos em discutir questões como quais os partidos
que temos tomado, como psicólogos, em relação às coisas do mundo, aos interesses que
servimos e o que nossas ações produzem nos outros. Uma das questões que se colocam diz
respeito à nossa função social, isto é, a quantos e a quem temos atingido e qual é o significado
dos efeitos produzidos por nossa atuação. A função social, então, deve ser entendida como os
efeitos do trabalho do profissional sobre a sociedade, o que deve ser pensado em termos de
abrangência e de significado.
Nossa abrangência social tem sido, historicamente, bastante restrita. É consenso que
poucos brasileiros têm sido atingidos diretamente pela nossa atuação profissional,
constituindo-se eles na parcela mais privilegiada da nação. Apenas recentemente a psicologia
tem se aproximado das classes mais pobres.
Desde o final da década de 70 e início de 80, pudemos observar o interesse de
estudiosos por uma discussão da função social do psicólogo.
Discutindo a função social, Campos (1983) nos remete à origem de nossa profissão no
contexto das sociedades capitalistas da Europa, no final do século XIX, dominadas pela
ideologia liberal que serviam à função de mascarar desigualdades produzidas pela divisão de
classes. É nesse contexto que a prática do psicólogo passa a ser requerida, principalmente para
exercer a função de adaptação e colaboração à reprodução da dominação de classe. A
ideologia liberal pressupõe um modelo de indivíduo, que é visto como autônomo,
desvinculado dos determinantes de sua cultura.
Ao longo das décadas de 80 e 90, Moura (1999) associa o fato de o psicólogo estar
insatisfeito com sua formação e começar a ter necessidade de aproximar-se de contextos
sócio-culturais desconhecidos, em função da saturação do mercado para a área clínica
privada. Campos (1983) acredita que, em função dessa saturação, o psicólogo se viu obrigado
a prestar seus serviços à população de menor renda e é neste ponto que o profissional pode
encontrar a possibilidade de lutar contra a dominação histórica.
Esse movimento, de qualquer forma, levou ao questionamento dos modelos de atuação
do psicólogo. Essa discussão contribuiu para que o alcance social da profissão fosse criticado
e produziu uma série de iniciativas no sentido de dar à profissão uma função social mais
significativa.
12
Pode se dizer, portanto, que apesar de a profissão ter experimentado alguns avanços
nas últimas décadas, no que diz respeito à sua relevância social, estes avanços serviram para
que a categoria experienciasse o contato concreto com problemas, de alguma forma já
antecipados pelos trabalhos de reflexão de alguns autores sobre a profissão. Ou seja, nosso
modelo típico de atuação, aplicado na prática, junto aos novos contextos, com populações
mais pobres, mostrou-se inviável em muitos aspectos, impedindo que a população se
beneficiasse efetivamente com nossa atuação. Nossa atuação ainda necessita,
indubitavelmente, ser objeto de estudos e reflexões para que possa cumprir seu papel de área
do saber comprometida com a mudança social.

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