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O QUE É A FENOMENOLOGIA

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O QUE É A FENOMENOLOGIA?
A fenomenologia é um campo de estudo, uma metodologia e uma corrente que visa a importância dos fenômenos por si só, antes de qualquer explicação, de qualquer teoria, a fenomenologia estuda o fenômeno em si. Dentro desse campo de estudo existe a daseinsanalyse. O pensador, autor da daseinsanalyse foi Boss, Medard Boss. Ele formulou a daseinsanalyse como teoria e logo após como prática clínica a partir da teoria de heidegger. Dentro dessa teoria existe as questões ônticas e ontológicas do ser. Quando falamos das questões ônticas, falamos dos fenômenos que são postos, que não dominamos, é o que os sentidos mostram, o ôntico diz respeito ao ente. Já o ontológico, diz respeito ao ser, é o que está além do fenômeno. Enquanto o ôntico é o que vemos, o ontológico saí desse espaço e busca enxergar o que não está aparente. Por exemplo, uma pessoa que foi assaltada por uma pessoa de moto, chega na clínica com a queixa de que só de ouvir o barulho de uma moto fica nervosa. A característica ôntica dessa situação seria o barulho da moto, pois é o que está posto, a parte “visível”. A caracteristica ontológica dessa situação é a forma que a pessoa reage, é própria do indivíduo, é como o indivíduo assimila a situação, vai além do visível. Heidegger no seu livro Ser e Tempo, que foi o livro que inspirou Boss a estudar sua teoria e fundar a Daseinsanalyse, explica as características ontológicas do existir do ser humano, os existenciais que são corporeidade, temporalidade, espacialidade, ôntico, ontológico, culpa, angústia, entre outros. Além desses existenciais o conceito de linguagem também tem uma importante posição na Daseinsanalyse pois retrata quem pede ajuda, pois pedimos ajuda através da linguagem. Só é possível fazer terapia se o indivíduo tem o desejo de fala, não existe o processo terapêutico sem fala. Quando o terapeuta perceba que o indivíduo tem o desejo de falar mas há uma resistência, o terapeuta pode fazer algumas provocações para instigar a pessoa a falar. É necessário falar o que precisa ser dito pois o modo pelo qual falamos ao nos relacionarmos com as pessoas pode ser uma porta de entrada para patologias, pois precisamos falar o que precisa ser dito. Empurrando as coisas para debaixo do tapete, não conseguimos resignificá-las. O setting terapêutico foi feito para abrir um espaço para a pessoa dar corporeidade para a fala. Quando falamos algo a linguagem cria corpo e a partir disso podemos começar o processo de resignificação da situação, dos sentimentos e das tonalidades afetivas. Dentro da linguagem temos os dois modos de linguagem que são a fala e o falatório. A fala é uma ferramenta que o indivíduo lança mão para expor aquilo que dói, a fala é sempre autêntica pois a boca fala aquilo que está literalmente gritando, é carregada de sentido e tem o poder de expressar o que verdadeiramente, genuinamente está sendo sentido. O falatório é um outro modo de linguagem, ele por sua vez é a fala que não tem nada a dizer, não é uma fala autentica, é uma fala mediana que cabe a todos. Não é carregado de sentido e não é genuíno. A culpa também é um dos existenciais, ela é inerente a existência do ser, ou seja, não tem como um ser existir sem culpa pois a mesma é existencial. O que a prática clínica faz e tem como objetivo é fazer o indivíduo lidar da melhor forma, da forma menos prejudicial possível com a culpa que sente, pois ela leva a angustia. Objetivo é acabar com esses afetos e fazer com que o Dasein, enxergue as possibilidades existentes através da culpa e da angústia, que ocorra a libertação. O mito de Procusto é uma crítica em relação a fenomenologia, é uma critica em relação ao modelo cartesiano de dicotomias. O psicólogo não deve fazer o papel de procusto e aprisionar a forma de seu paciente, nem estica-lo ou diminuí-lo para que ele caiba em sua teoria, as imposições de modelos e idealizações causam extremo sofrimento humano.

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