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Marianna L. Deprá INTOLERÂNCIA À LACTOSE • LACTOSE: dissacarídeo (glicose + galactose) , é a principal fonte de calorias do leite de mamíferos. A digestão é feita através da hidrólise pela lactase pois ela não pode ser absorvida antes de ser digerida. • LACTASE: enzima da borda em escova e começa a ser produzida no feta (oitava semana - pico ao nascimento) e a atividade cai após os primeiros meses e na idade adulta, em tese, seria que não tivéssemos mais lactase depois de uma certa idade. Por isso, o fisiológico seria que todo ser humano adulto fosse intolerante à lactose. • A programação genética inicial é que em certa idade a lactase para de funcionar. Porém, com a persistência do consumo do leite, algumas pessoas sofreram uma mutação que permitiu a persistência do funcionamento da lactase. - Homozigotos para persistência (recebe da mãe e do pai o gene que faz com que a lactase continue), heterozigotos para persistência, homozigoto para não persistência (um do pai e um da mãe para que não continue). • DEFICIÊNCIA DA LACTASE: - 2/3 da população mundial ainda reduz a a atividade da lactase de uma maneira programada (deficiência primaria da lactase do adulto). - Durante infecções do TGI, doença inflamatória intestinal, cirurgias, deve-se evitar o consumo de leite pois as células do intestino vão estar prejudicadas, então você pode ter uma deficiência secundaria transitória temporária. - Deficiência congênita de lactase: muito raro mas muito grave. O bebê vai ter problemas sérios pois sua fonte de energia inicial vai ser a lactose. • INTOLERÂNCIA A LACTOSE: - Se ele tiver deficiência e mesmo assim consumir lactose, ela vai ficar na luz então vai ser digerida e absorvida, causando os sintomas de intolerância. - Aumento da osmolaridade, aumento volume do conteúdo intestinal e pode causar diarreia; - Essa lactose não digerida vai até o cólon. Isso é uma açúcar não digerido e as bactérias do intestino grosso vão fermentar a lactose e produzir ácidos graxos de cadeia curta e gás (hidrogênio, gás carbônico, metano). • MÁ ABSORÇÃO x INTOLERÂNCIA: - Nem todo mundo que tem má absorção terá sintomas de intolerância a lactose; - Tipo da herança: você pode ter uma herança que te da 50% de tolerância na sua fase adulta e isso pode ser suficiente para digerir toda a lactose da sua dieta; - Carga de lactose na dieta: se a pessoa não tem lactase mas não come lactose, ela não vai ter sintomas. Mas se essa mesma pessoa comer muita lactose, ela vai ter sintomas; - Trânsito intestinal acelerado: lactose menos tempo dentro do intestino vai ter menos tempo para aumentar a osmolaridade, e menos tempo para a bactéria utilizá-la para fazer gazes e ácidos graxos. Ao contrário, uma pessoa com tempo mais lento acaba permitindo que tudo isso acontece. - Flora intestinal (microbiota): Supondo que uma pessoa tem intolerância mas quer consumir. Ela faz uma adaptação colônica, e as bactérias dela não vão utilizar a lactose. Ao contrario, a pessoa pode ter supercrescimento bacteriano e as bactérias vão super fermentar a lactose e terá muitos sintomas. • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - Os sintomas geralmente pioram com a idade (<50% de atividade da lactase); - Início: adolescência ou vida adulta; - Ocorre após ingestão de laticínios (50-100 minutos); - Pode ser confundida com síndrome do intestino irritável, doença de crohn, alergia ao leite; - Sensibilidade à distensão gasosa (cada víscera tem um limiar doloroso diferente em cada paciente); Marianna L. Deprá - As manifestações variam muito entre os pacientes; - A carga ingerida faz com que os sintomas variem; - A maior parte das pessoas tolera uma pequena quantidade; - Dor abdominal, cólica, borborigmo, distensão abdominal, flatulência, náuseas, vômito; - Epidemiologia: os pacientes que tem intolerância tem cefaleia, fadiga, perda de concentração, mialgia, artralgia, úlceras orais, alterações em TGU; - Não existe evidencia comprovada que a lactose faça mal para pessoas que não tem intolerância a lactose; • DIAGNÓSTICO: - A intolerância auto diagnosticada é um problema sério; - Biópsia com medição de atividade da lactase: padrão ouro, pouco utilizado, distribuição heterogênea da lactose, invasivo - não avalia sintomas; - Teste genético - não avalia sintomas; - Teste do H2 expirado: se a concentração de H2 na expiração do paciente aumenta depois de 3 horas de ter consumido lactose, esse teste é positivo pois significa que sobrou lactose não digerida e as bactérias fermentaram; - Teste oral de tolerância a lactose: se estiver tudo ok vai ter elevação da glicemia após carga de lactose. Quando a glicose não sobe o suficiente, significa que a glicose não está entrando então ele tem intolerância. • TRATAMENTO: - Restrição de lactose na dieta: zero lactose apenas em deficiência congênita, no adulto: de acordo com a tolerância; - A maior parte das pessoas tolera alguma ingesta; - Reposição de lactase antes do consumo de lactose; - Leite fermentado é mais bem tolerado; - Pró-bióticos: produtos que contém bactérias boas para a sua flora intestinal; INTOLERÂNCIA À LACTOSE
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