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UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V (ITAPERUNA) CURSO: FARMÁCIA DISCIPLINA: ANÁLISES CLÍNICAS MÓDULO: PARASITOLOGIA 1º Aula 1ª Apostila; Exame parasitológico de fezes pelo método de Hoffmann e método de Willis; Exame parasitológico de sangue por gota espessa e camada delgada; preparação de lâminas; coloração com lugol (exame de fezes); coloração com panótico (camada delgada); focalização de lâminas; visualização de protozoários e helmintos disponíveis (usar segunda apostila). 2ª Aula revisão da visualização microscópica de protozoários e helmintos (uso da segunda apostila). 3ª Aula avaliação; deverá conter diagnóstico (denominação científica correta do parasito), forma evolutiva (forma evolutiva em que se encontra o parasito focalizado) e 3 características que permitam reconhecer o parasito em questão. PARASITOLOGIA APOSTILA I A amostra de fezes normal contém bactérias, celulose e outros alimentos não digeridos, secreções gastrintestinais, pigmentos biliares, células provenientes das paredes intestinais, eletrólitos e água. São muitas as espécies de bactérias que constituem a flora normal dos intestinos e contribuem para o processo digestivo; é o seu metabolismo que produz o forte odor característico das fezes. O intestino recebe enzimas digestivas, secretas principalmente pelo pâncreas, que agem na metabolização e na absorção de proteínas, carboidratos e gorduras. São elas: tripsina, quimiotripsina, aminopeptidase e lípase. Os sais biliares contribuem para a digestão das gorduras, e acredita-se que o pigmento biliar, na forma de urubilina, seja responsável pela cor castanha normal das fezes; conseqüentemente, a obstrução do fluxo de bile para o intestino produzirá fezes claras e gordurosas. Exame Método Utilização Exame parasitológico de sangue direto verifica-se os parasitos vivos, movimentando-se gota espessa identificação da forma e espécie de vários parasitos Camada delgada diagnóstico epidemiológico Exame Princípio Método Forma Observada Exame Parasitológico de fezes sedimentação espontânea Hoffmann cistos, ovos sedimentação por centrifugação MIFc cistos, ovos flutuação espontânea Willis ovos leves (ancilostomídeos) flutuação por centrifugação Faust ovos leves (ancilostomídeos) Hidrotermotropismo positivio Baermann-Moraes, Rugai larvas fita gomada Graham ovos (Enterobius vermicularis) Métodos mais utilizados no laboratório clínico: - Exame parasitológico de sangue: Direto: ▫ A gota de sangue é coletada no centro de uma lâmina, coberta com lamínula e examinada imediatamente após, pois a coagulação é rápida. Caso queira retardar a coagulação, pode adicionar uma ou duas gostas de salina. Gota espessa: ▫ Colocar 5 mm3 de sangue na lâmina, espalhar, com auxílio de outra lâmina, essa gota numa área de 1 cm2 e deixar secar ao ar durante seis a 36 horas; ▫ Corar pelo pan-ótico e deixar secar. Camada delgada: ▫ Colocar uma gota de sangue na extremidade direta de uma lâmina e com uma extensora, segurar por cima coma mão direita e, com uma inclinação de 45º, encostar adiante da gota; ▫ deixar a gota se espalhar pela borda da extensora e puxar a gota até o fim da lâmina; ▫ secar por agitação vigorosa imediatamente; ▫ corar pelo pan-ótico e deixar secar. - Exame parasitológico de fezes: Hoffmann: ▫ Colocar aproximadamente 2g de fezes em um frasco com cerca de 5mL de água e homogeneizar; ▫ Filtrar a suspensão para um cálice cônico, utilizando uma peneira e uma gaze dobrada em quatro; ▫ Lavar os detritos retidos com 200mL de água e utilizando o bastão de vidro; ▫ Completar o volume do cálice com água; ▫ Deixar essa suspensão em repouso durante duas a 24 horas; ▫ Observar o sobrenadante: se estiver muito turvo, trocar a água e deixar em repouso mais 60 minutos (cuidado para não desprezar o sedimento; despreza-se somente o sobrenadante); se o sobrenadante estiver límpido, colher a amostra. ▫ Para colher, pode-se fazer dois processos: 1) colher o sedimento utilizando uma pipeta; 2) desprezar o sobrenadante, homogeneizar o sedimento e recolher uma gota deste. O segundo processo é mais recomendado. ▫ Após colocar uma gota do sedimento na lâmina, corar com uma gota de lugol e cobrir com lamínula. ▫ Examinar em objetivas de 10x e/ou 40x. ▫ Recomenda-se examinar no mínimo duas lâminas de cada amostra. Willis: ▫ Colocar 10g de fezes em um frasco. ▫ Diluir as amostras em solução saturada de açúcar ou sal (NaCl). ▫ Completar o volume até a borda do frasco. ▫ Colocar na boca do frasco uma lâmina, que devera estar em contato com o líquido. ▫ Deixar em repouso por cinco minutos. ▫ Após o tempo de repouso, retirar rapidamente a lâmina, voltando a parte molhada para cima. ▫ Examinar ao microscópio com objetiva de 10x e/ou 40x; ▫ O uso de lamínula é facultativo. Outras provas freqüentes no exame de fezes 1- Exame macroscópico a) Cor e consistência: a consistência das fezes pode ser aquosa, pastosa, formada ou dura. Aparência Possível Causa Preta ▫ Hemorragia da parte superior do tubo digestivo; ▫ Terapia com ferro; ▫ Carvão; ▫ Bismuto (antiácidos). Vermelha ▫ Hemorragia da parte inferior do tubo digestivo; ▫ Compostos de piridina; ▫ Coloração por beterraba e alimentos; ▫ Uso de rifampicina. Amarelo claro, branca, cinza ▫ Obstrução do ducto biliar; ▫ Uso de bário. Amarela ▫ Ruibarbo. Verde ▫ Biliverdina; ▫ Verduras; ▫ Antibióticos. Volumosas/espumosas ▫ Esteatorréia. Em forma de fita ▫ Estenose intestinal. Muco ▫ Constipação; ▫ Neoplasia; ▫ Colite. 2- Microscópico a) Pesquisa de leucócitos – é usado para determinar a causa da diarréia. ▫ Observa-se leucócitos sempre que as paredes intestinais são afetadas como ocorre na colite ulcerativa e na infecção por agentes bacterianos patogênicos; ▫ Não são observados em infecções por bactérias que causam diarréia por produção de toxinas (e não por invasão intestinal), por vírus e parasitas. ▫ A invasão por agentes patogênicos é indicada pela presença de apenas três neutrófilos p/c. ▫ As amostras podem ser examinadas a fresco ou coradas com azul de metileno ou Wright. b) Parasitológico 3- Bioquímico a) Sangue oculto – é usado para detecção de sangue. ▫ Usa-se as seguintes substâncias bioquímicas para esta reação: benzidina, orto-toluidina e goma guaiacol. Todas elas utilizam a atividade pseudoperoxidase da hemoglobina que reage com o peróxido de hidrogênio para oxidar um composto incolor e convertê-lo em um composto corado. ▫ A atividade pseudoperoxidase, chave para esta reação, também está presente na hemoglobina animal, em certos vegetais e em algumas bactérias intestinais. ▫ Atualmente, provas mais sensíveis para detecção de sangue oculto como a prova imunológica (específica para hemoglobina humana) e quantitativa (detecta hemoglobina e porfirina) vem substituindo o primeiro método citado. b) Análise de gordura fecal: em casos de suspeita de esteatorréia ou para monitorar pacientes em tratamento de distúrbios de absorção. c) Tripsina (α-1-anti-tripsina): proteína resistente à degradação pelas enzimas digestivas, sendo utilizada como marcador endógeno de perda protéica pelo tubo digestivo. As patologias que causam perda protéica pelo intestino são classificadas como enteropatias com perda protéica. d) Carboidratos (substâncias redutoras): é importatne na avaliação da diarréia em lactentes e útil no diagnóstico das deficiências enzimáticas, sobretudo de lactase, onde a má absorção dos diferentes açúcares determina o aparecimento de substância redutoras nas fezes. Pode ser acompanhada da determinação do pH (que nas fezes normais varia de 7 a 8) que diminui quando a utilização de carboidratospelas bactérias intestinais é elevada. PARASITOLOGIA APOSTILA II I- Protozoários 1- Giardia lamblia ▫ Cisto: forma ovalada, presença de núcleos, axonema e corpo parabasal; ▫ Trofozoíto: forma piriforme, região anterior mais larga, dois núcleos do tipo vesiculoso e axonema que divide o flagelado ao meio. 2- Entamoeba coli ▫ Cisto: presença de membrana cística, apresenta de 4 a 8 núcleos, forma circular. 3- Entamoeba histolytica ▫ Cisto: presença de membrana cística, apresenta até 4 núcleos, forma circular. ▫ Trofozoíto: apresenta grande núcleo com cariossomo central e puntiforme e hemácias no citoplasma. 4- Trichomonas vaginalis ▫ Trofozoíta: tem forma arredondada, com núcleo, blefaroplasto, de onde saem dois dos quatro flagelos, membrana ondulante que se estende até a metade do corpo do flagelado. É observado em secreção vaginal e uretral. II- Helmintos 1- Platelmintos b) Taenia sp ▫ Não se diferencia a espécie (solium ou saginata) pela visualização do ovo, por isso usa-se o termo sp após o nome do gênero (espécie desconhecida). ▫ Tem estrutura sub-esféria com dupla membrana, apresenta trabéculas entre estas membranas dando-lhe aparência raiada e embrião hexacanto no interior da membrana interna. c) Schsitosoma mansoni ▫ Apresenta grande espículo lateral presente na região mais dilatada do ovo. ▫ Presença de larva miracídio no interior do ovo. 2- Nematelmintos a) Ascaris lumbricoides ▫ Presença de 3 membranas: 1) interna, delicada, de natureza lipídica; 2) mediana, grosseira, denominada casca; 3) externa, de natureza albuminóide, de morfologia mamilonada, característica do ovo corticado. ▫ Presença de larva no interior do ovo (fértil); ▫ O ovo infértil não apresenta larva em seu interior; ▫ Forma arredondada (ovo fértil); ▫ Forma elíptica (ovo infértil). b) Trichuris trichiura ▫ Ovo de formato elíptico; ▫ Apresenta saliências nas regiões polares (opérculos); ▫ Observa-se presença de massa germinativa no interior do ovo (não embrionado). c) Enterobius vermicularis ▫ Ovo em forma de D; ▫ Envoltório de dupla membrana; ▫ Presença de larva no interior do ovo. d) Ancilostomídeo ▫ Compreende ovos de Ancylostoma duodenale e Necator americanus; ▫ Apresenta contorno ovalado; ▫ Presença de duas membranas e no interior massa germinativa, constituída pelos blastômeros. e) Strongyloides stercoralis ▫ Estrutura presente no exame de fezes: larva filarióide; ▫ Apresenta esôfago longo e retilíneo, terminando na metade do corpo da larva; ▫ Presença de vestíbulo bucal curto; ▫ Presença de cauda com entalhe.
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