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AO JUIZO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA Nome, nacionalidade, atualmente com 09 anos de idade, representado por sua genitora, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG e inscrita sob o número de CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliada, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio da sua advogada constituída com procuração nos autos, com fulcro no artigo 1.698 do Código Civil, propor a presente AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA Em face de, nacionalidade, profissão, portador do RG e CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliada, pelos fatos e argumentos que passa a expor a seguir: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA O autor, amparado pelo artigo 98 e seguintes do CPC, bem como pela lei 10.060/550 e artigo 5º, LXXIV da CFBR/88, postula a concessão do benefício da gratuidade de justiça, por não poder arcar com as despesas processuais tendo em vista que a mesma se encontra desempregada. DOS FATOS O requerente é neto da requerida, fruto do relacionamento entre sua genitora e o genitor filho da requerida, hoje contando com nove anos de idade, sempre residiram com a requerida até que separaram, que tanto o pai como avó contribuía com o sustento do menor, mas depois que o genitor faleceu em 25/12/2015, a requerida parou de contribuir. Por diversas vezes foi solicitado à ajuda, mas sempre ficava de ajudar e nunca chegava esta ajuda. Após a morte de seu genitor, o requerente ficou em situação de extrema dificuldade, pois sua mãe permaneceu desempregada, vindo contrair novo relacionamento e mais dois filhos. Tendo uma estimativa de gastos com o autor de R$1.850,00 (hum mil oitocentos e cinquenta reais), mensais. O autor tem problema neurológico, e não tem plano de saúde, tendo sua genitora quando não consegue pelo SUS, tem que pagar particular, conforme comprovante anexo. Sua mãe, atualmente está desempregada, e está impossibilitada de trabalhar tendo em vista estar com dois filhos pequenos um de dois anos e outro e dois meses, vive em união estável com pai deles, morando de favor na casa da sogra, onde o atual marido e a sogra ajudam a manter os filhos. Não lhe restando alternativa, vem requerer alimentos a sua avó paterna, 20% dos seus ganhos, que tem duas fontes de renda, com uma estimativa de ganhos de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), mensais. Caso perca o vínculo empregatício que a pensão seja paga no percentual de 50% do salário mínimo nacional. DOS FUNDAMENTOS Tendo em vista o falecimento do genitor, a legislação brasileira dispõe quanto a obrigação alimentar avoenga: Art. 1.696 do CC. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. É evidente que com a incapacidade do genitor em prover verba alimentar, bem como da genitora pelo fato de estar desempregada, os ascendentes devem responder com alimentos necessários à criança. Neste sentido, Madaleno, Rolf, em seu livro Direito de Família / Rolf Madaleno. – 11. ed. – 2021, p. “A obrigação alimentar dos avós é de caráter subsidiário ou sucessivo e não simultâneo com o dever dos pais, de modo que a obrigação dos avós só nasce e se efetiva quando não exista mais nenhum genitor em condições de satisfazer o pensionamento.” O mesmo entendimento é seguido pela jurisprudência atual: Agravo de Instrumento. Ação de Alimentos. Decisão de 1º grau que fixou alimentos provisórios no âmbito do núcleo familiar, competindo ao avô paterno arcar com "o valor equivalente a 04 (quatro) salários mínimos, na proporção de metade para cada alimentanda". Irresignação. Pensionamento arbitrado em cognição sumária com vistas a atender as necessidades básicas das Alimentandas. Alimentos avoengos. Caráter complementar e subsidiário. Imperiosidade de prévia comprovação da impossibilidade do alimentante principal, in casu, o genitor, e da capacidade financeira do ora Recorrente em arcar com tal obrigação. Standard pretoriano que restou sedimentado no âmbito do verbete nº 596 da Súmula de Jurisprudência Predominante do Insigne Superior Tribunal de Justiça. Necessidade das Demandantes que não restou devidamente dimensionada, na medida em que as despesas descritas na peça inaugural da ação originária foram declinadas de forma genérica, sem que fossem tecidas maiores considerações acerca dos parâmetros utilizados em sua aferição. Impossibilidade de cumprimento da obrigação familiar pelos genitores, que viesse a justificar a assunção de tal encargo pelos avôs, a qual não ficou devidamente configurada, ao menos em uma análise superficial. Viabilidade econômica do Agravante em assumir a obrigação estipulada que também não se apresenta inequívoca. Necessidade de maior esclarecimento do cenário fático quanto aos três elementos fundamentais que norteiam a concessão do pensionamento. Processo originário que sequer adentrou a etapa probatória. Considerável volume de documentos colacionados por todos os litigantes que reforça a necessidade de um aprofundamento empírico, mormente considerando que o dever do Recorrente não possui caráter primário, senão um viés subsidiário. Afastamento da obrigação do Insurgente em prestar alimentos neste momento. Conhecimento e provimento do recurso. Devidamente comprovado, portanto, que na condição em que o genitor e a genitora não possuem condições de adimplir a obrigação alimentar anteriormente fixada, cabível o pedido de fixação alimentar avoenga DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS Conforme já referido, a verba alimentar postulada no presente feito destina-se ao auxílio no sustento do menor, que não está recebendo nenhum valor a título de pensão alimentícia do seu genitor, em que pese processo de execução em andamento. Assim, necessária a fixação de alimentos provisórios em favor da criança, que já se encontra com o sustento muito prejudicado pela falta do genitor, necessitando dos alimentos para dar continuidade ao seu tratamento neurológico. Tal pedido e amparado pelo artigo 4º da lei 5.478/98 que dispõe: Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. Além disso, o Código de Processo Civil autoriza a concessão de tutela de urgência quando há “probidade de dano” e o “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO A autora possui interesse na realização de audiência de conciliação para tentativa de solução amigável da lide, a ser designada por este juízo, nos termos do artigo 334 do CPC. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: a. A concessão do benefício da gratuidade da justiça à autora, nos termos do artigo 98 do CPC; b. Sejam fixados alimentos provisórios mensais em 30% da renda líquida mensal do requerido, a serem descontados diretamente da sua folha de pagamento; c. A expedição de ofício para que promova o desconto da verba alimentar da folha de pagamento do requerido para a conta corrente; d. A designação de audiênciade conciliação, nos termos do artigo 334 do CPC; e. A total procedência dos pedidos formulados, fixando pensão alimentícia a ser paga pelo requerido à autora, no valor de 30% dos seus rendimentos líquidos, mediante desconto na folha de pagamento e depósito na conta corrente; f. A intimação do Ministério público, nos termos do artigo 178, II do CPC, para que apresente manifestações que julgar pertinente; g. A condenação do requerido ao pagamento do ônus sucumbenciais e honorários advocatícios; DAS PROVAS Protesta por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial documental, oral e outros que se fizerem necessários. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$33.600,00 Termos em que, Pede deferimento Local, Data Advogado/OAB
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