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Logística Integrada
1ª edição
2017
Logística Integrada
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Giovana Gavioli
Isis Boostel
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Fundamentos da Logística Integrada .........................6
Unidade 2
Funções logísticas: suprimentos, administração 
de materiais, distribuição, transporte e gestão das 
informações ..................................................................25
Unidade 3
Tecnologia de Informação Aplicada à Logística ......47
Unidade 4
Logística Internacional ...............................................67
Unidade 5
Logística de Serviços ..................................................85
Unidade 6
Logística Reversa .......................................................103
Unidade 7
Logística Verde e Normativas ...................................122
Unidade 8
Tendências de logística integrada e responsabilidade 
socioambiental ...........................................................143
5
Palavras do professor
Olá, aluno(a)!
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Logística Integrada. Ao longo das uni-
dades você conhecerá temas essenciais ao gestor logístico como os pila-
res da gestão integrada, redes logísticas, funções logísticas como supri-
mentos, materiais, distribuição, transportes e tecnologia de informação.
Também, verá mais profundamente assuntos alinhados com os desafios 
das empresas atualmente, como a Logística Internacional, a Logística de 
Serviços e a Logística Reversa.
Completando a disciplina, vamos abordar os temas de Logística Verde 
e normas relacionadas, e conhecer tendências da área no Brasil e no 
mundo, assim como os impactos da responsabilidade socioambiental 
na logística da empresa. Tópico valorizado pelos atuais consumidores.
Cada texto possui links e indicações para aprofundar a sua pesquisa 
sobre os temas debatidos. O objetivo é proporcionar o mais extenso 
conhecimento e dar ferramentas para que você, como futuro gestor, 
atue na melhoria dos processos empresariais, atendendo melhor ao 
consumidor e conseguindo vantagem frente aos concorrentes.
Esperamos que você aproveite todo o conteúdo e lhe desejamos 
bons estudos!
1
6
Unidade 1
Fundamentos da 
Logística Integrada 
Para iniciar seus estudos
Caro aluno, nesta unidade de estudo abordaremos o conceito de 
Logística Integrada, entendendo de que forma a logística evoluiu em 
seu conceito e práticas para a integração. Conheceremos também os 
pilares da gestão integrada e os princípios de uma cadeia de supri-
mentos integrada, moldada a partir do modelo de negócios puxado 
ou empurrado da empresa. Por fim, você poderá compreender o con-
ceito de redes logísticas e sua estruturação, assim como os principais 
fatores de análise no projeto de rede. 
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar os principais conceitos da logística integrada, cadeia 
de suprimentos e redes logísticas.
7
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
A Logística Integrada
Bowersox e Closs (2011) afirmam que até a década de 1990, um pedido demorava entre 15 a 30 dias para ser 
processado, considerando que tudo ocorresse dentro do previsto. Para reduzir esse tempo de resposta e con-
quistar mais clientes, as empresas passaram a manter altos estoques de produtos acabados.
O atendimento era mais rápido, mas os custos de manter os materiais em altos estoques encarecia o produto. 
No caso dos serviços, o mesmo também acontecia. Ao invés de manter produtos acabados, os prestadores 
passaram a manter estoques elevados de suprimentos, necessários para a prestação do serviço ao consumidor. 
Essa prática também encareceu o serviço e cada vez mais aumentava a quantidade de consumidores insatis-
feitos.
O surgimento da era da informação ou da era digital, que teve início no final do século XX e continua sua 
expansão no século XXI, transformou os relacionamentos entre consumidor, fabricante e fornecedor. Um 
pedido agora pode levar horas para ser entregue e o foco no estoque agora se volta para os resultados.
A Amazon já lançou um novo meio de entrega no Reino Unido, a entrega com drones autô-
nomos chamada de PrimeAir, que promete entregar seu pedido em 30 minutos ou menos. 
O primeiro teste foi realizado em dezembro de 2016 e a entrega foi realizada em 13 minutos 
contados a partir da confirmação do pagamento do pedido, feito pelo websiteda Amazon 
(www.amazon.com). Veja mais sobre o assunto em: <http://gizmodo.uol.com.br/amazon-
-teste-drone/>.
Esse novo relacionamento entre os participantes também necessita de uma nova comunicação entre eles, 
surge então o conceito de integração da logística e da cadeia de suprimentos.
Antes de prosseguir, precisamos conceituar alguns temas importantes. Veja o compilado de definições no Quadro 
1.1.
Quadro 1.1 - Conceitos de Logística, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística Integrada
Conceito Definição
Logística
Função necessária para transportar e posicionar geograficamente 
o estoque. Subconjunto de atividades que ocorre dentro do 
quadro mais abrangente da cadeia.
Gestão da Cadeia 
de Suprimentos
Colaboração entre empresas para impulsionar o posicionamento 
estratégico e melhorar a eficiência operacional, refletindo uma 
opção estratégica de cada empresa envolvida no relacionamento 
da cadeia de suprimentos, conectando fornecedores, parceiros 
comerciais e clientes através das fronteiras organizacionais.
http://gizmodo.uol.com.br/amazon-teste-drone/
http://gizmodo.uol.com.br/amazon-teste-drone/
8
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Logística Integrada Vincula e sincroniza a cadeia de suprimentos como um processo contínuo e essencial para a conectividade efetiva da cadeia.
Legenda: Definição dos conceitos de Logística, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística Integrada
Fonte: Adaptado de Bowersox e Closs (2011, p. 4).
1.2 Fases da integração logística
Você percebeu a complexidade dos conceitos que conheceremos? Todos eles se pautam em uma só 
palavra, a integração.
Integração significa o ato ou efeito de integrar, adaptar, incorporar, tornar-se parte de um 
conjunto ou de um grupo. Adaptar-se e combinar-se.
Glossário
O ponto de partida de qualquer integração logística é o consumidor. A partir do que ele espera, os rela-
cionamentos são determinados de forma a atender satisfatoriamente suas expectativas. As empresas, que 
antes eram especializadas em manter estoques, passaram a monitorar constantemente seu consumidor e a 
entregar resultados de forma mais ágil, reduzindo a quantidade de materiais ou produtos e substituindo os 
esforços focando em uma resposta mais rápida. Isso pode ser possível com o uso da tecnologia da informa-
ção, tema que abordaremos com profundidade na Unidade 3.
Mas como a logística chegou ao nível de integração que as empresas praticam atualmente? Novaes (2007) 
afirma que a evolução da logística passou por quatro fases, e que a quarta corresponde ao Gerenciamento 
da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain Management (SCM). Vamos conhecer cada uma delas.
1.2.1 Primeira Fase: Atuação Segmentada
9
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Após a Segunda Guerra Mundial, a logística foi principalmente utilizadapela indústria, que passou a preen-
cher as lacunas deixadas por outros departamentos, como sendo de responsabilidade da logística. Os con-
sumidores demandavam bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, bebidas) de forma crescente e 
o marketing se aproveitou disso disseminando produtos padronizados como geladeiras (somente na cor 
branca) e refrigerantes (Coca-Cola).
Na época, os sistemas de comunicação não eram sofisticados e a informática era extremamente diferente da 
que vemos hoje. Os pedidos eram preenchidos manualmente, enviados por correio ou pelo antigo Telex e os 
produtos eram fabricados e estocados. Cada um dos atuantes, desde a fabricação até o consumo, realizava 
seus estoques separadamente conforme a Figura 1.1:
Figura 1.1 – Primeira fase – estoque em cada etapa da cadeia
Fabricante
Estoque Estoque Estoque
Distribuidor Varejista
Legenda: Relação entre fabricante, distribuidor e varejista, sendo que cada 
um deles mantém seu estoque e seu fluxo de transporte.
Fonte: Adaptada de Novaes (2007).
Nessa fase, as empresas procuravam comprar em lotes a fim de economizar em seu transporte, sem se pre-
ocupar com os vários estoques acumulados ao longo da cadeia. A compra era extensamente negociada e 
vários fornecedores eram considerados antes da compra, contatados por telefone e correio. O tempo para a 
realização da compra até a chegada no cliente era muito grande.
1.2.2 Segunda Fase: Integração Rígida
Aos poucos, novos produtos surgiram e os especialistas de marketing vendiam aos seus clientes diferencia-
ção em cores, tamanhos e acabamentos diversos. Produtos como a televisão, o forno de micro-ondas, cereais 
matinais, café solúvel, salgadinhos e bebidas variadas passaram a interessar ao consumidor, que incorporou o 
consumo desses produtos em seu dia a dia.
Essa diversidade de produtos ocasionou um excesso de estoque nas empresas que atuavam conforme apresen-
tado na primeira fase. Não adiantava mais economizar no transporte, o custo de manter altas quantidades de 
produtos variados em estoque era enorme. Entendeu-se que, para otimizar o custo, o estoque deveria ser melhor 
planejado.
Esse fator foi agravado com a crise do petróleo na década de 1970, que aumentou os custos de transporte. 
Nesse cenário, as empresas começaram a utilizar transportes que combinavam diferentes modalidades, como 
o uso do navio, trem e avião, além do caminhão. 
O computador e a informática começam também a evoluir nesse período de 1960 a 1970, o que auxiliou ainda 
mais as empresas a otimizarem o controle de seus estoques. É a partir desses acontecimentos que o planejamento 
passa a fazer parte da vida das empresas fabricantes, englobando a participação de fornecedores e clientes. O 
planejamento da demanda era realizado de forma integrada, buscando a racionalização dos custos, como mostra 
a Figura 1.2:
10
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.2 – Segunda fase: integração da gestão de estoque e transporte
Fabricante
Estoque
Transporte
Distribuidor Varejista
Legenda: Relação entre fabricante, distribuidor e varejista, só que agora com ges-
tão de um estoque e um fluxo de transporte único.
Fonte: Adaptada de Novaes (2007).
Essa integração entre as empresas ainda era tratada como rígida, ou seja, erros não eram corrigidos a tempo 
e Distribuidores e Varejistas pouco interferiam nos dados do Fabricante. Vamos conferir como funciona a 
próxima etapa de Integração, a Integração Flexível.
1.2.3 Terceira Fase: Integração Flexível
Nessa fase, os relacionamentos entre as empresas acontecem tanto dentro como fora, com seus fornecedores 
e clientes. Seu auge foi na década de 1980, mas ainda muitas empresas, hoje, enxergam a Logística nessa fase.
Com o avanço da tecnologia, agora os pedidos não precisavam mais ser enviados pelo correio ou telefone, eles 
eram trocados por e-mail ou por troca eletrônica de dados (EDI).
A troca eletrônica de dados, ou Electronic Data Interchange, também conhecida como EDI, 
permite que o pedido seja colocado diretamente no sistema do fornecedor, agilizando a 
operação e permitindo que eventuais correções sejam efetuadas em tempo real.
Glossário
As empresas agora se interligavam de forma dinâmica. Informações eram trocadas e ajustadas em tempo 
real. O uso do código de barras permitiu o controle ágil dos estoques, atualizando as informações via sis-
tema assim que um produto era vendido, conforme a Figura 1.3.
11
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.3 – Terceira fase: integração flexível entre os participantes da cadeia
Fabricante
Informação
EDI
Informação
Distribuidor Varejista
Legenda: Relação entre fabricante, distribuidor e varejista, interligados por meio da informa-
ção, que ocorre nos dois sentidos, tanto do fabricante para o varejista, como inversamente.
Fonte: Adaptada de Novaes (2007).
A terceira fase representou um grande salto na forma como a administração da Logística era realizada. A 
preocupação agora não girava em torno dos estoques ou do transporte, mas sim na satisfação do cliente. 
Nessa fase, novas formas de administrar a produção e as operações da empresa surgiram, como por exem-
plo o Sistema Toyota de Produção.
O Sistema Toyota de Produção foi criado no Japão após a década de 1950, final da guerra, 
quando as empresas tinham poucos recursos. Diferente dos sistemas aplicados na produção 
na época, criados por Henry Ford e Frederick Taylor, o Sistema Toyota tem por princípios a 
eliminação de desperdícios, economizando ao máximo os recursos utilizados na produção, e 
a fabricação com qualidade, alcançada com a produção sem defeitos. Leia mais sobre o Sis-
tema Toyota de Produção em: MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administra-
ção. São Paulo: Atlas: 2009, p. 40-43. Veja também uma reportagem que fala sobre o assunto: 
<http://www.portal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html>.
1.2.4 Quarta Fase: Integração Estratégica
Nas três primeiras fases, a integração das empresas se relacionava a informações e procedimentos operacio-
nais. A quarta fase trata de decisões estratégicas, tomadas em conjunto e compartilhadas entre as empresas. 
Ao invés de melhorar as operações somente no Fabricante, no Distribuidor ou no Varejista, agora todos os 
participantes eram considerados para melhoria, já que a otimização dos processos em um impacta direta-
mente no outro. A empresa não realiza mais cotações com diversos fornecedores. Nessa fase a parceria entre 
as empresas é a chave para a integração.
http://www.portal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html
12
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Essa ideia de que as operações funcionam de forma única é o grande achado da quarta fase. A Logística agora 
é utilizada como um elemento que possa diferenciar a empresa de forma estratégica, obtendo vantagem com-
petitiva em relação às empresas concorrentes. Veja na Figura 1.4.
Figura 1.4 – Quarta fase: integração estratégica entre os participantes da cadeia
Fornecedor Fabricante Distribuidor Varejista Consumidor
Informação – via EDI
Informação – via EDI
Legenda: Representação da integração entre fornecedores, fabricantes, distribuidores, varejistas e consumidores, 
com operações que funcionam simultaneamente, interligadas pela informação via troca eletrônica de dados.
Fonte: Adaptada de Novaes (2007).
A quarta fase é caracterizada por uma quebra de fronteiras. Nas outras fases cada elemento tinha um papel, 
o fornecedor entregava a matéria-prima para o fabricante, a indústria fabricava o produto e entregava ao 
varejista, que comercializava em suas lojas. Agora não há mais separação. Todas as empresas fazem parte de 
um só fluxo, o da cadeia de suprimentos integrada.
1.3 Cadeia de suprimentos integrada
A integração entre as empresas, como vimos anteriormente, ultrapassa as fronteiras da empresa, ligando for-
necedores, intermediários e consumidores. Vamos analisar maisa fundo sua estrutura, conforme a Figura 1.5. 
13
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.5 – Estrutura da cadeia de suprimentos integrada
Gestão de relacionamentos
Rede de fornecedores
Empresa integrada
Suprimento
Atendimento 
ao cliente
Manufatura
Rede de distribuição 
para o mercado
Fluxos de informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento
Restrições de capacidade, informação, 
competências essenciais, capital e recursos humanos
Logística
M
at
er
ia
is
C
on
su
id
or
es
Legenda: Relacionamentos entre a rede de fornecedores, a empresa inte-
grada e a rede de distribuição, ligando os materiais aos consumidores.
Fonte: Bowersox e Closs (2011, p. 7).
A Figura 1.5 nos aponta como a empresa e seus processos logísticos de suprimento, manufatura e atendimento 
ao cliente se relacionam com a rede de fornecedores e a rede de distribuição para o mercado, conectando de 
um lado os materiais e, do outro, os consumidores. A gestão dos relacionamentos entre esses participantes da 
cadeia leva em conta os fluxos de informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento que 
seguem tanto dos materiais para os consumidores como fazem o caminho reverso, dos consumidores para os 
materiais. Também fazem parte desse fluxo as restrições de capacidade, informação, competências essenciais, 
capital e recursos humanos, que podem ocorrer tanto com os fornecedores, com a empresa integrada e com a 
rede de distribuição e em momentos e etapas diferentes do processo.
14
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Imagine que você seja congelado e acorde daqui a 10 milhões de anos. Você conseguiria 
explicar como eram feitas as blusas de lã que você usa? E o chocolate que você come? Todos 
os processos pelos quais produtos e serviços são feitos possuem uma logística que trabalha 
de forma integrada, fazendo com que a lã da ovelha seja processada e a sua blusa seja feita, 
assim como o cacau seja plantado e colhido até virar o chocolate que você come. Pense em 
um produto ou em um serviço e tente desenhar as etapas da cadeia de suprimentos. Você 
se surpreenderá com a quantidade de relacionamentos necessários para que ele chegue até 
você.
1.4 Pilares da Gestão Integrada 
O desafio da integração é transformar a ênfase na função, anteriormente concentrada nos estoques, para a 
realização, o resultado efetivo do processo. “O foco da gestão integrada é o menor custo total do processo, o 
que não necessariamente significa atingir o menor custo para cada função do processo” (BOWERSOX; CLOSS, 
2011, p. 17). O menor custo total pode ser alcançado com o equilíbrio dos trade-offs entre as funções.
Trade-off: O termo trade-off, também conhecido como troca compensatória, pode ser 
definido como uma situação em que a empresa deve efetuar uma escolha. Essa escolha 
pode acarretar custos maiores por um lado e custos menores de outro, contudo, anali-
sando globalmente, resulta em um menor custo total.
Glossário
Na Unidade 5 vamos entender melhor o conceito de custos, contudo vamos conhecer um exemplo que facilita 
o entendimento do conceito de trade-off? Imagine que uma empresa, para atender a um determinado cliente, 
opta por não manter material em estoque e gastar mais com frete de um transporte mais rápido e mais confi-
ável. Se o custo total do estoque associado ao processo é maior que o custo com um transporte mais rápido, 
a empresa acaba ganhando em relação ao custo total. A escolha dela entre o frete e o estoque representa o 
trade-off.
Para que a empresa possa optar entre as melhores opções de custos, ela precisa, primeiramente, atentar para três 
pilares essenciais da gestão integrada. A colaboração, a extensão empresarial e prestadores de serviços integra-
dos.
15
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
1.4.1 Colaboração
As empresas não competem mais entre si, mas entre as cadeias de suprimentos que possuem. Fornecedores, 
fabricantes e clientes formam arranjos de cadeias que facilitam a troca de informações e contribuem para a 
comunicação rápida entre as empresas participantes. É a colaboração que pode determinar a fidelidade do 
cliente assim como o alcance global da cadeia de suprimentos.
Por meio da colaboração a empresa Li & Fung conseguiu expandir seus negócios para diver-
sas regiões da Ásia e Europa, entregando coleções inteiras em semanas. Leia sobre o caso da 
Li & Fung em: NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribui-
ção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p. 58-70. E, para saber mais sobre o assunto, leia a repor-
tagem: <http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR77942-8374,00.
html>.
1.4.2 Extensão Empresarial
A colaboração ultrapassa as barreiras da empresa e cria uma extensão do planejamento empresarial que atua 
tanto no compartilhamento de informações como na especialização de processos. O planejamento colabora-
tivo, facilitado pelo advento da tecnologia de informação leva em conta as estratégias de cada participante 
da cadeia integrada e utiliza dados de vendas, planos de promoção, lançamento de novos produtos e outros 
dados de forma compartilhada entre as empresas. Da mesma forma, as competências específicas de cada 
participante, suas capacidades e restrições são consideradas para a elaboração de um plano único e compar-
tilhado.
1.4.3 Prestadores de Serviço Integrados
Aproveitando o melhor de cada empresa, é possível realizar funções logísticas de forma própria ou terceiri-
zada, entregando os melhores resultados de armazenagem, distribuição e transporte em diferentes momen-
tos e visando sempre aos melhores resultados para a cadeia inteira. A integração dos prestadores proporciona 
ao cliente diversas alternativas, que podem representar a escolha de determinado produto ou serviço.
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR77942-8374,00.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR77942-8374,00.html
16
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Você já fez alguma compra pela internet? Diversos websites de produtos e até mesmo servi-
ços possuem diversos recursos de pagamento (via boleto, PayPal, cartão de crédito, depósito 
bancário, débito automático e outros) e entrega (1 dia útil, em até 3 dias, 10 dias ou 30 dias). 
A possibilidade de escolha é grande e, quanto mais opções o cliente tiver, mais facilmente ele 
retornará em uma futura compra. Essa quantidade de opções é conseguida pela integração 
da cadeia, seja pela colaboração, extensão empresarial e integração dos prestadores de 
serviços.
1.5 Modelos de negócio – puxado e empurrado
A integração logística também depende do modelo de negócio adotado pela empresa. Segundo Bower-
sox e Closs (2011) ele pode ser definido de duas formas, o modelo puxado e o modelo empurrado, con-
forme as Figuras 1.6 e 1.7.
Figura 1.6 – Modelo de negócios empurrado
Prever
Comprar 
componentes 
e materiais
Fabricar Armazenar Vender Entregar
Legenda: Modelo de negócios empurrado, quando a previsão de demanda é que ini-
cia as ações de produção, venda e entrega da empresa.
Fonte: Bowersox e Closs (2011, p. 22).
Figura 1.7 – Modelo de negócios puxado
Vender
Comprar 
componentes 
e materiais
Fabricar Entregar
Legenda: Modelo de negócios puxado, no qual a venda é que inicia o processo de produção e entrega da empresa.
Fonte: Bowersox e Closs (2011, p. 22).
O modelo de negócio adotado pela empresa determinará os seus níveis de integração. Podemos identifi-
car que, no modelo empurrado (Figura 1.6), a empresa primeiramente faz uma previsão de demanda para 
depois efetuar a compra dos materiais necessários para a produção. Depois, ela fabrica e armazena os mate-
riais para, então, montá-los e efetivar sua entrega. Nesse caso, é necessário trabalhar próximo aos contatos 
diretos do consumidor, como as lojas e seus vendedores e representantes para que a previsão de quantoo 
17
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
consumidor pode adquirir seja o mais próximo possível do real, assim a empresa não corre o risco de arma-
zenar mais produtos que o necessário e acabar aumentando seus custos.
No modelo puxado (Figura 1.7), não é a previsão que inicia a operação da empresa, mas sim a venda efetiva. 
Nesse caso, o consumidor estaria disposto a esperar pela fabricação para obter os produtos. Nesse modelo, 
após a venda ao consumidor, a empresa compra os componentes e materiais necessários, fabrica e entrega, 
sem necessidade de armazenagem. Aqui a integração é maior com os fornecedores de materiais. Qualquer 
falha na etapa de compra impacta diretamente no tempo de entrega ao cliente. 
O modelo puxado também acontece com os serviços. A empresa possui um estoque de materiais que são 
utilizados no momento da prestação. O restaurante, por exemplo, possui vegetais, carnes, peixes, temperos e 
outros materiais que, no momento do pedido do cliente, são utilizados na produção da refeição.
Percebemos, então, que a integração acontece em qualquer ponto da cadeia logística. O 
modelo de negócios que a empresa adota é que determina onde ela deve ter mais 
ênfase.
1.6 Redes logísticas
Falar sobre integração utilizando um modelo simples de fornecedor, fabricante e consumidor mostra-se muito 
menos complexo que a realidade. Os relacionamentos entre as empresas componentes de uma cadeia logís-
tica é muito mais complexo do que isso, o que torna a integração ao mesmo tempo essencial, mas muito mais 
profunda e complicada de ser realizada. Veja um exemplo de rede logística na Figura 1.8.
18
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.8 – Rede genérica de fluxo de produtos
Fontes: fábricas,
fornecedores, 
portos
Suprimento
Suprimento
Custos de produção/compra
Custos de 
estocagem e 
armazenamento
Custos de 
estocagem e 
armazenamento
Custos de 
transporte
Custos de 
transporte
Armazéns
regionais, 
pontos de 
estocagem
Armazéns de
campo, pontos
de estocagem
Clientes,
centros de
demanda
Demanda
Legenda: Relação de uma rede logística composta de várias fontes de suprimentos, arma-
zéns intermediários e centros de distribuição nos quais o cliente efetua a sua compra.
Fonte: Ballou (2007, p. 484). 
Definir a quantidade de empresas envolvidas na cadeia logística e o nível de integração entre elas mostra 
um grande desafio para os gestores. A composição das cadeias é de essencial importância para o atendi-
mento ao consumidor. Uma cadeia de suprimentos típica pode ser composta por:
• Fornecedores de materiais e matéria-prima;
• Fabricantes;
• Atacadistas;
• Distribuidores;
• Varejistas;
• Clientes.
Os relacionamentos entre essas empresas também pode ser classificado a partir da perspectiva da empresa 
fabricante ou prestadora de serviços, sendo:
• Cadeia interna: representa os relacionamentos dentro da empresa fabricante ou prestadora de servi-
ços, entre as áreas de suprimentos, produção e distribuição.
• Cadeia imediata: considera as relações entre a empresa fabricante e seus fornecedores e clientes 
imediatos ou de primeiro nível.
• Cadeia total: identifica todas as relações entre fornecedores, a empresa fabricante e os consumido-
res, de todos os níveis.
A figura 1.9 ilustra as diferentes cadeias:
19
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.9 – Relacionamentos da cadeia de suprimentos
F2
F1
F1
F1 EF
Cadeia interna
Cadeia imediata
Cadeia Total
CLIENTE FINAL
(CF)
C1
C1 C2
C2C1
C1/C2 
F2
F1/F2
F2/F3
Legenda: Representação dos relacionamentos dentro de uma cadeia de suprimen-
tos, classificados em cadeia total, cadeia imediata e cadeia interna.
Fonte: Adaptada de Slack (1993). 
Vamos utilizar um exemplo prático para identificar as diferentes relações da rede de supri-
mentos? Imagine que você, consumidor final, vai comprar uma blusa de algodão. Para que 
isso seja possível, vamos voltar lá atrás, no início do processo. O fornecedor de terceiro 
nível é representado pelo produtor do algodão (F3), que o colhe e revende para uma distri-
buidora. Ela representa o fornecedor de segundo nível (F2), que venderá o algodão, já pro-
cessado e ensacado para outro fornecedor, que o utilizará para a fabricação do tecido. Essa 
empresa será o fornecedor de primeiro nível (F1), que venderá o tecido para a empresa 
fabricante, caracterizando uma relação dentro da cadeia imediata. A empresa fabricante 
(EF), após adquirir o tecido, realiza seus processos de fabricação e distribuição, dentro da 
sua cadeia interna. Ela venderá então seu lote de roupas para um Atacadista, localizado 
dentro da cadeia imediata de primeiro nível (C1). Esse atacadista repassa o produto 
para o varejista, agora fora da cadeia imediata e dentro da cadeia total, como segundo 
nível (C2). Finalmente, o consumidor ou cliente final (CF) pode adquirir seu produto dire-
tamente do varejista.
É importante destacar que os relacionamentos da rede de suprimentos não são fixos. Um fornecedor pode 
ser de segundo nível para determinados materiais, mas pode ser de primeiro nível para outros. O mesmo 
acontece do lado dos clientes/distribuição. A empresa pode optar por vender diretamente ao varejista, que 
se tornará parte da cadeia imediata, por exemplo.
Caberá à empresa definir a melhor configuração para a sua rede a fim de torná-la a mais integrada possível. 
Veja um exemplo na Figura 1.10:
20
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.10 – Exemplos de configuração de rede
Fabricantes Fabricantes
atacadistas
40 linhas de contato 
Varejistas
14 linhas de contato 
Varejistas
28 linhas de contato 
Varejistas
Fabricantes
Legenda: Três possíveis configurações de rede, uma com o fabricante distribuindo diretamente para o vare-
jista e as outras duas simplificando o processo com a utilização de atacadistas como intermediários.
Fonte: Adaptada de Chopra e Meindl (2011).
Na primeira configuração, imaginemos que uma cadeia de distribuição tenha 4 fabricantes e 10 lojas varejistas. 
Isso representaria, naquela cadeia, 40 linhas de contato caso os fabricantes realizassem suas vendas de forma 
direta. 
Se adicionarmos a essa cadeia um intermediário, o atacadista, reduziremos para 14 linhas de contato, man-
tendo o número de fabricantes e varejistas. Caso seja necessário aumentar a competitividade desse cenário, 
podemos adicionar mais um atacadista, aumentando as linhas de contato para 28. 
A utilização de intermediários também facilita a acumulação ou sortimento. Perceba como os hipermercados 
acumulam materiais diferentes em um mesmo local (leite, pão, iogurte, frango, carne etc.). Não somente mate-
riais diferentes, mas também de marcas diferentes, facilitando a comparação e compra pelo consumidor.
Os intermediários também facilitam o loteamento, permitindo a triagem e customização dos produtos ou 
lotes. 
21
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
Figura 1.11 – Frutas 
Legenda: Frutas no mercado de Barcelona. 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/Fruit#/media/File:Fruit_Stall_in_Barcelona_Market.
jpg>.
Imagine uma empresa de distribuição de frutas que compra em grandes quantidades dos 
produtores e entrega em pequenas quantidades para seus clientes. O intermediário, 
por exemplo, o atacadista ou operador logístico poderá separar os produtos por tama-
nho e qualidade, identificando lotes específicos a serem entregues a cada varejista. 
1.6.1 Fatores que influenciam decisões de rede
Ao projetar uma rede, a empresa deve pensar em diversos fatores que lhe auxiliarão a encontrar a melhor con-
figuração para suas operações, sejam elas de produtos ou de serviços. Vamos conhecê-los: 
• Fator estratégico: a rede deve estar alinhada à estratégia competitiva da empresa, já que essa estra-
tégia tem um impacto significativo. Empresas que tenham uma estratégiade liderança em custo, 
ou seja, ter o custo mais baixo que seus concorrentes, podem procurar o local de menor custo para 
suas instalações, mesmo que fiquem longe de seus mercados. Já empresas que optam por responsi-
vidade, ou seja, entrega e tempo de resposta mais rápido que seus concorrentes, optam por ficarem 
mais próximas de seus consumidores, mesmo que isso incorra em custos maiores. Redes globais, 
como a da empresa Nike, podem optar por localizar-se em diferentes países, aproveitando os bene-
fícios de mão de obra e matéria-prima de cada um deles. 
• Fator tecnológico: a tecnologia necessária na produção ou na prestação de serviços também influen-
cia no projeto de rede da empresa. Empresas que precisam de instalações altamente tecnológicas e 
caras possuem uma ou duas fábricas de alta capacidade. Por outro lado, instalações e processos que 
tenham custos menores podem ter vários pontos de fabricação, o que auxilia na redução dos custos 
de transporte.
• Fator macroeconômico: é necessário avaliar questões como impostos, tarifas, taxas de câmbio tanto 
internamente como globalmente. Fatores como incentivos fiscais de determinada região ou país 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fruit#/media/File:Fruit_Stall_in_Barcelona_Market.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fruit#/media/File:Fruit_Stall_in_Barcelona_Market.jpg
22
Logística Integrada | Unidade1 - Fundamentos da Logística Integrada 
podem determinar que a localidade seja mais ou menos vantajosa, assim como a existência de blocos 
econômicos, se o objetivo é montar uma rede global.
• Fator político: países politicamente estáveis atraem mais empresas a montarem suas instalações e suas 
redes, permitindo que a empresa se sinta segura em projetar suas operações sem grandes surpresas de 
mudanças legislativas e operacionais em curto prazo.
• Fator de infraestrutura: ao projetar sua rede, a empresa deve levar em consideração a infraestrutura 
disponível, como terreno, mão de obra, água, esgoto, transporte, rodovias, ferrovias, portos e aeropor-
tos.
• Fator competitivo: as empresas devem considerar onde seus concorrentes estão localizados para 
projetar suas redes de cadeias de suprimentos. Essa decisão influencia na disponibilidade de maté-
ria-prima e mão de obra.
É possível perceber a complexidade de questões que devem ser consideradas no projeto de rede logística. 
Para que a empresa tenha sucesso, considerar os fatores mencionados e, principalmente, alinhar a rede à 
estratégia da empresa certamente levará ao sucesso.
 Com os conhecimentos que você desenvolveu nesta unidade, chegou a hora de 
enfrentar um desafio e colocar tais conhecimentos em prática! Vá até o fórum e analise 
o interessante caso de logística que está lá. Como você agiria? Que decisões tomaria? 
Coloque sua estratégia e sua criatividade em ação e debata com seus colegas!
23
Considerações finais
Os relacionamentos entre consumidor, fabricante e fornecedor foram 
transformados com o surgimento da era da informação ou da era digital, 
que aconteceu no final do século XX e se expandiu no século XXI.
Tempos de entrega foram drasticamente reduzidos e a logística inte-
grada passou a vincular e integrar a cadeia de suprimentos como um 
processo contínuo e essencial. Para que essa integração acontecesse, 
a logística evoluiu em quatro fases: atuação segmentada, integração 
rígida, integração flexível e integração estratégica.
A integração também acontece com a utilização de três pilares princi-
pais de gestão: a Colaboração; a Extensão Empresarial; e a Manutenção 
de Prestadores de Serviço Integrados.
A empresa trabalha sua integração a partir do modelo de negócio ado-
tado, que pode ser puxado ou empurrado. O modelo adotado deter-
minará a configuração dos relacionamentos em sua rede, sejam eles 
de cadeia interna, imediata ou total, além de considerar a utilização de 
intermediários no processo, de forma a facilitar e integrar ainda mais a 
rede, aumentando a competitividade, facilitando a acumulação, sorti-
mento e loteamento.
Por fim, avaliar fatores estratégicos, tecnológicos, macroeconômicos, 
políticos, de infraestrutura e competitivos é essencial para alinhar ainda 
mais a rede à estratégia traçada.
Referências bibliográficas
24
ALESSANDRO JUNIOR. A primeira entrega por drone da Amazon levou 
13 minutos após o pedido. Gizmodo Brasil, 16 dez. 2016. Disponível em: 
<http://gizmodo.uol.com.br/amazon-teste-drone/>. Acesso em: 2017.
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de materiais e de distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007.
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cesso de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2011.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos: 
estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Pren-
tice Hall, 2011.
COPPOLA, Marcelo. Gigante, mas invisível. A chinesa Li & Fung é o caso 
mais emblemático da nova era nos negócios. Atende a encomendas 
de grandes redes e coordena 10 mil fornecedores – embora você não a 
conheça. Época Negócios, s/d. Disponível em: <http://epocanegocios.
globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR77942-8374,00.html>. Acesso 
em: 2017.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. São 
Paulo: Atlas: 2009.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de 
Distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
PORTAL ADMINISTRAÇÃO. Sistema Toyota de Produção. O Modelo 
Japonês de Administração. [2013]. Disponível em: <http://www.por-
tal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html>. 
Acesso em: 2017.
SLACK, Nigel. Vantagem competitiva em manufatura. São Paulo: Atlas, 1993.
http://gizmodo.uol.com.br/amazon-teste-drone/
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR77942-8374,00.html
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http://www.portal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html
http://www.portal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html
2
25
Unidade 2
Funções logísticas: suprimentos, 
administração de materiais, 
distribuição, transporte e 
gestão das informações
Para iniciar seus estudos
O objetivo desta unidade é apresentar as funções logísticas e deta-
lhar o papel de cada um de seus processos, encontrados em qual-
quer organização, seja ela uma indústria manufatureira grande, um 
pequeno comércio ou uma empresa prestadora de serviços; também 
pode ser de responsabilidade de uma única pessoa ou subdividida 
por mais setores e mais responsáveis. Contudo, o diferencial, assim 
como em qualquer atividade exercida em uma empresa, é a forma 
como é planejada, direcionada e executada. As formas de trabalhar 
esses pontos essenciais na operação têm feito as empresas olharem 
cada vez mais para seus métodos de gerenciar o fluxo de materiais 
ao longo da cadeia, tornando-se uma vantagem sobre seus concor-
rentes. 
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar as principais funções logísticas de suprimentos, mate-
riais, transporte e mobilidade urbana, unitização, multimodali-
dade e gestão das informações. 
26
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
2.1 Elementos da Função Logística
A missão da gestão de logística é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para 
se atingir os níveis desejados de serviços prestados e qualidade ao menor custo possível. 
(CHRISTOPHER, 2011, p. 13).
A logística atua como um elo que liga desde a gestão das matérias-primas até o consumidor final, seja na 
cadeia de produtos ou de serviços, abrangendo atividades de aquisição, operações e distribuição. Dessa 
forma qualquer atividade que contribua para entregar o produto/serviço certo, no lugar certo, na hora certa 
e ao custo desejado, faz parte da atividade logística.
A função logística, portanto, faz parte da cadeia de valor, definida por Porter (apud Christopher,2011) como o 
mecanismo pelo qual as atividades estrategicamente relevantes são desagregadas da empresa a fim de compre-
ender o comportamento dos custos e as potenciais fontes de vantagem sobre as empresas concorrentes. Veja a 
figura 2.1.
Figura 2.1 - A cadeia de Valor
Atividades 
de apoio
Infraestrutura da empresa
Gestão de recursos humanos
Desenvolvimento tecnológico
Aquisição
Logística de 
entrada
Logística 
de saída
Atividades primárias
Operações Marketing e vendas Serviço
M
argem
Legenda: Cadeia de valor composta de atividades de apoio e atividades primárias.
Fonte: Porter (apud CHRISTOPHER, 2011, p. 13).
Conforme a figura 2.1, a cadeia de valor divide-se em dois grupos de atividades: 
• Atividades de apoio: infraestrutura da empresa; gestão de recursos humanos; desenvolvimento tec-
nológico; aquisição.
• Atividades primárias ou atividades-chave: logística de entrada; operações; logística de saída; 
marketing e vendas; serviço.
27
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
A função logística se relaciona com as atividades primárias de logística de entrada (também conhecida como 
logística inbound), as operações, ou logística interna, e a logística de saída, entendida também como logística 
outbound. 
A logística inbound é definida por Novaes (2007) como a logística de suprimento ou abastecimento, ou seja, 
é responsável por abastecer a manufatura com matéria-prima e componentes. A logística interna corres-
ponde ao suprimento, planejamento e controle da produção, manuseio de material dentro da empresa, con-
trole e gestão de estoques e armazenagem. Já a logística outbound é definida como o segmento da logística 
que desloca os produtos acabados desde a manufatura até o consumidor final, utilizando a distribuição para 
fazer isso. Veja um exemplo no Quadro 2.1.
Quadro 2.1 - Logística Inbound, Integrada e Outbound
Fornecedor Fábrica / 
Montadora
Distribuidor
Cliente 
final
Inbound Outbound
Logística Integrada
Logística de 
Abastecimento
Logística 
Interna
Logística de 
Distribuição
• Sistema de 
abastecimento
• Transporte 
• Estoques 
• etc. 
• PCP 
• Material 
handling 
• Estoques
• etc. 
• Sistema de 
distribuição
• Transporte
• Estoques 
• etc. 
Legenda: O gerenciamento da cadeia de suprimentos vai do fornecedor, até a fábrica, passa pelo distribui-
dor e chega ao cliente final. Para que isso aconteça é necessária a logística integrada, que abrange a logís-
tica de abastecimento, ou logística inbound, a logística interna e a logística de distribuição, ou outbound. 
Fonte: Adaptado de Pires (2007).
Operando dentro da logística integrada, as atividades de Suprimentos, Materiais, Distribuição/Transporte e 
Gestão das Informações constituem os elementos da função logística. Tais processos aparecem em todo o 
momento da operação e sua atuação, de forma ágil e que apresente custo-benefício, trará resultados opera-
cionais e financeiros à empresa. Vamos conhecer cada processo de forma mais detalhada?
2.2 Suprimentos
Segundo Novaes (2007), o processo de suprimentos parte da Logística Inbound, é responsável por adquirir 
recursos como matéria-prima, máquinas, materiais para embalagem e materiais secundários que serão neces-
sários para que a produção do produto ou a prestação de serviço aconteça e o cliente seja atendido.
28
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
Para exemplificar a complexidade desse processo, imagine se você pudesse entrar em um restaurante e 
pedir o que quisesse, sem cardápio. Como o restaurante poderia se organizar para atender às infinitas varia-
ções possíveis? Diante de tantas opções, a área de suprimentos trabalha com uma importante ferramenta, 
que é a previsão de demanda.
Segundo Taylor (2005, p. 25): A demanda é a possível aquisição do produto ou serviço 
por parte do consumidor, em determinado período e a determinado preço.
A demanda em si não representa a aquisição efetiva do produto ou serviço por parte do consumidor, mas 
somente a sua intenção, que é influenciada por diversas variáveis como economia, preços, renda, cultura, 
hábitos, preços de concorrentes, propaganda, entre outros.
Para prever a demanda, a empresa então se vale de diversas técnicas tanto quantitativas quanto qualitativas 
que visam minimizar a possibilidade de variação e facilitar o processo de suprimentos.
29
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
Qualitativas: são técnicas utilizadas quando a empresa não possui um histórico de ven-
das, como, por exemplo, no lançamento de um novo produto, ou quando o histórico 
existente não é confiável. 
Podem ser: método delphi, análise de cenários, júri de opinião, composição da equipe 
de vendas e pesquisa de mercado. Já as técnicas quantitativas são utilizadas quando a 
empresa já possui um histórico confiável. Utilizam-se séries temporais (média, média 
móvel com e sem ponderação) e causais (regressão linear, ANOVA, entre outras).
Glossário
É também de responsabilidade de Suprimentos a definição mais adequada de fornecimento para a empresa. 
Pode-se optar por um fornecedor único (single sourcing) ou por fornecedores múltiplos (multiple sourcing). 
Ambas as opções apresentam vantagens e desvantagens conforme o quadro a seguir.
Quadro 2.2 - Vantagens e desvantagens do single e do multiple sourcing.
Fornecimento único/ Single sourcing Fornecimento Múltiplo/ Multiple sourcing
V
A
N
T
A
G
E
N
S
• Qualidade potencialmente melhor devido 
a maiores possibilidades de sistemas de 
garantia de qualidade; 
• Relações mais fortes e mais duráveis; 
• Maior dependência favorece maior 
comprometimento e esforço; 
• Melhor comunicação; 
• Cooperação mais fácil no desenvolvimento 
de novos produtos e serviços; 
• Mais economias de escala; 
• Maior confidencialidade. 
• Comprador pode forçar preço baixo 
mediante concorrência dos fornecedores; 
• Possibilidades de mudar de fornecedor caso 
ocorram falhas no fornecimento; 
• Várias fontes de conhecimento e 
especialização disponíveis. 
30
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
D
E
S
V
A
N
T
A
G
E
N
S
• Maior vulnerabilidade a problemas caso 
ocorram falhas no fornecimento; 
• Fornecedor individual mais afetado por 
flutuações no volume de demanda; 
• Fornecedor pode forçar preços para cima 
caso não haja alternativas de fornecimento. 
• Dificuldade de encorajar o 
comprometimento do fornecedor; 
• Maior dificuldade de desenvolver sistemas 
de garantia de qualidade eficazes; 
• Maior esforço requerido para comunicação; 
• Fornecedores tendem a investir menos em 
novos processos; 
• Maior dificuldade de obter economias de 
escala.
Legenda: Comparativo entre as vantagens e desvantagens do fornecimento único e múltiplo. 
Fonte: Slack (2002, p. 421).
Cada empresa terá operações ou planos de fornecimento mais adaptados à sua realidade. É necessário avaliar 
como cada caso se adapta melhor ao fornecimento único ou múltiplo.
Para entender mais sobre este assunto, leia o artigo Como selecionar um fornecedor 
de logística?, de Osmar Vinci Filho. Disponível em: <http://www.osmarvincifilho.com.
br/blog/como-selecionar-um-fornecedor-de-logistica-veja-essas-dicas-simples-para-
-ajuda-lo-nessa-missao-2-2/>.
2.3 Administração de Materiais
A administração de materiais é responsável pelo tratamento dos recursos desde que eles chegam à empresa, 
por meio dos suprimentos, passando por sua produção, até a sua alocação para o transporte ao consumidor. 
Dois temas são centrais na administração de materiais, o estoque e a armazenagem. 
http://www.osmarvincifilho.com.br/blog/como-selecionar-um-fornecedor-de-logistica-veja-essas-dicas-shttp://www.osmarvincifilho.com.br/blog/como-selecionar-um-fornecedor-de-logistica-veja-essas-dicas-s
http://www.osmarvincifilho.com.br/blog/como-selecionar-um-fornecedor-de-logistica-veja-essas-dicas-s
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materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
2.3.1 Estoque
Segundo Ballou (2007) os estoques representam as acumulações de matérias-primas, suprimentos, componen-
tes, materiais em processo e produtos acabados em diversos pontos dos canais de produção e logísticos das 
empresas.
Figura 2.2 - Estoque
Legenda: Representação de estoque de uma grande empresa.
Fonte:<http://www.123rf.com/photo_42302709_order-list-stock.html?term=logistics%2Bstock&vti=lws0svc4uiqqd5fnai>.
O tema ‘estoque’ ainda é controverso para muitos profissionais e empresas. Quem nunca ouviu alguém falar 
que “estoque é dinheiro parado” ou então “ainda bem que tínhamos esse material em estoque”? A posição 
de paradoxo do tema leva em consideração como a estratégia da empresa enxerga o estoque. De um lado 
ele pode representar recursos parados, desvalorizando e depreciando o capital da empresa, já por outro, ele 
garante a pronta entrega e a satisfação do consumidor.
Balancear o estoque entre a satisfação do cliente e o capital investido representa o grande desafio das empre-
sas, portanto a administração dos estoques se tornou algo tanto operacional como estratégico, devido à sua 
importância e dificuldade em mantê-lo equilibrado.
Isso acontece, pois, por um lado, a demanda flutua por conta de diversas variáveis, vistas no item 1.1, e do outro 
o consumidor passou a exigir produtos cada vez mais customizados, dificultando que a empresa mantenha 
estoque de produtos prontos para entrega e aumente a sua quantidade de materiais estocados.
http://www.123rf.com/photo_42302709_order-list-stock.html?term=logistics%2Bstock&vti=lws0svc4uiqqd5fnai
32
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
A customização ganhou força a partir do ano 2000 quando os consumidores passaram a 
ter mais acesso às informações de diversas empresas e de forma simultânea, por meio da 
tecnologia de informação. Customizar significa personalizar um produto ou um serviço de 
acordo com as necessidades do cliente de forma individual. Empresas que realizam a per-
sonalização apresentam um diferencial sobre os concorrentes que não o fazem.
Glossário
Vamos conhecer os diferentes tipos de estoques:
• Estoque de produto acabado – estoque de produtos que estão prontos para serem entregues ao 
cliente.
• Estoque de produto semiacabado – estoque de produtos que estão aguardando alguma etapa do 
processo para serem produzidos e se tornarem produtos acabados.
• Estoque de reposição de peças – muito comum em empresas automotivas, eletrônicas ou de eletro-
domésticos. A legislação aplicada a alguns segmentos exige que as empresas fabricantes possuam 
peças para reposição durante um determinado tempo. Assim, caso o produto tenha algum problema, 
o cliente pode buscar a reposição na fábrica, em revendedores ou assistências técnicas.
• Estoque de manutenção – esse é um estoque bem complicado de se administrar, pois muitas vezes 
as peças de manutenção de máquinas e equipamentos possuem altos custos. O gestor deve fazer o 
cálculo do impacto que a falta de determinada peça para reparo de uma máquina pode causar para 
a produção e, consequentemente, para o cliente, ocasionando multas contratuais. O mais indicado é 
manter em dia a manutenção preventiva, pois isso minimiza os itens a serem controlados no estoque 
de manutenção.
• Estoque de segurança – esse estoque é comum em praticamente todos os segmentos. É ele que vai 
impedir a parada do processo, caso haja alguma falha de fornecimento ou problema de produção. A 
quantidade deve ser analisada de negócio a negócio e, mais que isso, para cada material individualmente, 
pois as situações de abastecimento, bem como a região geográfica e tempo de entrega irão variar para 
cada fornecedor.
• Estoque em trânsito – definido como o material que se encontra em deslocamento de um ponto a 
outro da cadeia de suprimentos, seja do fornecedor de matéria-prima para a fábrica na qual serão con-
feccionados os produtos acabados, ou destes até o cliente final.
• Estoque sazonal – estoque de produtos que têm como característica a sazonalidade, ou seja, são pro-
duzidos e comercializados em determinado período. Esse tipo de estoque também pode ser muito ruim 
para a empresa, pois passado aquele período de comercialização, ela pode perder o material. Por exem-
plo, passado o período da Copa do Mundo, uma empresa que trabalha com brindes personalizados terá 
seus produtos vendidos a preços muito inferiores ou, em alguns casos, estocados até um próximo evento 
esportivo.
• Estoque obsoleto – estoque de produtos vencidos, fora de linha ou que apresentem algum problema 
para fornecimento e entrega ao cliente. Esse é um dos piores cenários para uma empresa, ter ou manter 
esse tipo de estoque, que mostra sua ineficiência tanto no processo quanto na fase posterior – não criar 
nenhuma alternativa de ganho, por menor que seja, desse material.
33
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
• Estoque administrado pelo fornecedor – Esse tipo de estoque é muito comum em grandes empre-
sas. Os fornecedores são responsáveis por administrar e armazenar os estoques, evitando a utilização 
do seu espaço físico e de funcionários da empresa. A responsabilidade passa a ser do fornecedor e 
a empresa apenas acompanha os relatórios de abastecimento. O grau de confiança entre empresa e 
fornecedor, nesse caso, deve ser alto.
O quadro 2.3 identifica as vantagens e desvantagens dos estoques.
Quadro 2.3 - Vantagens e desvantagens do estoque
Vantagens Desvantagens
• Melhor nível de serviço;
• Flexibilidade para mudanças de pedido;
• Redução de custos de transporte e distribuição;
• Redução de compras emergenciais.
• Capital parado;
• Estoques podem encobrir problemas mais graves 
de produção e processos;
• Ocupação de grandes espaços;
• Obsolescência e deterioração dos materiais.
Legenda: Comparativo entre as vantagens e desvantagens do estoque.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
2.3.2 Armazenagem
Ballou (2007) define de forma simples que a armazenagem é a área que guarda e preserva temporariamente o 
material ou o produto, atendendo aos requisitos que garantam a sua integridade.
O processo de armazenagem pode parecer simples, afinal armazenar é guardar material. Mas será que é isso 
mesmo? 
A armazenagem eficaz gerencia o espaço tridimensional e promove uma movimentação rápida e fácil. São 
necessárias diversas ferramentas para o gerenciamento correto de produtos armazenados, ocupando os 
melhores espaços e permitindo uma circulação eficiente de mercadorias.
Figura 2.3 - Processo de armazenagem.
34
Logística Integrada | Unidade 2 - Funções logísticas: suprimentos, administração de 
materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
Legenda: Representação do Processo de Armazenagem.
Fonte:<http://www.123rf.com/photo_10492130_forklift-driver-handling-goods-in-distribution-warehouse.html?te
rm=logistics%2Bstock&vti=lws0svc4uiqqd5fnai>.
Podemos dividir a armazenagem em três temas centrais:
• Escolha do tipo de armazenamento: a empresa deve avaliar, dentro da sua estratégia, os tipos de 
materiais que serão armazenados e como eles serão alocados. Algumas empresas optam pelo método 
PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai), outras pelo método UEPS (último que entra é o primeiro 
que sai) ou ainda, dependendo do tipo de material, pelo seu vencimento, também chamado de PEPS 
(primeiro que expira é o primeiro que sai). Uma vez definidos esses fluxos, a empresa deve projetar o 
armazém de forma a otimizara movimentação e o manuseio;
• Manuseio: o manuseio correto das mercadorias é algo essencial para qualquer operação, pois fará com 
que os materiais e produtos mantenham sua integridade. Para isso, é necessário que equipamentos este-
jam dimensionados e alocados de forma correta, a fim de que o processo aconteça de forma mais ade-
quada. Além de projetar os locais de armazenamento, como estantes, corredores e acessos, a empresa 
também provisiona os equipamentos de movimentação como empilhadeiras, paleteiras e transeleva-
dores, que auxiliam na movimentação interna, no descarregamento e carregamento. Com o objetivo de 
facilitar esse processo de manuseio e de separação de materiais, as empresas utilizam endereçamento de 
estoque, comumente usado em centros de distribuição, o que facilita a identificação e separação do item;
• Embalagem: pode parecer algo irrelevante inicialmente, mas ela se tornou inclusive um motivo de 
compra por parte dos consumidores. A embalagem já é proposta durante o projeto do produto e tem 
por objetivo principal protegê-lo, manter externamente as informações solicitadas pela legislação 
vigente e facilitar o manuseio da mercadoria. Ao longo do deslocamento do produto pode ocorrer 
acréscimo de embalagem. Um exemplo bem comum são mercadorias exportadas que, por medida de 
segurança, são alocadas em caixas de madeira, além de sua embalagem original.
http://www.123rf.com/photo_10492130_forklift-driver-handling-goods-in-distribution-warehouse.html?term=logistics%2Bstock&vti=lws0svc4uiqqd5fnai
http://www.123rf.com/photo_10492130_forklift-driver-handling-goods-in-distribution-warehouse.html?term=logistics%2Bstock&vti=lws0svc4uiqqd5fnai
35
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materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
A empresa também pode optar pela unitização, que consiste na consolidação de volumes 
menores em maiores, facilitando a sua armazenagem e movimentação. Existem diversos 
níveis de unitização, por exemplo, é possível unitizar grãos soltos em sacos, agrupar os 
sacos em caixas de papelão e alocar as caixas de papelão em pallets, respeitando o limite 
de empilhamento, sempre com o objetivo de simplificar o manuseio e proteger o mate-
rial. Saiba mais sobre a unitização no Capítulo 10 do livro: BOWERSOX, D. J. et al. Gestão 
logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. Para complementar 
a leitura da indicação acima, veja também este link:<http://blog.cargobr.com/cargas-uni-
tizadas/>. 
2.4 Transporte e Distribuição
 Você já fez alguma compra pela internet? Ao efetuar uma compra on-line, a maioria dos 
sites possibilita acompanhar o andamento do seu pedido. É muito interessante entender a 
sua evolução, desde a confirmação de pagamento, até a emissão da nota fiscal, expedição, 
saída para entrega e confirmação de entrega. Reflita um pouco sobre quantas etapas são 
necessárias até que o material chegue às mãos do consumidor final a fim de entender a 
complexidade das funções logísticas, principalmente de transporte e distribuição.
O transporte de produtos até o cliente final é realizado pela distribuição, sendo a etapa de maior contato com o 
consumidor dentro da cadeia de suprimentos. É por meio do transporte que a empresa entrega seu resultado 
final, promovendo a satisfação do consumidor, veja na figura a seguir.
Figura 2.4 - O processo de distribuição
http://blog.cargobr.com/cargas-unitizadas/
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VarejistaDistribuidor/Atacadista
Consumidor 
final
Produto 
pronto para 
entrega
Fabricantes
Legenda: Processo de distribuição, passando do fabricante com o produto pronto para entrega, pas-
sando pelo distribuidor ou pelos atacadistas, pelo varejista e, finalmente, ao consumidor final.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Nesse modelo, podemos identificar: o fabricante, que é responsável pela confecção do produto acabado; o 
distribuidor, que efetua a retirada dos produtos ou os recebe do fabricante para a revenda aos atacadistas; 
o atacadista, que recebe os produtos consolidados de diversos distribuidores, os desconsolida e vende aos 
varejistas, em lotes menores; e o varejista, que estoca produtos em suas lojas e vende ao consumidor final. 
Além desse modelo de distribuição apresentado na Figura 2.4, Novaes (2007) traz uma diversidade de com-
binações possíveis, conforme Figura 2.5:
Figura 2.5 - Processo de distribuição
Fabricante
O fabricante do material abastece 
diretamente as lojas de varejo, que 
depoivendem aos consumidores; 
O fabricante abastece seus próprios 
depósitos ou centros de distri-
buição e, a partir desses pontos, 
abastece as lojas de varejo; 
O fabricante abastece os centros de 
distribuição do varejista que, por 
sua vez,abastece as lojas; 
O fabricante abastece os depósitos do 
atacadista ou distribuidor que, por sua 
vez, abastece as lojas de varejo; 
O fornecedor abastece direta-
mente o varejo, os atacadistas 
ou distribuidores do fabricante; 
O fabricante distribui seus produtos 
paro centro de distribuição de um 
operador logístico, que posteriormente 
faz as entregas às lojas de varejo; 
O fabricante entrega o produto direta-
mente no domicílio do consumidor final, 
utilizando o correio ou serviço de courier 
(vendas pela Internet, telefone oufax; ven-
das por meio de catálogo e outras). 
1
2
3
45
6
7
Legenda: Processo de distribuição partindo do fabricante.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Além da configuração do modelo de distribuição que melhor se adéque à sua estratégia, a empresa também 
deve optar pelo modal de transporte considerando características como tempo de entrega, velocidade, sensi-
bilidade do material, custos e outros fatores. Vamos nos aprofundar no tema de modais de transporte.
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2.4.1 Modalidades de Transporte
A modalidade de transporte é definida pelo modal escolhido para levar a mercadoria de um ponto a outro 
da cadeia de suprimentos. Por modal entende-se o tipo de transporte. Eles podem ser rodoviário, ferroviário, 
aquaviário, aeroviário e dutoviário. Para a escolha é necessário considerar as características de cada um deles, 
os roteiros e a capacidade necessária.
A escolha do modal de transporte correto toma uma importância ainda maior ao considerarmos os custos 
envolvidos no processo. O custo de transporte representa até 1/3 dos custos logísticos totais. Estes, por 
sua vez, podem representar até 30% dos custos totais de uma operação e de 3% a 8% da receita de uma 
empresa. É importante saber as principais características, vantagens e desvantagens de cada modal, que 
podem nortear a escolha correta. Vamos conhecê-los:
2.4.1.1 Modal rodoviário
O transporte rodoviário é largamente utilizado no território brasileiro e na importação e exportação. É a peça 
fundamental da multimodalidade, interferindo também na mobilidade urbana.
A mobilidade urbana representa um conjunto de políticas de transporte que visem tor-
nar o acesso urbano amplo, democrático e sustentável, considerando o transporte de 
passageiros e cargas. Devido ao grande volume de veículos, principalmente nos grandes 
centros, regulamentações e legislações do modal rodoviário visam otimizar a modalidade 
urbana, restringindo o tipo ou o horário de tráfego de caminhões. Isso torna ainda mais 
desafiadora a atuação do modal e suas margens de lucro.
Glossário
Aprofunde seus conhecimentos sobre mobilidade urbana em: PINHEIRO, Armando C., 
FRISCHTAK, Claudio. Mobilidade Urbana– Desafios e Perspectivas para as Cidades Brasilei-
ras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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materiais, distribuição,transporte e gestão das informações
Regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, vinculada ao Ministério dos Transpor-
tes), o modal rodoviário utiliza transportes que trafegam por rodovias e podem alocar diversos tipos de merca-
dorias. A adequação desse tipo de modal é fácil e pode ser feita com o uso de vários modelos de caminhões e 
utilitários. Seus concorrentes diretos são o ferroviário, aquaviário fluvial e aquaviário de cabotagem. 
Os custos do modal rodoviário sofrem diretamente impactos negativos por conta da má conservação das 
rodovias brasileiras, a existência de uma frota antiga de caminhões, assim como a exposição às quadrilhas 
organizadas e especializadas em roubos de cargas. Outros impactos diretos no modal são a falta de fiscalização 
e a alta no preço dos combustíveis, encarecendo o transporte e, consequentemente, as mercadorias.
Mesmo com essas interferências, o modal rodoviário ainda é o modal mais utilizado pelas empresas brasileiras 
para o deslocamento de mercadorias no território nacional, além de exportações e importações para países da 
América Latina, como Bolívia, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Argentina. Veja no Quadro 2.4 suas vantagens e 
desvantagens:
Quadro 2.4 - Características do modal rodoviário
Vantagens Desvantagens
• Modal mais simples e flexível, contribuindo para 
sua agilidade;
• Serviço porta a porta, apresentando maior 
comodidade para o consumidor final;
• Menor manuseio de carga, ocasionando 
menores custos de embalagem que o modal 
aquaviário;
• Rapidez na entrega de curtas e médias 
distâncias.
• Menor capacidade de carga;
• Menos competitivo para longas distâncias;
• Sujeito a congestionamentos;
• Rodovias precárias;
• Custo elevado de infraestrutura;
• Modal bastante poluidor do meio ambiente.
Legenda: Vantagens e desvantagens do modal rodoviário.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
2.4.1.2 Modal ferroviário
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Também regulamentado no Brasil pela ANTT, o modal ferroviário utiliza trens, compostos por vagões e 
puxados por locomotivas sobre trilhos, que têm trajetos previamente delineados. A adequação desse tipo 
de modal é simples e pode ser feita por meio de diversos tipos de vagões e transportar várias mercadorias. 
Segundo dados do Ministério dos Transportes (BRASIL, 2015a), a extensão da malha ferroviária brasileira é 
de 28.190 quilômetros de ferrovias.
No Brasil, esse modal já foi muito utilizado e contribuiu para o desenvolvimento econômico e político do país. 
Atualmente, o uso da malha ferroviária está mais concentrado em empresas privadas que possuem concessão 
de trechos e operam por meio da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF), uma entidade civil 
sem fins lucrativos que tem como objetivo o desenvolvimento e aprimoramento do modal. 
Considerando a totalidade da malha e comparativamente aos demais modais ele é o que possui as piores 
condições de infraestrutura, apresentando linhas com más condições de operação, trilhos descontinuados, 
falta de segurança e pouca manutenção das locomotivas, vagões e equipamentos. Veja as vantagens e des-
vantagens do modal ferroviário no Quadro 2.5.
Quadro 2.5 - Características do modal ferroviário
Vantagens Desvantagens
• Destinado a longas distâncias e grandes 
quantidades de cargas (25 e 100 toneladas);
• Baixo custo de transporte (mais barato que o 
rodoviário, porém perde para o aquaviário);
• Baixo custo de infraestrutura;
• Relativamente mais rápido que o marítimo;
• Livre de congestionamentos.
• Necessidade de conjugação com outros modais 
para alcançar o destino final;
• Menor flexibilidade no trajeto;
• Tempo de viagem irregular, em caso de obstrução 
na ferrovia, pode haver atrasos na entrega;
• Alta exposição a furtos e roubos, com custos e 
riscos de manuseio relativos;
• Malha ferroviária precária.
Legenda: Vantagens e desvantagens do modal ferroviário.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
2.4.1.3 Modal aquaviário
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Regulamentado pelo Ministério dos Transportes por meio da Agência Nacional de Transportes Aquaviários 
(ANTAQ), representa 90% das cargas transportadas em todo o mundo. Seu transporte é realizado por navios, 
utilizando vias lacustres (lagos), fluviais (rios) ou oceânicas. Ele pode ser de longo curso, quando envolve a 
navegação entre portos de diferentes países, ou de cabotagem, quando a navegação é entre portos de um 
mesmo país, por exemplo, do Porto de Santos (SP) para o Porto de Suape (PE). 
O transporte aquaviário utiliza como infraestrutura os portos, terminais e equipamentos de movimentação 
específicos para as suas operações. Pode alocar mercadorias e também é utilizado para transporte de passa-
geiros. 
A adequação desse modal é uma das mais flexíveis e pode ser feita por diversos tipos de navios e equipamen-
tos. As embarcações, por exemplo, podem ser projetadas somente para o transporte de minérios, grãos, produ-
tos químicos, como o petróleo, ou somente equipamentos de unitização como pallets, sacarias e contêineres. 
Segundo dados do Ministério dos Transportes (BRASIL, 2015b) o Brasil possui uma rede hidroviária (rios, lagos 
e lagoas navegáveis) com aproximadamente 22.037 km e 8,5 mil quilômetros de costas navegáveis. Veja as 
vantagens e desvantagens do modal no quadro 2.6:
Quadro 2.6 - Características do modal aquaviário.
Vantagens Desvantagens
• Frete mais barato;
• Ideal para mercadorias de baixo valor e altos 
volumes;
• Possui maior capacidade de carga;
• Pode ser adaptado para transportar qualquer 
tipo de mercadoria;
• Atende a grandes distâncias ao menor custo.
• É o modal menos veloz;
• Sua embalagem deve ser mais reforçada;
• Portos geralmente ficam distantes dos centros 
produtivos;
• Sujeito a congestionamento nos portos;
• Riscos de avarias devido à grande manipulação 
da carga;
• Oferece menor segurança quanto a roubos, 
furtos, avarias e perdas.
Legenda: Vantagens e desvantagens do modal aquaviário.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
2.4.1.4 Modal aeroviário
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O modal aéreo consiste no transporte feito por aeronaves, ligando aeroportos de diferentes cidades (trans-
porte nacional) ou países (transporte internacional). Sua infraestrutura consiste de aeroportos, aeronaves e 
equipamentos, assim como seus acessos, terminais e sistemas administrativos, e o modal é regulamentado 
pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Entre todos os modais de transporte, o aéreo é o que apresenta maior agilidade, com o menor tempo de 
trânsito e menores riscos, atendendo a praticamente todas as regiões do mundo. É ideal para mercadorias 
pequenas e de alto valor, que tenham urgência de entrega. Amostras também são geralmente enviadas e 
recebidas com a utilização do modal aéreo. 
Empresas que trabalham com o modal aéreo podem reduzir seus estoques, contando com a agilidade de 
entrega do produto. Os riscos também são reduzidos, portanto as embalagens de mercadorias que utilizam 
o modal aéreo não precisam ser reforçadas, o que possibilita que a empresa gaste menos com esse processo 
assim como reduz seus gastos com seguro. O quadro 2.7 mostra suas vantagens e desvantagens:
Quadro 2.7 - Características do modal aéreo.
Vantagens Desvantagens
• Menor tempo de trânsito;
• Menor risco;
• Ideal para mercadorias pequenas, perecíveis e/
ou de alto valor;
• Possibilidade de redução dos custos com 
estoques;
• Possibilidade de redução dos custos de 
embalagem;
• Seguro de transporte é entre 30% a 50% menor 
que o transporte rodoviário.
• Frete mais alto em relação aos demais modais;
• Inviável para mercadoriasde baixo custo;
• Capacidade de carga menor que do modal 
marítimo e ferroviário, ganhando apenas do 
rodoviário;
• Alto custo de armazenagem nos aeroportos;
• Necessidade de conjugação com outros modais 
para alcançar o destino final;
• Custo elevado de infraestrutura.
Legenda: Vantagens e desvantagens do modal aéreo.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
2.4.1.5 Modal dutoviário
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materiais, distribuição, transporte e gestão das informações
Esse modal, ainda pouco conhecido por muitos, tem uma função muito importante: através de dutos (tubos) são 
transportados óleos, gases, minérios e produtos químicos, utilizando para isso a gravidade ou pressão. Inicial-
mente isso parece simples, mas as dutovias exigem grandes construções e um suporte da área de Engenharia da 
ANTT, que é responsável por acompanhar qualquer movimentação e ampliação desse tipo de deslocamento de 
mercadoria. 
Com relação aos custos desse modal, destacam-se: custo fixo mais elevado (com diversos requisitos); custo 
variável mais baixo (sem custo de mão de obra).
2.4.2 A Escolha do Modal
De acordo com a Confederação Nacional de Transporte (CNT, 2016), a composição da matriz de transporte no 
Brasil está distribuída em: 61,1% no modal rodoviário, 20,7% no ferroviário, 13,6% no aquaviário, 4,2% no duto-
viário e 0,4% no aeroviário. Essa diferença pode ser justificada pelas frentes de investimentos e incentivos de 
indústrias que mais movimentam a economia, destacando segmentos como: petróleo, montadoras, sistemistas 
etc. e que prezam pelo modal rodoviário, além da questão da intermodalidade, assunto a ser abordado no apro-
fundamento. 
Os sistemistas são fornecedores menores de componentes, geralmente ligados às indústrias 
automotivas, que os entregam diretamente à outros fabricantes. Estes, por sua vez, incor-
poram tais componentes em um sistema maior e mais completo, entregando-os na linha 
de montagem final. Tanto sistemistas quanto fornecedores maiores podem ficar localizados 
dentro do espaço da empresa fabricante, prática chamada de condomínio industrial, con-
sórcio modular ou mesmo condomínio logístico, a fim de reduzir custos de movimentação.
Não existe certo ou errado na escolha de um modal, mas sim a consideração dos pontos positivos e negativos 
de cada um além da sua adequação ao tipo de mercadoria e necessidade da empresa quanto ao custo e o prazo 
de entrega. A Tabela 2.1 traz algumas características de cada modal, sendo a escala representada quando 1 é 
a melhor opção (fator extremamente positivo) e 5 é a opção menos vantajosa (fator extremamente negativo).
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Tabela 2.1 – Características dos modais
Características 
operacionais
Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Dutoviário
Velocidade 2 3 4 1 5
Disponibilidade 1 2 4 3 5
Confiabilidade 2 3 4 5 1
Capacidade 3 2 1 4 5
Frequência 2 4 5 3 1
Resultado 10 14 18 16 17
Legenda: Qualificação de cinco modais de acordo com cinco características (velocidade, disponibilidade, confiabilidade, 
capacidade e frequência). O resultado aponta o seguinte ranking: rodoviário, ferroviário, aéreo, dutoviário e aquaviário.
Fonte: Fleury, Wanke e Figueiredo (2011, p. 130).
A empresa também pode combinar a utilização dos modais, valendo-se da multimodalidade e aproveitando o 
melhor das características de cada um. O tema da multimodalidade será abordado no aprofundamento.
2.5 Gestão da Informação
A informação permeia todos os processos logísticos. É por meio dela que os outros fatores podem atuar 
juntos com o objetivo de criar uma cadeia integrada e coordenada. 
Para Chopra e Meindl (2011), sem informação, um gestor não pode saber o que os clientes desejam, quanto 
existe em estoque e quando mais produtos devem ser produzidos ou distribuídos. A informação torna os 
processos logísticos visíveis ao gestor, e com essa visibilidade é possível tomar decisões sobre instalações, 
estoque, transporte, custos, preços e clientes, visando melhorar toda a cadeia.
Algumas das aplicações de gestão da informação nos processos logísticos são o EDI, o ERP, o CPFR, RFID, 
WMS e TMS. Esses temas, assim como o impacto da tecnologia da informação nos processos logísticos, 
serão abordados na Unidade 3.
Agora que você já conhece as funções logísticas, os problemas que o administra-
dor enfrenta para fazer a gestão de estoques e armazenagem, bem com escolher o 
melhor modal, é hora de ir até o fórum e avançar no desafio proposto! Como você aplica 
os conhecimentos que adquiriu para tornar a empresa mais competitiva? Como a 
empresa poderia implementar a gestão da informação para otimizar sua cadeia de 
abastecimento? Coloque suas sugestões no fórum e debata com seus colegas!
44
Considerações finais
Nesta unidade, você viu que:
• As funções logísticas são empregadas nas empresas Indepen-
dentemente do porte ou característica do seu negócio. É pos-
sível aplicar cada um dos componentes em algum ponto da 
cadeia. Como vimos na unidade, o suprimento é responsável 
pelo abastecimento da empresa quanto aos materiais que 
serão utilizados para a fabricação do produto ou a prestação 
de serviço.
• As funções de estoques e armazenagem têm como objetivo 
maximizar a disponibilidade de produto. Contudo, seu grande 
dilema é equalizar disponibilidade e os custos.
• Nas funções de transporte e distribuição, é essencial o planeja-
mento considerar a melhor combinação dos envolvidos nos pro-
cessos, assim como a escolha do modal ou de modais de forma 
mais adequada para as necessidades da empresa.
• Por fim, a gestão da informação permeia todas as demais ativi-
dades e tem grande importância para a ligação tanto dentro da 
empresa em seus processos quanto com seus parceiros, disse-
minando decisões.
Referências bibliográficas
45
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de materiais e de distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007.
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html>. Acesso em: 2 jan. 2017.
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Transporte: estatísticas consolidadas 2016. Brasília: CNT, 2016. Disponí-
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FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber. Logística 
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PIRES, Sílvio R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estraté-
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