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introdução 
O nematódeo Spirocerca lupi, causador da espirocercose, é um parasito que acomete 
principalmente cães e canídeos silvestres. 
Seu ciclo biológico envolve hospedeiros intermediários, os besouros coprófagos e 
pequenas aves, répteis e roedores que servem como hospedeiros paratênicos. A doença 
é de ocorrência cosmopolita, com maior prevalência em países tropicais e subtropicais, 
sendo endêmica na África do Sul. Também já foi relatada em alguns países da América 
do Sul, incluindo o Brasil, sendo mais prevalente em cães de caça e cães errantes. 
Os vermes adultos parasitam esôfago, estômago e artéria aorta dos hospedeiros 
definitivos, provocando nódulos, granulomas e diversas lesões. 
A sintomatologia da espirocercose varia de acordo com o processo migratório do 
parasito no organismo do animal, os órgãos afetados, bem como a evolução da doença. 
Sintomas como a regurgitação, a emese, a disfagia e a perda de peso, são as principais 
manifestações clínicas observadas em cães parasitados. 
O diagnóstico se baseia nos achados clínicos, exames de imagem, parasitológico de 
fezes ou das secreções da regugitação, emese e achados de necropsia. 
O tratamento pode ser clínico, ainda pouco viável, ou cirúrgico para remoção dos 
nódulos contendo os parasitos. 
 Como medidas preventivas a literatura cita evitar o acesso de cães aos hospedeiros 
paratênicos e, além disso, eles não devem ser alimentados com vísceras cruas de outros 
animais domésticos e silvestres. 
taxonomia – spirocerca lupi 
É um endoparasito pertencente ao Reino Anilália, Filo Nemathelminthes, Classe 
Nematoda, Ordem Spirurida, Superfamília Spiruroidea, Família Spirocercidae e Gênero 
Spirocerca, espécie spirocerca lupi 
características morfológicas 
O verme adulto, possui coloração avermelhada ou vermelho-sangue e o corpo robusto, 
grande e enrolado em forma de um espiral. Os machos medem cerca de 5,5 cm e a 
fêmea 8cm de comprimento. 
A abertura oral possui forma hexagonal, rodeada por papilas e recobertas por uma 
espessa camada cuticular, a faringe é curta e os lábios são trilobados. 
A cauda do macho possui asa caudal (quatro pares e uma não pareada), papila pré-
cloacal mediana e papilas pós-cloacais (dois pares). Há um grupo de papilas minúsculas 
próximo à extremidade da cauda. A espícula direita corresponde a cerca de 1/4 do 
tamanho da espícula 
esquerda. A cauda da fêmea é romba, ou seja, é uma cauda mais arredondada. As 
fêmeas são geralmente mais longas e robustas do que os machos e apresentam, em sua 
extremidade posterior, uma cloaca em forma de fenda e um par de papilas subterminais. 
Possuem vulva simples, situada na região esofágica, sem lábios ou quaisquer outras 
estruturas. 
Os ovos de S. lupi são alongados ou ovais, com paredes laterais paralelas, dotados de 
uma espessa camada cuticular e casca lisa. São ovos pequenos que medem em média 
35µm de comprimento por 13µm de largura e são visualmente indistinguíveis dos ovos 
de outras espécies do gênero Spirocerca. 
Hospedeiros 
Envolve hospedeiros intermediários, os besouros coprófagos e pequenas aves, répteis e 
roedores que servem como hospedeiros paratênicos. No hospedeiro intermediário, o 
parasita vai se encontrar na sua forma imatura, não reproduz, exemplo: Besouros. Já os 
hospedeiros definitivos, o parasita estará em sua fase adulta, a fase reprodutiva, 
exemplo: cães. E os hospedeiros paratênicos, fazem o transporte, sendo dispensável no 
ciclo, exemplos: Suínos, morcegos, lagartos. A transmissão acontece quando os 
hospedeiros definitivos (cães, raposas, canídeos selvagens e muito dificilmente gatos e 
felídeos selvagens) fazem a ingestão do hospedeiro intermediário ou paratênico 
contendo a larva infectante (L3) encistada. 
Ciclo biológico 
1. O ovo alongado com casca espessa contém larvas no estágio L1 
2. Esse ovos são excretas nas fezes ou em material de vômito e não eclodem até que 
sejam ingeridos por um besouro estercorário 
3. O besouro é o hospedeiro intermediário onde a larva se desenvolve do estágio L1 
até o estágio L3, e se encista 
4. Pode acontecer de ter o envolvimento de um hospedeiro paratênicos (transporte), 
que podem ser lagartixas, ratos, pássaros animais esses que se alimentam desse besouro 
– nesse caso a larva continua encistada na fase L3, não havendo desenvolvimento 
5. A larva só volta a se desenvolver caso o hospedeiro faça a ingestão do hospedeiro 
paratênico 
6. Pode ocorrer também de o hospedeiro definitivo ingerir diretamente o hospedeiro 
intermediário (besouro) 
7. No hospedeiro definitivo são liberadas as larvas L3, que penetram pelo estômago e 
migram, pela artéria celíaca, até a artéria aorta torácica onde fazem a muda para L4 e 
em seguida para L5 
8. A maior parte das larvas atravessam a parede da aorta e chegam à região caudal do 
esôfago cerca de 3 meses depois do início da migração 
9. Quando se tornam adultos, dão início à formação dos nódulos ou granulomas, 
onde copulam e se reproduzem 
10. A fêmea escava uma pequena abertura na parede esofágica, formando uma estrutura 
semelhante a uma fistula, por onde os ovos caem no lúmen do órgão, ali podem ser 
regurgitados ou eliminados pelo vômito, ou ainda podem seguir pelo trato 
gastrointestinal para serem eliminados nas fezes 
11. Embora alguns vermes adultos permaneçam por tempo indeterminado no vaso 
sanguíneo, somente os parasitos localizados no esôfago são aptos a reprodução 
12. No ambiente o ovo larvado é ingerido por hospedeiros intermediários dando 
continuidade ao ciclo 
13. O período pré-patente do parasito é de aproximadamente 3 a 6 meses após a 
infecção, 
contudo os ovos podem não ser visualizados nas fezes de alguns animais com infecção 
pelo verme adulto, isso acontece pois os granulomas não se abrem no lúmen esofágico 
 
 
 
manifestações clínicas 
A espirocercose inicialmente é assintomática, entretanto, pode progredir para um quadro 
clínico grave, dependendo da migração das larvas, do parasito adulto e dos órgãos 
afetados. O parasito quando presente no esôfago, pode provocar esofagite 
granulomatosa e evoluir para a formação de neoplasias. A formação dos nódulos 
esofágicos pode predispor alguns sinais como: regurgitação, vômito,sialorreia, tosse, 
pirexia, disfagia, apatia e letargia. Por conta dessa massa granulomatosa, o animal sente 
dor e tem dificuldade em deglutir o que resulta na perda de peso e fraqueza. Esta doença 
apresenta característica insidiosa e, geralmente, quando aparecem os sinais clínicos, já 
ocorreu a transformação maligna dos nódulos. Sinais clínicos não específicos são 
linfoadenopatia periférica discreta e pirexia em aproximadamente 50% dos casos. As 
migrações erráticas podem resultar em diferentes formas clínicas da doença, sendo mais 
comuns as manifestações respiratórias, neurológicas e músculo-esqueléticas. Os sinais 
clínicos do sistema respiratório, como tosse e dispneia, quase sempre estão associados 
às metástases pulmonares. Além disso, os sarcomas esofágicos parecem estar 
relacionados com o desenvolvimento de osteopatia hipertrófica. 
diagnóstico 
O diagnóstico da espirocercose é estabelecido, inicialmente, com a manifestação dos 
sinais clínicos, porém, a maioria das vezes, a doença é diagnosticada por necropsia. A 
base para sua identificação, é o reconhecimento dos aspectos morfológicos de cada 
estágio evolutivo do helminto. 
O diagnóstico pode ser comprovado por exames de imagem, como a radiografia 
torácica, que é uma ferramenta diagnóstica inicial, eficaz na detecção e localização das 
massas esofágicas típicas de espirocercose e na detecção de anormalidades precoces, 
como a espondilite das vértebras torácicas. A endoscopia, que confirma as massas 
esofágicas e orienta para a realização de cirurgias, sendo mais sensível que a 
radiografia. E a tomografia computadorizada que é considerada uma ferramenta sensível 
para detectarmineralização focal da aorta e espondilite, ambos achados também são 
típicos da doença. O exame parasitológico deve ser realizado para a observação dos 
ovos do parasito nas fezes ou, ainda, quando estes são eliminados por meio de emese. 
Esse exame tem pouca eficácia, pois depende da carga parasitária no animal e ainda da 
possibilidade de formação de fístulas de comunicação para o lúmen do esôfago. 
A histopatologia das lesões no esôfago e estômago, bem como a citologia do líquido 
cefalorraquidiano também auxiliam no diagnóstico, principalmente quando há migração 
errática do parasito, revelando a presença de ovos e/ou adultos em vários órgãos, além 
de destruição da mucosa, áreas de necrose e infiltrado inflamatório. 
Os achados de necropsia normalmente são acidentais e revelam a maioria dos casos 
diagnosticados da espirocercose, sendo possível a observação de nódulos esofágicos e, 
menos comum gástricos, contendo os parasitos. Após a coleta desses helmintos, os 
mesmos devem ser clarificados com lactofenol para facilitar a identificação. 
medidas preventivas 
O Spirocerca lupi é um parasita que possui uma difícil prevenção devido a dificuldade 
de controle do HI e dos HPs. Portanto podemos utilizar como medidas preventivas o ato 
de evitar o acesso do cão aos hospedeiros paratênicos, como por exemplo pássaros, 
roedores, lagartos e sapos, também é importante evitar que eles sejam alimentados com 
vísceras cruas de outros animais domésticos e silvestres, devido à ampla variedade de 
animais que podem portar-se como HPs. Paralelo a isso é recomendado a realização da 
administração pontual mensal de uma combinação de imidacloprida e moxidectina para 
filhotes com 2 a 4 meses de idade, por um período de 9 meses, outro fator essencial de 
prevenção é a remoção e eliminação diária e imediata de fezes.

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