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7ºAula A nova lei das S.A. Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • descrever a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e sobre as novas contas e reservas no patrimônio líquido; • contabilizar a reserva de lucros a realizar e limite das reservas nas reservas próprias; • identificar como e quando se dá reavaliação para as empresas. Olá, turma! Nesta aula, verificaremos os dispositivos da Lei n° 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Em nossos estudos, nos ateremos, principalmente, nos aspectos referentes à conta e à demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, à reserva de lucros a realizar, ao limite das reservas e à reavaliação. Bons estudos! Boa aula! Contabilidade Societária III 40 1 - Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 2 - Reserva de lucros a realizar e limite das reservas; 3 - Reavaliação. Seções de estudo 2 - Reserva de lucros a realizar e limite das reservas 1 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados Conforme a Lei n° 11.638/2007, a respeito do Desaparecimento de Reservas, fica estabelecido que no patrimônio líquido desaparecem as reservas de reavaliação, de prêmio por emissão de debêntures e por doações e subvenções para investimento. Na verdade, os saldos atuais podem lá continuar até destinações futuras. Sobre Patrimônio Líquido, a Lei n° 11.638/2007, Art. 182 [...], c) (revogada); d) (revogada); [...] § 3°, note-se que: Serão classifi cados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3°, do art. 177. É criada, então, a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial que tem como grande objetivo registrar valores que, já pertencentes ao patrimônio líquido, não transitaram ainda pela conta do resultado do exercício, mas o farão no futuro. É o caso dos resultados dos instrumentos financeiros ativos e passivos como disponíveis para venda futura. Todos os ajustes por variação de preços no mercado por conta desses itens serão registrados diretamente nessa conta, em subtítulo específico, com controles próprios para transferência ao resultado nos momentos adequados. Disponível em: <http://cienciascontabeis-brasil.blogspot. com.br/2012/03/pesquisa-sobre-evidenciacao-contabil. html>. Acesso em: 20 abr. 2012. ajustes que vierem a ser determinados pela CVM, de acordo com o estabelecimento no § 3°, do art. 226, da Lei n° 6.404/1976, alterado pela MP n° 449/2008 e pelo processo de internacionalização das normas contábeis brasileiras. 1.2 - A conta de lucros acumulados Outra novidade trazida pela Lei n° 11.638/2007, é que não pode mais permanecer, nos balanços, saldo na conta de Lucros Acumulados. Todo resultado precisará, obrigatoriamente, ser destinado, e as parcelas do resultado a serem retidas precisarão ser contabilizadas nas reservas próprias. Só poderá haver saldo na forma de Prejuízos Acumulados. Na Lei n° 11.638/2007, Art.178. [...], § 2° [...], note-se: d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Isso significa que a conta de Lucros Acumulados deverá ser eliminada dos planos de contas, ao contrário. A conta de Lucros Acumulados continuará sendo utilizada para a Constituição de todas as reservas de Lucros (Legal, Estatutárias, de Lucros a Realizar; de Incentivos Fiscais, citadas no item anterior, e outras) e, finalmente, para a distribuição de dividendos. Em outras palavras, o que não poderemos ter são balanços onde essa conta apresente saldo se ele for positivo. Assim também, será para os ajustes de ativos e passivos ao valor de mercado no caso de determinadas reorganizações societárias. Além disso, estarão dentro desse grupo outros A respeito da Reserva de Lucros a Realizar, na Lei n° 11.638/2007, Art.197. [...] § 1º [...], temos que: II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização fi nanceira ocorra após o término do exercício social seguinte. Foi acrescentado que componentes do resultado, decorrentes de ajustes de ativos e passivos pelo valor de mercado, com prazo de transformação em dinheiro após o exercício social subsequente, podem ser computados como parte dos lucros a realizar para criação dessa reserva própria. O objetivo é não obrigar ao pagamento de dividendo mínimo obrigatório em cima desses resultados, cuja realização financeira se dê além do exercício seguinte ao da geração do resultado que origina esse dividendo. A Lei n° 11.638/2007, Art. 199, especifica que o limite do Saldo das Reservas de Lucro se dá quando: O saldo das reservas de Lucros, exceto as para contingências, de incentivos fi scais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. 41 Fica também acrescida a reserva recém-criada de incentivos fiscais como parte daquelas que não são computadas para efeito de comparação, em cada balanço, com o valor do capital social para cálculo de eventual excedente a ser pago em dividendos ou aumento ao capital social. A conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial, bem como a de Ajuste Acumulado de Conversão, por não serem contas de Reserva, pois não resultam da destinação do resultado, pelo contrário, ainda transitarão pelo resultado no futuro, não integram esses valores que a lei reúne para cálculo de eventual excedente ao capital social. Disponível em: <http://www.jferrari.com.br/blog/>. Acesso em: 14 abr. 2012. 3 - Reavaliação reserva será feita contra lucros ou prejuízos acumulados. Esse comentário pode até parecer desnecessário, mas não o é, afinal a Lei n° 6.404/1976 não era objetiva nesse aspecto e muitas empresas fechadas faziam, mesmo que incorretamente do ponto de vista técnico, o registro contra o resultado do exercício. Essa alternativa acabou. Desaparece a opção da reavaliação espontânea de bens que antes existia. Desaparecem as menções a essa possibilidade, bem como desapareceu a própria conta de reserva de reavaliação e ficou assim estabelecido na Lei nº 11.638/2007, Art. 6º: Os saldos existentes nas reservas de avaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornadas até o fi nal do exercício social em que essa Lei entrar em vigor. Ou seja, não se pode mais efetuar realizações do imobilizado tangível, sendo que mesmo as empresas que a isso estavam obrigadas a fazê-la, pelo menos a cada quatro anos, não só estão desobrigadas disso, como também impedidas de aplicá-la daqui pra frente. Infelizmente, algumas interpretações, que parecem errôneas, têm existido no sentido de que a nova Lei eliminou as menções à reavaliação, mas não a proibiu. Isso não é verdade, porque a Lei diz que os ativos imobilizados, por exemplo, precisam, obrigatoriamente, ser registrados ao custo (art. 183, inciso V); mas havia a permissão da reavaliação em outro local, de onde foi extinto. Assim, remanesce como única opção a avaliação do imobilizado ao seu custo original de aquisição. Portanto, vedada está a reavaliação. Os saldos atualmente existentes irão desaparecendo à medida que forem sendo realizadas mediante depreciações e outras formas de redução do valor doimobilizado reavaliado até sua extinção. E isso para as companhias fechadas e limitadas também. Adoção Inicial da Lei n° 11.638/2007 e da Medida Provisória n° 449/08, que determinou que a realização dessa Disponível em: <http://www.neogrid.com.br/blog/>. Acesso em: 20 abr. 2012. Outro ponto interessante, foi a opção para as empresas que quiserem efetuar a baixa completa dos saldos ainda existentes dessas reavaliações, registrando a baixa das reservas existentes contra os valores reavaliados inscritos nos respectivos ativos imobilizados, desde que essa baixa se dê até o final de 2008 ou do exercício em que entrar em vigor a Lei para o caso das que não encerram seus exercícios sociais em 31de dezembro. Todos os saldos que existirem de reavaliação nos ativos imobilizados, para o caso de quem não efetuar esse estorno autorizado pela Lei, passam a fazer parte do custo de tais ativos. É lógico que, enquanto esses valores forem relevantes, materiais, deverá a empresa comentar o fato em suas notas explicativas ( de que o ativo contém reavaliações efetuadas até ou em tal ano). Ressaltamos que a chance de estorno de saldos de reavaliação é para o primeiro exercício social da vigência da nova Lei. No futuro, se valores reavaliados se mostrarem irrecuperáveis, somente restará a prática do impairment, ou seja, do reconhecimento, como perda no resultado, das parcelas não passíveis de recuperação. Assim, no balanço de abertura de 2008, nenhum ajuste há que se fazer, a não ser no caso das empresas que tiverem aproveitado a opção legal e baixado suas reservas durante o exercício desse ano de 2008. Neste caso, essa baixa deverá ser considerada como ajuste do balanço de abertura. É preciso lembrar os procedimentos adotados pelas suas controladas no que diz respeito a baixar ou não as reservas de reavaliações existentes. No caso de coligadas, se a investidora baixar suas reavaliações e as coligadas não, a investidora terá que, para equivalência patrimonial, tratar os balanços dessas coligadas como se houvessem efetuado tal baixa. Chegamos ao fi nal de nossa aula. Entenderam o conteúdo estudado? Em caso de dúvidas, acesse as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Ao fi nalizar o estudo de cada aula é fundamental acessar o ambiente virtual. Até a próxima aula! Contabilidade Societária III 42 Retomando a aula Então, para encerrar a Aula 10, vamos recordar os temas que foram abordados: 1 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados Vimos que a nova das S.A., a Lei n° 11.638/2007, sobre o Desaparecimento de Reservas, estabelece que do patrimônio líquido desaparecem as reservas de reavaliação, de prêmio por emissão de debêntures e por doações e subvenções para investimento. É criada a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial que tem como grande objetivo registrar valores que, já pertencentes ao patrimônio líquido, não transitaram ainda pela conta do resultado do exercício, mas o farão no futuro. 2 - Reserva de Lucros a Realizar e Limite das Reservas O limite do Saldo das Reservas de Lucros se dá quando, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não ultrapassar o capital social. A Lei nº 11.638/2007, acrescenta componentes do resultado, decorrentes de ajustes de ativos e passivos pelo valor de mercado, com prazo de transformação em dinheiro após o exercício social subsequente, a ser computados como parte dos lucros a realizar para criação dessa reserva própria. 3 - Reavaliação Vimos que desaparece a opção da reavaliação espontânea de bens que antes existia. Desaparecem as menções a essa possibilidade, bem como desapareceu a própria conta de reserva de reavaliação. A Lei nº 11.638/2007, Art. 6º, estabelece que “os saldos existentes nas reservas de avaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornadas até o final do exercício social em que essa Lei entrar em vigor”. BRAGA, Hugo Rocha; ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Mudanças Contábeis na Lei Societária: Lei Nº 11.638, De 28-12-2007. São Paulo: Atlas, 2008. BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Assessoria Parlamentar à Presidência do CFC (APPCFC). Coletânea atualizada e consolidada até 31-10-2001 das leis das sociedades por ações e do mercado de valores mobiliários – Vale a pena Vale a pena ler BRASIL. Lei Nº 11.638, de 28.12.2007. Altera e revoga dispositivos da Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm> HENRIQUES, Juliana Mancini. Sociedade Anônima: é possível a negociação com suas próprias ações? Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI85447,51045- Sociedade+Anonima+e+possivel+a+negociacao+com+su as+proprias+acoes> Acesso em: 24 mar. 2012. Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Pesquisas. Disponível em: <http://www.sebrae. gov.br> Acesso em: 31 mar. 2012. Vale a pena acessar MARTINS, Eliseu. Vídeo sobre “O impacto das normas contábeis na internacionalização das empresas e o CPC”. Disponível em: < http://www.cfc.fipecafi.org/#>. Acesso em: 31 mar. 2012. Vale a pena assistir LSA/CVM. Brasília, 2001. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo dos. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI. 7. ed. 6. reimpr. - São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003. NETO, Pedro Coelho – organizador. Manual de Procedimentos Contábeis para Micro e Pequenas Empresas. Brasília, SEBRAE-CFC. 2002. Minhas anotações
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