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AGENTES AGRESSORES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL -> ENTERITES: são doenças que acometem o trato gastrointestinal. Temos alguns grupos de agressores virais importantes: Reovírus, parvovírus e coronavírus. O coronavírus é responsável por enterites em diversas espécies. AGENTES AGRESSORES DO TGI CAUSADORES DE ENTERITES Agente agressor: Bactéria - Família Enterobacteriaceae: Modelo E.coli Agente agressor: Vírus - Reovírus, Parvovírus e Coronavírus Agente agressor: Protozoários Intestinais - Giardia, Cystoisospora e Eimeria Agente agressor: Helmintos - Superfamília Strongyloidea Agente agressor: Helmintos - Cestodas Agente agressor: Helmintos - Ascarídeos Lembrar que o vírus é uma partícula (e não um ser vivo). pode se apresentar como um vírus não envelopado ou envelopado. o não envelopado apresenta estrutura de capsídeo e o seu genoma dentro desse capsídeo. o vírus envelopado além da estrutura do capsídeo (que é uma estrutura básica viral) ele possui uma membrana que denominamos de envelope. Essa membrana facilita o processo de adesão pois ela geralmente se constroi a partir de uma estrutura que o vírus roubou da célula hospedeira. Começando a falar das famílias de vírus que são capazes de provocar entetires, ou seja, vírus que levam a quadros de inflamações intestinais, nós temos a família REOVIRIDAE . Ela é composta por diferentes gêneros, e dentro desses gêneros, vamos destacar o ORTHOREOVIRUS, ORBIVIRUS E ROTAVIRUS. Eles acometem diferentes espécies: Invertebrados, vertebrados e até mesmo plantas. Essa estrutura de virus pode acometer espécies de animais domesticos, silvestres, humanos. Uma curiosidade é que o sabin 1959 já o descreveu como sendo um vírus capaz de infectar diferentes tecidos. Por isso recebe esse nome de Reo: respiratory, enteric, orphan. Ele não tem um tropismo, uma eleição por determinado tecido. Por exemplo o vírus rábico tem predileção, afetando apenas tecido nervoso. Não afeta por exemplo, intestino. Esse Reovirus podemos encontrar espécies dessa família que acometem diferentes tecidos. Rotavirus: bem conhecido. Ele é um genero viral que pode acometer todas as espécies, especialmente provocando diarréia. Orbivirus: virus extramamente importante, pois é um vírus transmitido por artrópode, e está associado a grande prejuízo à agricultura. É o vírus da lingua azul. Afeta ruminantes, equinos (herbívoros). Ele provoca uma glossite, ou seja, uma inflamação na estrutura de língua. O animal fica com uma estomatite significativa, vai a óbito, também provoco encefalite, aborto. PROPRIEDADES GERAIS ⚫ Arquitetura complexa: 1, 2 ou 3 camadas de capsídeo ⚫ NÃO ENVELOPADO ⚫ Possuem 60 a 85 nm de diâmetro ⚫ Simetria icosaédrica ⚫ Genoma constituído por RNA de fita dupla segmentado (dsRNA) • Possuem de 10 a 12 segmentos ⚫ Transcriptase presente nos vírions ⚫ Replicação no citoplasma da célula hospedeira Só para termos noção, o orthoreovirus é capaz de provocar, afetar, diferentes mamíferos. Além disso afeta aves, provocando desde artrite (doença articular), nefrose (doença renal), doença respiratória, miocardite (doença no miocárdio) e até alteração em fígado que vai levar a hepatoencefalomieli te. Ou seja, alterações bem diversificadas. Em que pese ser não envelopado, ele possui muitas camadas de capsídeo. Contituído de RNA- potencial alto de mutação genética. O fato dele ter essa transcriptase é perigosíssimo pois, ele mesmo é capaz de ativar a sua replicação. Lembrando que a transcriptase é uma enzima que vai converter o RNA em DNA. Seu genoma é de fita dupla. ORTHOREOVIRUS Subdividido em duas espécies: Orthoreovirus de mamíferos e Orthoreovirus aviário. ORTHOREOVIRUS de mamíferos As infecções causadas parecem ser inaparentes ou subclínicas, pela ausência de sinais clínicos. Então, o mamífero está infectado mas não adoece. Em equinos, há presença de sinais clínicos de infecção respiratória, como laringite, rinite e tosse. Em bovinos, ovinos, suínos, cães e gatos a infecção tem sido relatada com a presença de diarréia e distúrbios respiratórios. Não há sinais específicos para nenhuma das espécies que ele pode infectar. A taxa de adultos soropositivos é alta (em torno de 60 e 85%). Os animais tem constante contato com esse vírus. As infecções por Reovirus em humanos está relacionado com doenças respiratórias e entéricas, sem gravidade. Possui um potencial zoonótico. Os sinais clínicos frequentes relatados (em humanos) incluem cefaléia, mal-estar, tosse e diarréia. Tanto em animais quanto em seres humanos, infecções bacterianas ou secundários podem complicar o quadro clinico produzidos pelas infecções por reovirus, principalmente em hospedeiros jovens. Aqui vemos a importância de manter os animais vermifugados, vacinados, bem alimentados. Justamente para que eles consigam controlar as replicações virais quando acontecer. Não existe um tratamento específico para esses vírus. Precisamos dar suporte para o paciente, para que ele consiga responder. ORTHOREOVIRUS aviário Várias espécies de aves domésticas e silvestres são susceptíveis a esse vírus, assumindo maior importância em galinhas e perus. Responsável pela artrite viral O orthoreovirus já tem uma estrutura um pouco diferente. Ele possui mais de 1 capsídeo. Isso é uma estratégia viral. Os orthoreovirus vão estimular resposta imune diferente da resposta que é estimulada pelos reovirus original. Eles são muito difíceis de eliminar no ambiente. Ele é resistente até a solvente de lipídios. Mas ele é sensível à ação do sol. Então, ele é um virus dificil de fazer controle ambiental. ORBIVIRUS • Infectam uma variedade de vertebrados, incluindo ruminantes domésticos e selvagens, equídeos, roedores, morcegos, primatas, marsupiais e aves. É extremamente prejudicial a animais de produção. Podem desenvolver glossites. • São primariamente transmitidos por vetores ARTRÓPODES Se a sua principal transmissão é feita por artrópodes, temos um arbovirose. Pode ser mosca, mosquito, carrapato. • São resistentes a solventes lipídicos e sensíveis a desinfetantes a base de iodóforos e fenóis. • Estáveis sob pH entre 6,5 e 8. • O congelamento pode reduzir até 90% a infectividade viral. Quando o ruminante está pastejando, o artrópode vai se alimentar com sangue, ou seja, fazer o seu repasto, e ai acaba transferindo. Esses animais eles vão se apresentar com alterações de edema, necrose. Na imagem A podemos ver uma artrite viral provocada por um orthoreovirus. Os animais tem dificuldade em caminhar, sentem dor. Então podemos observar que no mamífero ele acometeu mais entérico e respiratório. Aqui na ave, já está mais associado a articulações. Esse orbivirus é um grupo viral que possui uma estrutura de capsídeo: externo, interno e intermediário. Possui então 3 capsídeos mas não possui envelope. Isso favorece a sua resistência no ambiente. Essas espécies são arbovírus, então precisamos nos preocupar com o mosquito, com o carrapato, a mosca. Acima, podemos ver que as espécies de orbivírus podem ser transmitidas por mosquitos pulicídios, anopheles, flebotomínions, carrapatos. Existe uma diversidade tão grande de orbivírus que ela pode afetar: humanos, ruminantes, roedores, preguiças, aves marinhas, morcegos. Uma diversidade absurda de espécies. Observação: todas as espécies de orbivírus são transmitidos por vetores. Então é necessária a atenção com o ambiente, no quesito controle vetorial. Pois se temos mosquito, temos, a possibilidade de contaminação pelo vírus. VÍRUS DA LÍNGUA AZUL (BTV) • Arbovírus É transmitido por picada de mosquitos (Culicoides ou “mosquito pólvora”) São mosquitos pequenos, que lembram os pequenos mosquitos que são encontrados quando está chovendo. Porém esse daquié hematófago, ou seja, se alimenta de sangue. • Doença infecciosa, não contagiosa, que afeta ovinos, caprinos, bovinos, bubalinos, cervídeos e outros herbívoros É um vírus infeccioso, porém não contagioso pois gera a infecção no animal, ou seja, vai haver um agente que vai se replicar no organismo, promovendo então a infecção, porém, não é contagioso por exemplo, por contato entre os animais. O animal infectado não infecta o outro simplesmente pela saliva contaminada, com bebedouro. O bovino é fonte de infecção para outro pois as fêmeas do mosquito são hematófagas e aquele bovino infectado vai ser fonte de alimentação para elas e assim elas se infectam e ai sim transmitem a infecção para outros animais. • Doença de notificação obrigatória segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA/ OIE) É uma doença de controle pela Organização Mundial de Saúde Animal. Paises que possuem blue tongue não conseguem exportar. Ninguem quer. Os produtos animais derivados de ruminantes precisam estar livres de BTV (blue tongue virus). • Amplamente distribuída nas áreas tropicais e subtropicais em todos os continentes. • Apenas as fêmeas dos mosquitos são hematófagas. • Após o repasto, o vírus se multiplica nas glândulas salivares e em tecidos intestinais do inseto. Assim pode ser transmitido a um novo hospedeiro quando se alimentar novamente. • Nos ovinos e caprinos a viremia dura em média 28 a 41 dias. • Nos bovinos pode persistir por mais de 100 dias. A virulência dura 100 dias. O tempo de viremia é altíssimo e isso permite que milhares de outros animais serem infectados. Por isso que os animais positivos precisam ser sacrificados. • Os sinais clínicos quando aparecem, tanto nos animais domésticos como nos selvagens, incluem uma resposta febril caracterizada por inflamação e congestão, edema e hemorragias faciais e ulceração das membranas mucosas. É como se o animal tivesse a boca cheia de afta. • Em casos graves a língua pode apresentar hiperemia intensa e tornarse edematosa e protuberante e em casos severos pode ficar cianótica. Hiperemia (congestão sanguínea, aumento do fluxo sanguíneo para uma parte do corpo) intensa e acaba atrapalhando na alimentação, respiração, e a língua fica cianótica, ou seja, azulada. Por isso que chamamos de Língua Azul. Vale a pena lembrar que a língua é primordial para a alimentação do boi. Ele faz a apreensão dos alimentos com a língua. DIAGNÓSTICO • Sinais clínicos. É importante. Devemos observar se há edema. • Diagnóstico sorológico: IDGA e ELISA. Podem ser realizados os testes sorológicos de difusão e Elisa. • Inoculação em ovos embrionados, seguidos do cultivo em células BHK. Aqui já temos algo mais específico. • Baço, medula, coração e linfonodos mesentéricos são os tecidos de escolha a serem coletados em animais submetidos à necrópsia. Quando temos um animal morto coletamos órgãos linfoides (baço, medula linfonodo), coração para serem levados para a análise histopatológica. A imunodifusão é um teste sorologico que tem como objetivo observar a difusão do anticorpo em direção ao antígeno quando temos um positivo. Temos um gel de agarose e nele fazemos buraquinhos. Nesses buraquinhos é colocado o antígeno purificado. Temos o soro padrão que será o parametro de como será a reação quando o animal é positivo. Observamos então uma linha branca pois os anticorpos que estão no soro padrão vão de encontro ao antígeno. Ao lado temos a amostra que positivou, pois podemos observar a linha branca. O resultado será negativo quando não formar a linha, pois o animal não possui anticorpos para reagir ao antígeno. CONTROLE E PROFILAXIA •Controle dos vetores com inseticidas. Como por exemplo, brinco repelente. •Sacrifício dos animais infectados seguida de desinfecção rigorosa. •Controle do movimento de animais. Separação de ovinos e bovinos, reduzindo a possibilidade dos vetores disseminarem a infecção entre essas espécies. •Regras rígidas de importação e quarentena, acompanhado de 2 a 3 testes sorológicos. •Vacinas virais atenuadas. •Vacinas polivalentes. •Em todos os países onde são utilizadas as vacinas, apenas os ovinos tem sido vacinados. •No Brasil não existem vacinas disponíveis. ROTAVIRUS • Provocam sinais clínicos somente quando acomete animais jovens. Pois o jovem ainda está com o processo de construção da resposta imune Em adultos, a infecção é assintomática. Podem ser portadores e transmissores do vírus para indivíduos jovens da mesma espécie • Dependendo da virulência da cepa infectante, do grau da resposta imune do hospedeiro e da idade, algumas infecções em adultos podem ser acompanhados de diarreia. Ou seja, animal imuno suprimido, animal estressado, mal alimentado, podem apresentar sinal clínico. • Produzem perdas econômicas consideráveis • É o principal agente etiológico do complexo “diarreia neonatal bovina e suína” – filhotes de suínos e de bovinos. É um virus importante para a veterinária Um dos principais vírus entéricos. Ataca o intestino de diferentes espécies. Aves, humanos, mamíferos não humanos. As infecções agudas são, com frequência, acompanhadas de diarréia, desidratação, desequilíbrio eletrolítico e acidose. Afeta principalmente filhotes. Estão amplamente distribuídos na natureza e provocam infecções em mamíferos domésticos, silvestres e aves. O que pode ser um perigo, pois: PATOGENIA E SINAL CLÍNICO • Realizam seu ciclo replicativo no interior, culminando com a lise e descamação do epitélio intestinal e posterior infecção de novos enterócitos. Sem célula intestinal viável, não ocorre absorção, e sem absorção, se tem uma deficiência nutricional. • Como eles também possuem atividade enzimática, com sua lise há deficiência na liberação da enzima lactase, com consequente falha na digestão da lactose. • Associada com a má absorção, a lactose não digerida entra em fermentação por ação de bactérias, intensificando a diarréia por aumento da P. osmótica na luz intestinal. • Infecção por rotavírus - “curso branco” – presença de leite não digerido nas fezes diarreicas. A produção da lactase fica comprometida. Se pensarmos em um filhote sem lactase, tem diarreia, afinal sua alimentação é o leite materno da mãe. Então temos a síndrome da má absorção, uma diarreia por fermentação de lactose e uma diarreia osmótica extremamente importante, pois há perda de agua e elitrólitos. Por isso a diarreia por rotavirus é chamada de curso branco. Percebemos nas fezes do animal que está leite puro. Não está havendo a digestão. Então diante de fezes assim suspeitamos que seja rotavírus. • A transmissão dos rotavírus ocorre principalmente pela via fecal-oral, por meio de partículas virais. A infecção ocorre por contato, ou seja, é infecto contagiosa. A diarreia está cheia de partículas virais. O outro filhote que está por perto entra em contato com essas fezes e ai pode se infectar. A diarreia não é certeza, é apenas suspeita. Algumas doenças metabólicas também podem levar a deficiência da lactase. Possuem tropismo por células do ID. A diarréia ocasionada também é conhecida como diarreia por má absorção. DIAGNÓSTICO • Exame laboratorial incluem fezes e conteúdo intestinal. • A ME (microscopia eletrônica) é muito eficiente na detecção do vírus, uma vez que a morfologia típica do rotavírus permite sua identificação sem a necessidade do uso do soro hiperimune (imunomicroscopia eletrônica) – porém é um exame extremamente caro. • Os testes imunoenzimáticos (ELISA) são um dos métodos mais utilizados no diagnóstico da rotavirose animal. – no entanto aqui no Brasil, na produção animal, pouco se faz exame. O diagnóstico é por exclusão. • O isolamento viral em cultivo celular. CONTROLE E PROFILAXIA • Isolamento dos animais infectados • Criaçãode animais de faixas etárias uniformes – respeitar o manejo por idade, pois os adultos podem ser assintomáticos, e estar liberando os vírus. • Desinfecção de instalações • éter, clorofórmio - RESISTE • FORMOL, CLORO, GLUTARALDEIDO, ETANOL 95% - SENSÍVEL • Rodízio de piquetes de parições em rebanhos bovinos de criação extensiva • Nos mamíferos domésticos, os Ac. rotavírus-específicos podem prevenir a incidência da doença nos neonatos ou reduzir a gravidade da diarréia. – Para rotavírus existe vacina. O vírus entra no enterócito e se replica no citoplasma. Quando ele vai sair, ele destrói o enterócito liberando os vírions. Esses vírions liberados são capazes de infectar novos enterócito. Ao lado direito temos uma microscopia eletrônica, mostrando como o rotavírus é. • Preconiza-se a vacinação das fêmeas gestantes com vacinas inativadas para garantir altos títulos de anticorpos específicos no colostro. • Administrar uma única dose (2 mL) para cada gestação, entre a 12ª e 3ª semana que antecedem a data prevista para o parto. PARVOVIRIDAE Saindo do rotavirus, outro vírus importante para a veterinária e que também atinge intestino é o parvovirus. Ele é da família parvoviridae. • Pequenos, não envelopados, icosaédricos, de DNA • Afinidade por células em rápida divisão sob ativa síntese de DNA – São espécie-específicos – Infectam grande variedade de células do hospedeiro A família parvoviridae ela tem subfamílias. Dentro delas temos diferentes espécies virais, temos ordens diferentes. Temos dois tipos de parvovirus que merecem aqui destaque: O bocaparvovirus que acomete bovinos e o cachorro e o protoparvovirus que acomete cães, gatos e porcos. Acometem de formas diferentes. Ao lado temos uma estrutura de árvore filogenética que mostra pra gente a relação filiar da parvoviridae. O bocaparvovirus e o protoparvovirus, eles tem o mesmo ponto de diferenciação. Ou seja, possuem ancestral comum. Talvez por isso a possibilidade de parecem em alguns momentos como estrutura viral e hospedeiros semelhantes. O parvovirus gosta de células que apresentam alta multiplicação, então ela tem um percentual alto de divisão celular. Muito facilmente filhotes tem parvovirus, pois eles estão em fase de desenvolvimento. Esse potencial de divisão, de replicação, está a todo vapor, principalmente no intestino. O parvovirus vai utilizar o citoplasma da célula. Vai entrar fazendo a disseção, depois ele desnuda e entra no núcleo. Ele usa o citoplasma pra fazer essa penetração e fazer o núcleo. E no núcleo ele utiliza o maquinário para fazer os vírions. depois de pronto ele atinge o citoplasma, rompe a célula e vai ser liberado. Observou-se que o parvovirus evoluiu, ampliando a sua patogenicidade, a sua virulência. O CPV-2 (Parvovirus canino do tipo 2) ele pode ter sido originado do vírus parvovirus felino e o mustelídeo é apresentado como ancestral comum do CPV. Chegando nos cães ele matou muitos cães. Hoje temos uma variante de parvovirus que é capaz de infectar tanto cães quanto gatos. O parvovirus felino é responsável pela doença panleucopenia felina. Acomete a medula dos felinos. Podem apresentar uma infecção subclínica ou a depender do gato, por exemplo gato estressado, coletado na rua, e que vive em gatis aglomerados, eles sofrem mais pressão imunológica e podem acabar desenvolvendo essa doença. O parvovirus felino afeta muito o cerebelo então o indivíduo pode apresentar alterações de caminhar, ele apresenta ataxia, um “andar de bêbado”. Tem alterações neurológicas importante e pode vir a óbito. Animais ja na 6ª semana de vida até o 6 mês, costumam apresentar alterações intestinais. É a enterite, diarreia característica de parvovirose – é uma diarreia sanguinolenta. A destruição de enterócitos é tão violenta que ele não tem reabsorção de nutrientes. Diarreia osmótica muito volumosa e varias vezes. O gato tem panleucopenia, ou seja, destruição das células brancas. Ele fica completamente predisposto a infecções bacterianas. As diarreia é composta de sangue e fragmentos do epitélio intestinal e as fezes. O canino tem um tropismo por células intestinais. Causa diarreia em filhotes com idade inferior a seis meses. Dai a importância de vacinar essas mães. O anticorpo materno protege os filhotes também, através do colostro. após 8 semanas, 2 meses de vida, ja temos um nível menor de anticorpo maternal, por isso deve ser feita a primeira dose da vacina. Algumas raças são mais frágeis: dobberman, rottwailer, pastor alemão, labrador, american bull. O parvovirus felino e canino gosta de células com alto potencial mitótico. Então ele pode por exemplo, atingir coração. Quanto mais novo for o filhote, mais fácil ele poderia apresentar uma miocardite. Ele vem a óbito muito rápido, por conta da não vacina do filhote e da mãe. pode afetar coração – provocando miocardite. Na imagem A temos um epitélio normal enquanto no B um epitélio destruído pelo parvovirus. O PCR também é usado quando não se tem certeza do teste sorológico. Mas somente com um positivo no sorológico já se sabe que se trata de parvo e já é iniciado o tratamento de suporte para os sinais clínicos. Existe uma discussão de utilização de prebiotico e probiotico para auxiliar a microbiota intestinal. Lembrar que é uma doença infecto contagiosa. Deve ser atendida em uma sala separada. Existe teste rápido que pode ser feito para o diagnóstico de parvovirus. São bem utilizados na clínica. Existem alguns testes que avaliam a presença de anticorpos e outros que avaliam a presença de antígenos. Pode ser feito isolamento e cultura porém é muito específico e pouco feito na rotina. Animal que possui positividade para parvo, precisamos nos preocupar ainda com hepatite e coronavirose. Pois são vírus que afetam o trato gastrointestinal e potencializam a parvo. Animais parasitados com helmintos também pode ter o quadro de parvo agravado CORONAVIRIDAE É um virus envelopado. Possui em seu envelope estruturas proteicas ligantes chamadas de spike protein (espículas), e é ela que se liga a célula do hospedeiro. E ai depois dessa ligação ela faz a sua dissociação. Na veterinária ele causa doença entérica. É importante que saibamos que a família coronaviridae é composta por diferentes tipos virais e pode afetar diversos animais, desde mamíferos aquáticos até humanos. O alphacoronavirus não é transmitivel para humanos. Ja o beta ele sim afeta trato respiratório de humanos, e aqui entra o sars cov tipo 2. Mas não acomete somente o trato respiratório. Pode causar alterações circulatória significantes, alterações cardiovasculares, renal. Afeta diferentes tecidos pois o vírus tem o receptor capaz de se ligar a enzima conversora angiotensina que está espalhada em vários tecidos. Enquanto o receptor do vírus alpha, é o aminopeptidase N que é diferente. Esta associado ao trato digestivo. Quando estamos falando de coronavírus estamos falando de uma família e que é composta de diferentes tipos, gêneros. A família coronaviridae se divide em alpha e betacoronavirus. o coronavirus com relação a veterinária é o alphacoronavirus que causa a gastroenterite em cães e a peritonite infecciosa felina em gatos. • Coronavírus CANINO – também é chamado de CCoV Infecta células do intestino • Coronavírus FELINO –também é chamado de FCoV FCoV – enterite – mas pode ocorrer uma mutação desse Coronavírus que causa a peritonite infecciosa FIPV – peritonite CORONAVIRUS canino Promove uma destruição das células do intestino. Podemos observar que o cão positivo para coronavirus, positivo para parvovirus não está nada bem, pois ambos causam destruição das células intestinal.E um potencializa o outro. Tanto que quando vamos fazer o diagnóstico, fazemos para ambos. • Apoptose de células do intestino delgado • Diarreia, vômito, anorexia • Complicações quanto ocorre co-infecção com Parvovírus • Período de incubação • 1 a 3 dias • Altamente contagiosa • Fezes CORONAVIRUS felino • Peritonite infecciosa felina (PIF) • Colônias de alta densidade • 90% gatos de colônias – 5%-20% apresentação clínica • 30% gatos únicos • Gato entre 3 meses e 3 anos • Via de transmissão feco-oral (outras secreções?) • Avaliar co-infecção por Feline leukemia virus (FeLV) e Feline immunodeficiency virus (FIV) – pois FIV e Felv potencializam o Pif. Os animais fiv e felv positivos apresentam um quadro de imunossupressão absurdo. APRESENTAÇÃO CLÍNICA PIF EFUSIVA ou ÚMIDA (pois provoca uma) Vasculite (inflamação nos vasos) O animal pode apresentar: Efusões Ascite Pericárdica Pleural Escrotal O animal vai acumulando fluidos em vários regiões corporais, por isso inclusive esse nome PIF úmida. PIF SECA ou NÃO-EFUSIVA Aqui não tem formação de edema. Podem ter lesões piogranulomatosas. Lesões piogranulomatosas - Lesões muito inflamadas, cheio de fibrina e de pus. Pode afetar: SNC Olhos Órgãos parenquimatosos (órgãos sem lumen, como baço, fígado, ovários, glândulas endócrinas) DIAGNÓSTICO E PROFILAXIA Aqui no brasil não temos a vacina para a mutação do corona vírus que causa a pif. Ao lado temos um quadro neurológico que pode trazer uma meningoencefalite não supurativa, ou seja, sem a presença de pus.
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