Buscar

Biossegurança e Saúde do Trabalhador

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SAÚDE DO 
TRABALHADOR
Sérgio Valverde Marques dos Santos
Biossegurança e saúde 
do trabalhador
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o conceito, a história e a legislação aplicada à biossegurança.
 � Identificar os riscos químicos e físicos existentes nos ambientes de 
trabalho.
 � Descrever os riscos ergonômicos existentes no ambiente de trabalho.
Introdução
O campo da saúde do trabalhador tem crescido consideravelmente, 
buscando cada vez mais a apropriação dos direitos dos trabalhadores em 
seus ambientes de trabalho. Dessa forma, tem-se procurado uma melhor 
qualidade de vida e segurança nos locais em que esses trabalhadores 
atuam.
Aliada à saúde do trabalhador está a biossegurança, que tem a função 
de prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades, 
que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio 
ambiente (ou mesmo interferir nesses aspectos). Para isso, a biossegurança 
se baseia em normas e fiscalizações por órgãos governamentais. Assim, 
ela se torna um fator primordial para a promoção da saúde do trabalhador 
nos ambientes laborais.
Neste capítulo, você vai entender o conceito e o contexto histórico 
da biossegurança e das respectivas legislações no Brasil. Além disso, 
vai aprender a identificar os principais riscos existentes nos ambientes 
laborais, como os riscos físicos, químicos e ergonômicos.
O que é biossegurança?
A biossegurança é uma estratégia de desenvolvimento sustentável que promove 
ações de prevenção para eliminar os riscos oriundos das novas tecnologias para 
a saúde. As discussões sobre a importância da biossegurança iniciaram-se, no 
Brasil, na década de 1970. Nessa época, começou-se a perceber a relevância 
de desenvolver programas de proteção e segurança dos trabalhadores, princi-
palmente daqueles envolvidos em pesquisas com microrganismos.
A partir disso, começaram as discussões sobre o processo de exposição 
ocupacional, alinhado ao conceito de biossegurança. O foco inicial eram os 
trabalhadores dos laboratórios de análise de material biológico, considerando-se 
a incidência, nesses profissionais, de doenças como tuberculose e hepatite B 
(BRASIL, 2005, 2011). 
Todavia, a biossegurança foi instituída no Brasil somente na década de 
1980, com a participação do país no programa de treinamento internacional em 
biossegurança, organizado pela Organização Mundial da Saúde. A partir daí, 
iniciou-se a implantação de medidas para acompanhar os avanços tecnológicos 
na área de biossegurança. 
A partir de 1985, começaram a ser oferecidos cursos de biossegurança no 
país, com a finalidade de implementar medidas de segurança como parte do 
processo de trabalho de profissionais da saúde. Nesse mesmo período, o Mi-
nistério da Saúde começou um projeto de capacitação científica e tecnológica 
para doenças emergentes e reemergentes, com a finalidade de capacitar as 
instituições de saúde em biossegurança. No entanto, foi somente na década 
de 1990 que foi instituída a primeira Lei de Biossegurança, na forma da Lei 
nº. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, a qual foi revogada pela Lei nº. 11.105, de 
24 de março de 2005 (BRASIL, 2010).
No Ministério da Saúde, a biossegurança é controlada pela Comissão 
de Biossegurança em Saúde, que foi criada em 2003, pela Portaria GM/MS 
nº. 1.683, de 28 de agosto de 2003. Essa comissão tem o papel de definir 
estratégias de avaliação, atuação e acompanhamento das ações relacionadas 
à biossegurança no território nacional. As suas principais atribuições são as 
seguintes (BRASIL, 2010): 
 � participar e acompanhar, nos âmbitos nacional e internacional, a ela-
boração e reformulação de normas de biossegurança; 
 � proceder ao levantamento e à análise das questões referentes à biosse-
gurança, visando a identificar os seus impactos e as suas correlações 
com a saúde humana; 
Biossegurança e saúde do trabalhador2
 � propiciar debates públicos sobre biossegurança, por meio de reuniões 
e eventos abertos à comunidade; 
 � estimular a integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único 
de Saúde nas questões de biossegurança em saúde;
 � assessorar as atividades relacionadas à formulação, atualização e im-
plementação da Política Nacional de Biossegurança.
A partir desse contexto, a biossegurança tem trazido resultados relevantes e 
consideráveis para a saúde dos profissionais da saúde. Essas ações necessitam 
de maior reconhecimento e divulgação junto aos trabalhadores e às instituições, 
uma vez que promovem menores riscos ocupacionais de contaminação do 
trabalhador durante o seu processo de trabalho. 
Outro avanço da biossegurança, em termos de segurança e saúde dos 
trabalhadores da saúde, foi a regulamentação da Norma Regulamentadora 
(NR) nº 32, pelo Ministério do Trabalho, em 2005. Essa norma estabeleceu 
diretrizes básicas e fundamentais para a prática de implementação de medidas 
de proteção, segurança e saúde dos trabalhadores que atuam em ambientes 
que prestam serviços de saúde, tanto em atividades de promoção como de 
assistência à saúde em geral (BRASIL, 2005, 2011).
As contaminações pelos vírus das hepatites B e C e pelo vírus HIV são as principais 
causas de contaminação sofridas por profissionais da saúde. A prevenção de acidentes 
com exposição ocupacional é o principal caminho para evitar a transmissão dos vírus. 
A NR 32 trouxe diversos avanços para a promoção da saúde dos trabalha-
dores de instituições de saúde. Ela preconiza que essas instituições devem 
implantar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos seus 
trabalhadores, com vistas aos riscos ambientais presentes nas atividades 
laborais. A NR 32 possui três eixos (BRASIL, 2005, 2011):
1. capacitação contínua dos trabalhadores;
2. definição dos programas que abordam os riscos ocupacionais;
3. determinação das medidas de proteção contra os riscos.
3Biossegurança e saúde do trabalhador
A biossegurança promove, nos dias atuais, maior controle dos riscos am-
bientais presentes nas atividades laborais dos profissionais da saúde. Além 
disso, promove a consolidação das ações e das competências nessa área, em 
prol de uma maior segurança e saúde no trabalho, bem como a qualidade de 
vida e saúde dos trabalhadores. Por isso, é importante manter a discussão sobre 
a biossegurança no local de trabalho, a fim de reduzir os riscos ocupacionais, 
os acidentes e as contaminações dos trabalhadores.
Para mais informações a respeito das estratégias de pre-
venção, consulte o documento “Prevenção combinada 
do HIV: bases conceituais para trabalhadores e gestores de 
saúde”, do Ministério da Saúde, disponível no link a seguir. 
https://qrgo.page.link/DWqA5
Riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho
Os trabalhadores têm enfrentado diversos obstáculos para desenvolver as 
suas atividades laborais. Além das pressões administrativas e da sobrecarga 
de trabalho, eles ainda enfrentam dificuldades relacionadas ao ambiente de 
trabalho. Muitos ambientes laborais oferecem riscos ocupacionais nas ativi-
dades exercidas, em função das necessidades do trabalho. 
Os riscos ocupacionais fazem parte da vida diária do trabalhador. Por isso, 
todos precisam conhecer e ficar atentos a tais fatores de riscos. Ao identificar 
os fatores de risco ocupacional, é possível promover a maior segurança no 
trabalho.
Entre os riscos ocupacionais que podem prejudicar a saúde e o trabalho do 
indivíduo, os riscos físicos são os mais presentes nos ambientes laborais. Além 
disso, tem-se investigado muito a exposição dos trabalhadores aos agentes 
químicos nos ambientes de trabalho. Esses dois riscos são responsáveis por 
muitos acidentes e doenças advindas das atividades laborais.
Para compreender melhor sobre os riscos físicos e químicos, o Quadro 1 
apresenta os grupos, as cores e as especificidades de cada risco ocupacional, 
de acordo com a regulamentação das NRs 05 e 09. 
Biossegurança e saúde do trabalhador4
Fonte: Adaptado de Brasil(2017b).
Grupo 1
Verde
Grupo 2
Vermelho 
Grupo 3
Marrom
Grupo 4
Amarelo 
Grupo 5
Azul
Riscos 
físicos 
Riscos 
químicos
Riscos 
biológicos 
Riscos 
ergonômicos 
Riscos de 
acidentes 
 � Ruídos 
 � Vibra-
ções 
 � Radia-
ções io-
nizantes 
 � Radia-
ções não 
ionizan-
tes 
 � Frio
 � Calor 
 � Pressões 
anormais 
 � Umidade
 � Poeiras
 � Fumos 
 � Névoas 
 � Gases
 � Vapores
 � Substân-
cias, com-
postos ou 
produtos 
químicos 
em geral
 � Vírus 
 � Bactérias 
 � Protozo-
ários 
 � Fungos 
 � Parasitas 
 � Bacilos
 � Esforço 
físico 
intenso
 � Levanta-
mento e 
transporte 
manual de 
peso
 � Exigência 
de postura 
inadequada
 � Controle 
rígido de 
produtivi-
dade 
 � Imposição 
de ritmos 
excessivos 
 � Trabalho 
em turno 
noturno 
 � Jornadas 
de traba-
lho prolon-
gadas 
 � Monotonia 
e repetitivi-
dade 
 � Outras 
situações 
causadoras 
de estresse 
físico e/ou 
psíquico
 � Arranjo 
físico 
inadequado 
 � Máquinas 
e equipa-
mentos 
sem 
proteção
 � Ferramen-
tas inade-
quadas ou 
defeituosas
 � Iluminação 
inadequada 
 � Eletricidade
 � Probabili-
dade de in-
cêndio ou 
explosão
 � Armaze-
namento 
inadequado 
 � Animais 
peçonhen-
tos 
 � Outras si-
tuações de 
risco que 
poderão 
contribuir 
para a 
ocorrên-
cia de 
acidentes 
Quadro 1. Mapa de riscos ambientais
5Biossegurança e saúde do trabalhador
Os riscos físicos são aqueles capazes de modificar o ambiente de trabalho 
dos indivíduos. São efeitos gerados por máquinas, equipamentos e condições 
físicas características do local de trabalho que podem causar prejuízos à saúde 
do trabalhador. Esses riscos são identificados por três principais características: 
necessitam de um meio de transmissão; agem mesmo sobre pessoas que não 
têm contato direto com a fonte e podem ocasionar lesões crônicas (BRASIL, 
1994, 2017b; BELLUSCI, 2017). Algumas das características e consequências 
da exposição aos riscos físicos são apresentadas no Quadro 2.
Riscos físicos Características Consequências
Ruído Sons presentes no 
ambiente de trabalho 
que, ao atingir níveis 
excessivos, podem 
provocar sérios prejuízos 
à saúde, dependendo 
do tempo de exposição, 
nível sonoro e da 
sensibilidade individual.
Baixa concentração, baixo 
rendimento, má comunicação, 
acidentes, desconforto, 
perda auditiva, alterações 
na pressão sanguínea.
Vibração São agentes físicos 
nocivos, produzidos 
por máquinas ou 
equipamentos 
vibrantes que atuam 
por transmissão de 
energia mecânica, 
emitindo oscilações com 
amplitudes perceptíveis.
Danos na região espinal, 
alterações no sistema 
circulatório e/ou urológico e 
neurológico, fadiga, insônia, 
dor de cabeça, tremor, 
vômitos, respiração irregular, 
alterações neurovasculares e 
articulares nas mãos, problemas 
nas articulações de mãos 
e braços, osteoporose.
Radiação São formas de energia 
transmitidas por ondas. 
São divididas em dois 
grupos: ionizantes 
e não ionizantes.
Radiação ionizante: os efeitos 
imediatos são eritema, queda 
de cabelos, necrose de tecido, 
esterilidade temporária ou 
permanente. Os efeitos tardios 
são catarata, câncer, anemia.
Radiação não ionizante: 
os efeitos são perturbações 
visuais, queimaduras, 
lesões, insolação, fadiga.
Quadro 2. Riscos físicos, características e consequências
(Continua)
Biossegurança e saúde do trabalhador6
Fonte: Adaptado de Brasil (1994, 2017b) e Marchetti e Leat (2003).
Quadro 2. Riscos físicos, características e consequências
Riscos físicos Características Consequências
Umidade Atividades ou 
operações executadas 
em locais alagados 
ou encharcados, com 
umidade excessiva, 
capazes de produzir 
danos à saúde dos 
trabalhadores.
Doenças do aparelho 
respiratório, quedas, 
doenças de pele, doenças 
circulatórias, efeitos 
metabólicos e endócrinos.
Temperatura 
extrema
Calor: fatores ambientais 
podem afetar o 
trabalhador exposto 
ao calor excessivo.
Frio: atividades laborais 
que expõem os 
trabalhadores aos danos 
provocados pelo frio.
Calor: desidratação, erupção 
da pele, câimbras, fadiga física, 
distúrbios psiconeuróticos, 
problemas cardiocirculatórios, 
insolação, hipertermia.
Frio: feridas, rachaduras e 
necrose na pele, enregelamento, 
agravamento de doenças 
reumáticas, predisposição 
para acidentes, predisposição 
para doenças das vias 
respiratórias, hipotermia.
Pressão 
anormal
Atividades em que 
os trabalhadores 
ficam sujeitos a 
pressões ambientais 
acima ou abaixo das 
pressões normais.
Hipobáricas (baixas pressões): 
irritabilidade, diminuição da 
capacidade motora e sensitiva, 
alterações do sono, fadiga 
muscular, hemorragias na 
retina, edema cerebral, edema 
agudo do pulmão, hipóxia.
Hiperbáricas (altas pressões): 
convulsões, ruptura do tímpano, 
liberação de nitrogênio nos 
tecidos, necrose óssea.
(Continuação)
A prevenção aos riscos físicos é a melhor forma de evitar as consequências 
que o trabalho pode causar ao trabalhador devido à exposição direta aos agen-
tes. A promoção de medidas de proteção individual pode ajudar no combate 
à exposição aos riscos físicos.
7Biossegurança e saúde do trabalhador
As pressões hiperbáricas são aquelas acima da pressão atmosférica normal. Elas ocorrem 
em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, 
caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Já as pressões 
hipobáricas são aquelas abaixo da pressão atmosférica normal, que ocorrem com 
trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes, como em arranha-céus, ou 
em pilotos e astronautas (BRASIL, 1994, 2017b).
Os riscos químicos são causados por exposição a substâncias sólidas, 
líquidas ou gasosas, compostas por produtos químicos capazes de penetrar 
no organismo, como poeira, fumo, gases, vapores, entre outros. Esses riscos 
são representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas 
líquida, sólida ou gasosa e que, quando absorvidas pelo organismo, podem 
produzir reações tóxicas e danos à saúde.
Existem três vias de penetração no organismo: respiratória (inalação pelas 
vias aéreas), cutânea (absorção pela pele) e digestiva (ingestão) (BRASIL, 
1994, 2017b). Algumas das características e das consequências da exposição 
aos riscos químicos são apresentadas no Quadro 3.
Risco 
químico
Características Agentes Consequências
Poeiras 
minerais
Provêm de 
diversos minerais.
Sílica, asbesto, 
carvão, minerais.
Silicose (quartzo), 
asbestose 
(amianto) e 
pneumoconiose 
dos minérios 
de carvão.
Poeiras 
vegetais
São produzidas 
pelo tratamento 
industrial.
Algodão, bagaço de 
cana de açúcar.
Bissinose (algodão), 
bagaçose (cana 
de açúcar).
Quadro 3. Riscos químicos: características, agentes e consequências
(Continua)
Biossegurança e saúde do trabalhador8
Fonte: Adaptado de Brasil (1994, 2017b) e Teixeira (2013).
Quadro 3. Riscos químicos: características, agentes e consequências
Risco 
químico
Características Agentes Consequências
Névoas, 
gases e 
vapores
São causados por 
agentes irritantes, 
asfixiantes e 
anestésicos.
Irritantes: ácido 
clorídrico, ácido 
sulfúrico, amônia, 
soda cáustica, cloro.
Asfixiantes: 
hidrogênio, nitrogênio, 
hélio, metano, 
acetileno, dióxido de 
carbono, monóxido 
de carbono.
Anestésicos: 
butano, propano, 
aldeídos, cetonas, 
cloreto de carbono, 
benzeno, álcool.
Irritação das vias 
aéreas superiores.
Dores de 
cabeça, náuseas, 
sonolência, 
convulsões,
coma, morte.
Ação depressiva 
sobre o sistema 
nervoso, danos 
aos diversos 
órgãos e ao 
sistema formador 
do sangue.
Poeiras 
alcalinas
Provêm, em 
especial, do 
calcário.
Calcário. Doença pulmonar 
obstrutiva crônica 
e enfisema 
pulmonar.
Fumos 
metálicos
Provêm do 
uso industrial 
de metais.
Cobre, alumínio, 
chumbo, solda.
Doença pulmonar 
obstrutiva 
crônica, febre de 
fumos metálicos 
e intoxicação 
específica, de 
acordo com 
o metal.
(Continuação)
9Biossegurança e saúde do trabalhador
A prevenção aos riscos químicos é a melhor forma de evitar danos à saúde 
decorrentes do trabalho.Para isso, é necessário conhecer as suas principais 
fontes e consequências, possibilitando assim a implementação de barreiras para 
contenção da exposição do trabalhador. As medidas de proteção individual são 
as melhores maneiras de evitar essa contaminação. Dessa forma, elas devem 
ser adotadas, monitoradas e incentivadas pelo setor de saúde ocupacional. 
Entenda mais sobre os riscos químicos e as suas especifi-
cidades no site da Fiocruz. Acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/QXsnk
Riscos ergonômicos no ambiente de trabalho
Os riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho são responsáveis 
por diversas doenças osteomusculares. Eles estão presentes na maioria das 
atividades ocupacionais e relacionam-se a posturas inadequadas na execução 
das tarefas e tempo prolongado na mesma posição no processo de trabalho.
O objetivo principal da ergonomia é manter a satisfação, a segurança e 
o bem-estar do trabalhador em seu ambiente laboral. É importante atentar 
às tarefas, aos equipamentos e ao melhor comportamento entre as equipes, 
assim como à adaptação do ambiente e do processo de trabalho (SILVA; 
MARTINS, 2013).
Os riscos ergonômicos são regulamentados pela NR 17 e fazem parte dos 
mapas de riscos dos ambientes de trabalho. Esses riscos são divididos de 
acordo com as suas características, como você pode observar no Quadro 4.
Biossegurança e saúde do trabalhador10
Fonte: Adaptado de Brasil (2007) e Iida (1997).
Riscos 
ergonômicos
Características Consequências
Esforço físico 
intenso
Esforço físico demandado por 
algumas tarefas, sem uso de 
equipamento adequado.
Dores, fadiga, 
esgotamento profissional 
(burnout), cansaço.
Levantamento 
e transporte 
de peso
Levantar ou transportar 
cargas pesadas.
Lesões na coluna, 
ombro e braço.
Postura 
inadequada
Posição inadequada 
em que o trabalhador 
executa a sua atividade.
Dores nas costas, 
enfraquecimento e lesões 
em várias partes do corpo, 
como ombros e pulsos, 
distúrbio osteomuscular 
relacionado ao 
trabalho (DORT).
Controle da 
produtividade
Cobrança excessiva para um 
trabalho acelerado, com mais 
esforço físico do trabalhador.
Estresse físico e mental, 
transtorno de ansiedade, 
fadiga, esgotamento 
profissional (burnout).
Ritmos 
excessivos
Excesso de tarefas e cobranças. Estresse físico e mental, 
hipertensão arterial, 
transtorno de ansiedade, 
depressão, doenças do 
trato gastrintestinal.
Jornada de 
trabalho 
prolongada
Horários de trabalho 
prolongados, prática de 
horas extras ou duplo 
vínculo de trabalho.
Fadiga, estresse, 
esgotamento 
profissional (burnout).
Monotonia e 
repetitividade 
Movimentos repetitivos, como 
trabalhar no computador ou 
operar máquinas, e a prática 
de atividades sempre iguais.
Tendinites, lesão por 
esforço repetitivo (LER), 
dores e limitação de 
movimentos, transtorno 
de ansiedade, depressão.
Iluminação 
inadequada
Redução da segurança no 
ambiente de trabalho por não 
enxergar direito em ambiente 
com iluminação insuficiente.
Acidentes, fadiga 
visual, olhos vermelhos, 
doloridos e lacrimejantes.
Quadro 4. Riscos ergonômicos no ambiente de trabalho, características e consequências
11Biossegurança e saúde do trabalhador
Os riscos ergonômicos precisam ser analisados de acordo com as ca-
racterísticas físicas do trabalhador, ou seja, sexo, idade, peso, altura, entre 
outros. Assim, torna-se mais fácil direcioná-lo para uma atividade que tenha 
características que o agradem e que não provoquem doenças ou acidentes. 
Além disso, é necessária a adoção de medidas que previnam as doenças er-
gonômicas, como a prática de atividade física e alongamento antes de iniciar 
as atividades laborais. 
Torna-se importante lembrar que a análise dos riscos ergonômicos no 
ambiente de trabalho contribui para a promoção de soluções de adaptação do 
trabalho ao trabalhador, assim como para a redução do risco existente naquela 
atividade. Assim, promove uma melhor condição de trabalho e satisfação na 
realização das tarefas laborais.
Entenda mais sobre os riscos ergonômicos, as suas espe-
cificidades e alterações no site da Fundacentro (RINALDI, 
2018). 
https://qrgo.page.link/aGfwv
BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 12. ed. São Paulo: Senac, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação. 
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/biosseguranca_saude_prioridades_estrategicas_acao.pdf. Acesso em: 
18 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº. 1.748, de 30 de agosto de 2011. NR 32 — 
Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 31 ago. 2011. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/
NR32.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
Biossegurança e saúde do trabalhador12
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria MTb nº. 871, de 06 de julho de 2017. NR 9 — 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília, DF, Diário Oficial da União, 07 
jul. 2017b. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-09.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria SIT nº. 13, de 21 de junho de 2007. NR 17 — Ergo-
nomia. Brasília, DF, Diário Oficial da União, 26 jun. 2007. Disponível em: https://www.
pncq.org.br/uploads/2016/NR_MTE/NR%2017%20-%20ERGONOMIA.pdf. Acesso em: 
18 jul. 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE nº. 485, de 11 de Novembro de 
2005. NR 32 — Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, seção 1, 16 nov. 2005. Disponível em: http://www.fiocruz.br/
biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/NR-32.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Segurança e Saúde no Tra-
balho. Portaria nº. 25, de 29 de dezembro de 1994. NR 9 — Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p. 21.280-21.282, 
30 dez. 1994. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/
Portaria+n.+25+SSST+MTb+29+dezembro+1994+Aprova+a+NR+9+sobre+o+Progr
ama+de+Prevencao+e+riscos+ambientais_000gvpl14yq02wx7ha0g934vgrnn5ero.
PDF. Acesso em: 18 jul. 2019.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 1997.
MARCHETTI, E.; LEAT, H. P. Legislação de segurança e medicina no trabalho: manual 
prático. São Paulo: FIESP; CIESP, 2003. Disponível em: http://www.fiesp.com.br/indices-
-pesquisas-e-publicacoes/manual-legislacao-em-seguranca-e-medicina-do-trabalho/. 
Acesso em: 18 jul. 2019.
RINALDI, A. Ministério do Trabalho altera item da NR-17 sobre iluminação com base 
em NHO da Fundacentro. Fundacentro, São Paulo, 25 out. 2018. Disponível em: http://
www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2018/10/ministerio-do-trabalho-
-altera-item-da-nr-17-sobre-iluminacao-com-base-em-nho-da-fundacentro. Acesso 
em: 18 jul. 2019.
SILVA, R. S. B. da; MARTINS, C. de O. Otimização da aderência em programas de pro-
moção da saúde do trabalhador. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, [s. l.], 
v. 12, n. 2, p. 228–251, 2013. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.
php/remef/article/viewFile/3828/4656&sa=U&ei=cmNUU9PeE4eAPdL4gdAC&ved
=0CDQQFjAF&usg=AFQjCNH_ifAl7IHNr3bLVoxk1x5itxL26Q. Acesso em: 18 jul. 2019.
TEIXEIRA, J, C. A legislação de saúde do trabalhador aplicável e vigente no Brasil. 
Revista do Ministério Público do Trabalho, Brasília, ano 11, n. 21, p. 60–80, 2001. Disponí-
vel em: http://www.anpt.org.br/attachments/article/2732/Revista%20MPT%20-%20
Edi%C3%A7%C3%A3o%2021.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
13Biossegurança e saúde do trabalhador

Continue navegando