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04/09/2020 1 BIOLOGIA DO MOVIMENTO DENTÁRIO Profa. Dra. Layene Almeida INTRODUÇÃO ORTODONTISTA DIAGNÓSTICO COMO FAZER MAIOR EFICIÊNCIA BIOMECÂNICA REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Movimento dentário: Fisiológico: Mastigação Erupção Migração Ortodôntico 1 2 3 04/09/2020 2 REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Por que o movimento dentário é possível? É possível porque o tecido ósseo está em constante remodelação; Interação entre o ligamento periodontal e o osso; Quando uma força é aplicada ao dente provoca reações teciduais; REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Articulação alvéolo-dental: Diversa de todas encontradas no corpo humano; Promovida pelo periodonto de inserção: Cemento; Ligamento periodontal; Osso alveolar; Periodonto SustentaçãoProteção Cemento Ligamento Periodontal Osso Alveolar Gengiva LINDHE, 1992 4 5 6 04/09/2020 3 CEMENTO • Tecido conjuntivo mineralizado que cobre as raízes dos dentes; • Não é vascular e exibe crescimento lento, por aposição de superfície; • A maior função é a ancoragem do dente ao osso alveolar por meio do ligamento periodontal; Ligamento periodontal: Ocupa 0,5 mm entre cemento e osso; Constituído por fibras colágenas ligadas ao cemento e ao osso: Vasos sanguíneos; Elementos celulares; Terminações nervosas; Fluido intersticial; Responsável pela articulação dental; REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Ligamento periodontal: Vasos sanguíneos Nutrição e via de acesso para células; Terminações nervosas Sensação de pressão e noção proprioceptiva; Fibras + Fluido Sistema de amortecimento; REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA 7 8 9 04/09/2020 4 Cementoblasto Mesenquimais indiferenciadas Osteoblasto Restos Epiteliais de Malassez Osteoclasto Ligamento Periodontal Células Síntese (blastos) Reabsorção (clastos) Mesenquimais indiferenciadas Defesa (macrófagos) Epiteliais Osso alveolar: Porção fasciculada Lâmina dura Reveste internamente o alvéolo; Inserção de fibras colágenas; Osso esponjoso REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA 10 11 12 04/09/2020 5 Periodonto de inserção frente aos esforços funcionais: REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Fluido intersticial Força de curta duração O osso é o tecido mais plástico do organismo; Deposita osso onde há tensão; Reabsorve onde há pressão; O mesmo ocorre durante a movimentação dentária ortodôntica; REAÇÕES TECIDUAIS NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA Tensão Pressão Teoria da tração Pressão; Primeiras frações de segundo: Dos primeiros segundos até o 2º dia: Resposta imediata; Resposta tardia; Após o 2º dia; MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA 13 14 15 04/09/2020 6 Primeiras frações de segundo: Deslocamento do dente contra o osso; Retenção hidráulica pelas fibras periodontais e líquido intersticial; Efeito piezoelétrico no osso alveolar: Fluxo de elétrons em um único sentido quando ocorre uma deformação em estrutura cristalina. Cessa imediatamente, mesmo que a força seja mantida; Um novo fluxo é gerado quando a força é removida; Influencia nos processos de movimentação dentária: Alteram a permeabilidade da membrana celular; MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Dos primeiros segundos até o 2º dia: Drenagem do líquido intersticial para o osso alveolar; Deslocamento da raiz para as proximidades do osso; Distensão das fibras periodontais de um lado e compressão do outro; Diminuição do fluxo sanguíneo em ambos os lados; MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Dos primeiros segundos até o 2º dia: Resposta imediata: MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Histamina Vasodilatação + Aumento da Permeabilidade Proteínas sanguíneas Cininas (Bradicinina) Inflamação local 16 17 18 04/09/2020 7 Dos primeiros segundos até o 2º dia: Resposta tardia: Iniciada de 2 a 4 horas após a aplicação da força; Se mantém enquanto houver estímulo; Ocorre a entrada de monócitos no EP, estes unem-se formando células multinucleadas: MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Monócitos: Osteoclastos Pressão Células Mesenquimais Indiferenciadas: Osteoblastos e Fibroblastos Tensão Após o 2º dia: Início dos processos de aposição e reabsorção óssea; Movimentação dentária; Ausência de dor; MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Espaço periodontal Compressão das fibras Calibre capilares Ativação de clastos Absorção óssea Espaço periodontal Estiramento das fibras Calibre capilares Ativação de blastos Deposição óssea Tração Teoria Pressão-Tração Pressão 19 20 21 04/09/2020 8 Magnitude da força; Ritmo de aplicação da força; Fatores Anatômicos; Condições metabólicas; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Magnitude da força: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Máximo de movimentação FO M I Storry e Smith Sem movimentação Início da movimentação Forças Inócuas: Forças muito pequenas; Não deflagram a movimentação ortodôntica; Forças leves: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Força ótima: força ideal capaz de produzir movimento dentário rápido, sem desconforto para o paciente e sem dano tissular. Burstone 22 23 24 04/09/2020 9 ✓Máxima resposta tissular ✓Ausência de dor ✓Ausência de reabsorção radicular ✓Saúde do ligamento periodontal Força Ótima Forças leves: Movimento por reabsorção frontal; Forças pesadas: Aumento da força ---- Diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo ---- Necrose estéril das fibras periodontais Quanto mais áreas hialinizadas, menor a movimentação; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Forças pesadas: Muitas áreas de hialinização Reabsorção óssea à distância FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Força excessiva oclui os vasos sanguíneos, levando a uma anóxia das células conjuntivas = necrose estéril Região distante do osso alveolar recebe a força ideal para movimentação ortodôntica onde se inicia a reabsorção 25 26 27 04/09/2020 10 HIALINIZAÇÃO REABSORÇÃO Efeitos deletérios das forças pesadas: Muita dor por mais de 3 dias; Não há formação de osso e FP suficientes no lado de tensão MOBILIDADE DENTAL Reabsorções radiculares; Perda óssea na crista alveolar; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Em tratamentos ortodônticos pode ocorrer, mas as forças pesadas aumentam o risco Como utilizar forças pesadas: Com critério, são utilizadas como ancoragem; Força pesada Hialinização nos dentes de apoio Sem movimentação dentária Abertura da sutura palatina Disjunção palatina 28 29 30 04/09/2020 11 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 31 32 33 04/09/2020 12 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 34 35 36 04/09/2020 13 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 CASO CLÍNICO 1 37 38 39 04/09/2020 14 Magnitude da força: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA LEVE PESADA Tipo de reabsorção Frontal À distância Alterações teciduais Predominantemente fisiológicas Predominantemente patológicas Tipo de movimento dental Contínuo Aos saltos Reflexo nas suturas ósseas Pequeno Grande Sensação dolorosa 2 a 3 dias iniciais Grande Ritmo de aplicação da força: a) Forças contínuas: Persiste por vários dias sem interrupção; Tende a decair, necessitando de reativação; Movimentação dentária; Pode ser CURTA ou LONGA; Exemplo: aparelho fixo; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA O aparelho ortodôntico mais eficiente é aquele que aplica a força ótima de maneira contínua, produzindo reabsorção óssea frontal e movimentação rápida e indolor Ferreira, 2008 FORÇAS CONTÍNUAS Força (g) Tempo (h) 40 41 42 04/09/2020 15 Ritmo de aplicação da força: b) Forças intermitentes: Intensidade varia da força desejada à sua ausência; O periodonto apresenta várias horas para regeneração; Pedem ser aplicadas forças leves ou pesadas; Exemplo:Aparelhos removíveis FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Força (g) Tempo (h) FORÇAS INTERMITENTES Fatores anatômicos: a) Volume radicular: Quanto maior o volume radicular, maior deverá ser a força aplicada; Maior atenção deve ser dada à movimentação de dentes com pequeno volume radicular; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Forças Leves 43 44 45 04/09/2020 16 Fatores anatômicos: b) Implantação óssea: Dentes com perda óssea = deve-se aplicar menores forças; Diminuição relativa do volume radicular, por uma diminuição da porção intra-óssea; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA A força mínima para movimentar dentes deve ser superior à pressão capilar, ou seja, 25 g por cm2 de raiz. Forças abaixo desse limiar são denominadas inócuas. Qual é a força ótima? Ferreira, 2008 Fatores anatômicos: c) Idade do paciente: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Maior proliferação do LP, grande número de células e fibras mais flexíveis Menor tempo de reação tecidual à carga ortodôntica (2 a 3 dias), quando comparado com o adulto (8 a 10 dias) 46 47 48 04/09/2020 17 Fatores anatômicos: d) Compleição óssea: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Espaços medulares reduzidos e corticais mais densas apresentam maior tendência à hialinização Diferenças na estrutura óssea entre a maxila e a mandíbula, tornam o movimento dentário mais difícil na mandíbula Condições metabólicas: a) Fatores hormonais: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Paratormônio Calcitonina Condições metabólicas: a) Fatores hormonais: Hormônios do crescimento em excesso provocam: Crianças: Gigantismo; Adultos: Acromegalia; Hormônios sexuais , quando em excesso alteram o metabolismo ósseo; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA 49 50 51 04/09/2020 18 Condições metabólicas: b) Fatores nutricionais: Dieta pobre em proteínas Falta de aminoácidos Síntese de colágeno presentes no osso e LP; Carência de cálcio: Criança: raquitismo, onde o osso não se calcifica normalmente; Adulto: osteoporose; FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Condições metabólicas: c) Fatores nutricionais: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA ORTODÔNTICA Vitamina A relaciona-se com o equilíbrio entre os processos de aposição e reabsorção óssea Vitamina C interfere na síntese de colágeno, levando a diminuição da deposição óssea na sua ausência Vitamina D, promove a absorção do cálcio a nível intestinal O Ortodontista que busca o sucesso deverá se basear no conhecimento anatômico e histológico , respeitar a individualidade de cada paciente, e estar atento aos sinais como dor e mobilidade dental, que apontam para a perda do controle da mecânica ortodôntica 52 53 54 04/09/2020 19 CASO CLÍNICO 2 7 anos e 8 meses CASO CLÍNICO 2 ✓ Canino decíduo Classe I ✓ Primeiros molares permanentes ainda erupcionando ✓ Canino decíduo Classe I ✓ Primeiros molares permanentes ainda erupcionando CASO CLÍNICO 2 ✓ Dentadura mista ✓ Arco superior e inferior com bom formato 55 56 57 04/09/2020 20 CASO CLÍNICO 2 CASO CLÍNICO 2 Ângulos Valor (graus) Valor padrão (graus) SNA* 82 80-84 SNB* 78 78-82 ANB 4 0-4 SN.GoMe* 35 32 SN.Gn* 68,5 64-70 FMA 30 <30 FMIA 52 - IMPA 98 85-95 CASO CLÍNICO 2 AOR com molas digitais para mesialização dos Incisivos Centrais Superiores 58 59 60 04/09/2020 21 CASO CLÍNICO 2 CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 3 61 62 63 04/09/2020 22 CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 3 VALORES NORMAIS VALORES PACIENTE SNA 82° 76º SNB 80° 72° ANB 2° 4° SN.GoMe 32º 39º SN.Gn 67° 69° FMA 25° 23º FMIA 68° 52º° IMPA 87° 105° H-NARIZ 9-11mm -1mm Crescimento vertical Retrognatismo mandibular e maxilar Classe I esquelética 64 65 66 04/09/2020 23 CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 3 CASO CLÍNICO 4 67 68 69 04/09/2020 24 CASO CLÍNICO 4 CASO CLÍNICO 4 CASO CLÍNICO 4 70 71 72 04/09/2020 25 CASO CLÍNICO 5 CASO CLÍNICO 5 CASO CLÍNICO 5 NORMAL PACIENTE SNA 82º 83º SNB 80º 79º ANB 2º 4º NS.GoMe 32º 41º NS.Gn 67º 68º FMA 25º 34º FMIA 68º 64º IMPA 87º 85º H-nariz 9-11mm -0,7mm HIPERDIVERGENTE 73 74 75 04/09/2020 26 CASO CLÍNICO 5 Espaço Presente Superior Inferior Direita Esquerd a Direita Esquerd a 19mm 20 mm 21 mm 19 mm Espaço Requerido 22mm 22mm 22mm 22mm Discrepância - 3 mm - 2 mm - 1 mm - 3 mm DMs: - 5 mm DMi: - 4 mm Análise de Modelos CASO CLÍNICO 5 CASO CLÍNICO 5 76 77 78 04/09/2020 27 CASO CLÍNICO 5 OBRIGADA REFERÊNCIAS FERREIRA, F. V. Ortodontia – Diagnóstico e Planejamento Clínico. Artes Médicas: São Paulo, 7ª ed., 2001. 553 p., Cap. 18. PROFFIT, w. r., FIELDS JR, H. W., SARVER, D. M. Ortodontia Contemporânea. Eslevier: Rio de Janeiro, 4ª ed.,2007. 701 p., Cap. 9. MOYERS, R. E. Ortodontia. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 4ª ed., 1991. 483 p., Cap. 13. 79 80 81
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