Buscar

Reações Teciduais Frente à movimentação ortodôntica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Reações Teciduais Frente à movimentação ortodôntica - 26/03/2021 
Baseia-se, fundamentalmente, no fato de que o dente pode movimentar-se quando submetido à ação de uma força. 
O termo “reações tissulares”, abrange modificações ocorridas também no tecido mole adjacente ao processo alveolar ou 
correspondente ao espaço percorrido pelo dente que foi movimentado. 
A mecânica empregada pelo ortodontista e as reações biológicas advindas, estão inter-relacionadas. A força empregada para 
o movimento dentário foi definida a partir da adaptabilidade dos tecidos, através das reações histológicas observadas nos 
mesmos. 
FISIOLOGIA DO MOVIMENTO DENTÁRIO 
A definição do termo “movimento dentário fisiológico” é fundamental. Ela designa, primariamente, o leve movimento de 
inclinação experimentado pelo dente durante a função mastigatória e, secundariamente, do dente de pessoa jovem, durante e 
após a erupção. A modificação na posição do dente observada em indivíduo em crescimento ou em adulto, após a erupção, é 
chamada “migração dentária”. 
O novo tecido depositado durante a migração dentária apresenta várias fases de evolução. A formação de osso passa por três 
estágios: 
1- Osteóide: é produzido pelos osteoblastos. É encontrado em todas as superfícies ósseas onde está havendo nova deposição. 
Como não apresenta sinais de calcificação o osteóide não sofre reabsorção. 
2- Osso fasciculado: A partir do instante que surgem os primeiros sinais de calcificação o tecido recebe a denominação de 
osso fasciculado. 
3- Osso lamelado: Quando este alcança certa espessura e maturidade as partes deste osso fasciculado reorganizam-se e 
formam o osso lamelado. 
A intensidade da força ortodôntica maior, a recuperação dos tecidos se faz de forma mais demorada, aí residindo a principal 
diferença entre movimento fisiológico e movimento ortodôntico. 
O ligamento periodontal pode ser visto como um sistema de proteção duplo com um componente mecânico fibroso e outro 
hidráulico. Grosseiramente, podemos compará-los com as molas e os amortecedores hidráulicos de um automóvel. 
A transferência das forças de resistência do suporte mecânico é feita suavemente pelo escape controlado do fluído 
periodontal, o que permitirá ao dente mover-se e tensionar as fibras. 
Os elementos que compõem o sistema hidráulico são: o sangue, o fluido intersticial e os elementos celulares. Qualquer 
pressão determinará em primeiro lugar a fuga do sangue, por ser o mais móvel dos fluidos periodontais. Num segundo 
estágio o movimento é dos fluidos intersticiais que saem mais lentamente difundindo dos espaços intersticiais para o osso. 
Em terceiro estágio há o movimento dos elementos celulares bem mais lento e sem o extravasamento para estruturas 
vizinhas. 
Frente às forças ortodônticas estes estágios se combinam com a variação no sentido de aplicação e intensidade. É a pequena 
mobilidade interalveolar que permite a transferência da força para o periodonto tendo como resultado, em última análise, a 
movimentação dentária ortodôntica. 
A força aplicada sobre um dente se subdividirá, conforme o efeito no periodonto, em força interna depressão e força interna 
de tensão. Os efeitos da tensão dizem respeito às fibras podendo-se ter tensão positiva (estiramento), neutra (normal), e 
negativa (encurtamento). 
Os efeitos da pressão dizem respeito ao sistema hidráulico, podendo-se ter pressão positiva (compressão), neutra (normal), e 
negativa (descompressão). 
A resposta histológica será reabsorção nas áreas de compressão hidráulica e encurtamento dos ligamentos e formação óssea 
nas áreas de descompressão hidráulica e tensão das fibras. 
Tensão positiva nas fibras: As fibras periodontais não são individualmente elásticas, mas formam um sincício entrelaçado de 
fibras, cujo conjunto é elástico. Assim, quando em tensão, distende. O efeito da tensão da fibra é claro em secção transversal 
no microscópio, demonstrando atividade osteoblástica e calcificação. 
Tensão negativa nas fibras: Com a compressão ocorrem fibrólises que serão substituídas por novas fibras pela atividade 
fibrogênica. Estas serão ajustadas ao tamanho certo junto com a reabsorção óssea e o movimento do dente. 
Pressão positiva no osso: A resposta do osso à pressão é geralmente a absorção. O osso é removido rapidamente permitindo a 
movimentação dentária. Há predominância osteoclástica mesmo frente a menor força ortodôntica. 
Pressão negativa no osso: Na área de descompressão observa-se neoformação na parede interalveolar, tendendo a regenerar a 
espessura original do espaço periodontal. Forma-se, inicialmente, uma matriz de tecido conectivo (osteóide) que é 
gradualmente calcificado, tornando osso maduro. Há nítida predominância da atividade 
osteogênica dos osteoblastos. 
Para um melhor entendimento das reações teciduais quando um órgão dentário é submetido 
à ação de uma força, é preciso se ter em mente o seguinte quadro: 
TENSÃO (FIBRAS): 
 T + (ESTIRAMENTO) - NEOFORMAÇÃO ÓSSEA (OSTEOBLASTOS) 
 T - (ENCURTAMENTO) - REABSORÇÃO ÓSSEA (OSTEOCLASTOS) 
PRESSÃO (SIST. HIDRÁULICO): 
 P + (COMPRESSÃO) - REABSORÇÃO ÓSSEA (OSTEOCLASTOS) 
 P - (DESCOMPRESSÃO) - NEOFORMAÇÃO ÓSSEA (OSTEOBLASTOS) 
Aula 
MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA: O deslocamento da raiz por meio do tecido 
ósseo só é possível graças à presença do ligamento periodontal – tec. Conjuntivo 
que une o cemento à lâmina dura, visível somente em cortes histológicos. 
Tensão 
Neoformação Reabsorção 
Compressão 
*estímulos no ligamento periodontal é o que permite a movimentação ortodôntica. 
Força -> Reações biológicas -> reações bioquímicas -> processo de transdução (energia mecânica é convertida em respostas 
celulares). 
*área de compressão das fibras periodontais, ocorre estímulos físicos, químicos e biológicos que ative/diferencie 
determinadas células (osteoclásto), ocorrendo a reabsorção óssea da região. Da mesma forma, na região que ocorre a tensão 
das fibras do ligamento periodontal, ocorrem estímulos, criando mediadores físico-químicos/ químicos-elétricos para a 
neoformação óssea. 
REAÇÕES DA MOVIMENTAÇÃO 
1. Correlação entre o sistema de forças e as trocas 
biológicas que se produzem no periodonto e demais 
estruturas dentárias. 
2. Estudos dos sistemas de forças que permitem o controle 
do movimento dentário. 
3. A análise dos sistemas de forças produzidos pelos 
aparelhos ortodônticos. 
4. O comportamento dos materiais utilizados nos 
aparelhos, particularmente a capacidade de armazenar e 
liberar forças. 
FATORES A CONSIDERAR 
 Ligamento periodontal 
 Qualidade e quantidade óssea 
 Trauma nos dentes 
 Anquilose 
 Uso de medicamentos 
 Força ortodôntica 
Sem ligamento periodontal, não há estimulo no osteócito, 
não ocorrendo à diferenciação em odontoblasto e 
osteoclasto. 
Atrapalham o processo citado: Bifosfonato (tratamento 
para osteoporose) e anti-inflamatório (evitar Ibuprofeno 
pela sua discreta ação anti-inflamatória). 
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO LIGAMENTO 
PERIODONTAL 
1. Dentina/ 2. Cemento/ 3. Ligamento periodontal/ 4. Osso 
alveolar 
 
O estresse físico liberado pelos dispositivos ortodônticos 
sobre os elementos dentários transformando-se em 
resposta biológica em regiões distintas: o osso basal, de 
origem mesenquimal (1), e o osso alveolar, de origem 
ectomesenquimal (saco dentário) (2). 
 
Dente decíduo anquilosado (sem ligamento periodontal, 
sem o estimulo aos osteócito presentes no osso, não 
correndo a diferenciação em osteoblasto e osteoclásto): 
coloca platô de resina nesse dentre, criando contato 
prematuro e estimulando a reabsorção radicular desse 
dente. *dente anquilosado não movimenta. 
Embora as estruturas basais e alveolares serem contíguas 
(maxila e mandíbula), e apesar de seus constituintes 
celulares e matriciais serem idênticos, suas estruturas 
anatômicas, são distintas. 
Osso compacto em corte histológico, observar osteons 
com seus vasos sanguíneos centrais e a distribuição 
concêntrica de osteócitos.O osso basal é pouco vascularizado, laminado e denso, 
dado a função de suportar e proteger as ações mecânicas/ 
fisiológicas do sistema estomatognático. 
 
O osso alveolar é rico em vascularização, com 
predominância de osso esponjoso frouxamente unido em 
trabéculas. 
Durante a movimentação ortodôntica, os elementos 
dentários são induzidos a se deslocarem nos ossos 
alveolares no trabeculado com menor quantidade de 
tecido ósseo a ser reabsorvido. 
Aparelho autoligadas tem fio termoativados, que, ao 
entrar em contato com alimentos quentes, são ativados. 
Sendo assim, ele tem uma movimentação intercalada (não 
é de maneira continua), sendo mais adequada para casos 
específicos, como pacientes com problemas periodontais. 
PROCESSO DE MOVIMENTAÇÃO 
 
A boa vascularização do osso alveolar favorece a 
condução de elementos responsáveis pelas trocas 
metabólicas na atuação dos osteoclastos e osteoblastos, 
responsáveis pela reabsorção e aposição óssea, 
respectivamente. 
Se o elemento dentário estiver apoiado no osso basal, a 
movimentação será mais restrita, devido ao osso ser mais 
denso e menos vascularizado. 
Limitação do movimento: Ancoragem – contato com as 
corticais. 
Movimentação -> modificações histológicas e 
bioquímicas -> induzidas pela aplicação de forças 
O tecido ósseo rende-se as forças ortodônticas permitindo 
que os dentes sejam levados na direção conduzida pela 
força ortodôntica. 
A resposta biológica do osso alveolar frente ao estímulo 
físico restringe-se a uma remodelação óssea e não a 
crescimento intersticial, o ortodontista precisa ter cuidado 
para não mover a raiz para fora do osso alveolal. 
CUIDADO com a criação 
de fenestrações 
Corticais ósseas da maxila 
tem espessura inferior a 
uma folha de papel 
HISTOLOGIA DA MOVIMENTAÇÃO 
ORTODÔNTICA 
Um elemento dentário irá gerar a região do ligamento 
periodontal. 
 
Lado pressão -> osteoclastos proverão reabsorção óssea -> 
criarão um espaço para o deslocamento do elemento 
dentário que se processará lenta e gradativamente. 
*Movimentação na mandíbula: maior dificuldade dos 
movimentos dentários devida a proximidade com corticais 
ósseas e seu trabeculado que está mais envolvido com o 
osso basal. Mais jovens é mais fácil (mais células e 
células jovens). Maxila é mais rápida a movimentação. 
Lado de pressão: 1. Dentina/ 2. Cemento/ 3. Ligamento 
periodontal/ 4. Osso alveolar. 
 
Lado tensão -> osteoblastos promoverão aposição óssea -
> reparação gradativa do osso alveolar (osteogênese). 
3. cemento/ 2. Ligamento periodontal/ 1. Osso alveolar 
 
DURAÇÃO DA FORÇA 
 Intermitente: diminui e readquire o valor inicial 
quando o aparelho é reativado. 
 
 Continua: a força é mantida em um nível 
razoavelmente constante de uma sessão clínica para 
outra. 
 
*continua não existe na ortodontia, pois o dente 
movimenta e a força diminui. Ou seja, é moderadamente 
continua em caso de fios de alta memória, como os de 
níquel e titânio. 
 Interrompida: diminui até zero entre as ativações. 
 
Ação ortopédica – forças pesadas e interrompidas 
Ação ortodôntica – forças leves e contínuas 
MOVIMENTO DENTÁRIO 
 Reabsorção direta ou frontal: Forças ortodônticas 
suaves e continuas para deslocar um elemento 
dentário. Não deverá obstruir os vasos que conduzem 
a irrigação sanguínea do ligamento periodontal/ 
elementos químicos/ Piezoelétricos (onde a força 
exercida pelo aparelho ortodôntico, cria uma 
deformação, gerando uma corrente elétrica por 
deslocamento de elétrons naquela região). 
 Força intensa e prolongada: Obliteração dos vasos 
sanguíneos/ Paralização da atividade celular/ 
Atividade osteoclástica em túnel ou minante 
(irregular)/ Deslocamento radicular após a 
regeneração do ligamento periodontal. 
 Aposição óssea: Ligada a atividade vascular, 
proliferação celular e remodelação do ligamento 
periodontal. São itens que interferem nessa aposição 
óssea. 
HIALINIZAÇÃO (quando fazemos muita força, o dente 
não se move por conta da hialinização a distância). 
Fenômeno caracterizado pela degeneração pícnica dos 
núcleos das células do tecido conjuntivo, lise celular com 
desaparecimento dos capilares e a unificação das fibras 
periodontais, que formam uma massa de aspecto amorío. 
*CALO ÓSSEO, que acaba por impedir a movimentação 
óssea. Nesse caso, diminui-se a força empregada, para 
voltar a ter equilíbrio entre osteoclastos/osteoblastos e 
voltar a ocorrer movimentação. 
 
Neste tipo de aparelho é intencional. 
1. Dentina/ 2. Cemento/ 3. Ligamento periodontal/ 4. Osso 
alveolar/ 5. Cavitação provocada pela reabsorção óssea 
indireta. 
 
Setas na imagem abaixo indicam osteoblastos em 
atividade osteogênica, sendo: 1. Osso alvelar/ 2. 
Ligamento periodontal/ 3. Cemento. 
 
LIGAMENTO PERIODONTAL 
Após a conclusão dos movimentos intencionados, é 
necessário contenção com emprego de aparelhos fixos por 
30 dias, para que haja a regeneração (osteogênese) das 
regiões envolvidas. 
REAÇÕES INDESEJÁVEIS 
A movimentação ortodôntica não está livre de reações 
indesejáveis, podendo ocorrer reações discretas (custo 
biológico) ou até o comprometimento da vitalidade dos 
elementos dentários e tecidos periodontais. 
REABSORÇÃO RADICULAR 
 
REABSORÇÃO ALVEOLAR 
1. cemento/ 2. Ligamento periodontal/ 3. Osso alveolar. 
 
*Dolicofaciais tem gengiva muito delgada. Em caso de 
gengiva delgada, pode ocorrer retração gengival, então 
cuidado! 
NECROSE PULPAR 
Raro! Traumatismo de oclusão por alimentos duros, 
objetos, queda ou descontrole de forças aplicadas. 
COMO CONTROLAR 
 Aplicação de forças suaves 
 Controle tridimensional da posição de raízes. 
 Acompanhamento radiográfico periódico. 
 Acompanhamento radiográfico periódico (avaliação 
precoce de reabsorções radiculares e das cristas 
alveolares).

Continue navegando