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Características da arquitetura colonial

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ARQUITETURA COLONIAL 
 Em algumas residências, as salas e lojas usufruíam das aberturas posicionadas na fachada 
frontal e nos fundos da edificação ficavam os cômodos de permanência das mulheres e locais 
de trabalho, que aproveitavam a abertura dos fundos. 
 As casas urbanas chegavam a ter até 6 pavimentos devido ao desnível do terreno. 
 No período colonial outra tipologia eram as chácaras que ficavam distantes das cidades. Eram 
beneficiadas com fácil abastecimento de água devido à proximidade dos rios e nascentes. 
 Nesse período, a necessidade de se proteger o mundo da casa do ambiente da rua ocorre, 
primeiramente, pelo afastamento das construções nas zonas rurais. Isoladas umas das outras, 
as moradias dessa época não sofriam com olhares indiscretos dos vizinhos, mas é exatamente 
esse isolamento que gerava a insegurança da casa e colocava a varanda, empregada para a 
adequação climática da construção portuguesa em terras tropicais, como ambiente estratégico 
para se observar o estranho que se aproximava. 
 A varanda dessas construções ganha logo a atribuição de posto de vigília, com o intuito de 
resguardar a morada e, conseqüentemente, a família e principalmente a mulher que, dentro 
de uma estrutura familiar mononuclear centrada no homem, único provedor da casa, vivia 
isolada do convívio dos estranhos. Posto de vigília e filtro, pois dela se avistava como se 
recebiam as pessoas estranhas, como escravos que não eram da casa, mas da senzala, viajantes 
e comerciantes entre outros. 
 Naquela época, era muito comum a aparição de viajantes, tropeiros, que abasteciam os 
moradores da região com mercadorias diversas e informações de outras localidades e a 
varanda era o local onde essas pessoas eram recebidas e, até quando necessário, pernoitavam. 
Mesmo quando havia o quarto de hóspedes, este se voltava para a varanda, não tendo ligação 
com as alcovas, que era, normalmente, o local destinado à reclusão das mulheres, pois o 
interior da habitação era um ambiente restrito da família, onde o estranho não adentrava. 
 Essa necessidade de proteger a casa e a intimidade do lar, nas construções do período colonial, 
vai se refletir na tipologia das varandas que aparecem, muitas das vezes, não apenas na frente 
das edificações, mas rodeando toda a moradia. 
 As casas térreas urbanas não apresentavam a varanda na frente da construção, mantendo 
apenas a varanda voltada para o fundo do quintal que funcionava como sala de viver. Naquela 
época, como o trabalho ocorria dentro do espaço da moradia, a frente da residência era 
destinada ao comércio, o que já protegia a privacidade da casa, isolando o espaço íntimo da 
família. 
 No entanto, as casas urbanas assobradadas ostentavam as varandas em suas fachadas, pois, 
mesmo reservando muitas das vezes todo o pavimento térreo para o comércio, a intimidade da 
casa era vulnerável nos pavimentos superiores, construídos na testada do terreno, sem 
afastamento frontal. 
 
 
 
 
 
 
 Essas varandas, como as das construções rurais, desempenhavam a mesma função, vigília e 
filtro. Mesmo não servindo de acesso à moradia, elas dificultavam a visão do interior da 
residência para quem estava do lado de fora. Muitas das vezes, essa filtragem era feita com a 
ajuda de elementos de vedação chamados de muxarabiês e gelosias, compostos com folhas de 
veneziana e treliça . Eles favoreciam a circulação do ar e a entrada de alguma luz, assim como 
permitiam ao morador ver o que ocorria fora de casa, mas não deixava de ser obstáculo para a 
curiosidade de quem passasse. 
 Era posto de exposição, pois era da sacada ou do balcão dos sobrados que se assistia e se 
participava das procissões, das festas religiosas, como também dos julgamentos públicos,das 
condenações, dos enforcamentos enfim, dos acontecimentos que ocorriam na rua. 
 Muitas vezes os moradores participavam das festividades através de panos, bandeiras, flores, 
velas, objetos que de alguma forma comunicavam a posição do morador da habitação em 
relação ao que se passava no espaço público. 
 A rua dos núcleos urbanos, mesmo freqüentada pelos escravos, era local de encontro e de 
festividades. 
 Uma vez que as famílias abastadas residiam na área rural durante a semana , as cidades 
menores apresentavam aspectos desoladores pois a maioria das casas ficava fechada nesse 
período, só sendo habitada nos domingos ou dia de festa. 
 Outra característica da época colonial era a inexistência de passeio publico. As ruas eram 
recobertas com pedras do local e a topografia era vencida por escadas. 
 O urbanismo foi caracterizado pela adaptação do traçado das ruas, largos e muralhas. 
 Devido à topografia acidentada dos terrenos, edifícios importantes ficavam nesses pontos 
estratégicos como conventos e igrejas. O urbanismo colonial trouxe a criação de praças junto a 
edifícios religiosos. 
 No Rio de Janeiro foi construída talvez a maior obra de infraestrutura realizada no Brasil 
Colonial: o Aqueduto Carioca, inaugurado definitivamente em 1750. O aqueduto trazia água do 
rio ao centro da cidade, alimentando vários chafarizes. 
 Crescimento Urbano na Fase Agro Exportadora: 
Contexto: Séc. XVI até o início do século XX. Ocupação portuguesa da faixa litorânea criando 
núcleos urbanos portuários. 
 As cidades estavam ligas às atividades econômicas que se desenvolviam dentro da organização 
espacial na forma de arquipélago.

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