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TRABALHO PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DIREITO TRIBUTÁRIO

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Centro Universitário UNIFTC 
 
 
 
 
 
Ana Tereza De Souza Rosário; Jeová Amaro Benjoino Neto 
 
 
 
 
 
 
Resumo sobre Prescrição e Decadência 
 
 
 
 
 
 
Resumo apresentado como requisito para 
a obtenção de nota na disciplina de Direito 
Tributário II e Processo Tributário do curso 
de Direito do Centro Universitário UNIFTC, 
sob a orientação da Profa. Schirley 
Paterline. 
 
 
 
 
 
 
ITABUNA/BA 
2021 
 
 
A decadência uma forma de extinção do crédito tributário, sendo esta pelo decurso do 
tempo, e na atividade facultativa de proceder o lançamento. Para que haja decadência 
é necessário que atinja o direito subjetivo do sujeito ativo, decorrer de lei 
complementar, a mesma só existe antes do lançamento, e junto a ela se aplica os 
princípios da legalidade e segurança jurídica, se há decadência, não há prescrição os 
tributos atingidos por ela poderão ser restituídos. 
Enquanto a decadência extingue o crédito, a prescrição apenas o paralisa, pois esta 
tem por objetivo a ação. Quanto aos prazos, a prescrição começa desde que o direito 
é violado, desrespeitado ou ameaçado pois é neste momento que surge a ação, já da 
decadência começa no momento em que surge aquele direito, ambas se dão pelo 
decurso do tempo e inércia titular de direito. 
“Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 
cinco anos, contado.” 
“I. Do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado.” 
Desta forma, considera-se a previsão do Dies a Quo, onde trás o primeiro dia do 
exercício subsequente ao em que o lançamento poderia ter sido feito. Assim, após 
passado os cinco anos a Fazenda Pública perde o direito de constituir o crédito 
tributário, não podendo mais realizar o lançamento do mesmo, após isso começa o 
período de decadência. 
Vejamos como exemplo o IPTU, no calendário de 2021, pode ser lançado até o dia 
31/12/2021, se não lançado até esta data, dentro do ano calendário, automaticamente 
em 01/01/2022 vai se iniciar o prazo decadencial, a partir deste momento começa a 
contar os cinco anos, que neste caso seria até o dia 31/01/2027, se até o final, o 
crédito não for lançado constituirá a decadência. 
Também disposta no art.173, antecipação da contagem se inicia da data da 
notificação da constituição do crédito ao sujeito passivo sobre quaisquer medidas 
preparatórias indispensáveis ao lançamento. Ocorre quando a autoridade competente 
faz o lançamento antes do primeiro dia do exercício subsequente, utilizando o exemplo 
anterior, seria do dia 01/01/2021 a 31/12/2021. 
 
Disposto no inciso II do aet.173, este se da quando há um erro no lançamento, como 
por exemplo a falta de assinatura do fiscal, falta de notificação para que o contribuinte 
apresente sua defesa, erro na descrição da infração, ou seja, algum erro no fato 
gerador. Assim, se há anulação por vicio formal, só se contará os cinco anos quando 
a nova decisão que anulou o lançamento anterior se tornar definitiva. 
Também é conhecida como lançamento por homologação, esta modalidade torna o 
prazo decadencial com o total de dez anos, seria basicamente a soma dos prazos. 
Disposta no art. 150/CTN, é a modalidade de lançamento onde cabe ao contribuinte 
prestar as informações e antes de qualquer analise por parte do FISCO, o contribuinte 
antecipa o pagamento de maneira parcial, exemplo, a dívida era de R$600,00, ele 
paga esta dívida, mas a mesma já havia de tornado R$ 800,00, desta forma, o FICO, 
terá mais cinco anos para cobrar a diferença, contados a partir da data do fato gerador, 
basicamente contabiliza os cinco anos da regra geral, mais os cinco anos do art. 150, 
desde que o contribuinte faça as declarações e efetue o pagamento, se por exemplo 
ele faz apenas as declarações, mas não efetua o pagamento, deixa de ser decadência 
e se torna prescrição. 
Para o STJ a decadência deve ser calculada observando-se o art. 173 I, e 150 §4 
CTN, para este órgão as normas são cumulativas, e não reciprocamente excludente. 
Desta forma o prazo decadencial, encontrou fundamento na tese dos 5 mais 5, onde 
o prazo do dies a quo baseia-se no art 173, e o dies ad quem, no art 150 §4. 
Com relação a prescrição, vamos inicialmente trazer o seu conceito. Eduardo Sabbag 
definiu-o da seguinte maneira: “Define-se como fato jurídico que determina a perda do 
direito subjetivo de ajuizamento da ação de execução (fiscal) do valor do tributo. Vale 
dizer que a prescrição, veiculando a perda do direito à ação (actio nata), atribuída a 
proteção de um direito subjetivo, e por isso mesmo, desfazendo a força executória do 
credor em razão de sua inoperância, apresenta-se como figura de direito processual. 
Se há prescrição, desaparece o direito de pleitear intervenção do judiciário, diante da 
falta da capacidade defensiva, que lhe foi retirada em consequência do não uso dela 
durante certo interregno, atingido pela força destrutiva da prescrição.” Ou seja, em 
breves palavras, é o instituto de direito processual que impede o credor de cobrar 
judicialmente o seu direito de crédito. 
 
No que concerne ao prazo prescricional, encontramos essa temática no Art. 174. Do 
CTN, que disciplina o seguinte: A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve 
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. A lei 8.212/1992 tentou 
dobrar o prazo de dois anos previsto, porém, com a confecção pelo STF da súmula 
vinculante 8, essa alteração foi completamente afastado do ordenamento jurídico 
brasileiro. Torna-se mister ressaltar que, por causa do posicionamento do STF, o 
Parlamento optou por revogar de modo expresso o dispositivo com a LC 128/2008, 
art. 13, I, a. 
As hipóteses de interrupção do prazo prescricional estão previstas no parágrafo único 
do art. 174, que são as seguintes: pelo despacho do juiz que ordenar a citação em 
execução fiscal; pelo protesto judicial; por qualquer ato judicial que constitua em mora 
o devedor; por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor. 
No tocante as possibilidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, 
encontramos disciplinado no art. 151 do CTN, que nos traz as seguintes hipóteses: 
Moratória; O depósito do seu montante integral; As reclamações e os recursos, nos 
termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; A concessão de 
medida liminar em mandado de segurança; A concessão de medida liminar ou de 
tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; O parcelamento. Também é 
interessante frisar que o parágrafo único chama atenção o seguinte: “O disposto neste 
artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.” 
E para finalizar, com relação a prescrição e os lançamentos por homologação, Luciano 
Carlos de Melo nos traz o seguinte: “No concernente à prescrição nos lançamentos 
por homologação, temos que, uma vez efetuado o pagamento, sendo este suficiente 
e correto, ocorrerá a homologação tácita ou expressa, extinguindo-se o crédito. 
Inexistindo o que cobrar, não haverá que se falar em prescrição.”

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