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ESPECIALIZAÇÃO NÚCLEO COMUM METODOLOGIA DA PESQUISA Júlia Antonietta Simões Felgar http://unar.info/ead2 METOOLOGIA DE PESQUISA Profª. Drª. Júlia Antonietta Simões Felgar 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA .............................................................................................. 3 PROGRAMA DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 4 UNIDADE 01. A CIÊNCIA COMO PROCESSO E A NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ................................................................................................................................... 7 UNIDADE 02. SOBRE SEMINÁRIOS, INTERNET ÉTICA E MONOGRAFIAS .......................... 14 UNIDADE 03. ARTIGO CIENTÍFICO E PROJETOS DE PESQUISA .......................................... 24 UNIDADE 04. A PESQUISA SEGUNDO SUA NATUREZA, SUA ABORDAGEM, SUA FINALIDADE E SEUS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS .............................................................. 31 UNIDADE 05. A IMPORTÂNCIA DE CONHECER AS NORMAS DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS ..................................................................................................... 53 3 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Sejam todos bem vindos à disciplina Metodologia de Pesquisa. Esta disciplina representa o resultado do desejo de pesquisar e do desejo de que todos os participantes deste curso também se apaixonem pela grande aventura da pesquisa e da produção de conhecimento. O conteúdo da matéria está apresentado inteiramente. Para iniciarmos o conteúdo propriamente dito, uso as mesmas palavras que dirijo a todos os meus alunos: sejamos companheiros nesta jornada, que deverá durar algum tempo, impregnados de entusiasmo e solidariedade. A ninguém é dado o privilégio do saber absoluto. Somos todos eternos aprendizes, produzindo saberes e, algumas vezes, “não-saberes”. Sejamos humildes, portanto! Assim, convidando a todos para esta pequena/grande trajetória, deixo um forte abraço. Profª (Jú)Lia 4 PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa Esta disciplina se traduz na possibilidade de oferecer recursos para a prática da pesquisa e, consequentemente, para a prática de transmitir os resultados decorrentes dessa pesquisa que constituem o conhecimento produzido. Transitando pela noção de ciência como processo e que decorre de inúmeras fontes, os conteúdos se voltam também para a presença contemporânea e marcante da internet como recurso de pesquisa. Por se tratar da produção e da transmissão de conhecimento a ser devidamente divulgada, é pertinente que aborde também tanto a questão redacional como o respeito às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e aos padrões institucionais. É inerente a esta disciplina a abordagem das diferentes modalidades de pesquisa, bem como seus agregados fundamentais: tipo de abordagem, instrumentos de coleta de dados, amostragem, modalidades de análise e apresentação de resultados mediante publicações ou gravações em mídia eletrônica. Para finalizar, a disciplina versa sobre diferentes modalidades de trabalhos acadêmicos e destaca a formatação adequada a algumas dessas modalidades. Eis, portanto, o perfil da disciplina em pauta. Objetivos Na direção de atingir o que se declara na Ementa, os objetivos desta disciplina podem ser traduzidos em: 5 a) oferecer ao aluno a possibilidade de compreender o valor da ciência e sua realidade histórica como processo e não como verdade absoluta; b) permitir que o aluno adquira espírito crítico suficiente para desvencilhar- se do senso comum; c) ministrar instrumentos teóricos e práticos que permitam ao aluno desenvolver uma pesquisa científica; d) permitir que, ao final da disciplina, o aluno esteja apto a produzir um trabalho acadêmico condizente com sua formação de especialista; e) criar condições objetivas para que os estudos tenham solução de continuidade para cada um dos alunos matriculados. Bibliografia básica ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. ABNT NBR 14724. 3. ed.. de 17.03.2011, válida a partir de 17.04.2011. Rio de Janeiro. CERVO A. L.; BERVIAN, P. A..Metodologia científica. 5. ed.. (4ª reimpressão – 2005). São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4. ed.. São Paulo: Saraiva, 2003. Bibliografia complementar KARNAL, Leandro. (org.) História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. 6. ed.. São Paulo: Contexto, 2012. LÉFÈVRE, Na M. C. e LÉFÈVRE, Fernando. O discurso do sujeito coletivo. uma nova opção em pesquisa qualitativa (desdobramentos). Caxias do Sul: Educs, 2003. ______; ______; TEIXEIRA, J. J. V.. O discurso do sujeito coletivo: uma nova abordagem metodológica em pesquisa qualitativa. Caxias do Sulk/RS: EDUCS, 6 2000. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de metodologia científica. Projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PESCUMA, Derna; CASTILHO, Antonio Paulo F. de. Projeto de pesquisa. O que é? Como fazer? Um guia para sua elaboração. São Paulo: Olho d’Água, 2005a (maio). 7 UNIDADE 01. A CIÊNCIA COMO PROCESSO E A NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Objetivo Esta unidade tem como objetivo introduzir o aluno na compreensão da ciência como produção de conhecimento de forma crítica, eliminando a postura do mero senso comum. Busca evidenciar a relação entre os fatos, cujos enunciados produzem a teorização dos diferentes ramos da ciência. Tem ainda como objetivo, trazer para o debate a questão da ciência como um processo, ou seja, a ciência se faz no tempo e, nele mesmo, ela se transforma em um processo onde teoria e prática passam por uma retroalimentação. Bebendo na fonte Todos somos propensos a ter “teoria”. A observação cotidiana de “n” fatos, permite algumas conclusões: a) em dias de chuva há risco de mais acidentes; b) domingo à tarde, os homens “se ligam” no futebol; c) a morte ronda mais de perto as crianças pobres etc.. Essas afirmações decorrem da reflexão sobre semelhança e correlação entre determinados fatos ou fenômenos. Essas afirmações são generalizações ou “leis” - descoberta de relações (semelhanças/contrastes) mais ou menos constantes entre os fatos Assim, teoria é um conjunto de leis que buscam explicar a realidade: fatos concretos e singulares. Em nosso cotidiano, vamos elaborando muitas teorias. Exemplos de nossas “teorias”: povo americano é alienado; negros são incapazes e inferiores; pobres são ignorantes; desempregados são preguiçosos; gordinhos são comilões; magrinhos são inapetentes; louras são deficientes intelectuais etc.. 8 OU SEJA: NOSSAS TEORIAS ESTÃO IMPREGNADAS DE PRECONCEITOS PORTANTO, SÓ É LIVRE AQUELE QUE CONHECE AS SUAS “TEORIAS” E É CAPAZ DE REVISÁ-LAS – VÊ-LAS CRITICAMENTE. Por conseguinte, a ciência é um conjunto de teorias (conjunto de leis) que tentam explicar a realidade. Quando há um conjunto de teorias sobre determinado assunto, temos uma ciência sobre esse assunto (psicologia, sociologia, filosofia, química, física, biologia, direito, informática, robótica, física quântica etc.. No entanto: nenhuma lei explica o fenômeno todo ou todos os fenômenos. Assim: as teorias têm vieses próprios de uma época, de um tipo de pensamento e contêm sempre “ideologia”. Ocorre, então, que o trabalho do pesquisador, do cientista, do homem sábio é “questionar” as teorias e a realidade que elas tentam descrever.Como? Por quê? Quando? Onde? Portanto, em uma visão crítico-histórica, não há a possibilidade de formular leis ou dogmas. NA SOCIEDADE HUMANA AS LEIS SÃO CONDICIONADAS - ACOMPANHAM TENDÊNCIAS (é preciso ter cuidado com as posturas conservadoras) COMO AS LEIS SOCIAIS SÃO SUPERADAS PELO MOVIMENTO DA HISTÓRIA, É POR ISSO QUE DIZEMOS QUE A CIÊNCIA É UM Fenômeno Processual Conclusões: a) a atividade científica é uma atividade social como qualquer outra; 9 b) a ciência não gera certezas; c) a ciência corre o risco de ser prescritiva e não criativa; d) a ciência corre o risco de ser elitista; e) a ciência corre o risco da impunidade - estar acima do bem e do mal; f) o pensamento nunca esgota o pensado. Ampliando Horizontes No decorrer da história, os homens foram: a) produzindo e agregando conhecimentos em diferentes áreas do saber e b) segundo diferentes procedimentos de busca desses conhecimentos: - buscaram inspiração em forças mágicas, em forças da natureza, em mitos e deuses; - povos antigos descobriram como medir áreas e volumes, como marcar o tempo pelos principais acontecimentos e puderam registrar os eclipses. O progresso científico, de forma geral, é um produto da atividade humana, para a qual o homem, compreendendo o que o cerca, passa a desenvolvê-lo para novas descobertas. e, por relacionar-se com o mundo de diferentes formas de vida, o homem utiliza-se de diversas formas de conhecimentos, por intermédio dos quais ele evolui e faz evoluir o seu habitat. Dentre os tipos de conhecimentos encontram-se o filosófico, o teológico, o empírico e o científico. (FACHIN, 2009, p. 19)1 11 Este módulo e o texto citado diretamente foram extraídos da obra de Odília Fachin: Fundamentos de metodologia. 5. ed.. São Paulo: Saraiva, 2009. 10 Eis alguns tipos de conhecimento: a) Conhecimento filosófico – o grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano o espírito indagativo, a busca de respostas. Não é uma ciência propriamente dita, mas é a busca do saber. Por essa razão, existe uma forte ligação do conhecimento filosófico com os demais conhecimentos. Trata-se de um guia para a reflexão e para as perguntas que movem homens e mulheres: Como? Por quê? Quando? O quê? b) Conhecimento teológico – recai sobre a fé e provém de revelações do mistério sobrenatural com que se interpretam mensagens e manifestações divinas. Pela fé na existência da divindade, o conhecimento teológico tem respostas para todas as indagações do homem. c) Conhecimento empírico – ligado às experiências e vivências cotidianas, não tem a fundamentação dos postulados metodológicos. O conhecimento empírico permite que se saiba o que é a folha de uma planta, mas não se sabe em quantas partes se divide e se apresenta, quais são essas partes etc., pois este é o conhecimento da botânica. Não deve ser ignorado, pois é a estrutura de base para se chegar ao conhecimento científico. d) Conhecimento científico – pressupõe uma aprendizagem superior. Preocupa-se com uma abordagem sistemática dos fenômenos (objetos), tendo em vista seus termos relacionais que implicam noções básicas de causa e efeito. Assim, resulta de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade. Procura alcançar a verdade, mediante leis gerais e de caráter 11 universal, ainda que a verdade encontrada possa ser temporária. Isto pela razão de que o conhecimento científico retoma constante e sistematicamente suas descobertas, buscando ampliações e ou reformulações, sempre com procedimentos metodológicos adequados. O que é, então, ciência e quais as fontes de conhecimento A ciência, conhecimento produzido pelos homens em diferentes áreas da existência, mediante pesquisa, busca a “verdade”, ou seja, pretende ser “verdadeira”! De maneira geral, várias são as fontes para essa busca da “verdade”. FONTE 1 – A intuição: se não é fonte conclusiva de conhecimento, é um fator que impulsiona a busca desse conhecimento. FONTE 2 – A autoridade: é o reconhecimento de um conhecimento considerado verdadeiro, mesmo que não seja definitivo. Ex.: a Bíblia e o Alcorão; Freud e Marx etc.. FONTE 3 – A tradição: trata-se de tudo o que é transmitido verbalmente, como a sabedoria produzida através dos tempos; tanto se pode assimilar “verdades” como “enganos”. FONTE 4 – O bom senso: não deve ser desconsiderado; trata-se da cautela decorrente de uma boa observação; pode resultar, muitas vezes, em senso comum, incorrendo, então, em sérios equívocos. FONTE 5 – A ciência: maior credibilidade e tem maior chance de conduzir à “verdade”. PARA SER EFICAZ, RECEBER CREDIBILIDADE E CONDUZIR À “VERDADE”, A CIÊNCIA DEVE ATENDER A ALGUNS CRITÉRIOS: a) , seus “vieses” não interfiram no conhecimento a ser buscado; 12 b) clareza e precisão de conceitos na busca da elaboração de teorias e leis científicas; c) método para conduzir a pesquisa, sem que o mesmo seja absoluto, pois há a possibilidade de rever, recriar e criar novos métodos na busca do conhecimento; d) sistematicidade – o conhecimento se dá quando se pode organizar um sistema lógico de proposições e afirmações; e) objetividade – não que se negue a subjetividade do pesquisador na busca de conhecimento, mas é necessário que o mesmo saiba identificá- la para que seus valoresverificabilidade – as afirmações científicas devem ser passíveis de verificação seja pela experiência seja pela observação; só a partir deste critério é possível construir teorias e leis. OBSERVAÇÃO: Por que não são conclusões definitivas? PORQUE NINGUÉM DETÉM A PALAVRA FINAL SOBRE A “VERDADE”... Na visão de Zatti (2011), é essa ação teleológica do homem que o diferencia de outros animais. Só os homens são capazes de interagir com a natureza, com os objetos e com outros homens seus semelhantes, de cuja interação produzem uma interpretação das referências que acumulam, produzindo o que se denomina cognição do universo. E é essa cognição diferenciada que produz diferentes tipos de conhecimento, bem como diferentes áreas do saber. A ilustração a seguir traz a contribuição De Cervo e Bervian (2002, p. 15) para a compreensão da relação entre o desconhecer e o conhecer, na perspectiva de chegar a uma “verdade”. 13 estado de espírito sujeito conhecimento objeto manifestação - ignorância nada - dúvida um pouco - opinião sem clareza - certeza com evidência VERDADE Os autores (ibidem) ensinam que de nada valeria o conhecimento e o emprego de instrumental metodológico adequado, sem que o pesquisador detenha rigor e seriedade em seu trabalho, condições inerentes de que o espírito científico deve estar revestido, como já apontado em unidade anterior. CIÊNCIA/CONHECIMENTO É BUSCA, É PESQUISA... E DAÍ? O QUE É, ENTÃO, CONHECER? É uma relação entre o sujeito que conhece (cognoscente) e o objeto que é (será) conhecido (cognoscível). O sujeito se “apropria” do objeto quando o conhece. Essa apropriação pode ser: a) sensível – captada pelos sentidos; ex.: o som captado pela audição; b) intelectual – captada pelo pensamento; exemplo a resolução de um problema. 14 UNIDADE 02. SOBRE SEMINÁRIOS, INTERNET ÉTICA E MONOGRAFIAS Objetivo Esta unidade aborda: a) a importância do seminário como momento de estudo coletivo; b) a utilização cada vez mais efetiva e eficaz da internet como fonte de pesquisa inigualável pelo volume de informações e pela amplitude de seu alcance; traz também, para uma compreensão fundamental, a valorização dos comportamentos éticos inerentes à tarefa de pesquisar e produzir conhecimento (elaborar trabalhos científicos). Em decorrência, expõe o que são monografiase qual a linguagem que lhes deve ser dedicada. Bebendo na fonte Diferentemente do que se ouve e se observa, SEMINÁRIO NÃO É UM TIPO DE “AULA EXPOSITIVA” preparada por um ou mais alunos. O seminário deve levar TODOS os participantes a uma reflexão – a um estudo – previamente realizado, mediante a posse do material a ser estudado/discutido. É um método de estudo e de atividade didática em grupo que tem dois momentos: a) a preparação prévia do texto que será debatido no seminário e b) o próprio debate/estudo, quando todos os componentes devem apresentar uma efetiva participação. Um roteiro indicativo para a eficácia de um seminário deve respeitar as seguintes etapas: 15 a) para iniciar, um contato suficientemente íntimo de todos os participantes com o texto, permitindo condições para uma análise rigorosa do mesmo (o que nada mais é do que a análise textual); b) compreensão da mensagem central do texto e de seu conteúdo temático (o que nada mais é do que a análise temática do texto); c) interpretação crítica do conteúdo e da mensagem (o que nada mais é do que a análise interpretativa dos textos); d) ESTUDO E DISCUSSÃO À LUZ DESSA INTERPRETAÇÃO. Para trabalhar em um seminário, a pesquisa na internet se faz cada vez mais necessária para a coleta de dados/argumentos a serem utilizados nos debates. E como entender essa nova e tão importante tecnologia? a) A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro, permitindo o acesso dos interessados a milhares de informações; b) a internet tornou-se uma fonte de pesquisa indispensável para os diversos campos de conhecimento; isso porque fornece um extraordinário acervo de dados que está à disposição de todos os interessados e que pode ser acessado com extrema facilidade; c) o uso da internet não só é permitido como é estimulado com ênfase, desde que todas as fontes sejam devidamente registradas, segundo os critérios abaixo assinalados: c.1 artigos ou qualquer matéria sem assinatura (sem identificação do autor) devem ser apresentados como: In (em) ou disponível em: registro do site completo; Ex.: <www.uol.com.br>. Acesso em 05 de março de 2013; c.2 artigos ou qualquer matéria com assinatura do autor devem ser registrados pela autoria e, posteriormente, indicar o local da fonte, ou 16 seja, o site. Ex.: SOUZA, Michelle Cristine Laudilio de. Afinal o que é comunicação e para quê ela serve? Disponível em: <www.planetaeducaco.com.br/portal/impressao.asp?artigo=1916>. Acesso em 05 de Março de 2013. Tais cuidados decorrem de exigências éticas que, por sua vez, são mais abrangentes, ou seja, ao preparar um projeto de pesquisa, envolvendo seres humanos, em toda e qualquer área do conhecimento, o pesquisador deve cumprir: a) as exigências éticas gerais de toda a atividade científica; b) as exigências ligadas à ética profissional da área de atuação profissional do pesquisador e c) atender a aspectos éticos específicos. O projeto passará pela apreciação de um comitê de ética autônomo, criado nas instituições para esse fim. As instituições de qualquer natureza, nas quais se realizam pesquisas envolvendo pessoas, deverão constituir seu comitê de ética em pesquisa. Caso não esteja instalado, o pesquisador deve recorrer a comitê de outra instituição similar. Submeter sempre os projetos à apreciação desses comitês. Ampliando horizontes Para apresentar por escrito uma monografia ou qualquer outro texto produzido no decorrer dos estudos universitários, alguns critérios redacionais devem ser devidamente respeitados. SÃO ELES: a) reconhecer que a ciência não significa apenas o conhecimento que o homem desenvolve ao longo de toda sua história, mas depende, 17 basicamente da capacidade de comunicar /transmitir esse conhecimento; b) ter o domínio da língua (idioma); c) estar amparado em um mínimo conhecimento de uma linguagem mais “científica/acadêmica”; d) mostrar nas monografias, nos relatórios, nos trabalhos acadêmicos qualidades redacionais, tais como: impessoalidade - usar a indeterminação do sujeito ou a 3ª pessoa verbal – pensa-se ou este trabalho (uso desaconselhável/inadequado do “nós” = 1ª pessoa do plural); objetividade - não colocar a própria subjetividade no trabalho cientifico; por ex.: “a sala estava suja” (uma análise subjetiva); ao contrário, deve-se registrar: “ao observar o ambiente, o pesquisador verificou que havia papel picado e tocos de cigarros pelo chão” (condições de objetividade). Outro exemplo: “a sala era grande e espaçosa” (subjetividade do pesquisador); “a sala media 12m de comprimento por 8m de largura” (condições de objetividade); modéstia e cortesia - não desqualificar trabalhos feitos anteriormente, nem permitir que haja uma linguagem pretensiosa sobre os resultados alcançados com o próprio trabalho; linguagem informativa - ter ciência que, embora a linguagem possa ter caráter persuasivo e expressivo, a maior função da linguagem científica é a função informativa e como tal, deve oferecer as melhores condições de compreensão para o leitor; caráter técnico - toda linguagem pode ter caráter coloquial e literário, mas a linguagem científica tem caráter técnico, ou seja, ela é informativa usa termos específicos, sem cair em prolixidade desnecessária; 18 força argumentativa - ter presente que, enquanto a linguagem literária convence pela elegância e pelos valores estéticos, a linguagem científica deve ser valorizada pela sua capacidade argumentativa, ou seja, pelas evidências que traz, comprovando suas afirmações; clareza [sua principal característica] - avaliar, pois, que a linguagem acadêmica deve ser precisa, objetiva e clara, razão pela qual deve sempre abordar conhecimentos bem estruturados – ninguém expressa com clareza ideias confusas; simplicidade - o pesquisador deve usar vocabulário adequado, simples, evitando adjetivos (subjetividade); as frases devem ser curtas e precisas; evitar parágrafos muito longos que só servem para dificultar a compreensão do texto. CLAREZA, OBJETIVIDADE, PRECISÃO E SIMPLICIDADE – EIS, EM SÍNTESE, AS CARACTERÍSTICAS QUE DEVEM PRESIDIR A LINGUAGEM CIENTÍFICA E A CONSTRUÇÃO REDACIONAL DOS TEXTOS ACADÊMICOS. EXIGÊNCIAS REDACIONAIS QUANTO AO TRATAMENTO DO TEXTO - Maimone, apud Nunes e Nava (2003, p. 42). Exigências Deformação Impessoal Pessoal Objetiva (direta) Subjetiva (seu ponto de vista) Modesta Arrogante (dogmatismo) Informativa (conceitos e conteúdos) Persuasiva (vazio, repetitiva) Clara / distinta (didática) Confusa, equivocada Própria, denotativa Figurada (metafórica), conotativa Técnica e científica Comum (vulgar) 19 Frases curtas e simples Períodos longos (coordenadas e subordinadas) À GUISA, AINDA, DE COMPLEMENTAR AS INFORMAÇÕES SOBRE A QUESTÃO REDACIONAL, é importante trazer o resgate de componentes ilustrativos como gráficos, quadros, tabelas, figuras etc.. a) toda ilustração deve ser anunciada no trabalho, usando-se a expressão anterior ou supra citada e posterior ou a seguir; b) respeitar a diferença entre quadro (dados descritivos) e tabela (dados quantitativos), mantendo-se os títulos numerados com algarismos arábicos e com seus respectivos enunciados na parte superior da ilustração. Quadro 1 – Recursos solicitados para as atividades Matéria Recursos didáticos Português Dicionários Matemática Compasso Ciências Tubos de ensaio Tabela 1 – Distribuição do número de aulas do ensino médio Matéria Quantidade de alunos Português 15 Matemática 18 Ciências 17 20 Na perspectiva de complementar os critérios que devem ser acatados, podem-se resgatar algumas normas redacionais do ponto de vista gramatical e normativo. Quando você encontrar... É preciso que... Verbos conjugados em 1ªpessoa (sei/sabemos, noto/notamos, posso/podemos); Sejam apassivados ou se mantenham na impessoalidade: sabe-se, nota-se, pode-se; Verbos conjugados no imperativo (note, veja, compare); Sejam apassivados ou que estejam na impessoalidade (note-se, veja-se, compare-se); Termos escritos em itálico Sejam mantidos em itálico apenas se forem palavras estrangeiras; Siglas Apresentem sua forma por extenso na primeira vez em que forem escritas; Siglas estrangeiras Apresentem sua forma por extenso, com respectiva tradução, na primeira vez em que forem escritas; A generalização (sempre, nunca, todos, tudo, nada, ninguém, nenhum, o pior, o melhor, o mais usado) Seja evitada, pois, quando se escreve qualquer um desses termos, excluímos qualquer outra possibilidade, o que requer certeza da informação; Abreviações (etc., s/, nº ) Sejam eliminadas (usar o extenso: entre outros, sem, número) Números baixos (de 1 a 9) ou monossílabos Sejam escritos em palavras e não como numeral (um, nove, cem, mil) Se estão definidas as qualidades redacionais, deve-se, então partir para a compreensão do que é uma monografia. 21 Monografia, pela própria origem da palavra, significa um escrito sobre um único tema. Não pode ser uma compilação de textos lidos, mas deve apresentar o resultado de leituras, de pesquisas de campo, de observações, de reflexões... ASSIM, A MONOGRAFIA NÃO É: a) repetição do que já foi dito por alguém; b) resposta a uma espécie de questionário; c) manifestação de opiniões pessoais (“achismo”); d) construção de ideias extremamente abstratas; e) manifestação de uma erudição livresca etc.. A MONOGRAFIA É UM TRABALHO QUE: a) observa e acumula observações; b) organiza as observações e as informações; c) indaga sobre os seus porquês; d) utiliza de forma inteligente as leituras e as experiências; e) apresenta provas; f) usa de sistematicidade; g) expõe interpretações e relações; h) comunica aos demais os resultados desse estudo. i) Por conseguinte, a elaboração da monografia contribui para: j) desenvolvimento intelectual do educando; k) desenvolvimento do conhecimento científico, em geral; l) e desenvolvimento das diferentes áreas do conhecimento. As monografias podem ser realizadas em diferentes níveis, a saber: 22 a) trabalhos acadêmicos disciplinares – realizados no decorrer dos anos de estudo, sejam eles de graduação ou de pós-graduação; b) trabalhos de conclusão de curso – TCC – ao final da graduação, deve englobar o aprendizado conseguido durante o curso, apoiando-se em diversas fontes, constituindo sua fundamentação teórica; é realizado sob orientação de um professor designado pela instituição de ensino; pode ser feito individualmente, em duplas ou em grupos, a critério de cada unidade escolar; c) trabalhos finais de cursos de pós-graduação lato sensu - trabalho final de especialização ou de aperfeiçoamento – à semelhança dos TCCs de graduação; difere, porém, nas exigências de um referencial teórico maior, inclusive com a escolha de um tema específico, de uma área de concentração (a especialidade), além da pesquisa empírica requerer maior rigor, caso ela se faça presente no estudo; d) dissertações – mestrado (pós-graduação stricto sensu) – segundo a ABNT (3.8 NBR 14724/2002 – validada em 2006), “documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo. de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato; é feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando ao título de mestre”; e) tese – doutorado (pós-graduação stricto sensu) – segundo a ABNT (3.27 NBR 14724/2002 – validada em 2006), “documento que representa o 23 resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão; é feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor ou similar”. 24 UNIDADE 03. ARTIGO CIENTÍFICO E PROJETOS DE PESQUISA Objetivo Esta unidade traz à reflexão e à compreensão dos estudantes informações sobre o que é um artigo acadêmico e o que é um projeto de pesquisa. Considera-se que são modalidades de trabalhos fundamentais àqueles que se dedicam à formação profissional, especialmente voltada para a qualificação contínua em um dado campo da ciência, inclusive a própria docência. Bebendo na fonte Segundo a NBR 6022 de maio de 2003 proposta pela ABNT, o artigo a ser elaborado como produção científica deve obedecer a alguns critérios como se expõe a seguir. Esta norma classifica os artigos em três modalidades: ARTIGO CIENTÍFICO – autoria declarada que apresenta e discute ideias e resultados, métodos e técnicas em diferentes áreas do conhecimento; ARTIGO DE REVISÃO - parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas; ARTIGO ORIGINAL – apresenta temas ou abordagens originais. ESTRUTURA FÍSICA DO ARTIGO Componentes pré-textuais: a) título e subtítulo, se houver; b) nome do autor ou dos autores; c) resumo na língua do texto; d) palavras-chave na língua do texto (de 3 a 5 palavras). 25 Componentes textuais: a) introdução; b) desenvolvimento; c) conclusão. Componentes pós-textuais: a) título e subtítulo, se houver, me língua estrangeira; b) resumo em língua estrangeira; c) palavras-chave em língua estrangeira (de 3 a 5 palavras); d) notas explicativas (se houver); e) referências (bibliográficas); f) glossário (opcional); g) apêndice(s) (se houver); h) anexo(s) (se houver. REGRAS PARA APRESENTAÇÃO a) título e subtítulo devem figurar na página de abertura do artigo, diferenciados tipograficamente ou separados por dois pontos e na língua do texto; b) nome do(s) autor(es), acompanhado(s) de breve currículo que qualifique a área do conhecimento do artigo; currículo, endereço postal e eletrônico devem aparecer no rodapé com chamada em asterisco no texto; opcionalmente, podem aparecer após os componentes pós-textuais, onde estão também os agradecimentos e a data da entrega dos originais; c) resumo na língua do texto, em uma sequência de frases concisas e objetivas, sem a marcação de tópicos, não ultrapassando 250 palavras, seguido abaixo das palavras-chave; 26 d) a introdução deve conter os elementos principais que apresentem o artigo: tema, objetivos, procedimentos etc.; e) desenvolvimento é uma exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado, aparecendo em seções e subseções; f) a conclusão finaliza o artigo e traz os resultados encontrados na direção dos objetivos e das hipóteses; g) o resumo em língua estrangeira poderá ser em inglês (abstract), em espanhol (resumen), em francês (résumé), bem como as palavras-chave – keywords, palabras clave, mots-clés, respectivamente; h) a numeração das notas explicativas é feita em algarismos arábicos; i) as referências (bibliográficas) são componente obrigatório; j) o glossário é opcional e deve ser elaborado em ordem alfabética; k) apêndices e anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas e travessão antes dos respectivos títulos (se ultrapassar as letras do alfabeto, usar maiúsculas dobradas (AA); a produção do próprio autor do artigo entra como apêndice e os anexos são referências a informações extraídas de terceiros; l) as demais regras de apresentação seguem as normas previstas na NBR 14724 de 2011; m) procurar atender a todas as indicações referentes à questão da redação do artigo. Ampliandohorizontes O quadro a seguir sobre PROJETOS DE PESQUISA é uma adaptação a partir de Pescuma e Castilho (2005a, p. 23), mas algumas observações devem ser postas a priori, a saber: a) observe-se que o tratamento verbal do projeto, até por ser uma perspectiva futura de realização, deve ser enunciado pelo futuro do 27 modo indicativo (este trabalho estudará a questão da sustentabilidade....); b) sugere-se que o tratamento verbal a ser utilizado na definição dos objetivos seja o modo infinitivo (verificar as condições que favorecem as práticas sustentáveis...); c) sugere-se que as hipóteses sejam formuladas no futuro do pretérito do modo indicativo dos verbos (pressupõe-se que haveria uma correlação direta entre a poluição e a falta de esclarecimento à população). Reconhecer que há no mundo contemporâneo uma velocidade cada vez maior da produção e da divulgação do conhecimento, quando, neste momento da história, informações e saberes deixaram de ser apenas transmitidos tradicionalmente (família, escola, religião) e são veiculados por diferentes agências divulgadoras como centros de pesquisa, universidades corporativas, meios de comunicação social em geral, além de recursos eletrônicos, como é a internet. As mudanças que ocorrem em ritmo acelerado só podem ser assimiladas se forem objeto de estudos constantes. Decorre, portanto, a necessidade de se desenvolver um procedimento que acompanhe a rapidez das mudanças. ESTE PROCEDIMENTO NADA MAIS É DO QUE O HÁBITO (O VÍCIO SALUTAR) DA PESQUISA – PROJETOS [Adaptado de Pescuma e Castilho (2005a)] ELEMENTO DECODIFICAÇÃO DO ELEMENTO QUESTÃO BÁSICA Apresentação Definição do TEMA, do assunto que será estudado. Definição do TÍTULO. Qual o tema? Justificativa Trata-se de evidenciar a RAZÃO (o porquê) da Por que fazer? 28 realização da pesquisa, em nível a. do interesse pessoal e b. da relevância do tema abordado (formula- se, então, a fundamentação teórica do estudo). Problematização Trata-se da colocação das “INQUIETAÇÕES” do pesquisador, apresentadas na forma de perguntas, de pressupostos e na forma de hipóteses formuladas. Quais são minhas “perguntas”? Objetivos Definição dos PROPÓSITOS e das METAS que o pesquisador pretende atingir com seu estudo. Para que fazer? Procedimentos metodológicos Neste momento, o pesquisador irá definir os CAMINHOS a serem traçados para, efetivamente, poder realizar seu projeto, atingindo seus objetivos. Como vou fazer? Cronograma Previsão, no tempo, das ETAPAS a serem desenvolvidas para a consecução do projeto. Quando fazer? Recursos Quando houver a possibilidade, definição dos recursos MATERIAIS E HUMANOS previstos como necessários para a execução do projeto. Do que preciso? Referências Lista de OBRAS (lidas ou a serem lidas) e de CONSULTAS (realizadas ou a serem realizadas) fundamentais para a realização do trabalho. O que consultar? Plano provisório Construir provisoriamente a estrutura que será dada ao trabalho propriamente dito. Como será? A MOTIVAÇÃO para a pesquisa se encontra, portanto, no próprio anseio da busca de conhecimento, fato que vem sendo comprovado pela própria história da espécie humana. “O interesse e a curiosidade do homem pelo saber 29 levam-no a investigar a realidade sob os mais diversificados aspectos e dimensões”. (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 64) Podemos definir pesquisa científica como uma atividade humana, com o propósito de descobrir respostas para suas indagações. Vale lembrar que está relacionada diretamente com a produção de conhecimento e decorre da capacidade de raciocínio do homem ao enfrentar inúmeros problemas e desafios. Autores como Severino (2000), Andrade (1999), Cervo e Bervian (1996), Lakatos e Marconi (1991) e Salomon (1973), entre tantos outros, ao conceituarem pesquisa científica, concordam que se trata de procedimento eminentemente racional, que se utiliza de métodos científicos, embasado na capacidade de observação e de indagar, com o objetivo de encontrar respostas e/ou explicações para as questões em estudo. Trabalho científico original Natureza NOVAS DESCOBERTAS Resumo do assunto FORMAÇÃO/TREINAMENTO Pesquisa bibliográfica Procedimento Pesquisa descritiva Pesquisa experimental Fonte: adaptado de Cervo e Bervian (2002, p. 68). 30 Eis, pois, a visão desses autores sobre o quadro esquematizado da proposta do que é uma pesquisa. Há vários tipos de pesquisa que serão detalhados oportunamente. 31 UNIDADE 04. A PESQUISA SEGUNDO SUA NATUREZA, SUA ABORDAGEM, SUA FINALIDADE E SEUS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Objetivo Esta unidade se dedica a apresentar as diferentes formas de se praticar a pesquisa, na razão direta tanto de objetivos como de procedimentos, embora toda pesquisa tenha sempre um objetivo inerente a ela: conhecer, compreender, definir o objeto que esteja em estudo. Enfim, apropriar-se de seu objeto de estudos. Bebendo na fonte A pesquisa é uma atividade de natureza intelectual e científica. INTELECTUAL, pois se manifesta por ações executadas pelo pensamento, pela dúvida, pelos questionamentos, enfim pela busca de soluções para problemas vivenciados. CIENTíFICA, uma vez que essas ações são planejadas, organizadas, sistematizadas, segundo procedimentos metodológicos adequados. Como todos devem saber, algumas ciências têm revelado a mutabilidade dos eventos naturais: termodinâmica, cosmologia, teoria da relatividade etc.. Nas ciências humanas, essa “percepção” se deu com maior ênfase, pois se pode perguntar: como dimensionar quantitativamente fenômenos absolutamente humanos que dependem da ação do homem e de homens? Portanto, há algumas características mínimas dos fenômenos sociais, a saber: complexidade / contradições / imprevisibilidade / originalidade /inventividade das e nas relações interpessoais e sociais. Assim, o estudo do comportamento humano e social deve se dar a partir de metodologias próprias, porque parte do seguinte fundamento: há uma relação dinâmica entre: 32 a) mundo real e sujeito pesquisador; b) uma interdependência viva entre esse sujeito e o objeto (sempre relacionado ao mundo humano); c) um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito pesquisador.] Em decorrência dessa natureza mutante e dinâmica, as pesquisas podem ter uma abordagem quer quantitativa quer qualitativa. Como se pode inferir, em ciências humanas há uma opção preferencial pela abordagem qualitativa. As etapas da pesquisa qualitativa são, pois: a) uma tomada de consciência sobre os problemas pesquisados (pesquisas descritivas/exploratórias). b) uma compreensão das condições que os geram (pesquisas descritivas/explicativas). c) elaborar meios e estratégias para estudá-los (pesquisas puras/ investigativas) ou solucioná-los (pesquisas interventivas/aplicadas. Obs.: Tem sido privilegiada em Ciências Humanas e em Ciências Sociais Aplicadas a pesquisa qualitativa que fala da singularidade dos fenômenos sociais e humanos, bem como de sua interligação. Quanto às pesquisas quantitativas, pode-se considerá-las menos adequadas às ciências humanas, pois trabalham com a objetividade e a neutralidade frente aos fenômenos, colocando a realidade como externa ao pesquisador (ao invés de vê-lo como parte inerente da mesma). 33 Tais pesquisas se prestam a avaliações numéricas e estatísticas dos fenômenos estudados, mediante técnicas de experimentação. Seus resultados são expressos em números, intensidade e ordenação. Como se tem dito, há inúmeras possibilidades para se fazer pesquisa, mas uma distinção pode ser colocada a partir dos fins a que ela se destina: a) pesquisa pura= busca de conhecimento; b) pesquisa aplicada = conhecer para propor mudanças (soluções de problemas) Se forem consideradas as modalidades de uma pesquisa, serão três os principais tipos de pesquisa: a) exploratória = exploratória: identificação de uma realidade ou fenômeno, quando se possui pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado. Como o próprio nome sinaliza, pesquisa exploratória significa um procedimento ainda preliminar, buscando aprimoramento de ideias e uma maior familiaridade com o objeto de estudos. Em geral, elas envolvem um levantamento bibliográfico (dentro do possível, um estado da arte), entrevistas realizadas com sujeitos diretamente envolvidos com o problema em estudo e uma “análise de exemplos que estimulem a compreensão” (GIL, 2002, p. 41). b) descritiva = coleta todos os dados, relaciona-os, analisa-os, mas não vai manipular os resultados; o estudo descritivo propriamente dito procura captar a realidade em estudo de forma ampla e completa, descrevendo- os apenas, ainda que possa sugerir hipóteses para a solução de situações-problema; 34 c) experimental = para poder manipular dados; geralmente trabalha com grupo controle, identifica variáveis que alteram ou não o fenômeno, utiliza instrumentos de medição etc.. Se forem considerados os procedimentos técnicos teremos: a) Pesquisa bibliográfica – o pesquisador procura ler textos pertinentes ao seu estudo, obedecendo a alguns procedimentos, a saber: - levantamento bibliográfico preliminar; - leitura do material; - fichamento; - organização lógica dos conteúdos pesquisados; - redação do texto a ser conteúdo teórico do trabalho. b) Pesquisa documental – muito semelhante à pesquisa bibliográfica, obedece à mesma ordem de procedimentos, embora os dados de documentos não possam ser manipulados e ou desvirtuados. c) Levantamento – quando o pesquisador deseja levantar dados para conhecer as características de um grupo de pessoas ou o perfil de uma empresa ou mesmo os atributos de um aluno (bom ou mau aluno); neste caso, a pesquisa não quer apenas “levantar” os dados, mas procura descobrir a variável que torna um aluno pior ou melhor. d) Estudo de caso – modalidade de pesquisa muito utilizada em ciências biomédicas e sociais, consiste em um estudo profundo de um ou de poucos objetos; considerado hoje um estudo sério, responsável pela identificação e definição de um contexto maior (a realidade pontual reproduz a realidade mais ampla). Tem sido aplicada nas organizações em geral. e) Pesquisa ação – apesar de algumas controvérsias, quanto à falta de objetividade dessa modalidade de pesquisa, tem sido útil para ideologias reformistas e participativas, quando o pesquisador se envolve nas ações dos sujeitos da pesquisa. 35 f) Pesquisa participante – à semelhança da pesquisa ação, se caracteriza pela interação mais intensa ainda do pesquisador com os membros sujeitos do estudo. Tem características humanísticas, assumindo posições valorativas, voltando-se especialmente para grupos menos favorecidos da sociedade. g) Pesquisa ex-post-facto (a partir do fato passado – tradução literal da expressão latina) – pressupõe que o estudo aconteça após algum fato que tenha alterado significativamente a ordem natural até então apresentada. Muito utilizada na área da saúde, inclusive utilizando o grupo controle. Ampliando horizontes A AMOSTRAGEM - ocorre na direção oposta do censo = levantamento total; levantamento parcial = levantamento por amostragem. AMOSTRAGEM = UM CONJUNTO DE ELEMENTOS REPRESENTATIVOS DO UNIVERSO TOTAL Um número x de elementos de uma população (ou universo) de forma a ser proporcional e representativo do total dessa população. Vantagens de trabalhar por amostragem: a) custo reduzido / rapidez maior / amplitude (pode significar um grande universo, sem oferecer os custos e a demanda de pessoal que o censo ofereceria) / exatidão; b) a amostragem se fundamenta em leis da estatística, o que lhe confere fundamentação científica. 36 Cuidados a serem observados: a) quantos indivíduos deve ter a amostra para que represente efetivamente o conjunto de elementos da população (universo); b) como selecionar esses indivíduos de modo que sejam representativos de toda a diversidade de elementos da população. A amostra pode ser: a) não-probabilística (depende de critérios do pesquisador) – por ex., a acessibilidade do pesquisador; b) probabilística (atende a critérios rigorosamente estatísticos). “A probabilidade significa um conjunto de regras por meio das quais se calcula o número de casos que devem ocorrer para que aconteça um determinado fato ou fenômeno.” (OLIVEIRA, 2001, p. 161). A amostra não-probabilística tem sido a forma adotada pelos pesquisadores em ciências humanas e sociais, pois a pesquisa qualitativa está interessada menos em índices, modas, medianas e mais em significados, interpretações, reconhecendo a singularidade de cada sujeito e a importância de sua experiência social. AMOSTRAS NÃO PROBABILÍSTICAS os seres são escolhidos intencionalmente PODEM SER... AMOSTRAS PROBABILÍSTICAS baseiam-se na escolha aleatória dos seres PODEM SER... ACIDENTAIS – compostas por acaso, com pessoas que vão aparecendo acidentalmente. CASUAIS SIMPLES – cada elemento da população tem oportunidade igual de ser incluído na amostra. 37 POR COTAS – diversos elementos constantes da população/universo na mesma proporção. CASUAIS ESTRATIFICADAS – cada estrato, definido previamente, estará representado na amostra. INTENCIONAIS – escolhidos casos para amostra que representem o “bom julgamento” da população/universo. AMOSTRAS POR AGRUPAMENTO – reunião de amostrar representativas de uma população. Fonte: adaptado de Zatti (2011, p. 15). A INVESTIGAÇÃO – coleta de dados primários e secundários Em pesquisa, a investigação se refere especificamente à coleta de dados, estejam eles registrados em textos escritos estejam eles na realidade concreta da vida social e material. Para essa coleta são utilizadas diferentes técnicas e procedimentos. Para a pesquisa bibliográfica, a técnica mais apropriada a ser utilizada é o fichamento, ou seja, buscar os dados na literatura e retirá-los adequadamente. Como fazer? 1º registrar todos os dados da referência bibliográfica: autor, título e subtítulo (se houver), edição, local da publicação, editora, ano e a(s) página(s) de onde o material bibliográfico foi extraído. Se o texto for copiado (literalmente), seguir as normas de citações diretas. Se o texto for parafraseado, seguir as normas de citações indiretas. Para a pesquisa documental, o pesquisador deve registrar todos os dados do documento-fonte e retirar esses dados de interesse com a maior veracidade, ou seja, não alterar nem vírgulas do documento pesquisado. 38 E QUAIS SÃO AS FONTES CONSIDERADAS BIBLIOGRÁFICAS? São consideradas FONTES BIBLIOGRÁFICAS: a) livros de leitura corrente - romances, poemas; b) livros de “tese” = informações técnicas e científicas a respeito do assunto; c) livros de referência: - informativa = dicionários, anuários, enciclopédias, almanaques etc.; - remissiva = índices de livros ou de periódicos em bibliotecas; os catálogos das bibliotecas (internet = busca remissiva); d) periódicos = jornais e revistas; e) impressos diversos; f) documentos em geral; g) textos eletrônicos. Para a PESQUISA DE CAMPO, há algumas técnicas e alguns instrumentos apropriados, a entrevista e a observação, conforme se registra a seguir. Entender claramente que a entrevista não é uma simples conversa, mas um diálogo DE CARÁTER TÉCNICO orientado na direção do objeto de estudo e dos objetivos propostos. Várias ciências se valem da entrevista como técnica ou para a coleta de dados ou parauma intervenção (pesquisa aplicada). Para tanto, a entrevista necessita atender a alguns requisitos, a saber: a) deve ser agendada com o(s) sujeito(s) a ser(em) entrevistado(s); b) deve ocorrer em ambiente propício, onde se resguarde o sigilo das informações; c) deve ser planejada, ou seja, decorre de objetivos bem definidos e é realizada com os sujeitos que compõem o universo da pesquisa. 39 Para a coleta de dados, pode ser realizada mediante aplicação de alguns instrumentos: a) formulário previamente elaborado (fechado, aberto ou semi-estruturado) – grande vantagem pela presença do entrevistador; b) questões norteadoras (para coleta de depoimentos); c) discurso livre (em pesquisas sobre histórias de vida). Quanto ao entrevistador, algumas exigências devem ser observadas, a saber: a) criar condições de empatia e confiabilidade; b) saber ouvir; c) saber controlar a dinâmica da entrevista, evitando “desvios” quanto aos objetivos precípuos da mesma; d) registrar todos os dados coletados ou escrevendo (formulário, por ex.) ou gravando (mediante prévia autorização do entrevistado); e) estar apto a fazer observações sobre o ambiente em geral, sobre os “silêncios” do entrevistado, sobre mímicas significativas, sobre interferências passíveis de alguma observação especial etc.. O entrevistador (pesquisador) é um sujeito cujas “antenas” estão conectadas ao sujeito pesquisado, sempre na perspectiva de um estudo sério e responsável, além de essencialmente ético. Assim, para a realização da entrevista, o pesquisador deve: a) despojar-se de predisposições, preconceitos, assumindo uma atitude aberta, sem adiantar explicações; b) reconhecer que todos os que participam da pesquisa são sujeitos que produzem e elaboram (direta ou indiretamente) conhecimento; c) reconhecer que todos os que participam da pesquisa são sujeitos que produzem e elaboram (direta ou indiretamente) conhecimento; 40 d) admitir que todos podem ser sujeitos da pesquisa (do culto ao iletrado; do delinquente ao juiz; dos que falam e dos que se calam; dos normais aos “anormais”); e) saber que é preciso encontrar o significado manifesto e o que permaneceu oculto; f) realizar entrevistas não-diretivas, sempre atento às expressões verbais e atitudinais (gestos, olhares, respiração etc.). g) a entrevista poderá ser realizada mediante o uso de um formulário (conforme a seguir) ou poderá ser conduzida mediante um roteiro de questões que o pesquisador adota na perspectiva de um diálogo aberto e para obter os dados (depoimentos) realmente significativos para seu estudo. INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS: FORMULÁRIO, QUESTIONÁRIO, ROTEIRO DE QUESTÕES PARA DEPOIMENTOS, HISTÓRIA DE VIDA Segundo as proposições de Oliveira (2001), a seleção do instrumental metodológico está diretamente ligada ao problema da pesquisa, isto é, à natureza do fato ou fenômeno a ser estudado e aos objetivos que são postos para o estudo. Insere-se, também, nestas preocupações, o tipo de perfil do entrevistado que será sujeito da pesquisa. No dizer de Cervo e Bervian (2002), para a coleta e dados empíricos, o instrumental de maior aplicação é constituído pelo formulário e o questionário, sendo o primeiro amparado pela técnica da entrevista. Para a coleta de dados que visam a obter um depoimento dos sujeitos participantes da pesquisa, pode ser elaborado, ainda, um roteiro de questões abertas que direcionam a entrevista para os objetivos do estudo e que, por essa razão, denomina-se roteiro de questões norteadoras. 41 Há também situações em que o estudo se dedica a colher histórias de vida. Neste caso, a entrevista será direcionada pelo estímulo à verbalização dos sujeitos, amparada apenas em “perguntas” que sinalizem na direção de uma narrativa compreensível e a mais completa que se possa desejar, sempre na perspectiva da pesquisa em andamento. O FORMULÁRIO é instrumento dedicado à coleta de dados por meio de observação e de entrevista. Seu preenchimento é feito pelo próprio investigador/pesquisador. O entrevistado deve estar consciente das razões da entrevista e deve concordar com elas. O formulário permite: a) assistência direta do pesquisador; b) possibilidade de observação atenta de diferentes fatores apresentados pelo entrevistado; c) possibilidade de observação do ambiente, do entorno; d) uma estruturação diversificada entre perguntas abertas e fechadas (entrevistador preenche); e) perguntas mais complexas que podem ser “explicadas” pelo entrevistador; f) garantia na uniformidade dos dados coletados; g) garantia na unicidade de interpretação dos mesmos; h) aplicação a grupos heterogêneos; i) aplicação, inclusive, a analfabetos. Indicam-se alguns cuidados: a) transcrever imediatamente os dados coletados (tanto pelo formulário como pelo roteiro de questões abertas); 42 b) se forem gravados, devem contar com a autorização do entrevistado, sendo transcritos, ainda que a fonte original seja preservada O QUESTIONÁRIO - Trata-se de um instrumento constituído por um conjunto de questões formuladas previamente, para atender determinados objetivos da pesquisa e que serão respondidas pelos sujeitos sem a interferência do pesquisador. Verifiquem-se algumas de suas características: a) deve ser elaborado rigorosamente de acordo com as hipóteses e os objetivos elencados para a pesquisa; b) pode ser enviado pelo correio (baixo custo, mas com risco de respostas incompletas ou incorretas, além de um alto índice de não devolução); c) pode ser entregue em mãos; d) pode ser aplicado simultaneamente a um grande nº de sujeitos; e) deve ter uma natureza de impessoalidade para assegurar a veracidade das respostas; f) as questões devem ser elaboradas de forma clara e precisa, evitando a ambigüidade e a conseqüente dificuldade de compreensão do que se deseja saber; g) pode ser elaborado apenas com questões fechadas (mais fáceis de tabular e analisar) ou poderá conter questões abertas e fechadas, desde que claramente elaboradas; h) aplicável apenas a alfabetizados; i) grande risco de perdas (quanto ao retorno). Obs.: Quanto à forma das perguntas, é preciso estar atento ao fato de que AS PERGUNTAS NÃO DEVEM INDUZIR A RESPOSTA. As perguntas 43 podem ser: abertas; fechadas; duplas (instrumento semi-estruturado – questões abertas e fechadas). Considera-se indicado, preferencialmente, que questionários não contenham questões abertas, pois há um sério risco de serem respondidas de forma inadequada, ou mesmo, de não serem respondidas. As questões fechadas são aquelas em que o instrumento possibilita uma resposta (sim/não) ou várias respostas (múltipla escolha), mas todas inseridas em um quadro previamente estabelecido pelo pesquisador. O ROTEIRO PARA COLETA DE DEPOIMENTOS Trata-se de um conjunto de questões elaboradas pelo pesquisador, no sentido de colher o depoimento de sujeitos da pesquisa, sempre voltadas para o foco central do estudo. São questões abertas que permitem e estimulam a verbalização desses sujeitos, sempre na perspectiva de uma coleta de dados adequada ao pleno desenvolvimento da pesquisa e à obtenção de resultados satisfatórios. É um instrumento que, preferencialmente, é aplicado mediante entrevista. No entanto, há casos em que os sujeitos preferem receber as questões e respondê- las ou por escrito ou gravadas. Há, inclusive, o recurso da vídeo-conferência e da troca de e-mails também. HISTÓRIA DE VIDA Mediante total liberdade ao entrevistado, solicita-se que ele relate, conforme preferir, sua própria história. São pesquisas com focos muito singulares, como é o caso, por exemplo, do depoimento de idosos sobre um dado momento da história de suas cidades ou da educação em suas infâncias etc.. 44 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOSEm pesquisas quantitativas, para a análise dos dados, usam-se recursos da estatística ou faz-se a análise sistêmica, ou seja, tomam-se por referência os padrões que vigoram e relacionam-se os mesmos com os resultados obtidos na pesquisa. Para tanto, os dados coletados devem ser classificados, codificados e tabulados. Classificar os dados significa reuni-los de acordo com seu significado próprio e na relação com os objetivos da pesquisa. Se for o caso de quantificar esses dados, a codificação irá reuni-los em agrupamentos de respostas. A tabulação é uma representação gráfica dos dados obtidos, podendo ser na forma de tabelas. Em pesquisas de grande vulto, é realizada com auxílio de máquinas e, em pesquisas de pequeno porte, pode ser feita manualmente. Nas explanações de Oliveira (2001), os recursos da estatística permitem trabalhar com média (média – medida mais suada nos procedimentos estatísticos); mediana (valor central, ou seja, uma medida de posição (50%), mais do que de grandeza); moda (valor mais frequente); média aritmética; quartis (dividem o todo em quatro partes iguais); percentis (dividem o todo em cem partes iguais) e também a combinação de procedimentos, dentre outras alternativas de recursos estatísticos tais como razão, porcentagem, proporção. Em pesquisas qualitativas, a análise dos dados deve trazer as relações existentes entre eles, executando-se, pois, a análise de conteúdo. Nas pesquisas qualitativas, portanto, o que se faz é a ANÁLISE DE CONTEÚDO. Trata-se de um conjunto de técnicas de análise de comunicação que contém informação sobre o comportamento humano, atestado por uma fonte documental, ou seja, DEVE SER COMPROVADO DE ALGUMA FORMA - PELA BIBLIOGRAFIA OU PELA EMPIRIA (REALIDADE CONCRETA). 45 Tal técnica busca compreender criticamente o sentido das “comunicações” (dados coletados) em seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas: categorias/falas recorrentes, conotações, decodificações. O pesquisador deve trabalhar, principalmente, com as falas recorrentes que sinalizam as categorias de análise da pesquisa. A literatura oferece alguns indicativos dos caminhos a serem trilhados para poder realizar a análise de conteúdo, mediante as falas recorrentes, como já referido. a) decompor o texto em unidades recorrentes nas falas; b) criar categorias de análise a partir da oralidade dos sujeitos pesquisados; c) análise de conotações (sentido atribuído pelos sujeitos); d) inovar em diferentes formas de decodificação das comunicações realizadas pelo dados coletados; e) fazer a leitura e a releitura desses dados à luz do referencial teórico adotado. A recorrência dos elementos verbalizados ou expressados de alguma forma é vital para que se faça análise qualitativa em pesquisas sociais. CONSTROEM-SE, POIS, CATEGORIAS CONCEITUAIS, base das interpretações analíticas da pesquisa, a partir da leitura e releitura dos dados coletados. A qualidade do material bibliográfico já foi recomendada quando se tratou das pesquisas bibliográficas, reconhecendo-se que não há pesquisa sem leituras, cujo teor oferece a fundamentação teórica necessária. Neste momento, importa tratar da leitura dos dados coletados na realidade empírica, no contexto concreto onde a pesquisa se realiza e sobre o qual deve tecer conclusões. 46 Chizzotti (2001) refere que em ciências humanas e sociais, o pesquisador pode lançar mão de diversos procedimentos ao pretender realizar a análise de conteúdo. Quando o pesquisador decidir por decompor o texto em unidades léxicas( análise lexicológica), se preferir trabalhar por categorias (análise categorial), se preferir desvelar o sentido de uma verbalização no momento do discurso (análise de enunciação) ou, ainda, se optar por revelar o significado dos conceitos em meios sociais diferenciados (análise de conotações), poderá privilegiar um desses aspectos ou permanecer atento e fiel a um deles. O importante é reconhecer que a análise de conteúdo não pode omitir ou deixar sem compreensão o texto e o contexto em sua forma expressa em sua expressão oculta. Chizzotti (2001, p. 98) reconhece que a escolha dos procedimentos para esta modalidade de análise estará afeita ao “próprio estudo em questão, aos objetivos desse estudo, às intenções do pesquisador e a seus referenciais teóricos, epistemológicos, políticos, sociais culturais, educacionais e pedagógicos.” OLIVEIRA (2001, p. 192)2 chama atenção para alguns aspectos que podem comprometer a investigação. São eles: a) confusão entre meras afirmações (devem ser comprovadas) e fatos reais; b) incapacidade de reconhecer limitações tanto do próprio pesquisador, como do instrumento da pesquisa e dos participantes; c) procedimentos estatísticos inadequados (quando for o caso de adotá- los); d) erros de cálculo; e) falsos pressupostos não devidamente esclarecidos; 2 Oliveira se refere à obra de J. W. Best, Como investigar en educación., uma segunda edição, publicada em Madri, pela edtora Morata, no ano de 1972. 47 f) parcialidade inconsciente do pesquisador, permitindo um envolvimento que ignora resultados negativos; g) falta de imaginação ou da capacidade de realizar generalizações que devem resultar da imaginação, da criatividade, e da intuição, desde que o pesquisador seja bem treinado. A literatura oferece alguns indicativos dos caminhos a serem trilhados para poder realizar a análise de conteúdo, mediante as falas recorrentes, como já referido. a) decompor o texto em unidades recorrentes nas falas; b) criar categorias de análise a partir da oralidade dos sujeitos pesquisados; c) análise de conotações (sentido atribuído pelos sujeitos); d) inovar em diferentes formas de decodificação das comunicações realizadas pelo dados coletados; e) fazer a leitura e a releitura desses dados à luz do referencial teórico adotado. A recorrência dos elementos verbalizados ou expressados de alguma forma é vital para que se faça análise qualitativa em pesquisas sociais. Constroem-se, pois, categorias conceituais, base das interpretações analíticas da pesquisa, a partir da leitura e releitura dos dados coletados. Nas pesquisas qualitativas, portanto, o que se faz é a PROPOSTA DE LÉFÈVRE a seguir - ANÁLISE DE CONTEÚDO. Trata-se de um conjunto de técnicas de análise de comunicação que contém informação sobre o comportamento humano, atestado por uma fonte documental (ou seja: comprovado de alguma forma: pela bibliografia ou pela empiria). 48 Tal técnica busca compreender criticamente o sentido das “comunicações” (dados coletados) em seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas: categorias/falas recorrentes, conotações, decodificações. O pesquisador deve trabalhar, principalmente, com as falas recorrentes que sinalizam as categorias de análise da pesquisa. E como realizar essa análise? a) decompor o texto em unidades recorrentes nas falas; b) criar categorias de análise a partir da oralidade dos sujeitos pesquisados; c) análise de conotações (sentido atribuído pelos sujeitos); d) inovar em diferentes formas de decodificação das comunicações realizadas pelo dados coletados; e) fazer a leitura e a releitura desses dados à luz do referencial teórico adotado. Discurso do Sujeito Coletivo – DSC Modalidade de análise de conteúdo desenvolvida por Léfèvre e Léfèvre (2005), com base em algumas recorrências, o que significa uma expressão da análise de conteúdo. Em seus estudos, esses autores se valem, inicialmente, de tentar refutar a dicotomia entre pesquisa de abordagem qualitativa e pesquisa de abordagem quantitativa. Apresentam algumas falsas motivações que poderiam levar o pesquisador a fazer a opção pela pesquisa qualitativa e/ou rejeiçãopela pesquisa quantitativa. São elas: a) pavor, medo, pânico, rejeição ideológica de números, matemática, estatística; 49 b) gosto pelo “literário” ou “poético” ou pelas “ciências humanas e sociais”; c) vontade de usar uma metodologia mais “avançada”, “moderna”, “politicamente correta” etc.; d) crença e que é muito mais fácil fazer pesquisa utilizando metodologia qualitativa. (LEFÈVRE; LEFÈVRE; TEIXEIRA, 2000, p. 11). Não resta dúvida, segundo esses autores, de que há um PRECONCEITO significativo a respeito da adoção de práticas qualitativas em detrimento de números, estatísticas, gráficos, tabelas, dentre outros recursos considerados exatos. E QUAL A RAZÃO DESSE PRECONCEITO? Há a valorização da ideia de que a ciência é determinada por um conhecimento “distanciado”, universalmente válido e generalizável. Assim, no embate entre esses dois posicionamentos, contra a “ditadura do número” se faz a apologia da “qualidade como antinúmero”. Com base na metodologia qualitativa, é possível resgatar as representações sociais que se expressam nos discursos, nos meios de comunicação mediados pelo rádio e pela TV, bem como por recursos de multimeios, por jornais, revistas dentre outros. Continuando a resgatar as reflexões desses autores, os mesmos consideram que existem três níveis de considerações sobre um dado problema de pesquisa: descritivo, interpretativo e evolutivo. No nível descritivo, o que se obtém são respostas que evidenciam o que a população pensa. No nível interpretativo, pode-se partir para a compreensão das respostas de forma contextualizada e relacionadas entre si. 50 No nível evolutivo ou pragmático, após descrever e interpretar as respostas, poder-se-ia pensar em como conduzir progressivamente pensamentos e ações que ampliassem o conhecimento. O instrumental proposto pelos autores está diretamente ligado à fase descritiva e será aplicado mediante entrevista semiestruturada, ou seja, mediante a aplicação de formulário, como já exposto anteriormente. A relação que se estabelece entre pesquisador e participante da pesquisa (seu sujeito) permitirá que a empatia e a proximidade deem ensejo a uma verbalização mais rica e esclarecedora. Caso contrário, dados significativos poderiam ficar obscuros, como é perfeitamente possível imaginar com a aplicação de questionários em que não há a presença do pesquisador e as questões são preferencialmente fechadas. FINALMENTE, COMO ESSA PROPOSTA SE DINAMIZA O trabalho se utiliza de quatro figuras metodológicas, a saber: ancoragem, ideia central, expressões-chave e o discurso do sujeito coletivo. Expressões–chave As expressões–chave (ECH) são pedaços, trechos ou transcrições literais do discurso, que devem ser sublinhadas, iluminadas, coloridas pelo pesquisador, e que revelam a essência do depoimento ou, mais precisamente, do conteúdo discursivo dos segmentos em que se divide o depoimento (que em geral, correspondem às questões de pesquisa). Ideias centrais A ideia central (IC) é um nome ou expressão linguística que revela e descreve, da maneira mais sintética, precisa e fidedigna possível, o sentido de 51 cada um dos discursos analisados e de cada conjunto homogêneo de ECH, que vai dar nascimento, posteriormente, ao DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO. Ancoragem “Pode-se dizer que quase todo discurso tem uma ancoragem, na medida em que está quase sempre alicerçado em pressupostos, teorias, conceitos, hipóteses.” (LEFÈVRE et al., 2000, p. 17) (grifo dos autores). Esta ancoragem apresenta traços linguísticos explícitos em teorias, conceitos, ideologias que existem na sociedade, com os quais os indivíduos convivem consciente ou inconscientemente; mas, por serem internalizados por ele de tal forma, estão subjacentes às suas práticas cotidianas e profissionais. Para os autores, algumas ECH remetem não a uma IC correspondente, mas a uma figura metodológica que se denomina ancoragem (AC), ou seja, a manifestação linguística explícita de uma dada teoria ou ideologia ou crença que o autor do discurso professa e que, na qualidade de afirmação genérica, está sendo usada pelo enunciador para "definir" uma situação específica. O DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (DSC) terá, de maneira geral, as expressões-chave como sua matéria prima. Assim os autores trabalham com material coletado mediante questões abertas, geralmente propostas para se avaliar as razões subjacentes à escolha das respostas. Tradicionalmente, isolavam-se palavras, expressões, conceitos para extrair deles a essência do sentido da resposta emitida pelo sujeito da pesquisa. Era o que se chamava (e ainda se chama) de categorias. Para os autores, os indivíduos que emitiram esses discursos passam a ser “equalizados” para evidenciar uma proposta de “cientificidade” aos estudos em andamento. A proposta do DSC dispõe total rompimento com uma lógica “quantitativo-classificatória”, na medida em que busca resgatar o discurso como signo de conhecimentos dos próprios discursos. (ibidem, p. 19) 52 Com efeito, com o DSC os discursos não se anulam ou se reduzem a uma categoria comum unificadora, já que o que se busca fazer é precisamente o inverso, ou seja, reconstruir, com pedaços de discursos individuais, como em um quebra-cabeça, tantos discursos-síntese quantos se julgue necessário para expressar uma dada “figura”, ou seja, um dado pensar ou representação social sobre um fenômeno. (LEFÈVRE; LEFÈVRE; TEIXEIRA, 2000, p. 19). EM SÍNTESE, O DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO É COMO SE O DISCURSO DE TODOS FOSSE O DISCURSO DE UM. 53 UNIDADE 05. A IMPORTÂNCIA DE CONHECER AS NORMAS DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Objetivo Oferecer aos alunos algumas informações sobre formatação e apresentação gráfica de trabalhos, sempre em atenção total às normas da ABNT e aos padrões institucionais. Bebendo na fonte Citação, segundo a ABNT (NBR 14724:2011; NBR 10520:2002), é uma informação extraída de outra fonte. As citações podem ser: a) citações diretas ou literais, quando a transcrição do texto original se dá na forma de “cópia”; b) citações indiretas apenas se baseiam no autor consultado, podendo ser uma paráfrase ou uma síntese do texto lido; c) citação de citação é a menção a uma informação extraída de uma fonte a que não se teve acesso. Obs.: Ao escrever o nome do autor citado (em qualquer modalidade de citação), a grafia deverá estar composta por letras maiúsculas (inicial) e minúsculas, quando a referência estiver fora dos parênteses; e deverá ser toda em maiúsculas, quando estiver contida pelos parênteses. Quanto à referência relativa a uma citação direta, é preciso colocar o ano da obra e a(s) página(s) onde a mesma pode ser lida; se houver mais informações, como volume, tomo seção etc., estes também devem ser referenciados. 54 Citações diretas até três linhas são grafadas em texto contínuo, selecionado por aspas duplas. As aspas simples são usadas quando inseridas em texto com aspas duplas, ou seja, citação dentro da citação ou apenas destaque dado pelo autor. Obs: a pontuação para as citações diretas apresentadas entre aspas deve obedecer ao seguinte padrão: A) se o texto terminar em ponto final, este virá antes de fechar as aspas; B) se o texto não apresentar ponto final, o mesmo será grafado após as aspas. Citações diretas com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo a 4 cm da margem esquerda, com letra menor do que a utilizada no texto e sem as aspas. Deve ser formatado espacejamento simples, deixando entrelinhas livres antes e depois da citação. Nas citações indiretas (paráfrases), as informações, além do ano da publicação, têm caráter opcional, ou seja, a indicação da(s) página(s) pode ser omitida. Na citação de citação (autor citado por autor – citaçãode “terceiros”), devem ser respeitadas as normas para citações diretas ou referenciais; a indicação do autor deverá ser grafada com a palavra latina apud que significa: junto a, citado por. Obs.: Considera-se importante que a obra referida seja devidamente registrada em nota de rodapé, de forma explicativa, uma vez que, por não ter sido consultada diretamente, não fará parte das referências bibliográficas. As referências das citações podem aparecer no texto ou em notas de rodapé, podendo-se optar ou pelo sistema de autor-data ou pelo sistema 55 numérico. Nesta última opção, em geral, as notas aparecem no fim do texto. O sistema autor-data é o mais utilizado e se apresenta inserido no texto. Quanto às notas de rodapé, têm uma dupla função, a saber. a) notas de referência (função indicativa) são aquelas que indicam as fontes consultadas ou “remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado” (ABNT NBR 10520, ago. 2002, p. 2); b) notas explicativas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, consideradas complementares ao texto. Podem oferecer a versão original de uma fonte traduzida ou, ao contrário, traduzir uma citação escrita no texto na língua original. Citações referentes a vários documentos de um mesmo autor publicados em anos diferentes devem ser apresentadas segundo suas respectivas datas de publicação, separadas por vírgula e em ordem decrescente das datas. Citações indiretas de diversos documentos escritos por diferentes autores devem se apresentar em ordem alfabética dos nomes, com a data da publicação e separadas por ponto e vírgula. Citações com texto traduzido pelo autor devem conter essa informação inserida entre parênteses. Quando, de alguma forma, a indicação bibliográfica relativa à citação se repete, podem ser usados alguns recursos, também assinalados em notas de rodapé, a saber3: 3 Estes recursos deverão estar padronizados no decorrer de todo o texto. 56 a) passim: a ideia contida na citação permeia todo o texto lido. Exemplo: Silva (1999, passim); b) ibid. (ibidem): quando ocorrem citações de um mesmo autor e de uma mesma obra grafadas na mesma página; c) id. (idem): quando ocorrem citações de um mesmo autor, mas com obra diferente grafadas na mesma página; d) cf. (conferir ou conforme): quando a citação é apenas referencial (indireta) e indica-se a leitura do texto no qual a idéia apresentada está contida; e) op. cit (opus citatum = obra citada): em geral, esta norma é utilizada quando um autor está presente no trabalho apenas com uma de suas obras; com este recurso, evita-se a repetição desnecessária do título da obra toda vez que a mesma for assinalada. Exemplo: Silva (op. cit.); f) loc cit (loco citato = no lugar citado): ao repetir a mesma referência no rodapé, basta dizer que ela se encontra no mesmo local da nota anterior. Exemplo: Silva (1999, p. 40); Silva (loc cit.); g) et seq. (sequentia = em seqüência, o que segue): quando se aponta o ano e a página, indicando que a mesma referência se encontra em páginas seguintes. Obs.: Ainda com relação às citações, podem ocorrer determinadas situações para as quais há uma normatização específica, conforme a seguir. Supressões, interpolações, comentários, ênfases, destaques devem ser indicados mediante o uso de colchetes e de reticências [...]: a) supressões: quando se interrompe a continuidade do texto que está sendo citado de forma direta; 57 b) interpolações, acréscimos, comentários: são informações inseridas na citação para esclarecer ou indicar algum tipo de sentimento em relação ao que está sendo citado. c) ênfase ou destaque: de preferência, o negrito (segundo a decisão do autor, mas padronizado no decorrer de todo o trabalho). Quando os dados apresentados decorrem de informação verbal (palestras, aulas, debates, comunicações etc.), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal, referindo os dados disponíveis em nota de rodapé. Da mesma forma deverá ser referida obra ainda em elaboração, indicando-se, também em nota de rodapé, os dados disponíveis, como: autor, coautoria (se houver), título (definitivo ou provisório), previsão de término ou de publicação; neste último caso, deve-se registrar “no prelo”, ou seja, indica-se que a obra já está na gráfica ou na editora para ser publicada. Caso ocorra a necessidade de indicar a fonte real do que está redigido (seja ela oral seja ela escrita), indica-se o uso da expressão latina sic (assim, desta maneira) para eximir o autor da responsabilidade por erros gramaticais, informações cuja fonte poderia ser contestada etc.. Ao desejar dar ênfase a algumas palavras integrantes da citação, usando o negrito ou o sublinhado, deve-se escrever ao final da mesma (o grifo é nosso) ou (grifo do autor), indicando quem é o autor do grifo. Citações em outro idioma devem ser traduzidas. Ampliando horizontes Para a ABNT (6023, 2002, p. 2), as referências são um “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação visual”. A referência é constituída de elementos 58 essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares. Caso a opção seja feita pelo uso dos elementos complementares, estes deverão ser usados em toda a lista de referência. São eles: editor, tradutor, compilador, suporte, páginas, volume, número, notas etc.. Os elementos essenciais são informações indispensáveis à identificação do documento: autor(es), título, edição, local, casa editora e data da publicação. Todos os autores citados no texto precisam ser listados na página de Referências. Não se pode colocar nessa página autores que não foram citados no texto. Neste caso, inicia-se uma nova página com o título Bibliografia consultada. Formas de entrada (referência) de autores O autor é definido por pessoa física responsável pela criação do conteúdo intelectual do documento. Indica-se o(s) autor(es) pelo sobrenome, em maiúsculas, seguido do prenome, abreviado ou não. No caso de haver mais de um autor e até três, separa-se por ponto e vírgula, seguido de espaço (ABNT, 2002). Se houver mais de três autores, menciona-se o primeiro seguido da expressão latina et al. Autor único CAMARGO, G. M. CAMARGO, Genesio Medeiros Dois ou três autores NOVAES, C.; ROSSI, A; SILVA, L. NOVAES, Carlos; ROSSI, André; SILVA, Leo Mais de três autores VIEIRA, L. et al. Autores com sobrenome composto, indicativo de vínculo familiar: FERNANDEZ JÚNIOR, D. JUAREZ SOBRINHO. H. RIBEIRO NETO, W. 59 Autoria desconhecida A autoria será pela primeira palavra do título em maiúsculas. Exemplo: DIAGNÓSTICO da educação brasileira Entidades Coletivas Para sociedades, organizações, empresas, instituições, inicia-se a referência pela instituição responsável pela publicação. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. CENTRO UNIVERSITÁRIO DR. EDMUNDO ULSON. Para órgãos da administração pública, inicia-se pelo nome da jurisdição geográfica (País, Estado ou Município), seguido pela denominação do órgão. BRASIL. Ministério da Agricultura SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente Para entidades com denominação específica que as identifica, a entrada é feita pelo nome da unidade geográfica a que pertencem. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil) INSTITUTO MÉDICO LEGAL (São Paulo) Eventos científicos Para documentos originados em eventos científicos, indica-se o nome do evento em maiúsculas, seguido do número do evento, ano e local de realização. CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNAR, IX., 2011, Araras, São Paulo. Livros Títulos e subtítulos 60 Na elaboração das referências bibliográficas, o título deve ser destacado em negrito
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