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 SAÚDE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE 
EDUCAÇÃO E GESTÃO EM SAÚDE 
 
1 Educação Popular em Saúde. 
1.1 Educação em Saúde 
 
A Educação em saúde é uma dimensão de ligação entre duas áreas com diversas vertentes de análise entre o 
indivíduo, a sociedade, seu meio ambiente e o processo saúde-doença. 
No Brasil, mudanças significativas ocorrem a partir de estruturações das grades curriculares do Ensino Superior em 
Saúde, com inclusão do ensino de saúde pública, nos anos 90, junto da implementação do recém- nascido Sistema Único 
de Saúde, o SUS, instituído pela constituição brasileira de 1988. E a partir do Congresso de Saúde Coletiva de 1998, alguns 
programas de pós-graduação formularam projetos de reflexão sobre a manutenção e aperfeiçoamento na área. Assim, a 
educação em saúde no Brasil foi instituída e até os dias atuais é tratada pelo campo da saúde pública, envolvendo a 
aprendizagem sobre as doenças, suas consequências e a promoção da saúde, através de aspectos sociais da saúde.Essa 
dimensão da educação em saúde é preconizada pela política de Atenção Básica, uma das grandes prioridades do Sistema 
Único de Saúde (SUS), e converge com a defesa de Paulo Freire de que a educação não é somente o trânsito de saberes e 
sim uma construção da comunicação, com protagonismo de todos os interlocutores. 
Sob a realidade da prática educacional, a interdisciplinaridade é ferramenta imprescindível para a articulação entre 
educação e saúde, e no contexto de atenção básica, o diálogo e a reflexão são pilares fundamentais, onde a troca de saberes 
entre profissionais e usuários dos serviços de saúde é multidirecional e, por vezes, pode até mesmo se deparar com 
barreiras culturais. 
Dessa forma, os papeis de educadores por parte de profissionais como os da equipe da Estratégia Saúde da Família 
(ESF), se constitui por uma atuação técnica biomédica, com oferta de informações no processo saúde- doença, e pela 
estruturação da educação em saúde como um caminho ao direito de cidadania do indivíduo.Sendo assim, a educação em 
saúde pode atuar como ferramenta de capacitação do protagonismo da sociedade na sua própria melhoria de condições de 
vida e de saúde . 
1.2 Educação Popular 
 
A Educação Popular pode ser definida como um método pedagógico da educação em saúde, onde a teoria e a 
prática conectam as atividades do profissional da saúde à realidade cotidiana de seus pacientes. 
Esse conceito de Educação Popular, como se é conhecido hoje, foi sistematizado por Paulo Freire (FREIRE, 2018), e 
orientou a relação entre profissionais da área, insatisfeitos com a atuação e resultados dos serviços de saúde, e a 
população, com suas demandas referentes a diversos problemas enfrentados. Assim, uma nova estrutura de organização 
política foi construída a partir do diálogo entre o saber popular e o saber acadêmico. 
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Na perspectiva da Educação em Saúde soma-se como característica, além da interdisciplinaridade, a 
intersetorialidade, com ações integradas por profissionais de diferentes áreas e níveis de formação (técnico ou superior), 
sob a demanda conhecimentos específicos situacionais. Isto porque, sob a visão da educação popular, a realidade deve ser 
interpretada de maneira crítica, numa forma de leitura e de reconhecimento de se pertencer ao mundo (FREIRE, 1987), 
problematizando o processo saúde-doença e suas consequências sociais (BONETTI et al., 2011). 
 
1.3 Histórico da Educação Popular 
 
No início dos anos 1990, delineou-se a Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde – que 
posteriormente se chamaria Rede de Educação Popular e Saúde - no I Encontro Nacional de Educação Popular em 
Saúde abrindo caminho para novas estruturas de funcionamento dos serviços de saúde. E somente em 2003, o Ministério 
da Saúde articulou-se, de modo comprometido, à esse contexto, gerando a Articulação Nacional de Movimentos e 
Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS). O desenvolvimento de ações do Ministério da Saúde culminou 
em diretrizes políticas específicas para a educação popular em saúde, com atuação da Associação 
Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), da área acadêmica em saúde coletiva. 
1.4 Educação Popular no Sistema Único de Saúde (SUS) 
 
A Educação Popular em Saúde pode ser discutida como uma política do Sistema Único de Saúde (SUS) e, como tal, 
possui complexidade de igual tamanho a qualquer outra política no âmbito de processo de implementação, de definição 
de responsabilidades, delineamento estratégico e respeito à diversidade étnico-cultural de toda população brasileira. 
Nesse sentido, a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS), de 2013, propõe diretrizes 
articuladas para fomento do Sistema Único de Saúde (SUS) e se relaciona com ações e programas como a Política Nacional 
de Humanização do SUS, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, Política Nacional de Promoção da 
Saúde e Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa. Essa política de Educação Popular em Saúde possui 
planejamento estratégico baseado na gestão participativa, no diálogo, na produção de conhecimento e na 
intersetorialidade. 
Assim, com o objetivo de fomentar a PNEPS-SUS, o Ministério da Saúde em parceria com a Escola Politécnica em Saúde 
Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) surge o Programa de Qualificação em Educação Popular em 
Saúde (EdpopSUS), que estimula a qualificação da prática educativa de profissionais e lideranças comunitárias da Atenção 
Básica do SUS . 
Todo esse cenário somente foi possível por causa organizações da própria sociedade, mais recentemente 
representada pelo Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde (CNEPS), instituída em 2009, por meio da Portaria 
GM/MS No 1256. 
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2 Evolução das formas de organização do trabalho de educação em saúde. 
2.1 Sistemas Produtivos em Saúde 
 
O sistema produtivo da saúde, denominado como Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) inclui 
atividades de inovação, base produtiva de bens e serviços com impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) de 
diversos países do mundo, articulando a economia, a sociedade e o meio ambiental, num cenário de desenvolvimento. 
Essa dinâmica extrapola as relações comuns econômicas e integram também instituições e a política de 
desenvolvimento brasileira. De acordo com Gadelha (2012), nesse cenário inserem-se as seguintes medidas: 
 
 2007: Programa Mais Saúde, do Ministério da Saúde, e o Plano de Ação em Ciência e Tecnologia do 
Ministério da Ciência e Tecnologia (PACTI). 
 2008: Diretrizes da Política de Desenvolvimento Produtivo 2011: Programa Brasil Maior. 
 2012: Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. 
 
 
Tanto a Política para o Desenvolvimento Produtivo quanto o Mais Saúde e o PACTI da Inovação já não estão mais em 
vigor. São, contudo, registrados neste texto por representarem um marco no reconhecimento do caráter estratégico do 
complexo da saúde no âmbito de setores estratégicos nacionais. Todas essas macropolíticas e diretrizes setoriais foram 
atualizadas, mantendo e ampliando o protagonismo da saúde . 
Para este cenário sanitário, existem demandas específicas referentes à efetividade do sistema, exigindo uma 
articulação característica da rede de serviços oferecida seguindo diversas diretrizes, destacando-se os níveis 
organizacionais econômicos e de complexidade tecnológica.Assim, de acordo com os tipos de políticas e os tipos 
organizacionais, os serviços abrangem unidades básicas assistenciais até serviços mais complexos como os hospitalares, 
responsáveis por parte significativa do dinamismo econômico da área, por causa das demandas e consequentemente das 
ofertas geradas para este setor, envolvendo altas tecnologias especializadas. Este setor consolida-se também como um 
alto consumidor de equipamentos especializados, insumos médico- hospitalares e administrativos de demandas diárias,serviços de Tecnologia de Informação e uma alta demanda por. inovação em saúde, tanto em aspecto material como 
aspectos técnicos e metodológicos dos segmento médicos e sanitários. 
2.2 Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) 
 
Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), instituição que conecta setores industriais de base química e 
biotecnológica (fármacos, medicamentos, imunobiológicos, vacinas, hemoderivados e reagentes) e de base mecânica, 
eletrônica e de materiais (equipamentos mecânicos, eletrônicos, próteses, órteses e materiais) com os serviços de saúde 
(hospitais, serviços de saúde e de diagnóstico). 
Essa relação é baseada numa dinâmica permanente com a sociedade e o Estado no contexto de oferta de serviços e 
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produtos em saúde, onde cada um dos subsistemas do CEIS, aprimora a análise e ação política diante dos diversos 
interesses do setor da saúde, assumindo uma perspectiva holística, considerando a saúde como uma dimensão 
econômica. 
2.3 Dinâmicas dos Investimentos no Subsistema de Serviços de Saúde 
 
O Subsistema de Serviços em Saúde é constante e dinamicamente exposto à modificações provenientes dos 
seguintes fatores: 
 Dinâmica de inovação do complexo produtivo da Saúde : gera novas possibilidades nos serviços, alterando, 
sobretudo, suas formas organizativas, seus processos, produtos e mercados, incluindo suas escalas ou escopos. 
 
 Dinâmica demográfica e epidemiológica das populações : configura por si e permanentemente novas 
necessidades, demandas e mercados. 
 Políticas públicas governamentais : Cada vez mais modulam a sua dinâmica de crescimento, em função da 
natureza social e da responsabilidade crescente do Estado nesse espaço social. 
 
Ainda assim, é necessário considerar que fatores sociais e sanitários também influenciam significativamente os 
serviços de saúde e, consequentemente, a dinâmica de mercado do subsistema. A dinâmica que gira em torno do fluxo entre 
demanda e serviços, pode-se denominar como elementos condicionantes dos serviços de saúde: a educação, a cultura, e a 
economia das regiões. 
No contexto dos Segmentos Público e Privado de Serviços de Saúde, o Brasil, possui um cenário que, apesar de haver 
um sistema público, universal e integral, as limitações de financiamento público, que se situam significativamente abaixo 
da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Uma visão geral do 
Subsistema de Serviços no Brasil envolve os gastos públicos por nível de governo e os desembolsos privados decorrentes 
das despesas com planos e seguros de saúde e aqueles realizados diretamente pelos indivíduos (do próprio bolso). 
2.4 Gestão do trabalho e da educação na saúde 
 
As décadas de 1980 e 1990 são marcadas por mudanças em que o trabalho é organizado nas perspectivas 
estruturais, funcionais e espaciais, e com o decorrer dos anos, outros fatores como a desregulamentação dos mercados e a 
diminuição da intervenção do Estado na economia entraram para este cenário. No entanto, reconhece-se, através das 
políticas públicas, que essas transformações modificaram negativamente as condições de vida e de trabalho dos 
indivíduos. 
A orientação do contexto da gestão do trabalho na perspectiva atual do contexto político e econômico do país é 
baseada em componentes primordiais: o planejamento, a gestão e os recursos humanos do trabalho em saúde. Assim, 
a reestruturação dos mecanismos de gestão da área, no que diz respeito aos recursos humanos, financeiros e a própria 
capacidade dos órgãos e instituições são as defasagens mais apontadas por estudos da área. 
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Assim, cresce a demanda por fomento aos processos de criação e manutenção de mecanismos especificamente para 
esta área, aprimorando seu desempenho, levando ao reconhecimento de que a os recursos humanos compõem porção 
fundamental da gestão em saúde. Além disso, para esta constatação remete-se a necessária institucionalização de 
sistemas de planejamento de gestão e regulação da força de trabalho. 
Neste momento, o papel de atuação do Estado faz-se necessário perante a institucionalização, regulamentação e 
fiscalização dos meios de força de trabalho, elementos estratégicos para a gestão da saúde, através do o planejamento 
estratégico e dos sistemas de informação. 
Assim sendo, deve assumir o planejamento estratégico em recursos humanos, os setores de abrangência federais, 
estaduais e municipais, bem como os deve ocorrer decisões políticas dentro dos espaços referidos aos fóruns de política 
do SUS que interagem com esse cenário apresentado, efetivamente significativo na busca da organização, sob os cenários 
específicos regionais. 
2.5 Qualificação da gestão do Sitema Único de Saúde (SUS) 
 
Na perspectiva da gestão de trabalho no SUS, fatores de transformação deste cenário devem ser considerados como o 
surgimento de novas demandas no que diz respeito às competências, redefinindo as estratégias de recrutamento, seleção 
e capacitação dos profissionais em suas áreas de atuação. 
Nesse contexto, criar-se uma identidade institucional e promoção do aprendizado organizacional deve-se elaborar um 
planejamento de capacitação para o estado e para os municípios, respeitando a regionalização das demandas. Vale 
ressaltar, que também nesse cenário existem obstáculos específicos a serem enfrentados como insuficiência da qualificação 
e qualificação do setor gerencial e pessoal, bem como insuficiência de conhecimento operacional e das bases técnicas e 
políticas do SUS. Por este motivo, a educação nessa área deve adquirir caráter permanente, favorecendo e fomentando uma 
cultura de gestão pública profissional para o país. 
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3 Política Nacional de Gestão do Trabalho na Saúde 
 
O trabalho pode ser analisado como um processo de intercâmbio, interpessoal, de experiências, aprendizados e 
ensinamentos, e para gerir esse processo é necessário identificar essas relações, tendo o trabalhador como protagonista 
da efetividade do sistema. Assim, esse trabalhador é sujeito e agente na realidade dinâmica do Sistema Único de Saúde 
(SUS). Nesse sentido, a Política Nacional de Gestão do Trabalho na Saúde contextualiza-se na garantia e manutenção da 
valorização do trabalhador da área da saúde, lançando mão de diversos fatores como: plano de carreira, proteção 
social sob trabalhistas, capacitação frequente, caracterização de humanização do trabalho. 
À nível de entendimento estrutural, é possível dividir a gestão e estruturação do Trabalho na Saúde, regidas pelo 
SUS, em: 
 Gestão do trabalho em Saúde : Responsabiliza-se pelo delineamento dos caminhos da qualidade e da 
organização estrutural do trabalho no SUS, formulando políticas para fomentar os fatores acima citados. 
 Regulação e Negociação do trabalho em Saúde : Responsabiliza-se por questões sobre a regulação do 
exercício profissional na saúde e sua relação com o Congresso Nacional e com os Conselhos profissionais. 
 Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS: Responsabiliza-se pelo fomento do diálogo e acordo 
entre gestores e trabalhadores do SUS. 
 
Como ferramenta difusora de implementação da gestão, do planejamento e da regulação do trabalho em saúde, em 
todo o território nacional, encontra-se a Secretaria da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES). Essa 
secretaria trabalha junto aos segmentos das esferas federal, estadual e municipal do governo e também junto dos 
trabalhadores, organizando uma políticas para melhorias e humanização do atendimento que envolve instituições públicas 
e também as privadas que constituem o Sistema Único de Saúde (SUS). 
3.1 Qualificação e Estrutura da Gestão do Trabalho e da Educação no SUS 
 
Sob a perspectiva de atuação do SUS, a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde possibiliza a 
configuração deste setor no contexto de política pública em saúde no Brasil, tendo como resultados, por exemplo, o 
Programa de Qualificaçãoe Estruturação da Gestão do Trabalho e da Educação no SUS (ProgeSUS) (DAU et al., 
2012). Isto porque, em 2006, quando registrou-se o nascimento do ProgeSUS (BRASIL, 2006), propôs-se suprir a 
demanda por estruturação e qualificação da gestão do trabalho e da Educação no SUS. O programa foi efetivamente 
respaldado por evidências científicas, a partir das análises do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (BRASIL, 2004) e 
da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (IMS/UERJ) (UERJ, 2004; 2006). O ProgeSUS formula uma conexão, 
entre estados e municípios, para a formação e qualificação de Recursos Humanos do SUS, associando quatro 
componentes : 
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 Financeiro (esferas estadual e municipal), dirigido à estruturação da gestão do trabalho e da 
educação na saúde; 
 Habilitação (esfera federal) de sistema de informação gerencial para a da gestão do trabalho 
e da educação na saúde; 
 Capacitação de equipes; 
 Participação das secretarias no Sistema Nacional de Informações em Gestão do Trabalho do SUS. 
 
 
Desse modo, o ProgeSUS, de caráter permanente e contínuo, desenvolve atividades de qualificação dos gestores de RH 
e suas equipes do setor de saúde, com apoio e participação conjunta do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) 
e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) . 
Tais políticas são significativamente relevantes no que se diz respeito ao fortalecimento da área de Recursos 
Humanos na área da Saúde e como são permanentes e contínuas, deparam-se todos os dias com os novos desafios 
regionais para cada tipo de objetivo de gestão implementado . 
3.2 Sistemas de informação como ferramenta de gestão de produção de serviços em 
saúde 
 
Sob o atual contexto de inovações tecnológicas em todo o mundo, é inevitável que também os processos 
produtivos em saúde se modernizem, assim como é o caso dos hospitais, que tentam introduzir modernizações para se 
adequarem às demandas do mercado, que incluem transformações nos setores da assistência, da tecnologia e da 
capacitação de seus profissionais. 
Nesse contexto, surge o reconhecimento, por parte das instituições de saúde, da eficiência gerencial como cerne da 
prevenção aos períodos de economia inconstante, ativando a efetividade da gestão da produção de serviços em saúde. 
Assim também, atenta-se às metodologias para se gerir os serviços hospitalares, com flexibilidade, qualidade, e redução 
de desperdícios e de custos. 
Sabendo-se disso, é preciso analisar que todos esses processos, quando em ambientes hospitalares, ocorrem entre 
espaços de serviços de alto nível de complexidade, aumentando a complexidade das metodologias de transformação 
informacional e que o maior acesso aos serviços hospitalares criou uma maior e mais complexa demanda de serviços e 
profissionais qualificados. 
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3.3 Planejamento e Controle de Produção (PCP) 
 
O Planejamento e o Controle de Produção (PCP) na Área de Hospitalar deve possuir caráter permanente com 
efetivo sistema de informações para suprir e respaldar atividades desde a produção, venda e manutenção de métodos e 
processos e porque não, produtos . 
Através do planejamento organiza-se, pela PCP, diretrizes de contratação de recursos humanos, compra de 
equipamentos e insumos, além da manutenção e/ou ampliação das instalações. Assim, é possível efetuar de maneira 
concreta e organizada a gestão de estoques; gestão de produção e gestão e acompanhamento da programação dessas 
ordens. 
Os métodos de suporte ao Planejamento e o Controle de Produção (PCP) se apresentam de diferentes formas, já 
que devem suprir diversos níveis de complexidade e de funções dentro do ambiente hospitalar. 
O sistema Just-in-Time (JIT), que nasceu em meados de 1940, é um sistema já modificado com o passar do tempo e 
hoje se caracteriza pela produção sob sincronismo, objetivando a diminuição/eliminação de desperdício e 
aprimoramento da qualidade, isso possibilita a redução de custos, que na área hospitalar representa controle 
simplificado de insumos . 
Já o sistema Enterprise Resources Planning (ERP) responsabiliza-se pelo planejamento estratégico dos recursos, na 
funcionalidade da manufatura, assim, atuam no planejamento e controle da validade de materiais, das ordens de produção 
(Procedimentos médicos), da demanda por novos insumos hospitalares, e assim por diante . 
Completando os sistemas, o Optmized Production Technology (OPT), que nasceu em 1979, é um sistema 
computadorizado, que visa otimizar a efetividade dos sistemas produtivos a partir de seus componentes mais críticos, 
assim como ocorre nos setores de limitações de leitos hospitalares, durante uma pandemia, por exemplo . 
3.4 Sistema de Informatização Hospitalar (SIH) 
 
Em relação aos sistemas de informação computadorizados em área hospitalar, pode-se dizer que o Sistema de 
Informatização Hospitalar (SIH) propõe a captação estruturalmente organizada das informações sobre os pacientes 
atendidos, dinamicamente dispostas de forma que os profissionais do hospital em questão possam ter acesso. 
Esse processo deve possuir caráter integrado, administrando as relações entre as áreas técnicas, administrativas e 
científicas, formando uma rede de conexões operacionais sem deixar de lado a especificidade de cada setor, habilitando 
uma interface de controle geral. 
Assim, o Sistema de Informatização Hospitalar apresenta funcionalidade administrativa de informações relativas a 
insumos e procedimentos médicos, automatizando os diversos setores hospitalares, bem como controle e planejamento 
financeiro. 
Os diversos níveis de complexidade dos processos, oferecidos por uma unidade hospitalar, inviabiliza a utilização de 
apenas um método de suporte ao PCP, sendo necessária a identificação e aplicação de um método para cada tipo de 
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processo. Nesse sentido, o ERP, OPT e JIT são importantes ferramentas estratégicas para o planejamento e efetividade dos 
sistemas de informações. 
3.5 Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS) 
 
O popularmente denominado “Sistema AIH”, nascido em agosto de 1981, em Curitiba, para substituição institucional 
ao Guia de Internação Hospitalar (GIH), em 1982, foi um sistema que passou por várias transformações e plataformas 
em mainframes sob um processamento centralizado. Este sistema foi o primeiro do DATASUS (departamento de 
informática do Sistema Único de Saúde) a captar dados através de computadores de forma descentralizada. O 
processamento desse sistema foi descentralizado em um fenômeno gradativo dos Gestores de Secretaria de Saúde, 
culminando no ano de 2006, já sob utilização de plataforma Windows, SGBD Firebird e Linguagem de programação 
Delphi. 
O Sistema SIHSUS é responsável pelo registro de todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares do 
SUS, pela composição de relatórios direcionados aos gestores, referentes aos processos médicos e seus gastos financeiros. 
A nível Federal isso representa o controle e manutenção dos repasses de verbas às Secretarias de Saúde sob as diversas 
formas de gestão. 
Além disso, o sistema possibilita a avaliar a efetividade do cenário sanitária de cada localidade, por meio dos dados 
referentes às taxas de óbito e de infecção hospitalar; possibilita o planejamento estratégico do orçamento dos diversos 
níveis de atenção em saúde; permite diminuição de produção, de algum processo específico, quando necessário, otimizando 
o processamento dos serviços em saúde e finalmente, gera diversos tipos de relatórios a partir de históricos dos dados e 
informações recolhidas. 
Vale ressaltar que para a efetividade do sistema, os recursos humanos dos serviços de saúde devem receber 
capacitação adequada, seguindo a implantação da Tabela Unificada de Procedimentos, sob as diretrizes do DATASUS.