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REBECCA PEREIRA DE SIQUEIRA PRINCÍPIOS DE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – BIÓPSIA Diagnóstico As lesões da cavidade bucal devem ser identificadas e diagnosticadas, a fim de que o tratamento possa ser dirigido para, se possível, sua eliminação ou cura. Primeiramente, é preciso conhecer o que é o normal. O objetivo principal é tratar. A biópsia é usada para confirmar um diagnóstico diferencial, obtido pela propedêutica clínica; diagnosticar tecido visto como patológico pelo profissional; diagnosticar lesões com características de malignidade (como cor, crescimento, área, etc); e diagnosticar lesões persistentes e que não respondem a tratamento por 10 a 14 dias. Exames de imagem, exames complementares e manobras semiotécnicas podem ser utilizadas para chegar mais perto do diagnóstico e algumas vezes a biópsia não é necessária, pois é um procedimento cirúrgico. Caso seja necessária, será para confirmar alguma das hipóteses diagnósticas e excluir diagnósticos diferenciais. Ex: manobra semiotécnica- lesão vascular, para saber se é hemangioma, manobra de vitropressão, se perder a cor, quando corta o fluxo sanguíneo, elimina a possibilidade de cirurgia. MÉTODOS DE EXAME E DIAGNÓSTICO a) História médica e clínica: compreensão do estado geral de saúde do paciente; problema clínico pré-existente; manifestação oral de doenças sistêmicas (agranulocitose, leucemia, hiperparatireoidismo); hábitos crônicos (como fumo) b) História da lesão: - Há quanto tempo está presente (geralmente lesões que estão presentes há muito tempo têm maior probabilidade de ser benigna); - Alterações de tamanho: uma alteração no tamanho radiográfico e/ou clínico da lesão é uma importante informação sobre sua agressividade; se são ininterruptas. Avaliar também se houve aumento por trauma e edema. - Mudanças na característica da lesão: algumas doenças passam por fases, então saber se um nódulo se tornou uma úlcera ou se uma úlcera começou como uma vesícula, por exemplo. - Sintomas relacionados com a lesão: dor (aguda, crônica, espontânea, provoca), alteração na função, anestesia ou parestesia, paladar e odor anormal, disfagia, ou sensibilidade dos linfonodos cervicais. As lesões com um componente inflamatório estão mais frequentemente associadas à dor, enquanto os tumores malignos são, na maioria dos casos, assintomáticos, a menos que estejam infectados secundariamente/sintomas sistêmicos associados; - Estruturas anatômicas envolvidas: algumas lesões apresentam predileção por certas regiões anatômicas ou por certos tecidos. Observar se as lesões estão confinadas aos tecidos creatini-zados ou não-queratinizados, às regiões com tecido glandular, lesões intra-ósseas (com ou sem expansão de cortical) ou às áreas compostas por nervos ou vasos pode, algumas vezes, gerar indicações em direção ao correto diagnóstico. - Histórico relacionado ao surgimento de lesões: frequentemente, as lesões da boca e dos tecidos periorais podem ser causadas por hábitos parafuncionais, alimentos de consistência dura ou quentes, aplicação de medicamentos que não são destinados para uso tópico, traumatismo recente, condições que envolvem a dentição (por exemplo, cárie, doença periodontal, ou dentes fraturados), ou por um determinado evento ou exposição. - hemangioma : amora/ adenoma pleomórfico: palato - lesão gl salivar/ displasia óssea florida: radiopaca, mulher, negra, 4 quadrantes. adenoma hemangioma EXAME CLÍNICO ● Inspeção, palpação, observação de sinais clínicos Inspeção – ● Localização anatômica da lesão, ● Tamanho e forma,padrão de crescimento: O padrão de crescimento indica se ela é plana ou elevada / endofítica ou exofítica / séssil ou pedunculada ● Características físicas (liso, lobulado, irregular): ● Lesões solitárias ou múltiplas: O achado de neoplasias múltiplas ou bilaterais na boca não é comum, enquanto doenças vesículo-bolhosas, bacterianas e virais comumente apresentam tal padrão. ● Coloração da lesão: A cor da superfície de uma lesão pode refletir várias características e, até mesmo, a origem de muitas lesões (branca, avermelhada, amarelada, azulada, escurecida). ● Consistência: A consistência pode ser descrita como mole ou compressível (p. ex., um lipoma ou abscesso), firme e endurecida, (p. ex., um fibroma ou uma neoplasia), ou dura (p. ex., toro ou exostose). O termo flutuante deve ser usado para descrever o movimento de ondulação sentido durante a palpação com os dois dedos de uma lesão. ● Presença de pulsação:uma pulsação rítmica é sugestiva de um componente vascular significativo. uma intervenção cirúrgica (biópsia) pode resultar em uma hemorragia com risco de morte ● Linfonodos: exame padrão dos linfonodos requer somente a simples inspeção e palpação e a comparação dos lados esquerdo e direito antes da cirurgia (pois depois pode infartar por conta do procedimento e confundir o diagnóstico). Deve-se verificar (1) localização; (2) tamanho (preferencialmente, registrando os diâmetros em centímetros); (3) presença de dor ou sensibilidade; (4) grau de fixação (fixo ou móvel); e (5) textura (mole, firme ou endurecida). ● Limites e contornos da lesão: As lesões podem ser classificadas, de acordo com sua delimitação, em: •Nítidas: de contorno bem definido/ •Difusas: quando não se observa o contorno com precisão/ •Regulares: quando a linha demarcatória pode ser desenhada de maneira uniforme / •Irregulares: quando o contorno não se apresenta contínuo. ● Base da lesão: Área de sua inserção nos tecidos vizinhos. A base pode ser do tipo pediculado (estreita) ou séssil (larga). ex: rânula - assoalho bucal - aumento volume Exemplo-> herpes labial: bolhas, dolorosas, passa pela face de úlcera e vira uma crosta. Lesão que muda de forma. Terminologia: ● Fixa/mobilidade ● mole ou compressível ● firme/ endurecida ● Lesão plana/ levemente elevada ● Endofítica/ Exofítica ● Séssil/ pediculada EXAME POR IMAGEM Radiografia, tomografia computadorizada (delimita limites), ressonância magnética, cintilografia (ideia do padrão de crescimento, se está ativa ou não, não delimita a lesão) EXAMES LABORATORIAIS Em alguns casos, testes laboratoriais suplementares podem ajudar na identificação da lesão. Algumas lesões bucais podem ser manifestações de um processo patológico sistêmico. Hemograma, bioquímica do sangue, reações sorológicas, cultura e antibiograma, anatomia patológica. MANOBRAS SEMIOTÉCNICAS Definem alguns diagnósticos como a vitropressão em lesões vasculares (hemangioma). BIÓPSIA Biópsia é a retirada de tecido de um ser vivo para exame de diagnóstico. É a remoção deliberada de um fragmento de tecido do indivíduo vivo com o propósito de diagnóstico histopatológico, feita em concordâncias com normas técnicas específicas. O propósito principal da biópsia é determinar o diagnóstico de forma precisa para que o tratamento adequado possa ser instituído. 🔺Indicações: qualquer lesão que persista por mais de duas semanas sem fator etiológico determinante; lesão inflamatória que não responde ao tratamento; qualquer lesão que provoque alterações morfológicas teciduais características; lesões que interferem na função local, lesões ósseas não identificadas ou que apresentam aumento de tamanho lesões com características de malignidade 🔺Contra-indicações: condições sistêmicas do paciente; biópsia incisional em lesões suspeitas de hemangioma ou melanoma casos em que desnecessário realizar biópsia (diagnóstico clínico e radiográfico) Monitoramento pré-biópsia: principalmente lesões causadas por traumas Aguardar e observar Lesões inflamatórias: remover causa e observar se há redução da lesão Monitorar para ver se há involução mediante tratamento (reembasamento de prótese, tratamento dental) Acompanhar ou encaminhar TIPOS DE BIÓPSIA 1. CITOLOGIA ESFOLIATIVA É a coleta de exame de um esfregaço de células obtidas pela raspagem na superfície de uma lesão. Colhe as cels mais superficiais. Podem-se avaliar por este método lesões tumorais, infecciosas e outras que ocorram na mucosa bucal por intermédio de células que se descamam. 🔺 Vantagens:alta especificidade e sensibilidade, baixo custo, rapidez, facilidade de execução, menor desconforto para paciente - é a menos invasiva, não precisa de anestesia. 🔺 Desvantagens: apenas em lesões superficiais; não indicada em lesões ceratóticas ou com área de necrose; exame de células individuais sem fornecer a arquitetura histológica; tratamento não é fundamentado nesse exame. 🔺 Indicações: lesoes de localização em superfície aparentemente inócua, lesoes vesiculares que se tornam ulceradas, para selecionar áreas serem biopsiadas em lesões múltiplas ou extensas; controle de neoplasias malignas; paciente cuja condição sistêmica não permita biópsia; monitoramento de áreas displásicas, herpes, pênfigo e eritroplasia. 2. POR ASPIRAÇÃO Consiste na aspiração do fragmento de um tecido. A biopsia aspirativa emprega agulha e seringa para penetrar a lesão e aspirar seu conteúdo.Dois tipos: 🔺 Aspiração por agulha fina - consiste na aspiração do conteúdo líquido de uma lesão. Indicada para lesões com suspeita de líquido no seu interior, exceto mucocele (pois há perda de volume e na cirurgia não fica bem definida a área da lesão). 🔺Punção por agulha fina - colhe o tecido através de pressão negativa, utilizado em áreas com acesso mais complexo. Para lesões de localização profunda nos tecidos, como nas glândulas salivares maiores ou linfonodos, e ainda em massas com suspeita de neoplasias benignas ou malignas . 🔺 Indicações: Toda lesão que contenha fluido em seu interior e toda lesão radiolúcida intraóssea antes da exploração cirúrgica. Quando uma massa de tecido mole é detectada sob a superfície cutânea ou mucosa e o paciente deseja evitar a formação de cicatrizes ou quando as estruturas anatômicas adjacentes oferecem risco. Indicada também para massas cervicais e lesões profundas (parótida), pois são mais difíceis a realização de uma biópsia cirúrgica. Aspiração rotineira de lesões: não é considerada uma biópsia uma vez que não tem finalidade de análise histológica ou patológica, é como uma manobra semiotécnica. Consiste em aspirar o conteúdo líquido de uma lesão que tenha suspeita de ter líquido em seu interior (bolhosa na mucosa, nódulo, intra óssea radiolúcida), exceto mucocele. Nas lesões intra-ósseas é importante realizar antes de acessar o tecido para descartar uma lesão de origem vascular e para definir se é cística (e qual a natureza do conteúdo) ou sólida. 3. BIÓPSIA INCISIONAL Consiste na remoção de uma pequena porção da lesão, geralmente de uma parte representativa ou particular da lesão (áreas sangrantes, ulceradas ou endurecidas – pode retirar mais de uma parte da mesma lesão se for necessário). É preferível realizar uma biópsia estreita e profunda do que uma larga e superficial, pois as alterações superficiais podem ser bem diferentes daquelas da profundidade da lesão . 🔺Indicações: (1) lesões de tamanho maior que 1cm (isso pode variar dependendo do caso, mas o importante saber é que a incisional é para lesões maiores), (2) localização de risco (áreas anatômicas), (3) lesões com suspeita de malignidade (coloração vermelha/branca, duração e crescimento, consistência endurecida, pouca mobilidade e sangramento) (4) quando precisa estabelecer um plano de tratamento frente a lesão (quando um diagnóstico histopatológico definitivo é necessário para planejar a remoção completa mais complexa ou iniciar outros tipos de tratamento – comum em lesões malignas). 🔺Contra-indicações: lesões vasculares, lesões de glândula salivar e lesões pigmentadas (lesões com suspeita de hemangioma ou melanoma), condições sistêmicas. 🔺 Técnica: Cuidados/princípios cirúrgicos para realização de biopsia - não aplicar anti séptico na lesão - solução anestésica depositada longe do sítio (pelo menos 1cm de distância do perímetro para evitar distorção histológica) - imobilização dos tecidos - evitar ponta grossa de sucção - incisão: lâmina afiada, forma elíptica (cunha), convergente em sua base. - incisões paralelas a trajetória de nervos, artérias e veias - cuidado para não remover apenas tecido necrótico (remover tec sadio também) - cuidado com a amostra (ser imediatamente colocado em um frasco de vidro ou plástico que possa ser tampado e que contenha uma quantidade de solução de formalina a 10% (formaldeído a 4%) equivalente a pelo menos 20 vezes o volume do espécime) - sutura (fechamento primário de preferência e por camadas, se necessário) A biópsia geralmente é feita como uma cunha de tecido, de forma que sejam incluídos na amostra tanto o tecido de aparência normal quanto o de aspecto anormal (lesão), lembrando sempre de priorizar tecidos sangrantes, ulcerados e endurecidos. As áreas centrais de uma lesão grande frequentemente são necrosadas e, portanto, de pouco valor diagnóstico para o patologista, enquanto o crescimento ativo ocorre no perímetro e a inclusão da interface da lesão com tecido aparentemente normal pode demonstrar muitas alterações celulares significativas. Cuidado deve ser tomado, também, para que seja incluída uma profundidade adequada de tecido, de modo que as características celulares da base da lesão estejam representadas. Geralmente, é melhor obter uma amostra estreita e profunda do que uma ampla e rasa. Cuidado deve ser tomado para não comprometer estruturas anatômicas adjacentes importantes, como nervos e vasos sanguíneos principais, a menos que se pense que eles apresentam uma relação com a origem ou com a etiopatogênese da lesão.. A biópsia incisional intra-óssea só é indicada quando a lesão for de grandes dimensões, quando houver perfuração óssea e envolvimento dos tecidos moles, ou quando há suspeita de doença maligna com base na história clínica e no aspecto radiográfico, para que um diagnóstico definitivo seja obtido. 🔺 Características de malignidade: coloração: vermelha/branca, duração e crescimento, consistência: geralmente endurecida nos bordos mobilidade: normalmente quase não tem, são firmes e fixas aos tecidos, sangramento: abundante. 4. BIÓPSIA EXCISIONAL Consiste na remoção de toda a lesão que frequentemente constitui o tratamento definitivo da lesão que passou pela biópsia. A região adjacente à lesão também deverá ser removida, para assegurar a sua supressão completa, com margem cirúrgica aparentemente normal de cerca de 2 a 3 mm. 🔺Indicações: (1) lesões menores (menores que 1 cm de diâmetro, mas nem sempre), (2) lesões que podem ser removidas totalmente sem comprometer em excesso as características do paciente ou a função bucal, (3) lesões que devem ser removidas por completo para eliminar a ameaça ao bem-estar do paciente, (4) as contraindicações de biópsia incisional (5) lesões benignas (já é o tratamento). Lesões múltiplas geralmente não é possível fazer uma biópsia excisional. 🔺Cuidados com espécime ● Fixar o material imediatamente após a remoção, ● Cuidados devem ser tomados ao manipular o tecido removido, procurando não esmagá-lo ou distorcê-lo ● O material deve ser fixado em formol a 10%, de preferência tamponado e neutro ● O volume do formol deve ser 20 vezes maior do que o volume do próprio espécime ● O espécime deve estar totalmente imerso na solução de formol ● Se o espécime for delgado, aconselha-se colocá-lo em um pequeno pedaço de papel, com o tecido conjuntivo voltado para baixo, para se assegurar de que ele permanecerá estirado durante a fixação. ● O frasco em que será armazenado o espécime deverá ser de abertura ampla suficiente para que este seja colocado sem compressão ● O frasco deverá ser lacrado e etiquetado ● Informar ao patologista quando houver tecido duro na peça, pois será necessário preparo com descalcificação prévia. 🔺Lesão em tecido mole A incisão geralmente é feita com uma lâmina 15. São feitas duas incisões superficiais em forma de bola de futebol americano podem ser anguladas de tal forma que venham a convergir em sua base e produzam um espécime ótimo e uma ferida que é fácil de fechar. Variações no tamanho da elipse e no grau de convergência em direção à base da lesão dependem da profundidade da invasão da lesãonos tecidos normais. A divulsão de tecidos é muito importante nas biópsias. Uma margem de 2 a 5 mm de tecido normal deve ser, idealmente, incluída ao redor do espécime durante a biópsia excisional. Se a lesão sugerir uma origem maligna, pigmentada ou vascular, ou ainda possuir bordas difusas, 2 a 3 mm adicionais de tecido periférico com aparência normal devem ser excisados juntamente com o espécime. Lesões endofíticas como a do lábio na imagem abaixo devem ter o tecido superficial aberto e a lesão removida e não necessariamente a incisão é em cunha, priorizando divulsão. Em casos de exofíticas (língua abaixo), a descrição foi a anterior. 🔺Lesão em tecido ósseo Toda lesão intraóssea de aspecto radiolúcido deverá ser submetida previamente a uma biopsia aspirativa antes da exploração cirúrgica. A indicação para a realização de biopsia incisional ou excisional deve seguir o mesmo procedimento citado anteriormente; por exemplo, em uma pequena lesão cística na mandíbula realiza-se primeiro a biopsia aspirativa, seguida da biopsia excisional. Já ao nos depararmos com lesões extensas, suspeitas de neoplasia maligna ou benigna, em que o planejamento cirúrgico dependerá do tipo da lesão, a melhor conduta é a biopsia aspirativa associada à biopsia incisional. Se a lesão parece não estar relacionada com a dentição ou não responde ao tratamento do provável problema de origem odontogênica, então a lesão deve ser removida para que se alcance o diagnóstico definitivo. Antes de realizar a biópsia intra óssea deve fazer a punção aspirativa da lesão para conferir seu conteúdo. Primeiramente é importante entender que uma lesão em tecido ósseo pode ser intra óssea (dentro do osso) ou uma lesão sem limites em que o osso está alterado pela lesão. Como geralmente elas são lesões assintomáticas com característico aspecto radiográfico, o diagnóstico presuntivo é frequentemente possível. O tratamento da maioria das intra-ósseas, envolve a remoção cirúrgica da lesão por biópsia excisional (enucleação). Os retalhos realizados geralmente são de espessura total (mucoperiosteal) e devem repousar sobre osso sadio com limite de 4mm de borda do retalho até a área em que a osteotomia para acesso da lesão será realizada (calcular o tamanho do retalho para que não haja deiscência). A cirurgia é a criação de uma loja óssea para acesso de toda a lesão (osteotomia). Após a remoção da lesão a loja óssea deve ser curetada. PÓS-OPERATÓRIO DA BIÓPSIA 🔺Complicações em biópsia: variam de acordo com a localização da lesão, tamanho e relação dessas com os órgãos vizinhos. Pode ocorrer hemorragias, infecções e má cicatrização (isquemia da zona pela pressão exercida pelo tumor sobre os vasos, infiltração de células tumorais, radioterapia prévia e possibilidade de agrava-mento de lesões neoplásicas malignas devido ao excesso de manipulação). 🔺Causas de falhas: falta de representatividade do material colhido, manipulação inadequada da peça, fixação inadequada, introdução de anestési-cos sobre a lesão, uso de substâncias antissépticas corantes, informações deficientes e troca do material pelo clínico ou pelo laboratório. ACOMPANHAMENTO PÓS-BIÓPSIA Se a hipótese diagnóstica for de uma lesão benigna, então é feito o acompanhamento de rotina, com radiografias periódicas para monitorar a cicatrização óssea. Se uma biópsia incisional foi realizada, uma vez que o diagnóstico microscópico estiver pronto, o paciente deve ser reavaliado e devem-se planejar o tratamento definitivo requerido e/ou encaminhamento para tratamento. Após a biópsia incisional para diagnóstico, um resultado positivo da patologia (indicando alterações displásicas ou doença maligna) geralmente demanda excisão cirúrgica adequada da lesão e dos tecidos adjacentes, como indicado pelo diagnóstico histopatológico. Isso pode requerer o encaminhamento para um cirurgião bucomaxilofacial, que apresenta experiência no tratamento de lesões malignas. No entanto, um laudo negativo da biópsia nunca deve ser avaliado isoladamente, associado aos achados clínicos e históricos em mente. Se existe dúvida, uma segunda biópsia pode ser indicada. Geralmente, é prudente reexaminar o paciente dentro de 1 mês e, então, em intervalos de 3, 6 e 12 meses durante o primeiro ano. Daí em diante, se os achados clínicos e radiográficos permanecerem inalterados, o intervalo entre as visitas de acompanhamento podem aumentar para 6 e depois 12 meses. Os pacientes devem, sempre, ser aconselhados a contactar o dentista imediatamente se quaisquer mudanças ou novos sintomas forem observados no período entre as visitas.
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