Buscar

GESTÃO DE PESSOAS Livro-Texto Unidade I - UNIP EAD 2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autora: Profa. Maria Aparecida Sanches
Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin
 Prof. Fábio Gomes da Silva
Gestão de Pessoas
Professora conteudista: Maria Aparecida Sanches
Maria Aparecida Sanches é psicopedagoga com MBA em Gestão da Saúde pela Universidade Federal de São 
Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Paulista e doutora em Gestão da Saúde pela Universidade Federal de São 
Paulo. Tem experiência na área da psicologia organizacional, com ênfase em estratégia de enfrentamento, processo de 
tomada de decisão. Atua principalmente nos seguintes temas: gestão de pessoas, desenvolvimento humano, estresse 
e qualidade de vida. Atua como professora e coordenadora na Universidade Paulista e como pesquisadora e docente 
do Programa de Mestrado Profissional em Administração da FACCAMP – Instituto de Ensino Campo Limpo Paulista.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S211g Sanches, Maria Aparecida.
Gestão de pessoas / Maria Aparecida Sanches. - São Paulo, 2019.
208 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-208/19, ISSN 1517-9230.
1. Gestão de pessoas. 2. Recursos humanos. 3. Relações sindicais. 
I. Título.
CDU 658.3
U502.88 – 19
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice‑Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice‑Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice‑Reitor de Pós‑Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice‑Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Amanda Casale
Sumário
Gestão de Pessoas
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 AS RELAÇÕES ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 11
1.1 Objetivos organizacionais versus individuais ............................................................................ 11
1.2 Valores organizacionais versus valores individuais ................................................................ 13
1.3 Conflitos ................................................................................................................................................... 16
1.4 As pessoas e a organização .............................................................................................................. 18
1.5 Equilíbrio organizacional ................................................................................................................... 20
1.6 Incentivo e motivação ........................................................................................................................ 21
1.6.1 Estímulos: incentivo e motivação .................................................................................................... 21
1.6.2 Comportamento ...................................................................................................................................... 22
2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ...................................................................................... 23
2.1 Conceito de ARH .................................................................................................................................. 23
2.2 Planejamento de RH ........................................................................................................................... 25
2.3 Objetivos de ARH .................................................................................................................................. 27
2.4 O papel da administração de recursos humanos .................................................................... 28
2.5 Principais características e dificuldade na ARH ....................................................................... 29
2.5.1 O caráter contingencial da administração de RH ..................................................................... 30
2.6 Administração: recursos humanos como um processo ........................................................ 31
2.6.1 Conceito de processo ............................................................................................................................ 31
2.7 As políticas de administração de recursos humanos ............................................................. 32
3 POLÍTICAS DE PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS ........................................................................ 35
3.1 Processos de provisão de pessoas .................................................................................................. 35
3.2 Mercado de recursos humanos e mercado de trabalho ....................................................... 36
3.2.1 O mercado de recursos humanos ..................................................................................................... 37
3.3 Rotatividade de pessoal ..................................................................................................................... 38
3.3.1 Índice de rotatividade de pessoal ..................................................................................................... 39
3.3.2 Diagnóstico das causas da rotatividade (turnover) .................................................................. 40
3.3.3 Custos da rotatividade .......................................................................................................................... 41
3.4 Absenteísmo ........................................................................................................................................... 45
3.4.1 Cálculo do índice de absenteísmo - segundo Chiavenato ..................................................... 46
3.4.2 Administração do absenteísmo e da rotatividade ..................................................................... 48
3.5 Recrutamento ........................................................................................................................................ 49
3.5.1 Recrutamento interno .......................................................................................................................... 51
3.5.2 Recrutamento externo ......................................................................................................................... 52
3.5.3 Recrutamento misto .............................................................................................................................. 54
3.5.4 Fontes de recrutamento ....................................................................................................................... 54
3.6 Seleção .................................................................................................................................................... 56
3.6.1 Seleção por competências ..................................................................................................................57
3.6.2 Seleção como um processo de comparação ................................................................................ 58
3.6.3 Seleção por meio da identificação das características pessoais do candidato ............. 58
3.6.4 Técnicas de seleção ................................................................................................................................ 58
4 POLÍTICAS DE APLICAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ..................................................................... 63
4.1 Políticas de aplicação em RH........................................................................................................... 63
4.2 Conceito de cargo ............................................................................................................................... 68
4.3 Descrição de cargos ............................................................................................................................. 68
4.4 Análise do cargo ................................................................................................................................... 70
4.5 Desenho de cargo ................................................................................................................................. 70
4.6 Modelos de desenhos de cargos .................................................................................................... 72
4.6.1 Modelo de desenho clássico ............................................................................................................... 72
4.7 Métodos de avaliação de cargo ...................................................................................................... 77
4.7.1 Método de escalonamento (job ranking) ...................................................................................... 78
4.7.2 Método das categorias predeterminadas (job classification) ............................................... 78
4.7.3 Método da comparação de fatores (factor comparison)........................................................ 78
4.7.4 Método de avaliação por pontos (point ranking) ...................................................................... 80
4.8 Avaliação de desempenho ................................................................................................................ 81
4.9 Instrumentos para avaliação de desempenho ......................................................................... 85
4.9.1 Padrões de desempenho ..................................................................................................................... 87
4.10 Métodos de avaliação tradicionais ............................................................................................. 87
4.10.1 Métodos da escala gráfica ................................................................................................................ 88
4.10.2 Método da escolha forçada ............................................................................................................. 88
4.10.3 Método de frases descritivas ........................................................................................................... 89
4.10.4 Método de pesquisa de campo ....................................................................................................... 89
4.10.5 Método dos incidentes críticos ....................................................................................................... 89
4.10.6 Método de comparação aos pares (2 x 2) .................................................................................. 90
4.11 Métodos modernos de avaliação de desempenho .............................................................. 90
4.11.1 Autoavaliação ......................................................................................................................................... 91
4.11.2 Avaliação 360° ...................................................................................................................................... 91
 4.11.3 Avaliação por competência ............................................................................................................. 94
4.11.4 Avaliação por objetivos ...................................................................................................................... 94
4.11.5 Método de avaliação por resultados............................................................................................. 94
4.11.6 Métodos mistos ..................................................................................................................................... 95
4.12 Outras características da avaliação de desempenho .......................................................... 95
4.12.1 Entrevista de avaliação de desempenho .................................................................................... 95
4.12.2 Aspectos positivos e negativos da avaliação de desempenho .......................................... 95
4.12.3 Principais dificuldades na avaliação de desempenho ........................................................... 97
Unidade II
5 POLÍTICAS DE MANUTENÇÃO DE RECURSOS HUMANOS .............................................................102
5.1 Políticas de manutenção .................................................................................................................102
5.2 Sistema de remunerações, incentivos e benefícios sociais ...............................................102
5.2.1 Punição .....................................................................................................................................................103
5.2.2 Teoria de reforço ...................................................................................................................................104
5.3 Componentes de remuneração ....................................................................................................105
5.3.1 O caráter multivariado do salário ..................................................................................................105
5.4 Abordagens em remuneração .......................................................................................................108
5.4.1 Sistema de remuneração estratégica ...........................................................................................109
5.4.2 Remuneração variável .........................................................................................................................111
5.4.3 Remuneração por competência ...................................................................................................... 112
5.4.4 Remuneração por habilidades ......................................................................................................... 115
5.5 Avaliação e classificação de cargos ............................................................................................116
5.5.1 Os métodos de avaliação de cargos .............................................................................................. 116
5.5.2 Classificação de cargos ....................................................................................................................... 116
5.5.3 Pesquisa salarial.....................................................................................................................................118
5.5.4 Cargo de referência .............................................................................................................................. 119
5.6 Política salarial .....................................................................................................................................119
5.6.1 Administração de carreira: promoção e crescimento na organização ........................... 120
5.6.2 Remuneração funcional .....................................................................................................................1215.6.3 Salário indireto ......................................................................................................................................121
5.6.4 Remuneração acionária .................................................................................................................... 122
5.6.5 Benefícios sociais ................................................................................................................................. 123
5.7 Qualidade de vida no trabalho......................................................................................................126
5.7.1 Higiene e segurança no trabalho .................................................................................................. 128
5.7.2 Ergonomia ............................................................................................................................................... 129
5.8 Legislação trabalhista – noções gerais ......................................................................................131
5.8.1 Tipos de contrato de trabalho .........................................................................................................131
5.8.2 Rescisão do contrato de trabalho (artigo 477, CLT) .............................................................. 132
5.8.3 Direitos do trabalhador (CLT) .......................................................................................................... 132
6 DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS ...............................................................................134
6.1 Processo de formar, treinar e educar pessoas ........................................................................134
6.2 Treinamento ..........................................................................................................................................138
6.2.1 Por que treinar pessoas? ................................................................................................................... 139
6.2.2 Objetivos do treinamento ..................................................................................................................141
6.2.3 Conteúdo do treinamento ............................................................................................................... 142
6.2.4 Levantamento de necessidades de treinamento .................................................................... 144
6.2.5 Programação do treinamento ........................................................................................................ 146
6.3 Controle do treinamento ................................................................................................................147
6.4 Métodos e técnicas de treinamento ...........................................................................................148
6.4.1 Métodos de treinamento em grupo ............................................................................................. 149
6.4.2 Técnicas de treinamento em grupo .............................................................................................. 149
6.4.3 Método de treinamento individual .............................................................................................. 150
6.4.4 Treinamento a distância .................................................................................................................... 150
6.4.5 Método expositivo ............................................................................................................................... 150
6.5 Local do treinamento........................................................................................................................151
6.5.1 Treinamento interno ............................................................................................................................151
6.5.2 Treinamento externo ...........................................................................................................................151
6.6 Avaliação de treinamento ...............................................................................................................152
Unidade III
7 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E RELAÇÕES SINDICAIS ....................................................158
7.1 O processo de segurança e qualidade de vida ........................................................................158
7.1.1 Produtividade e QVT ............................................................................................................................161
7.1.2 QVT ..............................................................................................................................................................161
7.1.3 Conceito de QVT ................................................................................................................................... 162
7.1.4 Programa de QVT ................................................................................................................................. 162
7.1.5 Modelo de Walton para avaliar a QVT ......................................................................................... 163
7.1.6 QVT e sua prática nas empresas ..................................................................................................... 164
7.1.7 Indicadores de QVT .............................................................................................................................. 164
7.2 Segurança no trabalho .....................................................................................................................166
7.2.1 Direitos de quem se acidenta no trabalho ................................................................................ 166
7.2.2 Benefícios pagos pela Previdência ................................................................................................ 167
7.3 Liberdade sindical ...............................................................................................................................168
7.3.1 Representação dos trabalhadores ..................................................................................................170
7.3.2 Relação de trabalho .............................................................................................................................171
8 RESULTADOS RELATIVOS À GESTÃO DE PESSOAS ............................................................................171
8.1 Área de RH e sua contribuição .....................................................................................................171
8.2 Banco de dados e sistema de informação e auditoria de RH ..........................................174
8.3 Auditoria de recursos humanos ...................................................................................................176
8.4 Principais indicadores de desempenho relativo a RH .........................................................178
8.4.1 O que são indicadores e para que servem? ............................................................................... 180
8.4.2 Indicadores de desempenho segundo FNPQ .............................................................................181
8.5 Um estudo de caso ............................................................................................................................186
9
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno! Este livro-texto visa discutir aspectos práticos e teóricos da área funcional e organizacional 
de Recursos Humanos.
A disciplina trata do que é a gestão de pessoas e sua importância nas corporações. Ela busca 
possibilitar o entendimento das relações de intercâmbio entre pessoas e organizações, procurando 
identificar formas de melhorar esse relacionamento. Apresenta uma visão sistêmica dos processos de 
administração de Recursos Humanos: provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento, monitoração, 
atração e retençãodos colaboradores. Mostra a importância da utilização das “ferramentas” adequadas 
dos processos na busca dos melhores resultados e excelência administrativa.
Assim, os alunos poderão saber das funções da administração de pessoas nas organizações, sua 
utilidade e os resultados delas esperados.
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar a discussão tratando das relações entre pessoas e organizações, abordando tópicos 
como objetivos, valores, conflitos, estímulo e comportamento. também discutiremos conceitos e 
aplicações da área de RH: políticas de provisão de pessoas, rotatividade, absenteísmo, recrutamento e 
seleção. Apresentaremos aspectos ligados a políticas de aplicação de RH, como descrição e desenho de 
cargos, além de processos de avaliação de desempenho.
Veremos políticas de manutenção de pessoas, incluindo remuneração, incentivos e política salarial, 
bem como higiene e segurança no trabalho. Conheceremos o processo de desenvolvimento de RH para 
formar, treinar e educar pessoas.
Por fim, a discussão será sobre qualidade de vida no trabalho e relações sindicais, abordando temas 
como produtividade, indicadores e liberdade sindical. Traremos os resultados relativos à gestão de 
pessoas através do sistema de informação e auditoria de RH e de indicadores de desempenho específicos, 
finalizando com um estudo de caso.
10
11
GESTÃO DE PESSOAS
Unidade I
1 AS RELAÇÕES ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
O indivíduo deve ser eficaz (à medida que o seu trabalho consegue atingir 
os objetivos organizacionais) e ser eficiente (à medida que seu trabalho lhe 
permite alcançar seus objetivos pessoais).
Barnard (1971)
1.1 Objetivos organizacionais versus individuais
Para atingir os seus objetivos e metas as organizações contam com a eficiência e a dedicação dos 
funcionários, assim como os funcionários esperam que as organizações proporcionem meios adequados para 
atingir seus objetivos individuais. No anseio por alcançá‑los, os funcionários motivados se comprometem 
com os processos organizacionais, substituindo os objetivos da organização pelos seus próprios objetivos.
Chiavenato (1999, p. 15) afirma que as organizações são constituídas por pessoas e representam 
para elas um meio pelo qual podem alcançar muitos e variados objetivos pessoais com um mínimo 
de custo, de tempo, de esforço e de conflito. Diz ainda que as organizações bem‑sucedidas tendem 
a crescer, aumentando nelas o número de pessoas a serem administradas e, consequentemente, a 
estrutura se deve adequar com um maior volume de níveis hierárquicos, responsáveis pelo gradativo 
distanciamento entre pessoas (com os seus objetivos pessoais) e a cúpula da organização (com seus 
objetivos organizacionais).
As organizações bem‑sucedidas tendem a crescer e ao crescer aumenta o número de pessoas que 
nelas trabalham. Ao ser elevado o número de pessoas, se multiplicam os níveis hierárquicos e um maior 
número de níveis organizacionais causa um maior distanciamento entre os objetivos das pessoas e os 
objetivos da organização.
De forma geral, toda e qualquer organização tem um conjunto de objetivos: sobreviver a longo prazo; 
ter um crescimento sustentado, isto é, que não dependa de outras empresas; ter lucros; ter produtividade, 
ou seja: produzir pelo menos com a mesma eficiência das empresas concorrentes; ter qualidade nos 
produtos/serviços; ter custos reduzidos; ter uma boa participação no mercado (market-share); entrar 
em novos mercados; conquistar novos clientes; ser competitiva, isto é, ter a preferência dos clientes e 
uma boa imagem no mercado.
Já as pessoas que trabalham nas organizações, também de forma geral, possuem um outro conjunto 
de objetivos: ter bons salários e benefícios; ter estabilidade no emprego e segurança no trabalho; ter 
12
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
qualidade de vida no trabalho e obter, neste, satisfação; ter consideração e respeito tanto dos colegas 
quanto dos superiores, ter oportunidades de crescer dentro da empresa; ter liberdade para trabalhar e 
ter líderes ou chefes que não sejam autoritários.
Quadro 1
Objetivos organizacionais versus individuais
Objetivos organizacionais Objetivos individuais
• sobrevivência
• crescimento sustentado
• lucratividade
• produtividade
• qualidade nos produtos/serviços
• redução de custos
• participação no mercado
• novos mercados
• novos clientes
• competitividade
• imagem no mercado
• melhores salários
• melhores benefícios
• estabilidade no emprego
• segurança no trabalho
• qualidade de vida no trabalho
• satisfação no trabalho
• consideração e respeito
• oportunidades de crescimento
• liberdade para trabalhar
• liderança liberal
• orgulho da organização
Como se pode ver, os objetivos da organização diferem dos objetivos pessoais. Para que 
eles não se tornem conflituosos a ponto de prejudicar o desenvolvimento de ambas as partes 
(pessoas e organização), é necessário que haja uma integração: é necessário que as pessoas, 
em busca dos seus objetivos pessoais acabem por realizar os objetivos organizacionais. Quem 
deve fazer esta integração? Argyris apud Chiavenato (1999, p. 92) entende que a parcela maior 
de responsabilidade pela integração entre os objetivos da organização e os dos indivíduos recai 
sobre a alta administração.
Porém, existe uma relação de reciprocidade entre o indivíduo e a organização, expressa num 
contrato psicológico onde a expectativa recíproca do indivíduo e da organização estende-se muito além 
de qualquer contrato formal de emprego que estabeleça o trabalho a ser realizado e a recompensa a 
ser recebida. Embora não exista acordo formal ou algo claramente dito, o contrato psicológico é um 
entendimento tácito entre indivíduo e organização, no sentido de que uma vasta gama de direitos, 
privilégios e obrigações, consagrados pelo uso, será reputada e observada por ambas as partes 
(CHIAVENATO, 1999, p. 92).
O contrato psicológico refere‑se à expectativa recíproca do indivíduo e da organização e estabelece 
o trabalho a realizar e a recompensa a receber. Mas o contrato psicológico, além de ser um acordo 
tácito entre o indivíduo e a organização, também constitui um elemento importante em qualquer 
relação de trabalho e influencia o comportamento das duas partes. Sem dúvida, uma fonte comum de 
dificuldades nas relações interpessoais é a falta de acordos explícitos — o que querem e do que precisam. 
Consequentemente, o esclarecimento dos contratos é importante para uma experiência interpessoal 
eficaz. Convém destacar que qualquer contrato apresenta dois aspectos: o contrato formal (que é o 
13
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
escrito) e o “contrato psicológico”, que leva em conta o que a organização e o indivíduo esperam ganhar 
com a nova relação. Enquanto o primeiro passo é uma escolha recíproca, o segundo é um processo de 
adaptação mútua decorrente de um desenvolvimento recíproco, cabendo à gestão de RH assegurar‑se 
disto (PORRAS, 2001).
1.2 Valores organizacionais versus valores individuais
Ao se considerar o assunto objetivos organizacionais e individuais se faz importante discutir sobre 
valores, pois eles são referenciais para a proposta dos objetivos. Quando falamos em valores, fazemos 
menção àqueles que dão critério à ação, com o objetivo de garantir o bem‑estar e a autorrealização 
do homem em sua sociedade. Quando se afirma que os valores “dão critério à ação” se quer dizer que 
os valores que uma pessoa tem orientam as escolhas que ela faz. Se você acredita que seu sucesso 
depende de estudo, você estuda,desenvolve a ação de estudar; se você acredita que o sucesso depende 
de “jeitinho”, você desenvolve outras ações. Desta maneira se percebe que os valores são imprescindíveis 
para que possamos guiar nossa compreensão do mundo e de nós mesmos, assim como servem de 
parâmetros a partir dos quais fazemos escolhas e orientamos nossas ações.
Geertz apud Trompenaars (1993, p. 57) diz que é a cultura do indivíduo, por meio dos seus valores, 
que orienta sua ação quando afirma que “a cultura cria definições graças às quais os homens interpretam 
sua experiência e guiam sua ação”. Nesse sentido, Rocher apud Morin (1996, p.11) afirma que “os valores 
são as maneiras de ser ou de agir que uma pessoa ou uma coletividade julgam ideais e que tornam 
desejáveis ou estimáveis as condutas às quais elas estão associadas”.
esquema neural 
processa o real
fatores genéticos
organiza
fatores ambientais
valores crenças opiniões
atitude 
estratégias de 
tomada de decisão
comportamento
Figura 1
14
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
O ser humano é provido de um conjunto de crenças e valores, denominado sistema cognitivo de 
crenças e valores, que foi adquirido ao longo da vida e tal conjunto é determinante do comportamento. 
Assim, quando decidimos fazer algo, estamos realizando uma escolha já que manifestamos preferências 
por algumas coisas em vez de outras. Evocamos, assim, certas justificativas, enquanto discernimos para 
as nossas tomadas de decisões. A construção desse sistema resulta na maneira que iremos perceber a 
nós mesmos e nossas relações interpessoais.
A cultura de uma sociedade reflete a interação entre os valores, as atitudes e os comportamentos 
dos indivíduos, de maneira que os valores podem funcionar como uma forma de controle orientador 
ou de influência nos comportamentos; assim, cada indivíduo se comporta segundo seu próprio 
sistema de valores.
Valores organizacionais
Os valores organizacionais são elementos provenientes da cultura organizacional, são as crenças 
e os conceitos básicos estabelecidos na organização. Eles orientam e dão o senso de direção ao 
comportamento comum para todos os indivíduos inseridos na cultura da organização. São eles que 
estabelecem os padrões dos objetivos e metas que devem ser alcançados, porquanto representam a 
essência da filosofia da organização para o atendimento dos objetivos com sucesso.
Tamayo (1996) define valores organizacionais como princípios ou crenças, organizados 
hierarquicamente, relativos a estados de existência ou a modelos de comportamento desejáveis que 
orientam a vida da empresa e estão a serviço de interesses individuais, coletivos ou mistos.
Tamayo; Gondim apud Tamayo et al (2000) desenvolveram alguns aspectos relativos a esse 
sistema: os aspectos cognitivos e motivacionais, a função dos valores e a organização hierárquica 
dos mesmos.
1. O aspecto cognitivo dos valores organizacionais constitui um elemento básico, já que são crenças 
existentes na empresa, isto é, formas de conhecer a realidade organizacional, respostas cognitivas 
prontas e privilegiadas a problemas organizacionais. Essas crenças podem ser relacionadas com 
diversas dimensões da vida organizacional, tais como a produção, a qualidade, as interações 
interpessoais, o respeito à autoridade gerencial, a obediência às normas etc. Os valores são 
crenças valorizadas, enfatizadas na vida organizacional. Nem toda crença constitui um valor; 
somente aquelas que são enfatizadas e que são socialmente aceitas como princípios que orientam 
a vida da organização. Obviamente, as crenças que constituem os valores estão em interação 
entre si e com outras crenças, de forma a constituir um sistema de valores complexo e organizado 
hierarquicamente. Os valores funcionam como padrões para o julgamento e a justificação do 
comportamento de si e dos outros.
2. O aspecto motivacional. A raiz dos valores organizacionais é motivacional, eles expressam 
interesses e desejos de alguém. Esse alguém pode ser um indivíduo, o dono, o fundador, um gerente 
ou alguma pessoa influente na empresa; pode também ser um grupo, o conjunto dos membros da 
empresa. Os valores podem expressar interesses tanto do indivíduo como da coletividade. Assim, 
15
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
os valores organizacionais representam metas mais ou menos conscientes da empresa (Tamayo; 
Schwartz, 1993).
3. A função dos valores. Os valores têm como função orientar a vida da empresa, guiar o 
comportamento dos seus membros. Eles são determinantes da rotina diária na organização, 
já que orientam a vida da pessoa e determinam a sua forma de pensar, de agir e de sentir. 
“Os valores organizacionais podem fortemente influenciar o que as pessoas realmente fazem”, 
afirmam Deal; Kennedy (1988, p. 22). Não somente o comportamento do indivíduo é influenciado 
pelos valores, mas também o julgamento que ele faz do comportamento dos outros, pertinente 
ao sistema organizacional. Os valores têm a função “de vincular as pessoas, de modo que elas 
permaneçam dentro do sistema e executem as funções que lhes foram atribuídas” (Katz; Kahn, 
1978, p. 70). Os valores podem ser considerados como um projeto para a organização e um 
esforço para atingir as metas por ela fixadas. As normas organizacionais estão enraizadas neles 
e podem ser consideradas como uma operacionalização dos valores organizacionais. Os valores 
são mais abrangentes do que as normas e constituem uma espécie de ideologia. As normas 
definem explicitamente as formas de comportamento esperado dos membros de uma 
organização e os valores “proporcionam uma justificação mais elaborada e generalizada, 
tanto para o comportamento apropriado, como para as atividades e funções do sistema” 
(KATZ; KAHN, 1978, p. 70).
4. Hierarquia dos valores. Um sistema de valores, segundo Rokeach (1969, p. 551) é “nada mais do 
que uma disposição hierárquica de valores, uma classificação ordenada de valores ao longo de 
um continuum de importância”. As pessoas, as organizações e as culturas se diferenciam entre 
si não tanto pelo fato de possuírem valores diferentes, mas pela organização hierárquica dos 
mesmos. Os valores organizacionais implicam necessariamente uma preferência, uma distinção 
entre o importante e o secundário, entre o que tem valor e o que não tem. Assim, a essência 
mesma dos valores organizacionais parece ser a de permitir a sua hierarquização (TAMAYO, 
2000). A organização hierárquica dos valores pressupõe que os membros da organização não 
se relacionam com o mundo físico e social como observadores que assistem a um espetáculo, 
mas como atores que participam, que tomam partido, que se envolvem nele, que transformam 
o ambiente organizacional e tentam se impor e se fazer reconhecer no meio social. Segundo 
Tamayo (1996), a ideia de graus de valor, de uma escala de valores ao longo de um contínuo de 
importância, encontra a sua base na relação dos valores com o tempo, elemento fundamental 
para o seu desenvolvimento, com a missão e os objetivos da empresa, cuja especificidade e 
cuja importância organizacional impõem uma ordem de primazia, com o esforço realizado pela 
empresa e pelos seus membros para a obtenção das metas propostas.
A fonte dos valores organizacionais é constituída por exigências da organização e dos indivíduos que 
a compõem. Essas exigências abrangem um leque que vai desde as necessidades biológicas dos indivíduos 
até as necessidades referentes à sobrevivência e ao bem-estar da própria organização. A organização e 
os seus membros, para poderem dar conta da realidade, têm que reconheceressas necessidades e criar 
ou aprender respostas apropriadas para a sua satisfação. Por meio desse mecanismo, tanto a organização 
como os seus membros passam a representar de forma consciente essas necessidades como valores ou 
metas a serem atingidas (TAMAYO et al, 2000).
16
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
Os valores organizacionais não devem ser confundidos com os valores pessoais dos 
membros da organização, nem com o que eles gostariam que existisse na empresa. Por valores 
organizacionais, entende-se aqui os que são percebidos pelos empregados como efetivamente 
característicos da organização. Trata-se, portanto, de princípios e crenças que, segundo os 
membros da organização, orientam o seu funcionamento e a sua vida. Expressam uma dimensão 
fundamental da cultura organizacional tal como ela é vivenciada pelos seus membros. Às vezes, 
esses dois tipos de valores podem coincidir parcialmente, mas com frequência são diferentes e 
até conflitantes (TAMAYO; PAZ, 2000).
Segundo Katz; Kahn apud Tamayo; Gondim(1996), os principais componentes de uma organização 
são seus papéis, suas normas e seus valores. Esses elementos definem e orientam seu funcionamento. 
Os papéis prescrevem formas de comportamentos associadas a determinadas tarefas. As normas são 
as expectativas transformadas em exigências. Os valores, por sua vez, são as justificações e aspirações 
ideológicas mais generalizadas. Portanto, os papéis diferenciam as funções e os cargos exercidos pelas 
pessoas. As normas e os valores são os elementos integradores, na medida em que são compartilhados 
por boa parte dos elementos de uma organização.
Assim, os princípios e valores organizacionais compõem um conjunto de filosofias e crenças que a 
organização estabelece como verdade que está acima das práticas cotidianas, na busca de resultados 
assertivos para sua sobrevivência.
 Saiba mais
Veja a declaração de crenças e valores da Natura em: RECURSOS humanos. 
Crenças e valores. [s.d.]. Disponível em: <http://www2.natura.net/Web/Br/
Inst/HResources/rh_crencas_valores.asp>. Acesso em: 28 jun. 2013.
1.3 Conflitos
A relação entre a organização e as pessoas, além de dinâmica é muito complexa, porquanto os 
objetivos individuais são diversificados de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Os objetivos 
organizacionais resultam da vontade grupal da qual esse indivíduo compartilha, e na qual busca 
satisfazer suas próprias necessidades.
Quando o indivíduo ingressa na organização seus objetivos individuais, como ocupar um determinado 
cargo, melhorar seu salário, ficam em mente. Porém, a organização, que também tem seus objetivos, 
exige que o indivíduo contribua para sua realização. É um estado que a organização pretende atingir 
e que orienta seu comportamento em relação ao futuro, como produtividade, lucratividade, qualidade 
dos produtos e competitividade.
À medida que cada objetivo individual vai sendo realizado, outros 
mais sofisticados e avançados são formulados, em uma sequência sem 
17
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
fim. No caso do objetivo organizacional, quando é alcançado deixa 
de ser uma imagem orientadora para se incorporar à organização 
como algo real e atual, e, assim, outros objetivos são estabelecidos 
(CHIAVENATO, 1999, p. 257).
Portanto, as diferenças entre objetivos organizacionais e interesses individuais resultarão em um 
relacionamento conflitante, nem sempre cooperativo, que pode ser interno, por necessidades intrínsecas 
(psicológico), ou externo (social).
Administrar conflitos é uma das mais importantes tarefas para os gestores, com relação à motivação 
da equipe de trabalho. É necessária muita energia física e emocional no processo de integração de 
objetivos, visando a satisfação das necessidades dos funcionários para evitar a queda da produtividade 
e, consequentemente, um processo entrópico. Barnard (1971) afirmava que “o indivíduo deve ser eficaz 
(à medida que o seu trabalho consegue atingir os objetivos organizacionais) e ser eficiente (à medida 
que seu trabalho lhe permite alcançar seus objetivos pessoais)”.
Segundo Chiavenato (1999, p. 258), a organização oferece uma variedade de incentivos para obter 
a cooperação das pessoas em todos os níveis hierárquicos. Dentro desse esquema, cada pessoa precisa 
alcançar simultaneamente os objetivos organizacionais (para se manter ou crescer na organização) e 
seus objetivos individuais (para obter satisfações pessoais).
Dessa maneira o relacionamento entre indivíduos e organizações poderá se pautar pela cooperação, 
diz Chiavenato (1999). Para tanto, a organização deve zelar, por meio dos seus gestores, pela elaboração 
dos seus objetivos de maneira que sejam claros, objetivos e alcançáveis. Para serem úteis, segundo 
Chiavenato (1999, p. 263), os objetivos devem ser:
• mensuráveis: passíveis de serem definidos quando são atingidos ou não;
• realistas: que possam ser alcançados no período de tempo estabelecido e com os recursos 
disponíveis;
• desafiadores: que requeiram esforço das pessoas;
• definidos no tempo: que exijam um lapso de tempo para sua consecução;
• relevantes: que cubram as principais áreas de resultados da organização.
Assim, a maior responsabilidade pela integração dos objetivos organizacionais e os objetivos dos 
indivíduos pertence à alta administração, pois, é ela quem deve estabelecer os meios e as políticas 
para que colaboradores e organizações percebam que seus objetivos são interdependentes. Isto é, 
as organizações precisam dos indivíduos, estes são os recursos humanos com os quais ela alcançará 
seus objetivos e, reciprocamente, os indivíduos necessitam das organizações para realizar os seus, diz 
Chiavenato (1999).
18
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
1.4 As pessoas e a organização
O homem é um animal social, porque se caracteriza por uma irreprimível tendência à vida em 
sociedade e tem participações multigrupais. Vive em organizações, em ambientes cada vez mais 
complexos e dinâmicos. Montou um sistema total, dentro do qual organiza e dirige seus assuntos. 
Assim, “organizações são pessoas, organizações são grupos; e organizações são organizações. Gerentes 
administram pessoas; gerentes administram grupos; e gerentes administram organizações. Gerentes são 
pessoas; gerentes são membros de grupos; e gerentes são membros de organizações”, diz Chiavenato 
(2004, p. 59).
As pessoas e as organizações estão engajadas em uma estrutura complexa e incessante interação; 
as pessoas dependem das organizações para viver e nesse ambiente passam a maior parte do tempo. 
As organizações dependem das pessoas, sem as quais não poderiam existir. Sem as pessoas e sem as 
organizações não haveria ARH (Administração de Recursos Humanos).
As pessoas
De acordo com Chiavenato (1998, p. 69), “as organizações dependem de pessoas para proporcionar-lhes 
o necessário planejamento e organização, para dirigi-las e controlá-las e para fazê-las operar e funcionar.” 
As organizações não existem sem as pessoas, pois qualquer organização é constituída de seres humanos 
que contribuem para seu sucesso e crescimento
Vertente da ARH: pessoas como recursos e pessoas como pessoas
Pessoas
Como
pessoas
Como
recursos
personalidade e 
individualidade, 
inspirações, valores, 
atitude, motivação e 
objetivos pessoais
habilidades, capacidades, 
experiências, destrezas 
e conhecimentos 
necessários
tratamentopessoal e 
individualizado
tratamento 
pela média, 
igual e genérico
Figura 2
Deve-se considerar que existem as pessoas como pessoas, ou seja, com características próprias 
de personalidade e que individualmente possuem valores, atitudes, desejos, motivações e objetivos 
individuais. E, por outro lado, existem as pessoas como recursos intelectuais, com habilidades, 
capacidades e, conhecimentos específicos e necessários para a atividade a ser realizada na 
organização.
19
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
A Moderna ARH – Gestão de Pessoas – procura tratar as pessoas como pessoas e simultaneamente 
como importantes recursos organizacionais rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente 
como meios de produção.
A “Gestão de Pessoas” substitui o termo “Administração de Recursos Humanos”, que indica uma 
visão das pessoas que trabalham na organização como meros recursos, assim como os materiais 
e financeiros. De acordo com Gil (2001, p. 17), “Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à 
cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais 
quanto individuais”.
As pessoas não são “recursos”, diz Peter Senge, manifestando a sua visão de que a organização é um 
sistema vivo e que existe dentro de outros sistemas vivos maiores, tais como o ecossistema e a sociedade. 
Nesse sentido, se coloca como um “anti-recursos humanos”, pois considera a palavra “recurso” muito 
limitada para descrever as pessoas e seus diversos papéis organizacionais.
 Observação
Esta visão de Peter Senge lentamente está sendo absorvida pelas 
organizações.
Hoje, segundo Chiavenato (2004, p. 59), a tendência é fazer com que todas as pessoas, em todos 
os níveis da organização, sejam os administradores. Além de executar as tarefas, cada pessoa deve 
conscientizar-se de que deve ser o elemento de diagnóstico e de solução de problemas para obter uma 
melhoria contínua de seu trabalho.
Pessoas como pessoas
Chiavenato (2004) destaca seis características atribuídas a cada pessoa. Essas características 
permitem maior visualização dos aspectos de comportamento dos indivíduos na organização. 
São elas:
• a percepção: trata da forma como cada pessoa interpreta as mensagens que recebe e dá sentido 
a ela. Pode ser colocado como um processo de seleção, organização e interpretação dos estímulos 
que o ambiente oferece;
• as atitudes: podem ser definidas como uma predisposição que reage a um estímulo e se manifesta 
por meio de opiniões. É uma característica facilmente mutável, a partir do momento que o 
estímulo ou o comportamento em relação a ela também mude;
• as aptidões: referem-se ao potencial para a realização das tarefas e atividades, ou seja, a habilidade 
para realizar determinadas tarefas. Distingue-se de pessoa para pessoa e podem ser agrupadas em 
três categorias: intelectuais, físicas e interpessoais;
20
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
• a inteligência: é a capacidade de lidar com a complexidade. Pode ser considerada uma aptidão 
geral que governa as demais aptidões;
• a personalidade: é um conceito dinâmico, que procura descrever o crescimento e o desenvolvimento 
do sistema psicológico individual. Abrange todos os traços do comportamento e as características 
fundamentais de cada pessoa;
• a biografia: trata das características pessoais como experiência, idade, sexo e situação conjugal.
1.5 Equilíbrio organizacional
Partindo do princípio de que toda organização é um sistema vivo, gerido por pessoas que se agem e 
se inter-relacionam para satisfazer necessidades, cada participante de cada grupo tem suas recompensas 
em troca das quais faz contribuições à organização. Sendo assim, todo participante manterá sua ação 
participativa na organização na medida em que os estímulos (motivação e incentivo) que lhe são 
oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos. As contribuições 
trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual a organização se supre e se 
alimenta dos incentivos que oferece aos participantes. Portanto, a organização continuará existindo 
somente e enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar estímulos para conduzir os 
participantes à prestação de contribuições.
A base do equilíbrio organizacional está na capacidade de garantir que tanto os incentivos oferecidos 
como pagamentos a seus participantes, como salários, benefícios sociais, prêmios etc., quanto as 
contribuições de seus funcionários à organização, como trabalho, esforço, assiduidade, lealdade, dedicação, 
pontualidade etc., sejam coerentes e satisfatórios a ambos – organização e funcionário. Para tanto, cabe ao 
administrador de RH identificar um conjunto de estímulos capazes de incentivar e motivar os funcionários 
e as contribuições de interesse das organizações. Portanto, podemos afirmar que o equilíbrio organizacional 
depende do intercâmbio entre os incentivos oferecidos e as contribuições como retorno à organização.
P
E
S
S
O
A
S
O
R
G
A
N
I
Z
A
Ç
Ã
O
Contribuições
Relações de Intercâmbio
Estímulos:
incentivo/motivação
Esforço físico/mental
Tempo
Conhecimentos
Habilidades
Lealdade
Oportunidades
Treinamento
Salários
Benefícios Sociais
Segurança
Figura 3
21
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
1.6 Incentivo e motivação
Já vimos que os objetivos da organização diferem dos pessoais e, para que tais objetivos não se tornem 
conflituosos a ponto de prejudicar o desenvolvimento de ambas as partes (pessoas e organização), é 
necessário que haja uma integração: é preciso que as pessoas, em busca dos seus objetivos pessoais, 
acabem por realizar os organizacionais. Tal integração é de responsabilidade da alta administração e ela 
deve fazer a integração, estimulando e incentivando o comportamento adequado das pessoas, para que 
estas deem à organização a sua maior contribuição possível.
Cada contribuição possui um valor de utilidade que varia conforme a organização – uma contribuição 
pode ser muito útil para uma e pode ser totalmente inútil para outra.
1.6.1 Estímulos: incentivo e motivação
As informações captadas e enviadas ao cérebro permitem ao ser humano compreender o mundo ao 
seu redor. As informações são captadas por um eficiente sistema de rede de nervos que liga o cérebro 
aos sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar.
“O conceito de estímulo foi desenvolvido a partir do princípio de forças externas que produzem 
alterações transitórias ou permanentes sobre os indivíduos. Essas forças referem-se a eventos que 
podem determinar uma resposta (fisiológica, cognitiva ou motora) do indivíduo ante um determinado 
estímulo (estressor)” (LAUTERT et al,1999).
Incentivo
Parte-se do princípio de que as pessoas estão dispostas a cooperar desde que as suas atividades na 
organização contribuam diretamente para a satisfação de seus objetivos pessoais. São “pagamentos” 
feitos pela organização aos seus participantes em troca de contribuições. Cada incentivo possui um 
valor de utilidade que é subjetivo, pois varia de indivíduo para indivíduo – o que é útil e importante para 
um pode ser inútil e irrelevante para outro.
Motivação
Motivação pode ser definida como o impulso que cada indivíduo tem para realizar o seu próprio 
potencial, de forma contínua. Trata-se de necessidades mais elevadas, produtos da educaçãoe da 
cultura. Devido à busca constante do homem por novas metas, cada vez mais complexas, raramente são 
satisfeitas em sua plenitude (CHIAVENATO, 1999).
A motivação constitui-se de um conjunto de fatores psicológicos, conscientes ou não, de ordem 
fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam certo tipo de conduta no indivíduo. A motivação 
está intimamente ligada aos motivos que levam o indivíduo à atividade, ao que se quer da vida. Os 
motivos são pessoais, intransferíveis e partem do desejo e das necessidades de cada um. Portanto, a 
motivação na organização só é efetivamente conseguida quando os indivíduos conseguem realizar suas 
necessidades e seus objetivos de vida, dentro e por meio do próprio trabalho.
22
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
A motivação se refere, então, ao comportamento que é impulsionado por necessidades internas e 
que é dirigido a objetivos que podem satisfazer essas necessidades. Satisfeita uma necessidade, segundo 
Maslow, surge outra em seu lugar e assim por diante, contínua e indefinidamente. Com base em Maslow, 
as necessidades podem ser simplificadas em:
• necessidades fisiológicas: estão relacionadas à sobrevivência do indivíduo, como fome, sede, sono, 
atividade física e outras;
• necessidades psicológicas: desenvolvem-se e sofisticam-se ao longo da vida do indivíduo, como 
necessidade de segurança, afeição, relacionamento e autoconfiança;
• necessidades de autorrealização: síntese de todas as outras, este tipo de necessidades é 
o impulso que leva cada um de nós a realizar o seu próprio potencial, de estar em contínuo 
auto-desenvolvimento.
Quando falamos em incentivos, estamos nos referindo a instrumentos de possam satisfazer as 
necessidades extrínsecas/fisiológicas. Quando estamos abordando necessidades intrínsecas, próprias de 
cada indivíduo, os estímulos trabalham sobre as necessidades psicológicas e de auto-realização.
Nesse sentido, a motivação na organização só e possível em ambientes em que confiança e lealdade 
estejam no centro das relações, devendo prevalecer a ética e o respeito mútuo entre as pessoas, na 
medida em que não exista medo de qualquer natureza e, principalmente, onde haja esforço contínuo 
das lideranças para compatibilizar os objetivos pessoais com os organizacionais.
Motivação é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada maneira ou que dá origem 
a uma propensão a um comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um 
estímulo externo (provindo do ambiente) ou também ser gerado internamente e nos processos mentais 
do indivíduo, diz Chiavenato (1999).
Ciclo motivacional
Estímulo
Necessidade
(vontade/desejo)
tensão que expressa 
motivo à ação
Atitude
(tomada de 
decisão)
Esforço
determinação
Comportamento
(ação)
orientada 
para o objetivo
Figura 4
1.6.2 Comportamento
O comportamento das pessoas dentro da organização é complexo, porquanto depende de fatores 
internos, decorrentes de suas características de personalidade (como: capacidade de aprendizagem, 
motivação, percepção desenvolvida pela capacidade de interpretar bem os ambientes externo e interno, 
atitudes, gerenciamento das emoções, valores) e fatores externos, decorrentes do ambiente que envolve 
23
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
as características organizacionais, como sistemas de recompensas e punições, fatores sociais, políticas 
organizacionais, relacionamento e coesão grupal. Segundo Chiavenato (1998, p.77), podem ser definidas 
três suposições para explicar o comportamento humano, por estarem intimamente relacionadas com o 
processo de motivação:
• o comportamento humano é causado, existe uma causalidade do comportamento. Tanto a 
hereditariedade como o meio ambiente influem decisivamente sobre o comportamento das 
pessoas. Ele é causado por estímulos internos ou externos;
• o comportamento é motivado, há uma finalidade em todo comportamento humano. Ele não é 
casual, nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para algum objetivo;
• o comportamento humano é orientado para objetivos pessoais. Subjacente a todo comportamento 
existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência, expressões que servem 
para designar seus motivos.
Podemos observar, assim, que a motivação é o grande gerador de desempenho. O comportamento 
humano é fundamentalmente orientado por objetivos, sejam eles conscientes ou inconscientes. Fica 
clara, nesse sentido, a importância de se associarem as atitudes motivacionais a esses objetivos. As 
necessidades, os desejos e os objetivos, que são os fatores motivacionais, vão influir diretamente no 
comportamento do indivíduo e, consequentemente, no desempenho das tarefas dentro da organização.
 Lembrete
Lembre-se de que incentivo e motivação são estímulos para o 
comportamento.
2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
2.1 Conceito de ARH
Sem as pessoas e sem as organizações não haveria ARH (Administração de Recursos Humanos). 
A administração de pessoas é conceituada como um conjunto de técnicas administrativas que visam 
obter, aperfeiçoar e manter os recursos humanos necessários ao funcionamento da empresa. Decenzo; 
Robbins (2001) definem a Administração de Recursos Humanos (ARH) como a parte da organização que 
trata da dimensão pessoas. Esses autores propõem um sistema baseado em quatro funções básicas:
1. preenchimento de cargos (recrutá-los);
2. treinamento e desenvolvimento (prepará-los);
3. motivação (estimulá-los);
4. manutenção (mantê-los na organização).
24
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
Os objetivos dessas quatro funções envolvem:
1. preenchimento de cargos: planejamento estratégico de recursos humanos, recrutamento e seleção;
2. treinamento e desenvolvimento: orientação, treiname nto do empregado, desenvolvimento do 
empregado e desen volvimento da carreira;
3. motivação: aplicação de teorias de motivação e desenho do cargo, avaliação de desempenho, 
recompensas e remuneração, benefícios dos empregados;
4. manutenção: segurança e saúde, comunicações, relações com os empregados.
Chiavenato (1989) conceitua a ARH como sendo subsistemas interdependentes que formam 
um processo por meio do qual os recursos humanos são captados e atraídos, aplicados, mantidos, 
desenvolvidos e controlados pela organização. Esses subsistemas são estabelecidos por contingentes 
ou situacionais: variam conforme a organização e dependem de fatores ambientais, organizacionais, 
humanos, tecnológicos etc.
Dutra (2002) define a gestão de pessoas como “um conjunto de políticas e práticas que permitem 
a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao 
longo do tempo”. Esse autor faz a seguinte conceituação sobre políticas e práticas:
• políticas, como princípios e diretrizes que balizam decisões e comportamentos da organização e 
das pessoas em sua relação com a organização;
• práticas, como os diversos tipos de procedimentos, métodos e técnicas utilizados para a 
implementação de decisões e norteamento das ações no âmbito da organização e em sua relação 
com o ambiente externo.
Administração de pessoas ou gestão de pessoas é o conjunto de decisões integradas sobre as relações 
de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações. “Assim, todos os gerentes 
são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividadescomo 
recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. A gestão de pessoas é um conjunto integrado de 
processos dinâmicos e interativos.” São eles para Chiavenato (2005, p. 4):
• prover pessoas;
• aplicar pessoas (socialização; descrição e análise de cargos; avaliação);
• manter pessoas;
• desenvolver pessoas;
• monitorar pessoas .
25
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
2.2 Planejamento de RH
Planejamento estratégico de Recursos Humanos é uma projeção de como a empresa vai adquirir 
e utilizar seus recursos humanos em prol do alcance dos objetivos organizacionais. De acordo com 
Belchior (1972) qualquer planejamento compreende as seguintes fases:
1. definição e equacionamento preliminar do problema;
2. elaboração das diretrizes básicas do planejamento;
3. fixação inicial dos objetivos;
4. colheita preliminar de dados;
5. realização de levantamentos e pesquisas;
6. estabelecimento de projeções e previsões;
7. análise e discussão dos dados;
8. apresentação de alternativas ou opções;
9. escolha das alternativas;
10. formulação do plano e seus desdobramentos.
O planejamento de Recursos Humanos tem como base o planejamento estratégico da organização 
e atua na garantia de que a empresa possua a quantidade e a qualidade correta de mão de obra, 
objetivando a realização dos objetivos organizacionais. O planejamento dos recursos humanos é uma 
técnica para determinar de forma sistemática para provisão e demanda de funcionários que são 
necessários na organização.
Para a elaboração do planejamento estratégico do RH, Fischmann; Almeida (1990) propõem as 
seguintes etapas:
• Avaliação da estratégia vigente – trata‑se da identificação da estratégia que a empresa vem 
adotando em relação aos seus recursos humanos e envolve aspectos como remuneração oferecida 
em comparação com o mercado externo, política de benefícios, treinamento para os diversos 
níveis de trabalhadores; além de analisar se as estratégias de recursos humanos estão coerentes 
e o que será alcançado.
• Avaliação do ambiente — visa identificar os predicados necessários ao profissional do 
futuro; se haverá falta de algum tipo de profissional para a empresa futuramente; verificar 
quais os objetivos pessoais que os profissionais esperam que a organização torne possível 
alcançar.
26
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
• Estabelecimento do perfil estratégico — refere‑se ao delineamento dos objetivos e estratégias, 
onde o departamento de Recursos Humanos deverá levar em consideração não só os seus próprios 
interesses,como também inseri‑los no contexto empresarial global.
• Quantificação dos objetivos — o RH deverá estimar o quanto está sendo despendido 
numericamente com salários, treinamentos, benefícios, avaliando a viabilidade da implementação 
dos objetivos propostos na etapa anterior.
• Finalização — denomina‑se a etapa onde é criado um relatório sobre o plano estratégico, em 
geral, redigido pela alta administração; este plano deve ser discutido com as diversas áreas da 
empresa, especialmente com a área de Recursos Humanos.
• Divulgação — diz respeito à transmissão dos planos estratégicos às pessoas que tenham um nível 
decisório na empresa e uma divulgação mais ampla a todos os funcionários por meio da área 
de Recursos Humanos, que deverá esclarecer a importância das medidas e sua interação com a 
avaliação de desempenho dos funcionários.
• Preparação da organização — são as modificações não apenas materiais, mas também de 
estrutura de pessoal.
• Integração como plano tático — qualquer estratégia, para ser implantada, necessita ser 
inserida no plano tático, como, por exemplo, a definição do orçamento. O departamento 
de Recursos Humanos deverá avaliar se os orçamentos iniciais foram mantidos no plano 
tático e os impactos de eventuais cortes ou alterações no orçamento sobre o planejamento 
estratégico de RH.
• Acompanhamento — é o controle que deverá ser feito por todas as áreas, especialmente a 
área de Recursos Humanos, que deverá estar atenta às formas de realização de tudo o que 
foi planejado.
As vantagens do planejamento dos recursos humanos são:
• melhorar a utilização dos recursos humanos;
• permitir a coincidência de esforços do departamento de pessoal com os objetivos globais da 
organização;
• economizar nas contratações;
• expandir a base de dados do pessoal para apoiar outros campos;
• coadjuvar na implementação de programas de produtividade, mediante a contribuição de pessoal 
mais capacitado.
27
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
corrigir / evitar 
excesso de pessoal
corrigir / evitar 
falta de pessoal
Objetivos e Estratégias 
Organizacionais
objetivos e estratégias 
de RH
Etapa 1: avaliar os atuais 
recursos humanos
Etapa 2: prever as 
necessidades de recursos 
humanos
comparação
Etapa 3: desenvolver e 
implementar planos de 
recursos humanos
Figura 5
2.3 Objetivos de ARH
Os objetivos da ARH, segundo Chiavenato (2004), derivam dos objetivos da organização inteira. Toda 
organização tem como um de seus principais objetivos a criação e a distribuição de algum produto 
(como um bem de produção ou de consumo) ou de algum serviço (como uma atividade especializada). 
Ao lado dos objetivos organizacionais, a ARH deve considerar os objetivos pessoais dos participantes.
A administração de recursos humanos tem por objetivos principais:
1. criar, manter e desenvolver um contingente de pessoas com habilidades, motivação e satisfação 
para realizar os objetivos da organização;
2. criar, manter e desenvolver condições organizacionais de aplicação, desenvolvimento e satisfação 
plena das pessoas, e alcance dos objetivos individuais;
3. alcançar eficiência e eficácia por meio das pessoas.
As pessoas podem ampliar ou limitar as forças e fraquezas de uma organização, dependendo 
da maneira como eles são tratadas. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados, é 
necessário que os gerentes as tratem como elementos básicos para a eficácia organizacional.
Cabe à Gestão de Pessoas:
1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão.
28
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
2. Proporcionar competitividade à organização.
3. Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem motivados.
4. Aumentar a autoatualização e a satisfação dos empregados no trabalho.
5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho.
6. Administrar a mudança.
7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável1.
O processo de planejamento e a abordagem 
de diagnóstico na gestão de pessoas
analisar as condições externas, organizacionais e as 
características dos funcionários;
definir a visão e formular os objetivos da GP baseados na 
eficiência e na equidade, de acordo com as dimensões básicas 
dos parceiros envolvidos no processo;
definir a estratégia da GP, escolher as atividades e definir os 
recursos necessários;
checar os resultados pela avaliação das novas condições, de 
acordo com os objetivos definidos, e reiniciar o processo por 
meio de um planejamento eficiente.
Abordagem 
de diagnóstico
Questões de 
Planejamento
Onde estamos?
Aonde queremos 
chegar?
Como chegar 
aoobjetivo?
Como fizemos? 
Onde estamos agora?
Figura 6
2.4 O papel da administração de recursos humanos
O papel da ARH é de desenhar e implementar o sistema de Gestão de Pessoal , de maneira que seja 
capaz de integrar todos os processos de agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar 
pessoas na organização. Isso significa:
• obter, treinar, motivar e conservar funcionários competentes;
• balancear a oferta de funcionários com a demanda por funcionários;
1Disponível em <www.escolaqi.com.br/professor/downloads/download1516.doc>.
29
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
• combinar os talentos e habilidades dos funcionários com aquilo que a organização requer;
• criar um ambiente de trabalho que fomente elevado desempenho do funcionário;
• atender às necessidades salariais e de benefícios dos funcionários.
A gestão de recursos humanos, de acordo com Ulrich (1998), deve desempenhar quatro papéis 
dentro das empresas, são eles:
1. administração de estratégias de RH que precisam estar ajustadas à estratégia empresarial;
2. administração da infraestrutura da empresa, ou seja, racionalização dos diversos processos 
de RH;
3. administração da contribuição do funcionário, ou seja, ajudar os funcionários na resolução 
de seus problemas e necessidades para com isso obter maior envolvimento e competência 
dos mesmos;
4. administração da transformação para traçar planos de ação, fazendo com que a mudança 
aconteça.
 Saiba mais
Veja o site da Associação Brasileira de Recursos Humanos em: <http://
www.abrhnacional.org.br/>.
2.5 Principais características e dificuldade na ARH
A Administração de Recursos Humanos é uma área de estudos relativamente nova. O profissional 
de Recursos Humanos é um executivo encontrado nas grandes e médias organizações. Embora a 
ARH seja perfeitamente aplicável a qualquer porte de organização, ela é interdisciplinar: envolve 
necessariamente conceitos de psicologia industrial e organizacional, sociologia organizacional, 
engenharia industrial, direito do trabalho, engenharia de segurança, medicina do trabalho, engenharia 
de sistemas, cibernética etc., diz Chiavenato (2004). São esses aspectos que dão a esta área um 
caráter multivariado.
Os assuntos tratados pela ARH referem-se tanto a aspectos internos da organização quanto a 
aspectos externos ou ambientais.
30
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
Quadro 2
Ambiente externo Ambiente interno
• pesquisa de mercado de trabalho; • análise e descrição de cargos;
• recrutamento e seleção; • avaliação de cargos;
• pesquisa de salários e benefícios; • treinamento;
• relações com sindicatos; • avaliação de desempenho;
• relações com entidades de 
formação profissional; • plano de benefícios sociais;
• legislação trabalhista; • plano de carreiras;
• etc. • política salarial;
• higiene e segurança;
• etc.
Fonte: Chiavenato (2004).
Algumas técnicas são aplicadas diretamente a pessoas que constituem os sujeitos de sua aplicação. 
Outras são aplicadas indiretamente às pessoas, seja por meio dos cargos que ocupam, seja por planos ou 
programas globais ou específicos.
Técnicas de 
Administração de 
Recursos Humanos
aplicadas diretamente 
sobre pessoas
aplicadas 
indiretamente 
sobre 
pessoas
• recrutamento
• entrevista
• seleção
• integração
• avaliação de desempenho
• treinamento
• desenvolvimento de pessoas
cargos
ocupados
planos 
genéricos
• análise e descrição de cargo
• avaliação e classificação de cargo
• higiene e segurança
• planejamento de recursos humanos
• banco de dados
• plano de benefícios sociais
• plano de carreira
• administração de salários
Figura 7
31
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
GESTÃO DE PESSOAS
2.5.1 O caráter contingencial da administração de RH
Não há leis ou princípios para a administração dos recursos humanos. A ARH é contingencial, ou seja, 
depende da situação organizacional: do ambiente, da tecnologia empregada pela organização, das políticas e 
diretrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção existente na organização acerca 
do homem e de sua natureza e, sobretudo, da qualidade e da quantidade dos recursos humanos disponíveis. 
À medida que mudam esses elementos, muda também a forma de administrar os recursos humanos da 
organização. Daí o caráter contingencial ou situacional da ARH, que não se compõe de técnicas rígidas e 
imutáveis, mas altamente flexíveis e adaptáveis, sujeitas a um dinâmico desenvolvimento (Chiavenato, 2004).
A Administração de Recursos Humanos – ARH pode ter responsabilidade de linha e função de staff 
(de assessoria) ao mesmo tempo. Responsabilidade de linha quando está constituída em uma área, 
departamento, seção ou setor e staff, pois ao mesmo tempo assessora todas as áreas, departamentos, 
seções e setores. Chiavenato (1999) assinala que seria injusto pensar que essa abordagem moderna 
de agregar pessoas fosse responsabilidade apenas dos gerentes de linha. Ela é, acima de tudo, uma 
responsabilidade de toda a equipe, que deverá estar devidamente preparada, com a ajuda de uma 
consultoria interna e assessoria do órgão de recursos humanos, que exerce seu papel de staff.
Quadro 3
Função de staff Responsabilidade de linha
• cuidar das políticas de RH;
• prestar assessoria e suporte;
• dar consultoria interna de RH;
• proporcionar serviços de RH;
• dar orientação de RH;
• cuidar da estratégia de RH.
• cuidar de sua equipe de pessoas;
• tomar decisões sobre subordinados;
• executar as ações de RH;
• cumprir metas de RH;
• alcançar resultados de RH;
• cuidar da tática e operações.
 Lembrete
Lembre-se do caráter multivariado da área de RH para entender melhor 
as dificuldade e contingências.
2.6 Administração: recursos humanos como um processo
2.6.1 Conceito de processo
Processo é um conjunto repetitivo de atividades estruturadas e destinadas a resultar em um produto 
especificado para um determinado cliente. É uma ordenação específica das atividades de trabalho 
no tempo e no espaço, com um começo, um fim, e entradas e saídas claramente identificadas. Para 
Davemport (1994) processo é um conjunto de atividades estruturadas e medidas destinadas a resultar 
num produto especificado para um determinado cliente ou mercado.
32
Unidade I
Re
vi
sã
o 
(r
ed
im
en
sio
na
m
en
to
): 
Vi
rg
ín
ia
 -
 R
ed
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
02
/0
7/
20
13
Quadro 4
Processo Objetivo Atividades Envolvidas
Provisão quem irá trabalhar na organização
pesquisa de mercado de RH recrutamento de 
pessoas seleção de pessoas
Aplicação o que as pessoas farão na organização
integração de pessoas
desenho de cargo descrição e análise de cargo
avaliação de desempenho
Manutenção
como manter as 
pessoas trabalhando na 
organização
remuneração e compensação
benefícios e serviços sociais
higiene e segurança no trabalho
relações sindicais
Desenvolvimento como preparar e desenvolver as pessoas
treinamento
desenvolvimento organizacional
Monitoração como saber o que são e o que fazem as pessoas
banco de dados/sistema de informação, controles
- frequências
- produtividade
- balanço social
Fonte: Chiavenato (2004).
O processo é entendido como uma série de atividades que fornecem valor a um cliente. O cliente do 
processo

Outros materiais