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A ARTE E O SEU PAPEL COMO PROMOTORA DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Autor: Sandy Alves de Souza Tutor externo: Aguida Maria Brandão Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso: Licenciatura em pedagogia (PED 3375) – Estágio 15/06/2021 RESUMO O presente trabalho foi realizado através do uso da metodologia bibliográfica de abordagem qualitativa, na qual teve como base de dados artigos do Google acadêmico e Scielo, com o objetivo de analisar a importância da arte na inclusão de alunos especiais da educação infantil. A arte possibilita ao ser humano, através de suas manifestações artísticas, um olhar mais amplo com relação ao mundo, aos costumes e valores sociais , ou seja, a educação inclusiva através da arte possibilita desenvolvimento cognitivo, psicossocial e cultural, além de proporcionar o ambiente escolar mais divertido e acolhedor. Palavras-chave: Arte, inclusão, educação. 1 INTRODUÇÃO O presente paper de estágio tem como área de concentração a educação inclusiva, definida diante do tema proposto no projeto de extensão sobre a arte e o seu papel como promotora da inclusão, que tem como objetivo proporcionar um ensino de forma inclusiva, fazendo fazendo o uso da interdisciplinaridade, ou seja, proporcionando o diálogo entre uma ou mais disciplinas nas aulas da educação infantil. Neste trabalho consta também em anexo, a elaboração do produto virtual: cartilha, na qual a temática retrata o tema proposto no projeto de extensão: A arte e o seu papel como promotora da inclusão, como forma de proporcionar aos alunos e professores mais conhecimentos sobre a área e assim juntos construir uma educação inclusiva e de qualidade. No primeiro tópico do paper será possível conhecer a relação existente entre a arte e a educação, apresentando ao leitor o que é a arte e como ela deve ser apresentada em sala de aula, relatando a forma em que ela pode atuar no processo de inclusão. Já o segundo tópico aborda sobre a importância da educação inclusiva, seus benefícios aos alunos, decretos e declarações. O terceiro vai retratar a temática escolhida, a arte e seu papel como promotora da inclusão, ou seja, métodos usados em sala de aula que auxiliarão o professor inserir no meu educacional todos os alunos especiais, proporcionando o ensino inclusivo, uma boa relação entre os alunos em sala de aula, melhor absorção de conhecimentos e desenvolvimento cognitivo. Em seguida, será possível conhecer todos as vivências e impressões do estágio desenvolvido em modo pandêmico. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA 2.1 A ARTE E A EDUCAÇÃO A arte é uma disciplina muito importante para a formação dos indivíduos, pois ela permite através da percepção de cada um, estimular a inteligência, amadurecer o gosto e as formas de pensamento contribuindo para o desenvolvimento da personalidade e a criatividade de cada um (MATIAS, 2017). No trabalho com artes o indivíduo pode utilizar e aperfeiçoar o desenvolvimento da percepção, raciocínio, imaginação, observação, senso crítico e afetivo. Durante o processo de criação os indivíduos usam a razão e a emoção, libertando-se muitas vezes de suas tensões, organiza os seus pensamentos, suas emoções, sente-se livre para imaginar e criar aquilo que deseja de forma dinâmica e carregada de sentidos. E assim vai criando formas de trabalhar com a ajuda dos processos inerentes a cada linguagem (MATIAS, 2017). Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e diversidade da imaginação humana. (BRASIL, 1998, P.16). O processo de ensino-aprendizagem em arte torna-se algo prazeroso, pois o processo de aprendizagem é centrado no desenvolvimento do aluno. Ele envolve os indivíduos em uma experiência consigo mesmo e o torna capaz de desenvolver o pensamento artístico, então, o aluno vai exercitando sua sensibilidade, percepção, imaginação e a partir desses processos, torna-se capaz de dar sentido as suas vivências particulares ( MATIAS, 2017). A arte na educação é transformadora ao permitir que o aluno realize um trabalho que envolve a mente, o coração, os olhos, os ouvidos, as mãos; que pensa, recorda, sente, observa, escuta, fala, toca e experimenta como encontramos em BOSSI (2001), as linguagens artísticas mudam a sociedade, abre espaços para a criatividade, o olhar e pensamentos críticos dando oportunidades para os educandos se desenvolverem, conhecendo novas formas de aprender. Por tudo isso que ela representa é extremamente importante o entendimento de que a arte na educação é uma forma de conhecimento na qual se estabelecem relações sociais e afetivas significativas que promovem a construção de conhecimentos. 2.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA De acordo com STAINBACK (1999, P. 21) “[...] O ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem cultural em escolas e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são satisfeitas”. A inclusão surge para romper as barreiras existentes no ensino de pessoas com necessidades especiais na escola regular para incluir essas pessoas não só nas escolas, mas na sociedade, nos dias de hoje está cada vez maior a inserção desses indivíduos com deficiência na escola comum (MATIAS, 2017). Educando todos os alunos juntos, as pessoas com deficiências têm oportunidade de prepara-se para a vida na comunidade, os professores melhoram suas habilidades profissionais e a sociedade toma a decisão consciente de funcionar de acordo com o valor social da igualdade para todas as pessoas, com os consequentes resultados de melhoria da paz social. (STAINBACK, 1999, P. 21). A declaração de Salamanca entre os dias 07 e 10 de junho de 1994 oficializou o conceito de “Necessidades educativas especiais” e propõe que qualquer pessoa com deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, que as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentes de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, e onde a educação especial assume que as diferenças humanas são normais e junto com a aprendizagem ela deve ser adaptada ás necessidades da criança, ao invés da mesma se adaptar ao ritmo e a natureza dos processos de aprendizagem, a escola deve acolhê-la e atender suas necessidades específicas. No artigo 24 do Decreto Nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 que diz respeito à educação das pessoas com necessidades especiais, declara que: a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência; b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem; c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas; d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena De acordo com MATIAS, (2017, p.10) Sabe-se que a inclusão é uma prática social na qual vai além dos muros da escola, pois ela se aplica ao trabalho, a cultura, a família, ao lazer, nasatitudes dos outros e também em suas próprias atitudes”. 2.3 A ARTE COMO PROMOTORA DA INCLUSÃO. Segundo SILVA (2017) O professor de arte tem em suas mãos uma importante ferramenta no processo de inclusão, pois a arte lida em seu processo criador, com a experiência estética, afetiva, a emoção, o sentimento, a sensibilidade das pessoas. A afetividade é crucial para a adaptação de alunos especiais no ambiente escolar. “Qualquer atividade pressupõe a presença de um estímulo afetivo. Sem afetividade não é possível se estabelecer um vínculo de aproximação com a criança dita especial” (VYGOTSKI, 1997, P.14). É possível identificar que a brincadeira ocupa um lugar importante na infância, sendo ela, uma condição social da vida da criança, dentro e fora da instituição escolar. Desta forma, os conteúdos de ensino precisam ser interpretados de forma clara e objetiva, para gerar um envolvimento efetivo entre o brincar e o aprender. Assim, o brincar relaciona interdisciplinarmente questões sociais, educacionais e políticas, desafiando as crianças a descobrirem maneiras de resolver conflitos, formar opiniões, criar regras, socializar-se com o outro, representar e se divertir, tornando o processo de alfabetização mais encantador para a sua aprendizagem ( CONTE, 2017). Conforme Carvalho (2011, p. 81), “os primeiros anos da infância são decisivos para a formação intelectual, afetiva e social do ser humano. Por esse motivo, cercar as crianças do melhor atendimento possível é imperativo para todas as sociedades”. Tudo indica para uma perspectiva reflexiva do saber, que considere a compreensão pedagógica do desenvolvimento humano como atividade lúdica, que envolve o criar e o interagir com o outro na construção de conhecimentos. Portanto, nessa interação, os sujeitos ampliam os sentidos e significados do sobre o conhecimento, estabelecendo relações com os seus cotidianos (SILVA, 2017). A partir dos estudos de VYGOSTSKY (1997), podemos notar que a criança com algum tipo de limitação motora, cognitiva ou sensorial precisa ser compreendida, para ser legitimada em suas potencialidades e deficiências para ser compensada. Podemos dizer que a percepção visual de uma pessoa surda será mais ampliada pela falta da audição, da mesma forma que o deficiente visual, em alguns casos, possui uma percepção auditiva mais apurada nos sons (CONTE, 2017). Dessa maneira, concordamos com VYGOSTSKY (1997, p. 14) ao afirmar que “todo defeito cria os estímulos para elaborar uma compensação”, que pode brotar e ser movida pela arte e mobilizada pelo educar e aprender. Para crianças com autismo, a expressão corporal e/ou verbal serve como dispositivo de comunicação e interação social entre as pessoas. Percebe-se a importância do encontro com o outro para que ocorra a mediação e o desenvolvimento do sujeito. Somos capazes de incluir todos por mio da estimulação artística, no sentido de integrar e não apenas inserir uma criança com limitação cognitiva, sendo ela sindrômica, por transtorno global do desenvolvimento (TGD) ou de natureza traumática ou social, em oficinas de dança (SILVA, 2017). Segundo VYGOTSKY (1997), as crianças com necessidades especiais devem ser tratadas de forma que possam criar uma identificação de que existe autonomia para si e compreender a necessidade da estimulação deste processo. Portanto, a educação utilizando a arte como ferramenta, se torna um processo dinâmico e contínuo onde deve ser utilizado para integrar e interagir de uma forma espontânea, e dinâmica na aprendizagem dos alunos da educação inclusiva. Sendo assim, lançam-se olhares diferenciados sobre a arte e vemos que através dela o aluno amplia sua sensibilidade, percepção, reflexão e a imaginação, expressando os sentimentos e desenvolvendo habilidades. Portanto, o ensino de arte nas escolas possibilita aos alunos com deficiência o despertar e o aprimoramento de sua criatividade, oferecendo um contato constante com a realidade e a fantasia, propiciando o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética dos mesmos (MATIAS, 2017). Dessa forma, o ensino de arte na educação inclusiva é uma forma de promover a percepção, a criatividade e a cultura desses alunos, pois por conta de suas limitações eles possuem poucas oportunidades de expressarem o que sentem e possuem poucas fontes de prazer, portanto, é necessário que essas pessoas descubram valores em suas vidas, sintamse importantes, úteis e amadas, e a arte possibilita essa igualdade e essa integração, facilitando o seu desenvolvimento ( MATIAS, 2017). 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO O estágio foi desenvolvido no modo pandémico, na qual, a escolha da escola ocorreu de forma virtual, através de pesquisas e contatos pelo site do centro educacional La Salle. Durante o estágio foram desenvolvidos alguns procedimentos como o produto virtual em forma de cartilha, projeto e paper de estágio, além de 5 planos de aulas. Todas essas atividades foram de suma importância para a aquisição de conhecimento, contribuindo positivamente para a jornada acadêmica. Para o desenvolvimento do estágio foi escolhida a temática arte o seu papel como promotora da inclusão na educação infantil, tendo em vista que tal temática aborda sobre assuntos relevantes para o desenvolvimento cognitivo dos alunos da educação infantil, uma vez que, a arte pode proporcionar diferentes técnicas para inserir todos os alunos nas metodologias educacionais. Neste trabalho irá em anexo o produto virtual realizada em forma de cartilha, na qual a área de concentração faz ênfase com a temática do Paper de estágio: A arte e o seu papel como promotora da inclusão na educação infantil. 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) Durante o desenvolvimento do estágio foi possível observar que o ensino por meio da arte causa transformações positivas para a vida escolar e dos alunos especiais, pois a arte age como promotora da interação social, na qual a criança tem liberdade para ser o que quiser e assim, expressar seus sentimentos e atitudes, transformando o quadro de exclusão presente na sociedade, porém essa transformação só é possível se além de apenas matricular um aluno especial em uma escola que ele realmente seja inserido nela, e que a mesma esteja apta recebê-lo. vale ressaltar que a arte como agente da interação social é capaz de promover o vínculo entre o aluno e a sua família além de despertar a alegria e o prazer por meio da dança, música, teatro, jogos e entre outros fatores, quanto mais criativo for o professor mais facilitador será o processo de ensino e inclusão. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009: promulga a convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo facultativo. Brasília, 2009. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 de abril de 2021. BRASIL. Secretaria de educação fundamental: parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF,1998. BOSSI, Alfredo. Reflexões Sobre a Arte. São Paulo: Ática, p.80, 2001. CARVALHO, R. C. Representações sociais: dos modelos de deficiências aleitura de paradigmas educacionais. Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 27, p. 1-8, 2005. CONTE, E.A. A inclusão por meio das artes. Canoas, 2017. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Linha de ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasilia, 1994. ROBINSON, J. E. A arte e a inclusão na educação infantil. Barcelona, 1985. SILVA, L.F. A inclusão social por meio das artes. Canoas, 2017. STAINBACK, W.R. Inclusão um guia para educadores. 1º. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997.ANEXO I 1 INTRODUÇÃO 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) REFERÊNCIAS DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Linha de ação sobre Necessidades Educativas
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