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POLÍTICAS PÚBLICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Ana Manuela Ordonez O65p Ordonez, Ana Manuela. Políticas públicas de alimentação e nutrição [recurso eletrônico] / Ana Manuela Ordonez, Andrei Valerio Paiva. – 2. ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. Editado como livro impresso em 2017. ISBN 978-85-9502-029-0 1. Saúde pública. 2. Nutrição – Políticas públicas. 3. Alimentação – Assistência em saúde. I. Paiva, Andrei Valerio. II. Título. CDU 614:612.39 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Politicas_publ_alim_nutri.indb 2 16/01/17 16:21 Políticas públicas de atenção à saúde do idoso Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os aspectos da política nacional de saúde da pessoa idosa. � Identificar as características do envelhecimento no Brasil. � Levantar as principais demandas da população idosa aos serviços de saúde. Introdução Neste texto, você estudará o contexto das políticas públicas de aten- ção à saúde do idoso para identificar algumas características do enve- lhecimento no Brasil e as principais demandas dessa população aos serviços de saúde, que se diferencia em cada ciclo de vida. Envelhecimento no Brasil Os processos de transição demográfica e epidemiológica estão diretamente correlacionados. Com o aumento da expectativa de vida, os processos agudos, de desfecho rápido para cura ou óbito, tornam-se menos prevalentes que as doenças crônicas e suas complicações, implicando no aumento da utilização dos serviços de saúde. A população idosa tem características próprias com relação ao processo saúde-doença. A incidência e prevalência patologias múltiplas e crônicas au- menta. Essa pluralidade de problemas médicos dificulta a atenção à saúde ao idoso. Os sintomas podem resultar de interação mútua, um processo patoló- gico pode mascarar o aparecimento de outro e o tratamento de um processo patológico pode interferir no outro. Ainda, o manejo de um processo pode ter um impacto positivo substancial sobre outros sistemas e na capacidade funcional do paciente. Os problemas de saúde mais frequentes entre idosos são déficits sensoriais, demência, incontinência, instabilidade e quedas, imobilidade, desnutrição, ia- trogenia medicamentosa, isolamento social e depressão. Você pode somar a Politicas_publ_alim_nutri.indb 176 16/01/17 16:21 isso o fato de que, como regra, as doenças se apresentam de forma atípica em um contexto de problemas sociais e econômicos concorrentes. Os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE apontam que 77,6% dos brasileiros com mais de 65 anos de idade relataram ser portadores de doenças crônicas, e um terço deles declarou ter mais de uma doença crônica. Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre as ações de promoção da saúde e o rastreamento de problemas comuns dos pacientes idosos com a melhora da qualidade de vida e longevidade. No entanto, existe consenso de que os objetivos da promoção da saúde e de prevenção de doenças nos pacientes idosos são a redução da mortalidade prematura por doenças agudas ou crônicas, manutenção da independência funcional e de hábitos de vida diária, extensão da expectativa de vida ativa e melhora na qualidade de vida. As ações de promoção e manutenção da saúde do idoso consistem na aplicação de modalidades de rastreamento e ações terapêuticas com o obje- tivo de preservar a saúde e a autonomia funcional. Entretanto, a maioria dos estudos de rastreamento não está dirigida especificamente à população de idosos, causando certa escassez de dados com base em evidências para firmar as recomendações. Em função disso, o médico de família e comunidade deve fazer um balanço entre os riscos e os benefícios na investigação de anormali- dades em um teste de rastreamento, bem como ter em mente que nesse grupo populacional algumas dessas alterações se explicam pela própria fisiologia heterogênea do envelhecimento. São alguns princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos que podem servir de guia para a ação dos profissionais de saúde: � A velhice deve ser encarada como um dos ciclos da vida, e não uma doença. � A maioria das pessoas com mais de 60 anos está em boas condições de saúde, mas, ao envelhecer, perde a capacidade de recuperar-se das doenças de forma rápida ou completa e torna-se suscetível a incapacidades e à ne- cessidade de ajuda para seu cuidado pessoal. � É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e estímulo ou evitando novos agravos à saúde. � Do ponto de vista sociopsicológico, os idosos são mais heterogêneos que os jovens. � A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da saúde mental e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção de doenças e incapacidades. Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 177 Politicas_publ_alim_nutri.indb 177 16/01/17 16:21 � Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde, sendo necessárias ações intersetoriais. Tradicionalmente, as ações de prevenção costumam ser direcionadas à redução da morbimortalidade. Entretanto, no cuidado do idoso, são fun- damentais as ações direcionadas para a redução das incapacidades e da dependência, com o objetivo de prevenir a ruptura familiar e manter o idoso no seu domicílio. Assim, o propósito da manutenção da saúde não é apenas retardar ou prevenir doenças, mas também otimizar a qualidade de vida, a satisfação em viver e manter a independência e a produtividade. Os idosos, como grupo, respondem positivamente às medidas de prevenção e são capazes de mudar seus hábitos de vida mesmo após os 75 anos. Consi- derando que, no Brasil, a expectativa de vida para quem chega aos 60 anos é de mais 20 anos, os idosos dispõem de uma quantidade considerável de tempo para realizar as mudanças de hábitos que levarão à melhora da qualidade de vida. Nos idosos, alguns aspectos precisam ser mais avaliados levando em consideração a prevalência das disfunções, vulnerabilidade à intervenções, a relação com aspectos de prevenção dos agravos mais frequentes e a capaci- dade de identificação de alguns problemas de grande repercussão funcional, geralmente assintomáticos ou não registrados de maneira sistemática, que re- percutem na qualidade de vida do idoso, sendo eles: visão, audição, função dos membros superiores e inferiores, estado mental, risco de queda, ativi- dades de vida diária, incontinência urinária, estado nutricional e necessidade de suporte social. Você que tem familiares idosos: as condições do ambiente residencial em que o idoso vive podem aumentar o risco de quedas! Escadas são particularmente perigosas: diferenciação inadequada das bordas dos degraus, iluminação fraca e diminuição da acuidade visual das pessoas idosas, todas contribuem para impor dificuldades para o uso das mesmas. Tapetes soltos, fios elétricos e cacos de ladrilhos no chão podem também aumentar o risco de quedas. Exemplo Políticas públicas de alimentação e nutrição178 Politicas_publ_alim_nutri.indb 178 16/01/17 16:21 História das políticas O Brasil tem procurado se organizar para atender à crescente demanda rela- cionada com as necessidades que surgem em decorrência do envelhecimento da população, preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem- -estar dos idosos, ao mesmo tempo em que o SUS está sendo regulamentado. A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamen- tada pelo Decreto nº 1948, de 03 de junho de 1996, assegura direitos sociais à pessoa idosa, ao criar condições para promover sua autonomia, sua integração e sua participação efetiva na sociedade e reafirmar seu direito à saúde nos diversos níveisde atendimento do SUS. É possível observar ações inespecíficas de atenção ao idoso tanto na atenção primária quanto na estratégia saúde da família, o que tem impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar dessa parte da população. O olhar de atenção ao idoso precisa estar focado na promoção da funcionalidade, e não na doença. Para a população idosa, a saúde não se restringe apenas ao controle e à prevenção de agravos à saúde causados por doenças crônicas não transmissíveis, mas também à interação entre a saúde física e mental, a inde- pendência financeira, a capacidade funcional e o suporte social. A implantação de uma política pública de saúde voltada para as pessoas idosas no Brasil vem de janeiro de 1994. Em termos de proteção legal a esse segmento da população, você pode destacar a Lei Eloy Chaves de 1923 que trata do sistema previdenciário, e algumas referências em artigos do Código Civil em 1916, do Código Penal em 1940 e do Código Eleitoral em 1965. Historicamente, as políticas públicas na área da saúde sempre foram dire- cionadas para uma população de país jovem, com políticas sociais e sanitárias direcionadas à população materno-infantil. Apenas nos anos 1970 é que o processo sociopolítico começou a operar mudanças diante do novo perfil da população, assim, alguns marcos históricos foram consagrados: � 1974 - Por meio da Lei nº 6.179, foi criada a Renda Mensal Vitalícia, pelo então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) referente à aposentadoria. � 1977 - A Lei nº 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), integrando diferente Institutos para unificar a assis- tência previdenciária. � 1982 - Foi realizada a I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento da ONU, em Viena, que esboçou as diretrizes do Plano de Ação Mundial sobre o Envelhecimento, publicado em Nova York em 1983, que teve como Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 179 Politicas_publ_alim_nutri.indb 179 16/01/17 16:21 objetivo a sensibilização dos governos e sociedades para a necessidade de direcionar políticas públicas para os idosos, alertando para a necessidade de estudos futuros sobre aspectos do envelhecimento. � 1986 - Foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde que propôs a ela- boração de uma política global de assistência à população idosa. � 1988 - Foi promulgada a Constituição Cidadã – Constituição Federal, com destaque à referência ao idoso. Pela primeira vez uma constituição brasi- leira assegurou ao idoso o direito à vida e à cidadania: “A família, a socie- dade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida. - § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. - § 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos “ (CF, art. 230, 1988) � 1993 - Aprovada a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS, Lei 8.742/93), que regulamenta o capítulo II da Seguridade Social da Consti- tuição Federal, que garantiu à Assistência Social o status de política pú- blica de seguridade social, direito ao cidadão e dever do Estado. � 1994 - Aprovada a Lei nº 8.842/1994 que estabelece a Política Nacional do Idoso (PNI), regulamentada pelo Decreto Nº 1.948/96.6, e cria o Conselho Nacional do Idoso. Essa Lei tem por finalidade assegurar direitos sociais que garantam a promoção da autonomia, a integração e a participação efetiva do idoso na sociedade, de modo a exercer sua cidadania. Estipula o limite de 60 anos e mais, de idade, para uma pessoa ser considerada idosa. A Lei assegura ao idoso todos os direitos de cidadania. A família, a sociedade e o Estado são os responsáveis em garantir a participação do idoso na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito à vida. O idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem como deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas por essa política. � 1999 - Foi implantada a Política Nacional da Saúde do Idoso pela Portaria 1.395/1999 do Ministério da Saúde (MS) que estabelece as diretrizes que norteiam a definição ou a redefinição dos programas, planos, projetos e atividades do setor na atenção integral às pessoas em processo de envelhe- cimento e à população idosa. Essas diretrizes são: a promoção do envelhe- cimento saudável, a prevenção de doenças, a manutenção da capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde dos idosos, à reabili- tação da capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos Políticas públicas de alimentação e nutrição180 Politicas_publ_alim_nutri.indb 180 16/01/17 16:21 humanos, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, e o apoio aos estudos e pesquisas. � 2002 - Foi realizada a II Assembleia Mundial sobre Envelhecimento em Madrid – Plano Internacional do Envelhecimento – com o objetivo de servir de orientação às medidas normativas sobre o envelhecimento no sé- culo XXI, fundamentado em três princípios básicos: 1) participação ativa dos idosos na sociedade, no desenvolvimento, na força de trabalho e na erradicação da pobreza; 2) promoção da saúde e bem-estar na velhice; e 3) criação de um ambiente propício e favorável ao envelhecimento. � 2003 - Realizada a Conferência Regional Intergovernamental sobre En- velhecimento da América Latina e Caribe, no Chile, na qual foram ela- boradas as estratégias regionais para implantar as metas e objetivos acor- dados em Madri. Na área da saúde, a meta geral foi oferecer acesso aos serviços de saúde integrais e adequados à necessidade do idoso, de forma a garantir melhor qualidade de vida com manutenção da funcionalidade e da autonomia � 2003 - No Brasil, entra em vigor a Lei nº 10.741, que aprova o Estatuto do Idoso destinado a regular os direitos assegurados aos idosos. A aprovação do Estatuto do Idoso representou um passo importante da legislação brasi- leira rumo à adequação às orientações do Plano de Madri. � 2006 - Foi realizada a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, na qual foram aprovadas deliberações que tinha como objetivo ajudar a construir a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (RENADI). Do ponto de vista legal, o envelhecimento é protegido no Brasil. Contudo, embora existam diretrizes a serem seguidas, suas implementações ainda não foram feitas de forma completa. Cabe aos poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa política com o respeito às diferenças econômicas, so- ciais e regionais de cada localidade. Políticas públicas de atenção à saúde do idoso No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi instituído na Constituição de 1988 e reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90. Esse direito passa pelo acesso universal e equânime aos serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com garantia da integralidade Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 181 Politicas_publ_alim_nutri.indb 181 16/01/17 16:21 da atenção, considerando as diferentes realidades e necessidades de saúde da população. Você encontra a reafirmação desses princípios constitucionais na Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde As políticas de saúde do idoso devem criar condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, reafirmando o di- reito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS. O processo de en- velhecimento envolve a sociedade de forma geral, e o idoso não deve sofrer discriminações,ele deve ser o principal agente e o destinatário das transfor- mações indicadas pelas políticas de saúde referentes ao idoso. Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu no SUS, com a portaria nº 703, o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse programa funciona por meio dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação aos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS, que oferece, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, importantes remédios para o tratamento da doença. Em 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso que junto à Política Nacional do Idoso, representam importantes documentos que ampliaram os conheci- mentos na área do envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, fundamentais para a afirmação de ações dinâmicas e consistentes. O Estatuto do Idoso cor- robora os princípios que nortearam as discussões sobre os direitos humanos da pessoa idosa. Esses documentos representam uma conquista para a efeti- vação dos direitos do idoso, especialmente por protegerem e formarem uma base para a reivindicação de atuação de todos (família, sociedade e Estado) no amparo e respeito aos idosos. O Estatuto do Idoso veio priorizar tanto o atendimento de um modo geral, como também daqueles que já apresentam algum grau de dependência. É com essas ações fundamentais de prevenção secundária, de reabilitação, de promoção da saúde, além do cuidado e do tra- tamento, que é possível garantir melhor qualidade de vida para idosos na vida em família e em sociedade. Políticas públicas de alimentação e nutrição182 Politicas_publ_alim_nutri.indb 182 16/01/17 16:21 O Estatuto do Idoso enfatiza a interface entre diferentes setores e o direito à saúde incorporando no artigo II o conceito de integralidade da atenção, afir- mando que o idoso goza de todos os direitos inerentes à pessoa humana, inclu- sive a preservação da saúde física e mental, além do aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, com condições de liberdade e dignidade. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por meio do SUS, garantindo- -lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde (Art. 15). De forma coerente, o Estatuto do Idoso aborda a problemática dos recursos humanos, apontando que as instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promo- vendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (Art. 18). Ainda, o Estatuto do Idoso recomenda a inserção, nos currículos dos diversos níveis de ensino formal, de conteúdos relativos ao processo de envelhecimento, à eliminação de preconceitos e à valorização social dos idosos (Art. 22). A política nacional de saúde da pessoa idosa A política nacional de saúde da pessoa idosa (PNSPI), instituída pela portaria 2.528/GM de 19 de outubro de 2006, busca garantir a atenção adequada e digna para a população idosa brasileira, visando sua integração. Nesta política, estão definidas as diretrizes norteadoras de todas as ações no setor de saúde e indicadas as responsabilidades institucionais para o al- cance da proposta. Além disso, ela orienta o processo contínuo de avaliação que deve acompanhar seu desenvolvimento, considerando possíveis ajustes determinados pela prática. Sua implementação compreende a definição e/ou readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor da saúde, direta ou indiretamente relacionados com seu objeto. A PNSPI tem por objetivo permitir um envelhecimento saudável, o que significa preservar a sua capacidade funcional, sua autonomia e manter o nível de qualidade de vida, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que direcionam medidas individuais e cole- tivas em todos os níveis de atenção à saúde. São diretrizes norteadoras da Política Nacional de Saúde do Idoso: � Promoção do envelhecimento ativo e saudável; � Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 183 Politicas_publ_alim_nutri.indb 183 16/01/17 16:21 � Estímulo às ações intersetoriais, com vistas à integralidade da atenção; � Implantação de serviços de atenção domiciliar; � Acolhimento preferencial em unidades de saúde, com respeito ao critério de risco; � Provimento de recursos para assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; � Fortalecimento da participação social; � Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; � Divulgação e informação sobre a política nacional de saúde da pessoa idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; � Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; e � Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. A PNSPI também aponta estratégias para: � Implantação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa; � Edição e distribuição do caderno de atenção básica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, nº 19; � Realização do Curso de Educação a Distância em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa – EAD; � Elaboração do Plano Integrado de Ações de Proteção à Pessoa Idosa SUAS-SUS; � Edição e distribuição do Guia Prático do Cuidador; � Criação e implantação do Plano Nacional de Formação de Cuidadores de IDOSOS Dependentes na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS); � Publicação da portaria sobre Prevenção e Cuidado à osteoporose e quedas (Portaria nº 3.213/GM de 20 dezembro de 2007); � Ampliação de acesso à consulta no Programa Olhar Brasil (Portaria n/33/ SAS de 23 de janeiro de 2008); � Fomento à pesquisa na área de Envelhecimento de Saúde da Pessoa Idosa; � Implementação do Programa de Internação Domiciliar; e � Fomento ao acesso e uso racional de medicamentos (Portaria nº 2.529/GM de 19 de outubro de 2006). Políticas públicas de alimentação e nutrição184 Politicas_publ_alim_nutri.indb 184 16/01/17 16:21 1. De acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso, qual o principal problema de saúde que pode afetar o idoso? a) Doenças sexualmente transmis- síveis. b) Perda de sua capacidade funcional. c) Insuficiência de recursos financeiros. d) Condição de moradia. e) Acesso ao transporte público. 2. É diretriz da política nacional de saúde da pessoa idosa: a) Estimular apenas as ações especí- ficas da saúde. b) Atenção única aos serviços de saúde de alta complexidade direcionados aos idosos. c) Divulgação e informação destinada prioritariamente aos gestores. d) Promoção de envelhecimento sau- dável, de forma que a pessoa idosa sempre se mantenha sob a tutela de outra pessoa responsável. e) Estímulo à participação e fortale- cimento do controle social. 3. No ano de 2003, foi aprovado e sancionado o Estatuto do Idoso. O que isso significou, no âmbito das políticas públicas para os idosos? a) A articulação única de ações governamentais. b) Uma ampliação da resposta do Estado e da sociedade às necessi- dades da população idosa. c) A definição de que a responsabi- lidade pelas ações e serviços des- tinados à pessoa idosa sejam de competência exclusiva da União. d) Uma definição dos direitos das pessoas com mais de 55 anos de idade. e) Uma manifestação unilateral do controle social do compromisso com os idosos. 4. De acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso, qual o grande desafio para a atenção àsaúde no envelhecimento? a) As cardiopatias. b) O envelhecimento populacional em condição de desigualdade social e de gênero. c) Os serviços de média e alta com- plexidades. d) A inadequação de espaços físicos. e) A responsabilização dos gestores pela atenção à saúde da pessoa idosa. 5. A proposta de envelhecimento ativo baseia-se: a) No reconhecimento dos direitos das pessoas idosas e nos princí- pios de independência, partici- pação, dignidade, assistência e autorrealização. b) Assegurar que os idosos façam as atividades do lar. c) Realizar a internação compulsória dos idosos em lares especializados. d) d) Incluir os idosos em grupos comunitários. e) e) Na possibilidade de aumentar a idade para que a pessoa con- quiste a aposentadoria. Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 185 Politicas_publ_alim_nutri.indb 185 16/01/17 16:21 BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Manual técnico de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar. 3. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: ANS, 2009. FERNANDES, M. T. O.; SOARES, S. M. O desenvolvimento de políticas públicas de atenção ao idoso no Brasil. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 1494-1502, 2012. GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. 2 v. Ebook. Leituras recomendadas Políticas públicas de alimentação e nutrição186 Politicas_publ_alim_nutri.indb 186 16/01/17 16:21 Conteúdo:
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