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Politicas Públicas de Atenção a Saúde do Idoso

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POLÍTICAS
PÚBLICAS DE
ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃO
Ana Manuela Ordonez
O65p Ordonez, Ana Manuela.
Políticas públicas de alimentação e nutrição [recurso 
eletrônico] / Ana Manuela Ordonez, Andrei Valerio Paiva. 
– 2. ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
Editado como livro impresso em 2017.
ISBN 978-85-9502-029-0
1. Saúde pública. 2. Nutrição – Políticas públicas. 3. 
Alimentação – Assistência em saúde. I. Paiva, Andrei 
Valerio. II. Título. 
CDU 614:612.39
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Politicas_publ_alim_nutri.indb 2 16/01/17 16:21
Políticas públicas de atenção à 
saúde do idoso
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os aspectos da política nacional de saúde da pessoa
idosa.
 � Identificar as características do envelhecimento no Brasil.
 � Levantar as principais demandas da população idosa aos serviços
de saúde.
Introdução
Neste texto, você estudará o contexto das políticas públicas de aten-
ção à saúde do idoso para identificar algumas características do enve-
lhecimento no Brasil e as principais demandas dessa população aos 
serviços de saúde, que se diferencia em cada ciclo de vida.
Envelhecimento no Brasil
Os processos de transição demográfica e epidemiológica estão diretamente 
correlacionados. Com o aumento da expectativa de vida, os processos agudos, 
de desfecho rápido para cura ou óbito, tornam-se menos prevalentes que as 
doenças crônicas e suas complicações, implicando no aumento da utilização 
dos serviços de saúde.
A população idosa tem características próprias com relação ao processo 
saúde-doença. A incidência e prevalência patologias múltiplas e crônicas au-
menta. Essa pluralidade de problemas médicos dificulta a atenção à saúde ao 
idoso. Os sintomas podem resultar de interação mútua, um processo patoló-
gico pode mascarar o aparecimento de outro e o tratamento de um processo 
patológico pode interferir no outro. Ainda, o manejo de um processo pode 
ter um impacto positivo substancial sobre outros sistemas e na capacidade 
funcional do paciente. 
Os problemas de saúde mais frequentes entre idosos são déficits sensoriais, 
demência, incontinência, instabilidade e quedas, imobilidade, desnutrição, ia-
trogenia medicamentosa, isolamento social e depressão. Você pode somar a 
Politicas_publ_alim_nutri.indb 176 16/01/17 16:21
isso o fato de que, como regra, as doenças se apresentam de forma atípica em 
um contexto de problemas sociais e econômicos concorrentes. Os dados da 
Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE apontam que 77,6% dos 
brasileiros com mais de 65 anos de idade relataram ser portadores de doenças 
crônicas, e um terço deles declarou ter mais de uma doença crônica. 
Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre as ações de promoção 
da saúde e o rastreamento de problemas comuns dos pacientes idosos com a 
melhora da qualidade de vida e longevidade.
No entanto, existe consenso de que os objetivos da promoção da saúde e 
de prevenção de doenças nos pacientes idosos são a redução da mortalidade 
prematura por doenças agudas ou crônicas, manutenção da independência 
funcional e de hábitos de vida diária, extensão da expectativa de vida ativa e 
melhora na qualidade de vida.
As ações de promoção e manutenção da saúde do idoso consistem na 
aplicação de modalidades de rastreamento e ações terapêuticas com o obje-
tivo de preservar a saúde e a autonomia funcional. Entretanto, a maioria dos 
estudos de rastreamento não está dirigida especificamente à população de 
idosos, causando certa escassez de dados com base em evidências para firmar 
as recomendações. Em função disso, o médico de família e comunidade deve 
fazer um balanço entre os riscos e os benefícios na investigação de anormali-
dades em um teste de rastreamento, bem como ter em mente que nesse grupo 
populacional algumas dessas alterações se explicam pela própria fisiologia 
heterogênea do envelhecimento.
São alguns princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos que 
podem servir de guia para a ação dos profissionais de saúde:
 � A velhice deve ser encarada como um dos ciclos da vida, e não uma doença.
 � A maioria das pessoas com mais de 60 anos está em boas condições de
saúde, mas, ao envelhecer, perde a capacidade de recuperar-se das doenças
de forma rápida ou completa e torna-se suscetível a incapacidades e à ne-
cessidade de ajuda para seu cuidado pessoal.
 � É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e
estímulo ou evitando novos agravos à saúde.
 � Do ponto de vista sociopsicológico, os idosos são mais heterogêneos que
os jovens.
 � A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da
saúde mental e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção 
de doenças e incapacidades.
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 177
Politicas_publ_alim_nutri.indb 177 16/01/17 16:21
 � Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde,
sendo necessárias ações intersetoriais.
Tradicionalmente, as ações de prevenção costumam ser direcionadas 
à redução da morbimortalidade. Entretanto, no cuidado do idoso, são fun-
damentais as ações direcionadas para a redução das incapacidades e da 
dependência, com o objetivo de prevenir a ruptura familiar e manter o idoso 
no seu domicílio. Assim, o propósito da manutenção da saúde não é apenas 
retardar ou prevenir doenças, mas também otimizar a qualidade de vida, a 
satisfação em viver e manter a independência e a produtividade.
Os idosos, como grupo, respondem positivamente às medidas de prevenção 
e são capazes de mudar seus hábitos de vida mesmo após os 75 anos. Consi-
derando que, no Brasil, a expectativa de vida para quem chega aos 60 anos é 
de mais 20 anos, os idosos dispõem de uma quantidade considerável de tempo 
para realizar as mudanças de hábitos que levarão à melhora da qualidade de 
vida. 
Nos idosos, alguns aspectos precisam ser mais avaliados levando em 
consideração a prevalência das disfunções, vulnerabilidade à intervenções, 
a relação com aspectos de prevenção dos agravos mais frequentes e a capaci-
dade de identificação de alguns problemas de grande repercussão funcional, 
geralmente assintomáticos ou não registrados de maneira sistemática, que re-
percutem na qualidade de vida do idoso, sendo eles: visão, audição, função 
dos membros superiores e inferiores, estado mental, risco de queda, ativi-
dades de vida diária, incontinência urinária, estado nutricional e necessidade 
de suporte social. 
Você que tem familiares idosos: as condições do ambiente residencial em que o idoso 
vive podem aumentar o risco de quedas! Escadas são particularmente perigosas: 
diferenciação inadequada das bordas dos degraus, iluminação fraca e diminuição da 
acuidade visual das pessoas idosas, todas contribuem para impor dificuldades para 
o uso das mesmas. Tapetes soltos, fios elétricos e cacos de ladrilhos no chão podem
também aumentar o risco de quedas.
Exemplo
Políticas públicas de alimentação e nutrição178
Politicas_publ_alim_nutri.indb 178 16/01/17 16:21
História das políticas
O Brasil tem procurado se organizar para atender à crescente demanda rela-
cionada com as necessidades que surgem em decorrência do envelhecimento 
da população, preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem-
-estar dos idosos, ao mesmo tempo em que o SUS está sendo regulamentado.
A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamen-
tada pelo Decreto nº 1948, de 03 de junho de 1996, assegura direitos sociais à 
pessoa idosa, ao criar condições para promover sua autonomia, sua integração 
e sua participação efetiva na sociedade e reafirmar seu direito à saúde nos 
diversos níveisde atendimento do SUS. 
É possível observar ações inespecíficas de atenção ao idoso tanto na 
atenção primária quanto na estratégia saúde da família, o que tem impacto 
negativo na qualidade de vida e bem-estar dessa parte da população. O olhar 
de atenção ao idoso precisa estar focado na promoção da funcionalidade, e 
não na doença. Para a população idosa, a saúde não se restringe apenas ao 
controle e à prevenção de agravos à saúde causados por doenças crônicas não 
transmissíveis, mas também à interação entre a saúde física e mental, a inde-
pendência financeira, a capacidade funcional e o suporte social. 
A implantação de uma política pública de saúde voltada para as pessoas 
idosas no Brasil vem de janeiro de 1994. Em termos de proteção legal a esse 
segmento da população, você pode destacar a Lei Eloy Chaves de 1923 que 
trata do sistema previdenciário, e algumas referências em artigos do Código 
Civil em 1916, do Código Penal em 1940 e do Código Eleitoral em 1965. 
Historicamente, as políticas públicas na área da saúde sempre foram dire-
cionadas para uma população de país jovem, com políticas sociais e sanitárias 
direcionadas à população materno-infantil. Apenas nos anos 1970 é que o 
processo sociopolítico começou a operar mudanças diante do novo perfil da 
população, assim, alguns marcos históricos foram consagrados:
 � 1974 - Por meio da Lei nº 6.179, foi criada a Renda Mensal Vitalícia, pelo então 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) referente à aposentadoria.
 � 1977 - A Lei nº 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência 
Social (SINPAS), integrando diferente Institutos para unificar a assis-
tência previdenciária. 
 � 1982 - Foi realizada a I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento da 
ONU, em Viena, que esboçou as diretrizes do Plano de Ação Mundial 
sobre o Envelhecimento, publicado em Nova York em 1983, que teve como 
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 179
Politicas_publ_alim_nutri.indb 179 16/01/17 16:21
objetivo a sensibilização dos governos e sociedades para a necessidade de 
direcionar políticas públicas para os idosos, alertando para a necessidade 
de estudos futuros sobre aspectos do envelhecimento. 
 � 1986 - Foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde que propôs a ela-
boração de uma política global de assistência à população idosa.
 � 1988 - Foi promulgada a Constituição Cidadã – Constituição Federal, com
destaque à referência ao idoso. Pela primeira vez uma constituição brasi-
leira assegurou ao idoso o direito à vida e à cidadania: “A família, a socie-
dade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando 
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e 
garantindo-lhe o direito à vida. - § 1º Os programas de amparo aos idosos 
serão executados preferencialmente em seus lares. - § 2º Aos maiores de 
65 anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos “ (CF, 
art. 230, 1988)
 � 1993 - Aprovada a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS, Lei
8.742/93), que regulamenta o capítulo II da Seguridade Social da Consti-
tuição Federal, que garantiu à Assistência Social o status de política pú-
blica de seguridade social, direito ao cidadão e dever do Estado. 
 � 1994 - Aprovada a Lei nº 8.842/1994 que estabelece a Política Nacional do
Idoso (PNI), regulamentada pelo Decreto Nº 1.948/96.6, e cria o Conselho
Nacional do Idoso. Essa Lei tem por finalidade assegurar direitos sociais 
que garantam a promoção da autonomia, a integração e a participação 
efetiva do idoso na sociedade, de modo a exercer sua cidadania. Estipula 
o limite de 60 anos e mais, de idade, para uma pessoa ser considerada
idosa. A Lei assegura ao idoso todos os direitos de cidadania. A família,
a sociedade e o Estado são os responsáveis em garantir a participação do
idoso na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito à vida.
O idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem como
deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas
por essa política.
 � 1999 - Foi implantada a Política Nacional da Saúde do Idoso pela Portaria
1.395/1999 do Ministério da Saúde (MS) que estabelece as diretrizes que
norteiam a definição ou a redefinição dos programas, planos, projetos e 
atividades do setor na atenção integral às pessoas em processo de envelhe-
cimento e à população idosa. Essas diretrizes são: a promoção do envelhe-
cimento saudável, a prevenção de doenças, a manutenção da capacidade 
funcional, a assistência às necessidades de saúde dos idosos, à reabili-
tação da capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos 
Políticas públicas de alimentação e nutrição180
Politicas_publ_alim_nutri.indb 180 16/01/17 16:21
humanos, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, e o apoio 
aos estudos e pesquisas. 
 � 2002 - Foi realizada a II Assembleia Mundial sobre Envelhecimento em 
Madrid – Plano Internacional do Envelhecimento – com o objetivo de 
servir de orientação às medidas normativas sobre o envelhecimento no sé-
culo XXI, fundamentado em três princípios básicos: 1) participação ativa 
dos idosos na sociedade, no desenvolvimento, na força de trabalho e na 
erradicação da pobreza; 2) promoção da saúde e bem-estar na velhice; e 3) 
criação de um ambiente propício e favorável ao envelhecimento.
 � 2003 - Realizada a Conferência Regional Intergovernamental sobre En-
velhecimento da América Latina e Caribe, no Chile, na qual foram ela-
boradas as estratégias regionais para implantar as metas e objetivos acor-
dados em Madri. Na área da saúde, a meta geral foi oferecer acesso aos 
serviços de saúde integrais e adequados à necessidade do idoso, de forma 
a garantir melhor qualidade de vida com manutenção da funcionalidade e 
da autonomia
 � 2003 - No Brasil, entra em vigor a Lei nº 10.741, que aprova o Estatuto do 
Idoso destinado a regular os direitos assegurados aos idosos. A aprovação 
do Estatuto do Idoso representou um passo importante da legislação brasi-
leira rumo à adequação às orientações do Plano de Madri. 
 � 2006 - Foi realizada a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa 
Idosa, na qual foram aprovadas deliberações que tinha como objetivo 
ajudar a construir a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa 
(RENADI).
Do ponto de vista legal, o envelhecimento é protegido no Brasil. Contudo, 
embora existam diretrizes a serem seguidas, suas implementações ainda não 
foram feitas de forma completa. Cabe aos poderes públicos e à sociedade em 
geral a aplicação dessa política com o respeito às diferenças econômicas, so-
ciais e regionais de cada localidade. 
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso
No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi instituído na Constituição 
de 1988 e reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), por 
meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90.
Esse direito passa pelo acesso universal e equânime aos serviços e ações 
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com garantia da integralidade 
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 181
Politicas_publ_alim_nutri.indb 181 16/01/17 16:21
da atenção, considerando as diferentes realidades e necessidades de saúde da 
população. Você encontra a reafirmação desses princípios constitucionais na 
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispôs sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde
As políticas de saúde do idoso devem criar condições para promover sua 
autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, reafirmando o di-
reito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS. O processo de en-
velhecimento envolve a sociedade de forma geral, e o idoso não deve sofrer 
discriminações,ele deve ser o principal agente e o destinatário das transfor-
mações indicadas pelas políticas de saúde referentes ao idoso. 
Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu no SUS, com a portaria nº 703, o Programa 
de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse programa funciona por 
meio dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo 
diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação aos familiares e 
atendentes dos portadores de Alzheimer. Estimativas do Ministério da Saúde indicam 
que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS, que 
oferece, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, importantes remédios 
para o tratamento da doença.
Em 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso que junto à Política Nacional 
do Idoso, representam importantes documentos que ampliaram os conheci-
mentos na área do envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, fundamentais 
para a afirmação de ações dinâmicas e consistentes. O Estatuto do Idoso cor-
robora os princípios que nortearam as discussões sobre os direitos humanos 
da pessoa idosa. Esses documentos representam uma conquista para a efeti-
vação dos direitos do idoso, especialmente por protegerem e formarem uma 
base para a reivindicação de atuação de todos (família, sociedade e Estado) 
no amparo e respeito aos idosos. O Estatuto do Idoso veio priorizar tanto o 
atendimento de um modo geral, como também daqueles que já apresentam 
algum grau de dependência. É com essas ações fundamentais de prevenção 
secundária, de reabilitação, de promoção da saúde, além do cuidado e do tra-
tamento, que é possível garantir melhor qualidade de vida para idosos na vida 
em família e em sociedade.
Políticas públicas de alimentação e nutrição182
Politicas_publ_alim_nutri.indb 182 16/01/17 16:21
O Estatuto do Idoso enfatiza a interface entre diferentes setores e o direito 
à saúde incorporando no artigo II o conceito de integralidade da atenção, afir-
mando que o idoso goza de todos os direitos inerentes à pessoa humana, inclu-
sive a preservação da saúde física e mental, além do aperfeiçoamento moral, 
intelectual, espiritual e social, com condições de liberdade e dignidade. É 
assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por meio do SUS, garantindo-
-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da
saúde (Art. 15). De forma coerente, o Estatuto do Idoso aborda a problemática
dos recursos humanos, apontando que as instituições de saúde devem atender
aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promo-
vendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação
a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (Art. 18). Ainda, o Estatuto
do Idoso recomenda a inserção, nos currículos dos diversos níveis de ensino
formal, de conteúdos relativos ao processo de envelhecimento, à eliminação
de preconceitos e à valorização social dos idosos (Art. 22).
A política nacional de saúde da pessoa idosa
A política nacional de saúde da pessoa idosa (PNSPI), instituída pela portaria 
2.528/GM de 19 de outubro de 2006, busca garantir a atenção adequada e 
digna para a população idosa brasileira, visando sua integração.
Nesta política, estão definidas as diretrizes norteadoras de todas as ações 
no setor de saúde e indicadas as responsabilidades institucionais para o al-
cance da proposta. Além disso, ela orienta o processo contínuo de avaliação 
que deve acompanhar seu desenvolvimento, considerando possíveis ajustes 
determinados pela prática. Sua implementação compreende a definição e/ou 
readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor da saúde, 
direta ou indiretamente relacionados com seu objeto.
A PNSPI tem por objetivo permitir um envelhecimento saudável, o que 
significa preservar a sua capacidade funcional, sua autonomia e manter o 
nível de qualidade de vida, em consonância com os princípios e diretrizes do 
Sistema Único de Saúde (SUS) que direcionam medidas individuais e cole-
tivas em todos os níveis de atenção à saúde.
São diretrizes norteadoras da Política Nacional de Saúde do Idoso:
 � Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
 � Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 183
Politicas_publ_alim_nutri.indb 183 16/01/17 16:21
 � Estímulo às ações intersetoriais, com vistas à integralidade da atenção;
 � Implantação de serviços de atenção domiciliar;
 � Acolhimento preferencial em unidades de saúde, com respeito ao critério 
de risco;
 � Provimento de recursos para assegurar qualidade da atenção à saúde da 
pessoa idosa;
 � Fortalecimento da participação social;
 � Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na 
área de saúde da pessoa idosa;
 � Divulgação e informação sobre a política nacional de saúde da pessoa 
idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
 � Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na 
atenção à saúde da pessoa idosa; e
 � Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
A PNSPI também aponta estratégias para:
 � Implantação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa;
 � Edição e distribuição do caderno de atenção básica – Envelhecimento e 
Saúde da Pessoa Idosa, nº 19;
 � Realização do Curso de Educação a Distância em Envelhecimento e Saúde 
da Pessoa Idosa – EAD;
 � Elaboração do Plano Integrado de Ações de Proteção à Pessoa Idosa 
SUAS-SUS;
 � Edição e distribuição do Guia Prático do Cuidador;
 � Criação e implantação do Plano Nacional de Formação de Cuidadores de 
IDOSOS Dependentes na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS);
 � Publicação da portaria sobre Prevenção e Cuidado à osteoporose e quedas 
(Portaria nº 3.213/GM de 20 dezembro de 2007);
 � Ampliação de acesso à consulta no Programa Olhar Brasil (Portaria n/33/
SAS de 23 de janeiro de 2008);
 � Fomento à pesquisa na área de Envelhecimento de Saúde da Pessoa Idosa;
 � Implementação do Programa de Internação Domiciliar; e
 � Fomento ao acesso e uso racional de medicamentos (Portaria nº 2.529/GM 
de 19 de outubro de 2006).
Políticas públicas de alimentação e nutrição184
Politicas_publ_alim_nutri.indb 184 16/01/17 16:21
1. De acordo com a Política Nacional 
de Saúde do Idoso, qual o principal 
problema de saúde que pode afetar 
o idoso? 
a) Doenças sexualmente transmis-
síveis. 
b) Perda de sua capacidade funcional. 
c) Insuficiência de recursos financeiros.
d) Condição de moradia.
e) Acesso ao transporte público. 
2. É diretriz da política nacional de 
saúde da pessoa idosa: 
a) Estimular apenas as ações especí-
ficas da saúde. 
b) Atenção única aos serviços de 
saúde de alta complexidade 
direcionados aos idosos. 
c) Divulgação e informação destinada 
prioritariamente aos gestores. 
d) Promoção de envelhecimento sau-
dável, de forma que a pessoa idosa 
sempre se mantenha sob a tutela 
de outra pessoa responsável. 
e) Estímulo à participação e fortale-
cimento do controle social. 
3. No ano de 2003, foi aprovado e 
sancionado o Estatuto do Idoso. O 
que isso significou, no âmbito das 
políticas públicas para os idosos? 
a) A articulação única de ações 
governamentais. 
b) Uma ampliação da resposta do 
Estado e da sociedade às necessi-
dades da população idosa. 
c) A definição de que a responsabi-
lidade pelas ações e serviços des-
tinados à pessoa idosa sejam de 
competência exclusiva da União. 
d) Uma definição dos direitos das 
pessoas com mais de 55 anos de 
idade. 
e) Uma manifestação unilateral do 
controle social do compromisso 
com os idosos. 
4. De acordo com a Política Nacional 
de Saúde do Idoso, qual o grande 
desafio para a atenção àsaúde no 
envelhecimento? 
a) As cardiopatias.
b) O envelhecimento populacional 
em condição de desigualdade 
social e de gênero. 
c) Os serviços de média e alta com-
plexidades. 
d) A inadequação de espaços físicos. 
e) A responsabilização dos gestores 
pela atenção à saúde da pessoa 
idosa. 
5. A proposta de envelhecimento ativo 
baseia-se: 
a) No reconhecimento dos direitos 
das pessoas idosas e nos princí-
pios de independência, partici-
pação, dignidade, assistência e 
autorrealização. 
b) Assegurar que os idosos façam as 
atividades do lar. 
c) Realizar a internação compulsória 
dos idosos em lares especializados.
d) d) Incluir os idosos em grupos 
comunitários. 
e) e) Na possibilidade de aumentar a 
idade para que a pessoa con-
quiste a aposentadoria. 
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 185
Politicas_publ_alim_nutri.indb 185 16/01/17 16:21
BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Manual técnico de promoção da saúde 
e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar. 3. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: 
ANS, 2009.
FERNANDES, M. T. O.; SOARES, S. M. O desenvolvimento de políticas públicas de 
atenção ao idoso no Brasil. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 
6, p. 1494-1502, 2012. 
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, 
formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. 2 v. Ebook.
Leituras recomendadas
Políticas públicas de alimentação e nutrição186
Politicas_publ_alim_nutri.indb 186 16/01/17 16:21
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