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Toxoplasma gondii - Toxoplasmose

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Toxoplasma gondii
· Ordem: Eucoccidiida
· Familia: Sarcocystidae
· Sub-familia: Toxoplasmatidae
· Gênero: Toxoplasma
· Espécie: Toxoplasma gondii
Essa parasitose possui distribuição geográfica mundial, com alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 80% da população em alguns países. No entanto, os casos da doença clínica são menos frequentes. 
FORMAS EVOLUTIVAS
O T. gondii pode ser encontrado em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos. O parasito apresenta uma morfologia múltipla, dependendo do hábitat e do estágio evolutivo. As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico são:
Taquizoítos: É a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, conhecida como a forma proliferativa ou forma livre. Forma de banana ou meia-lua, com uma das extremidades mais afilada e a outra arredondada, medindo cerca de 2 x 6μm, com o núcleo em posição mais ou menos central. É uma forma móvel, de multiplicação rápida (tachos = rápido), por um processo denominado endodiogenia. Os taquizoitos são pouco resistentes à ação do suco gástrico no qual são destruídos em pouco tempo. Entretanto, os taquizoítos têm a capacidade de penetrar na mucosa antes de sofrer ação do suco gástrico. 
 Bradzoíto: É a a forma que se encontra em alguns tecidos (musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, retina), geralmente durante a fase crônica da infecção, sendo também denominada cistozoíto (por formar cistos). Os bradizoítos se multiplicam lentamente (brady = lento) dentro do cisto. Os bradizoitos são muito mais resistentes a tripsina e à pepsina do que os taquizoítos e podem permanecer viáveis nos tecidos por vários anos. Apesar de serem mais frequentemente encontrados na fase crônica, em algumas cepas os bradizoítos podem ser encontrados na fase aguda da infecção. Os cistos, na verdade, corresponde a vários taquizoítos envoltos por uma membrana cística.
Oocisto: é a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às condições do meio ambiente. Os oocistos são produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados, ainda imaturos, junto com as fezes. Os oocistos são esféricos e, após esporulação e amadurecimento no meio ambiente, apresentam dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada.
- Taquizoíto e Bradizoíto (são as duas formas encontradas no homem) são morfologicamente semelhantes, havendo diferença apenas na localização do núcleo e diferenciação de algumas organelas. 
- Oocistos – é libera junto com o bolo fecal dos felídeos infectados pelo toxoplasma e é a forma de transmissão para a parasitose.
- Vácuolo parasitóforo é a vesícula formada logo após a invasão dos taquizoitos de maneira ativa nas células alvos
CICLO DO T. gondii
O ciclo do T gondii se da em duas fases:
Fase assexuada: nos linfonodos e outros tecidos (inclusive de gatos e outros felídeos)
Fase Sexuada ou Coccidiana: na célula do epitélio intestinal dos gatos jovens (e outros felídeos) não imunes.
CICLO NO GATO (FASE SEXUADA) - O gato vai se infectar ingerindo taquizoitos através do leite, bradzoito através da carne ou oocisto pela água ou por alimentos contaminados com oocistos maduros contendo bradzoitos dentro. O ciclo coccidiano ocorre somente nas células epiteliais, principalmente do intestino delgado de gato e de outros felídeos jovens. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase assexuada (merogonia) e outra sexuada (garnogonia) do parasito. Devido a esse fato, esses animais são considerados hospedeiros definitivos. Deste modo, um gato jovem e não imune, infectando-se oralmente por oocistos, cistos, desenvolverão ciclo sexuado. Esses cistos vão sofrer maturação e os bradzoítos ao penetrarem nas células do epitélio intestinal do gato sofrerão um processo de multiplicação por esquizogonia, dando origem a vários merozoítos. O conjunto desses merozoitas dentro do vacúolo parasitóforo da célula é denominado meronte ou esquizonte maduro. O rompimento das células libera os bradzoitos que irão infectar outras células até se transformarem em gametócitos masculinos e femininos. O Macrogameta permanece dentro da célula, enquanto as microgameta que são móveis sairão de suas células e irão fecundar o macrogameta, formando o ovo ou zigoto. Este evoluirá formando parede externa dupla, cistitica que confere reistencia, dando origem ao oocisto. Esta forma alcançará o meio exterior por meio das fezes dos gatos. 
CICLO NOS HUMANOS (FASE ASSEXUADA) – Um hospedeiro humano ingerindo oocistos maduros contendo esporozoitos em água ou cistos contendo bradzoitos em carne e alimentos mal passados. As formas de taquizoitos que não possuírem uma parede cística serão destruídas ao chegar no estômago. Cada bradzoito ou traquizoito que cair no estômago sofrerão mutação intracelular e podem infectar todas as células, exceto hemácias. A disseminação de taquizoitos de forma livre vai ser encontrada no sangue e na linfa circulante, que poderão provocar um quadro assintomático onde a gravidade vai depender das quantidades de formas infectantes adquiridas. Essa fase inicial da infecção – fase prolifera com taquizoitos no sangue, é sinal de fase aguda da doença. Nessa fase a evolução pode ir até a morte do hospedeiro, o que pode ocorrer facilmente com fetos ou em indivíduos com comprometimento imunológico, ou diminuir e cessar pelo aparecimento de resposta imune específica. 
Os processos de reprodução assuxuada são endodiogenia (processo de divisão assexuada na quais duas células filhas são formadas dentro de uma célula mãe) e endopoligenia (o mesmo processo, porém mais rápido e com maior formação de taquizoitos; como uma endodiogenia multipla). No ser humano, o parasita pode se localicar no sangua, na linfa, liquidos orgânicos, secreções, tecidos e encontramos taquizoitos no sangue na fase aguda e bradizoitos nos músculos durante a fase crônica. 
O bradizoito vai ser encontrado na fase crônica e ele continua se multiplicando, porém lentamente, por isso é considerado uma doença incurável porque uma vez no formato de bradzoito, os medicamentos não conseguem ter efetividade na destruição dessas células parasitárias e por isso não é possível definir a cura da toxoplasmose. 
· Fase aguda: corresponde a 2 a 4 meses com elevada parasitemia, na maioria dos casos o curso é benigno evoluindo para a cronicidade e nessa faz é possível ocorrer a transmissão vertical, tendo o caso da toxoplasmose congênita.
· Fase crônica: Na maioria das vezes é silenciosa, podendo ter uma reativação dos pseudocistos teciduais, então tudo vai depender da imunocompetência do hospedeiro. Sempre que ocorre uma queda brusca nos níveis dos anticorpos IgG1 e IgG3 específicos para o Toxaplasma gondii, é possível a reativação desses tecidos. 
TRANSMISSÃO
· Oral – Ingestão de traquizoitos, bradzoitos, oocistos, esporozoitos através de água e alimentos.
· Transmissão transplacentária – Ocorre quando os taquizoitos ultrapassam a barreira placentária e atinge o feto podendo ter múltiplos problemas no desenvolvimento
· Transfusão sanguínea; transplante de órgãos e acidentes laboratoriais são mais raros.
· Vias de transmissão sexual – ainda sem comprovação científica.
As respostas imunes de um hospedeiro a toxoplasmose são complexas e envolvem mecanismos humoral e celular.
· Imunidade humoral: a produção de imunoglobulinas da classe IgM aparece inicialmente (com pico em uma ou duas semanas, mas desaparece totalmente em 6 meses) seguida de IgG, após a infecção do hospedeiro. As imunoglobulinas da classe IgG podem ser detectadas pelas reações sorológicas dentro de oito a 12 dias após a infecção pelo T. gondii e permanecem por toda vida do paciente. A produção de IgM geralmente é de curta duração. A infecção, via oral, em alguns hospedeiros pode induzir formação de anticorpos IgA (ainda na primeira semana, mas continuando no soro por um curto período de tempo). A IgA é um marcador de fase aguda da toxoplasmose.
· Imunidade celular: Os taquizoítos estimulam os macrófagos a produzir interleucina (IL- 12) que por sua vez ativa ascélulas natural killer (NK) e células T para a produção do interferon-γ (IFN-γ) que são essenciais para a resistência. IFNy e o fator de necrose tumoral (TNF) agem sinergisticamente para mediar a morte dos taquizoitos pelos macrófagos.
Podemos observar um quadro de:
· Hepatoesplenomegalia – representado por uma hipertrofia e uma hiperplasia das células do sistema fagocitico mononuclear. Aumento da fosfatase alcalina, redução da bilirrubina e uréia.
· Adenomegalia – Aumento dos linfonodos diante dessa infecção sistêmicas. 
· Exantema Maculopapular – observado apenas em RN, representado por máculas e pápulas distribuídos pelo corpo com exceção do couro cabeludo, palma das mãos e palma dos pés. Geralmente o desfecho é fatal. 
Forma ganglionar ou febril aguda:
· É a forma mais frequente, encontrada tanto em crianças como em adultos.
· Há um comprometimento ganglionar (aumento dos gânglios), generalizado ou não, e febre alta.
· Outros sintomas: mialgias, perda do apetite.
· Duração de aproximadamente 1-2 semanas, estando a cura clínica associada a um resposta imune apropriada com formação de anticorpos específicos
· Após a cura da fase aguda, o paciente entra em fase crônica.
Toxoplasmose Cerebral 
· Fruto de uma reativação dos bradzoitos em taquizoitos após queda da resposta imune.
· Lesões necróticas exudativas
· Rompimentos de vasos
· Calcificações
· AVC hemorrágico
· Êmbolos
· DESFECHO FATAL
Toxoplasmose Ocular
· Aumento da pressão ocular, lesões em foco de roseta ou roda de carroça;
· Borda hiperpigmentada;
· Hiperemia da conjuntiva;
· Fotofobia
· É comum observar em exames de fundo de olho e diagnóstico rápido. 
Toxoplasmose Transplacentária
· Dependerá do trimestre gestacional; é fruto de uma infecção recente ou reativação de bradzoitos;
· 1º trimestre – é comum observar aborto, devido a intensa replicação celular e sistemas orgânicos
· 2º trimestre – pode ser observado aborto ou nascimento prematuro. A Síndrome de Sabin é comum observada no 2º trimestre com quadro de: Coriorretinite, calcificações cerebrais, retardamento psicomotor, micro e macrocefalia. 
· 3º trimestre – Observa-se normal e a doença surge dias/semanas após o nascimento. Então podemos observar: Adenomegalia; Hepatoesplenomegalia; Edema; Miocardite; Anemia; Trombocitopenia; Leões oculares. 
DIAGNÓSTICO
· Esfregaço do material centrifugado;
· Inoculação intraperitoneal;
· Pesquisa de DNA do parasito por PCR;
· Biópsia de Tecidos;
· Métodos de Imuno-histoquímica;
· Teste de corante ou reação de Sabin-feldman;
· Hemaglutinação indireta;
· Reação de imunofluorescência indireta;
· Técnicas de biologia molécular;
TRATAMENTO
A toxoplasmose é ainda uma doença considerada incurável devido a persistência dos cistos no tecido dos hospedeiros e a destruição dos bradzoitos. Os medicamentos utilizados agem apenas nas formas mais proliferativas que seriam os taquizoitos. É comum utilizar Pirimetamina + Sulfadiazina/Sulfadoxina para tratar a toxoplasmose em adultos diantes de lesões cerebrais e oculares. A Espiramicina + Sulfadiazina é utilizada para tratar a toxoplasmose transplacentária. A Espiramicina é recomendada isolada no 1 trimestre da gestação quando ainda não se tem a certeza da transmissão para o feto, já que esta não ultrapassa a barreira do feto, porém, com a certeza da infecção é comum associar com a Sulfadiazina.
O ácido folínico é recomendado utilizar junto com a Pirimetamina já que a mesma é recomendada utilizar por um período longo tornam-se tóxica. O ácido reduz o efeito da toxicidade do medicamento. 
Já a Predinisona é para o tratamento da toxoplasmose cerebral e também para as oculares, já que os outros medicamentos podem afetar o tecido, então a predisina reduz a resposta imune nesses locais mais sensíveis. 
PROFILAXIA
· Não se alimentar de carne crua ou mal cozida ou leite cru;
· Alimentar gatos com carne cozida ou seca/ ração de boa qualidade;
· Estruturação do sistema de saúde – diagnostico precoce pré-natal;
· Proteger as caixas de areia;
· Tratamento de grávidas;
· Controle da população de gatos;
Referências: 
 Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005.

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