Buscar

Obesidade e Resistência Insulínica


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Ana Luísa Rubim
obesidade e resistência insulínica
Os mecanismos para o desenvolvimento da resistência à insulina relacionados à obesidade são caracterizados por alterações em certas etapas na sinalização da insulina apresentando redução na concentração e atividade cinase do receptor IR, da fosforilação de tirosina em IRS-1 e IRS-2 e redução da atividade de PI3K. Entretanto a fosforilação de IRS-1 pode ser tanto em tirosina e subsequente fosforilação de PI3k como em resíduos de serina, onde algumas proteínas inflamatórias podem promover esta alteração e assim comprometer a atividade de PI3k e translocação do GLUT4 para a membrana plasmática.
Quando há excesso de ácidos graxos livres nas células (por maior aporte alimentar, por incremento na síntese intracelular ou por redução na β-oxidação mitocondrial deles), característico de obesidade por hipertrofia celular, esses AGL se ligam a um receptor chamado TLR- 4 (toll like receptor 4). Esse receptor está envolvido com a inflamação. Uma vez ativado, ele ativa uma proteína chamada JNK, que é uma serina cinase que interfere na via de sinalização da insulina. Por ser uma serina cinase, ao invés de fosforilar o aminoácido tirosina como ocorre fisiologicamente na via da insulina, a JNK vai fosforilar o aminoácido serina, interrompendo a via, de forma que que o IRS não é ativado e não exerce o seu papel nas ações seguintes, inclusive a translocação da GLUT4 para a membrana citoplasmática, resultando em prejuízo na entrada de glicose nas células. 
Outra via que também pode ser ativada pelo TLR-4 é a de ativação, pela JNK, da IKK (uma enzima cinase) que vai fosforilar a IKappa-β. Esta última está ligada a uma molécula chamada NFkB, fator de transcrição nuclear, que é responsável por induzir a produção de uma série de fatores pró-inflamátorios (dentre eles tem-se: TNF-alfa; COX2)
Além dessa via de produção de TINF-alfa, excesso de AGL estimula os adipócitos, sobretudo os viscerais, a aumentar de volume; atingido um certo volume crítico, os adipócitos liberam adipocinas. TNF-α e MCP-1 estimulam a migração de macrófagos que, por sua vez, produzem mais TNF-α que também inibem a ativação do IRS através da JNK e, assim, bloqueia a ação da insulina. 
Exercícios Físicos e a Resisistência Insulínica
O exercício físico reduz a expressão e/ou atividade de proteínas intracelulares de efeito negativo sobre a via de sinalização da insulina, por exemplo, PTP1B, JNK, IKK e iNOS, e com isso aumenta a sensibilidade à insulina e melhora a captação de glicose na obesidade. A melhora no metabolismo da glicose em indivíduos exercitados deve-se ainda ao efeito do exercício de aumentar a translocação do GLUT-4 por vias moleculares distintas, mediado por insulina (via IR/ IRSs/ PI3K/ Akt) e/ou via AMPK para a membrana do musculo esquelético, independente da perda de peso corporal.