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Bioquímica - Resumo da prova 2

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Principais produtos de excreção 
 
Produtos indesejáveis do metabolismo: Ureia, creatinina e 
ácido úrico. 
 
• Utilizados para avaliar a função renal. 
• 50% dos produtos de excreção do organismo são 
produtos nitrogenados. 
• A taxa de excreção do ácido úrico não é um parâmetro 
para avaliar o metabolismo renal. 
Balanço nitrogenado 
 
 
O metabolismo no estado fisiológico deve manter o “estado 
nitrogenado”, ou seja, todo nitrogênio que é ingerido serve 
para a síntese de aminoácidos não essenciais, tendo 
relação com a concentração 
de aminoácidos livres. 
Esses AA vão: formar proteína; serão excretados, 
degradados pela oxidação, ou seja, eles podem ser usados 
como fonte de energia por alguns tecidos ou podem 
produzir outras moléculas de origem não proteica, que não 
possuem ligação peptídica. 
Para ser proteína precisa formar um peptídeo, precisa ter 
ligação peptídica. 
A degradação de proteínas teciduais fornece aminoácidos 
livres. Por isso precisa haver uma taxa de equilíbrio. 
Causas de desequilíbrio: catabolismo acentuado, infecção 
bacteriana, treinamento de força, inanimação 
(Desnutrição). Podem levar a catabolismo e ter um número 
maior de aminoácidos livres. 
O ser humano não é capaz de fixar o nitrogênio. Para ser 
fixado precisa de unidades de carbono ligado a ele, e ele 
livre vai formar o íon amônia que é tóxico. O nitrogênio 
ajuda na eliminação de hidrogênios livres, agente 
tamponante na filtração renal, mas o excesso pode levar a 
intoxicação. Então esse balanço nitrogenado é importante. 
Fluxo do nitrogênio dos aminoácidos 
para a ureia 
 
 
Existe um fluxo 
que é 
relacionado a 
detoxificação 
do nitrogênio 
dos 
aminoácidos 
para compor 
uma molécula 
que é a ureia. 
 
Nitrogênio livre → amina livre (NH3) → amônia (NH4) 
→ íon amônia (NH4+). 
 
Enquanto tiver hidrogênio no meio, o nitrogênio é capaz de 
capitar, desestabilizando o pH do organismo. 
AA livre → transaminação → glutamato → 
desaminado → amônia. 
 
Todo AA livre, fruto do excesso da dieta, da degradação de 
proteínas, vai sofrer transaminação, será transformado em 
um único AA, o glutamato. Ele é o único AA que pode ser 
desaminado (tirar a amina) pela ação da glutamato 
desidrogenase (GDH). A retirada do grupamento amina 
forma a amônia e ela é um dos componentes nitrogenados 
da ureia que contém 2 produtos nitrogenado que podem vir 
diretamente do aspartato ou o glutamato é transaminado 
em aspartato. As transaminases ALT e AST, enzimas 
hepáticas, realizam essa reação de transaminação, que 
acontece com exclusividade nos hepatócitos. 
 
 
 
Metabolismo renal 
 2 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Destinos do nitrogênio 
Amônia: tóxica. 
Tecidos extra-hepáticos: 
➢ Amônia + glutamato → glutamina 
➢ Glutamina sintetase. 
Fígado: 
➢ Glutamina → Glutamato + NH4 
➢ Ciclo da ureia 
 
Como a amônia é, nos tecidos extra hepático que tem 
glutamina sintetase, há a possibilidade de conjugar a 
amônia ao glutamato formando glutamina, que é o único 
AA que tem 2 compostos nitrogenados, ou seja, tem 2 
aminas derivada do glutamato que tem só 1. O fígado 
consegue retirar os compostos nitrogenados tanto da 
glutamina quanto do glutamato e iniciar a síntese da ureia. 
A diferença do glutamato para a glutamina, é que a 
glutamina consegue ligar as unidades do carbono do 
aminoácido a duas aminas. 
Essa glutamina vai ser encaminhada para o fígado e será 
usada como: reservatório nas células neuronais para a 
liberação de glutamato (neurotransmissor), nos enterócitos 
é usada como uma das principais fontes de energia, mas 
nas células hepáticas e musculares a glutamina não tem 
atividade bioquímica estabelecida. 
No fígado: Glutamina → ação da glutaminase → glutamato 
(e NH4+) → ação da GDH → Cetoácido (e NH4+) 
Catabolismo de aminoácidos 
 
Aminoácidos: carbono alfa, uma carboxila, um grupamento 
amino, um hidrogênio e a cadeia lateral ou radical, isso é o 
que vai diferenciar os 20 tipos de aminoácidos. 
A GDH faz a reação de desaminação, separando a parte 
carbônica do grupamento nitrogenado que tem como 
destino o ciclo da ureia. O esqueleto carbônico, tem 
hidrogênio, tem oxigênio, então, ele pode ser usado como 
fonte de energia, ciclo de Krebs. Essa 
molécula é a ALFA CETOÁCIDO que são intermediários de 
ciclos energéticos. Toda vez que o ciclo de Krebs está 
completando uma volta ele está produzindo 8 
intermediários que pode oferecer o esqueleto carbônico 
para a síntese de AA. 
Ex.: O piruvato é o produto final de degradação da via 
glicolítica, é um cetoácido, pode ser usado sozinho como 
fonte de energia (só carbono, oxigênio e hidrogênio) ou 
pode ser associada a um grupamento nitrogenado, se 
transformando na ALANINA. Já o aspartato, o cetoácido 
dele é o oxalacetato, ou seja, todos os intermediários do 
ciclo de Krebs e alguns produtos finais de degradação 
podem continuar sendo degradados ou formarem 
aminoácidos. 
Transaminação 
 
Reação de transaminação, reação de transferência, 
catalisada pelas enzimas aminotransferases/ transaminases 
(AST e ALT). O objetivo dessa reação é produzir ácido 
glutâmico e diversos alfa-cetoácidos. 
O alfa-cetoglutarato é uma molécula advinda do ciclo de 
Krebs, ele vai receber um produto nitrogenado de qualquer 
aminoácido e vai formar o glutamato. E a molécula que 
sobrou é um outro cetoácido, mas não sabemos qual é, 
porque depende do radical. 
A reação de transaminação serve para síntese de um novo 
aminoácido. As reações de desaminação (realizada pela 
GDH) servem para formar ureia porque está tirando um 
grupamento nitrogenado e não está acoplando outro 
cetoácido. 
 
Em cima tem os cetoácidos e embaixo tem o aminoácido. 
Quem faz essa reação são as transaminases TGO E TGP. E a 
única que consegue retirar do glutamato o composto 
nitrogenado é a GDH. Essa reação é a de desaminação. 
OBS.: A glutamina é um AA para nutrição dos enterócitos, 
mas se a pessoa tiver alguma célula neoplásica ou se 
houver alguma infecção bacteriana, estaria ofertando 
substrato rápido para a célula neoplásica se desenvolver e 
na infecção bacteriana pode proliferar acentuadamente 
essas bactérias. 
1 
2 
 3 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
1 - Reações de transaminação que estão acontecendo de 
cima pra baixo, do cetoácido para o aminoácido. 
2 - desaminação a partir apenas do glutamato, a única 
reação que pode acontecer inversa. 
 
As transaminases necessitam do cofator essencial, o 
pirodoxal fosfato ou PLP, um metabólito ativo da vitamina B6. 
As transaminases caracterizam-se como enzimas hepáticas 
porque o fígado é o grande reservatório de vitaminas do 
complexo B, que ativa a PLP, por isso a ação das 
transaminases vai ser mais eficiente nos hepatócitos. Porém, 
as transaminases estão distribuídas na maioria dos tecidos, 
muscular, esquelético, músculo cardíaco, músculo liso, mas 
têm baixa atividade catalítica devido a deficiência do 
cofator (vitamina B6). 
 
A maior parte das reações de desaminação são precedidas 
por uma transaminação. 
Desaminação (glutamato desidrogenase) 
 
A GDH ela é uma enzima alostérica, pode ter a sua 
atividade catalítica regulada por produtos celulares. Ela é 
inibida (efetor alostérico negativo) pelo GTP que é um 
equivalente ao ATP, e é estimulada (efetor alostérico 
positivo) pela deficiência de energia representada pelo 
ADP. Se é bicicleta de Krebs, toda vez que houver uma 
desaminação (atividade catalítica da glutamato 
desidrogenase) vai produzir um cetoácido e ele será usado 
no ciclo de Krebs. Só que o ciclo de Krebs não acontece 
aleatoriamente só porque tem AAs disponíveis para serem 
usados como fonte de energia, ele vai ser regulado 
alostericamente, desregulada apenas em células 
neoplásicas. 
 
 
 
 
Ciclo da ureiaNH4+ + CO2 → 
carbomoil fosfato → 
carbomoil fosfato + 
bicarbonato → 
citrulina → citrulina + 
aspartato → 
argininossuccinato 
→ fumarato + 
arginina → arginina 
+ H2O → ornitina 
A síntese de ureia só acontece no hepatócito!! Quando 
acontece a desaminação do glutamato, no hepatócito, fica 
com a amônia livre. Amônia livre na matriz mitocondrial, na 
presença de CO2, vai formar a carbamoil fosfato. Esse 
produto vai ser conjugado com outras moléculas como 
bicarbonato e vai formar a citrulina. A citrulina é jogada no 
citosol, por um transportador específico, onde é conjugada 
com o grupamento nitrogenado que vem do aspartato 
(fruto do ciclo de Krebs ou da dieta), formando o 
arginosuccinato, que é uma molécula comum tanto do 
ciclo da ureia quanto do ciclo de Krebs. Ela é o eixo da 
bicicleta, isso porque ela é sintetizada por produtos que 
vieram do ciclo da ureia e de um AA que veio de fora. E 
quando ela é degradada ela vai também fornecer substrato 
simultaneamente para o ciclo de Krebs (fumarato e malato) 
e substrato para o ciclo da ureia (Arginina). 
O fumarato e malato são duas moléculas usadas no ciclo de 
Krebs, são isômeros, então uma é transformada em outra, 
sendo que uma consegue atravessar a matriz mitocondrial 
enquanto a outra não consegue. 
Arginina é hidratada por uma enzima e forma uma molécula 
chamada ornitina. Por um transportador, a ornitina entra na 
mitocôndria e se conjuga com o produto inicial formado 
pela amônia e regenera a citrulina, dando seguimento ao 
ciclo. 
Então, o mais importante é sabermos que esse ciclo se inicia 
a partir da amina e que ele tem essa relação intima com o 
ciclo de Krebs. 
 
 4 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
 
Sobre as imagens ela repetiu todo o ciclo. 
Bicicleta de KREBS 
 
Sobre esse ciclo, já foram identificadas deficiências em 
todas as enzimas que participam dele além dos 
transportadores mitocondriais. São deficiências de baixa 
prevalência (autossômicas recessivas) e essas doenças 
genéticas o indivíduo fica com comprometimento severo 
devido aos níveis aumentados de amônia, são indivíduos 
que pouco chegam à vida adulta. 
O único tratamento que tem é retirar proteína da dieta, só 
que ainda assim, tem as proteínas teciduais que faz o 
indivíduo formar amônia. 
Lembra que a TGO é uma enzima que está presente na 
mitocôndria, justamente para realizar a reação de 
transaminação. 
Deficiência enzimática 
Todas as enzimas e os transportadores que tiram a citrulina 
da mitocôndria e o que leva a ornitina para a mitocôndria 
já foi encontrada a deficiência. 
• Deficiência ornitinatranscarbamilase. 
• Deficiência argininosuccinatosintetase e liase. 
• Deficiência de arginase. 
• Deficiência carbamilfosfatosintetase. 
• N-acetil – sintetase deficiência de glutamato. 
• Deficiência do transportador mitocondrial de ornitina. 
 Baixa prevalência, mas o paciente tem um 
comprometimento grave, até cognitivo, motor, devido à 
grande toxicidade exercida pela amônia. 
 Dieta restritiva. 
 O diagnóstico é sugerido por hiperamonemia, glutamina 
plasmática elevada e níveis de citrulina baixos. 
Síntese de creatinina 
A concentração de creatinina é afetada por: idade, sexo, 
exercício físico, dieta e certas drogas. 
A ureia é livremente filtrada no glomérulo, mas tem uma 
taxa de secreção e reabsorção tubular relacionada a 
diurese. Portanto, não é um marcador bioquímico isolado 
fidedigno da taxa de filtração glomerular. Mas a ureia 
relacionada com a creatinina traz então uma relação 
importante de quando é que existe uma relação desses 
marcadores com a função pré renal ou pós renal. 
 
Arginina + glicina → guanidinoacetato → creatina 
A síntese de creatina acontece pela condensação da 
arginina com a glicina. Então, uma molécula de arginina se 
junta com uma de glicina e forma o Guanidinoacetato e ele 
é metilada a creatina. A creatina é um reservatório de 
unidades de fosfato que através de uma reação enzimática 
da creatinoquinase (CK) que fará a retirada e acoplamento 
de unidades de fosfato da creatina pra síntese de ATP 
imediata no tecido muscular. Quando, por algum motivo, a 
CK perde a capacidade de agir sobre a molécula de 
creatina ou creatina fosfato, elas são desidratadas 
formando um produto de excreta chamada creatinina. 
Ainda não definido pela literatura porque a creatina 
quinase perde a capacidade de tirar ou colocar fosfato na 
creatina. 
 
Todo mundo sintetiza creatinina porque a taxa de produção 
de creatinina é constante e tem uma relação com nossa 
massa muscular. 
Metionina → homocisteína + metila → metila + 
guanidinoacetato → creatina 
A molécula de metionina vai doar unidades de metila, 
quando isso acontece sobra a homocisteína, e a metila 
doada vai ser transferida para o guanidinocetato, através 
da enzima guanidilmetidiltransferase, para formar a 
creatina. 
Se olharmos a creatina ela tem uma outra unidade de metila 
que foi fornecida pela reação da metidiltransferase que 
 5 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
veio pela metionina. (?) A metila vai ser importante para 
garantir que haja uma capacidade de atração da unidade 
de fosfato para essa molécula. 
Métodos bioquímicos 
Creatinina 
A depuração de creatinina: 
Como se efetua o teste? 
• Urina de 24hrs (dosagem e volume). 
• Dosagem de creatinina sérica. 
Creatinina é derivada da desidratação da 
creatina/fosfocreatina. Tem taxa de produção constante e 
é relacionada a massa muscular. Quando se fala em 
analisar os valores de creatinina, eles tendem a zero no 
plasma. Tudo o que é produzido é eliminado porque ela é 
filtrada livremente e não é reabsorvida, por isso que é 
padrão ouro para avaliar a TFG. 
Quando tem a creatinina aumentada no plasma, quer dizer 
que tem uma redução da TFG e a reação da creatinina é 
proporcional a TFG. Tanto que a depuração/clearence de 
creatinina ao longo de 24hrs é justamente o teste que vai 
determinar a TFG. No momento que começa a cair a TFG a 
creatinina não se eleva instantaneamente, só começa a 
dobrar/triplicar no plasma, quando já houver 
comprometimento da TFG. 
Ex.: se um paciente tem uma creatinina de 0,3 e o valor de 
referência é 0 a 1 mg/dL. A vida toda foi 0,3 e o paciente 
não tem nenhum tipo de doença renal. Mas de um ano 
para o outro a creatinina mudou de 0,3 para 1. Embora 
esteja dentro do valor de referência, esse dado traz 
informações muito importantes porque houve uma 
triplicação dos níveis normais de creatinina – essa situação 
é para uma paciente mulher, que não malha. 
Ex.: aqueles pacientes que são fisiculturistas tem a creatinina 
normal de 2,5 a 3, porque o índice de massa muscular 
desses indivíduos é aumentadíssimo. Então, essa creatina 
com esse valor é fisiológica para essas pessoas. 
Depuração: (volume urinário X crea. mg/dL na urina de 
24hrs) / (creatinina plasmática) 
Ref: homens 90 a 139 mL/min; mulheres 80 a 125 mL/min. 
Diminui a partir dos 20 anos. 
A creatinina dosada na urina de 24 horas dividido pela 
creatinina plasmática, ou seja, o tanto que foi produzido em 
um determinado volume de urina e que tanto ficou. Ela é em 
média de 120 a 130 mL por minuto. 
A depuração da creatinina pode cair ao decorrer da idade 
avançada. Idosos tem o volume hídrico no metabolismo 
diminuído e então a taxa de filtração glomerular vai cair. 
Pode-se calcular a depuração renal sem urina de 24h. O 
cálculo do clearence estimado faz para triagem antes de 
submeter o paciente a urina de 24 horas. 
 
Explicação da fórmula da imagem: o 140 seria o máximo da 
taxa de filtração glomerular de mL/minuto. Pega esse 140 e 
diminui da idade que o paciente tem e multiplica pelo peso 
do indivíduo. Depois você divide pela creatinina sérica 
menos o mínimo da taxa de depuração de mL/minuto. 
Cistatina c 
É uma proteína inibidora da proteinase (degradação) da 
cisteina (moléculaque enovela o DNA, RNA das células) e 
apresenta propriedades interessantes: tem baixo peso 
molecular (13kDa com 122 aminoácidos), por isso é 
livremente filtrada pelos glomérulos. Sintetizada por um gene 
expresso em todas as células nucleares e tem ritmo 
constante de produção. 
Metodologias atuais: imunoensaios, hemogêneos 
automatizados, utilizando partículas de látex ou poliestireno 
ligadas a anticorpos monoclonais específicos contra 
cistatina C. 
Relação da ureia sobre a creatinina: ureia/creatinina > ou = 
a 40. Creatinina de < ou = a 40, esse indivíduo tem problema 
renal. 
É possível dosar ela tanto no plasma quanto na urina. 
Lembrando que não é para encontrar ela no plasma, ela 
tem que tender a 0 no plasma, e também não é para 
encontrar ela na urina. Isso porque no momento que ela 
passa pelos túbulos, ela é completamente degradada, 
então se ela for encontrada na urina, é possível relacionar 
esse evento à doença tubular. Ou seja, se ela ficou no 
plasma, significa que ela não foi filtrada, aí seria doença 
glomerular. 
Proteinúria 
Aumento da excreção urinária de proteína, causado por: 
1. Aumento no sangue filtrado; 
2. Aumento na concentração circulante de proteínas de 
baixo peso molecular; 
3. Redução na capacidade de absorção e/ou reabsorção 
renal; 
A proteinúria acima de 300 mg/dia geralmente é patológica 
e é um importante marcador para dizer a progressão da 
insuficiência renal. Além do que a própria presença da 
proteína no lúmen vai levar a desencadear fatores pró-
inflamatórios. 
 
 6 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Os tipos de proteinúria podem ser funcionais ou patológicas. 
E sendo funcional ela não tem relação inicialmente 
patológica. Quando se fala em rabdomiólise, o problema é 
a grande quantidade de mioglobina que é liberada para a 
corrente sanguínea. Ou seja, o indivíduo acometido por essa 
doença tem um excesso de proteína de baixo peso 
molecular sendo filtrada (é uma proteinúria funcional). Só 
que a grande concentração de proteína no lúmen é um 
fator inflamatório POTENTE capaz de levar a uma 
insuficiência renal aguda em 24 a 48 horas se esse paciente 
não for hidratado. Quando ela é patológica precisa saber se 
a origem é pré-renal ou renal ou pós-renal. 
TIPOS DE PROTEINÚ RIA : 
Glomerular: geralmente a albumina, tipo mais comum e 
mais grave, caracterizado pelo aumento da 
permeabilidade glomerular. Ajuda como teste de 
prognóstico de paciente com IRA, denunciando algum 
déficit de filtração, alteração da carga da membrana basal. 
Funcional: forma de proteinúria glomerular causada por 
mudança do fluxo sanguíneo através dos glomérulos. Está 
associada a exercício, febre, frio, ICC, hipertensão, 
aterosclerose; 
Tubular: geralmente são proteínas de baixo peso molecular; 
De sobrecarga: concentração aumentada no plasma de 
uma proteína de baixo peso molecular anormal (cadeias 
leves de imunoglobulinas), inclui hemoglobinúria, 
mioglobinúria, proteinúria de Bence Jones. 
Pós-renal: secreção anormal de proteína no trato urinário 
posterior aos rins, e geralmente por inflamação ou 
malignidade. 
DETERMINAÇÃO DA PROTE ÍNA TOTAL NA URINA : 
Coletada por um período de tempo: 
• 4, 8 e 12h – para monitoramento 
• 24h – maioria dos casos 
• Amostra da primeira urina do dia. 
A. Teste em tira de papel a partir de indicadores 
tamponados (semi-quantitativo) – teste da fita reagente. 
Ele não consegue nos dizer o que é albumina e globulina. 
Quem ajuda a determinar de maneira quantitativa é o: 
biureto. 
B. Método do biureto aplicado a proteína precipitada com 
ácido ou por filtração em membrana (quantitativo). 
C. Métodos turbidimétricos e de ligação a corante 
(vermelho de pirogalol, Ponceau S, CCB) (quantitativo). 
D. Eletroforese – determina o tipo de proteína. 
 
 
A fita reagente é apenas uma triagem, ou seja, encontrar 
proteinúria na fita reagente. 
A proteinúria na urina tem um valor de referência de < 150, 
e tem lugar que fala que é patológica acima de 300mg/dl 
e outros acima de 500. E > 3g de proteína na urina de 24 hrs, 
é sinal patognomônico de síndrome nefrótica. 
MICROALBU MIN Ú RIA: 
A microalbuminúria é definida com a presença de 30 a 300 
mg de albumina na urina de 24 horas, ou uma taxa de 
excreção de 20 a 200 micrograma de albumina por minuto, 
em uma única diurese, em um único sumário de urina por 
exemplo. É quantitativa também e mais sensível que a 
proteinúria. É um marcador mais precoce. Consegue 
identificar que há uma taxa de filtração de micrograma por 
minuto. 
O mecanismo fisiopatológico que explicaria a 
microalbuminuria está embasado em um processo 
inflamatório sistêmico que levaria a uma disfunção 
endotelial e um aumento da permeabilidade capilar. É mais 
sensível para determinar essa inflamação. 
A metodologia mais utilizada na pratica laboratorial para a 
dosagem da microalbuminúria é a imunométrica 
(nefelometria ou turbidimetria). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Integração do metabolismo 
glicose/ácidos graxos 
Introdução – glicólise 
• Via metabólica onde a glicose é convertida a piruvato. 
• Produção líquida de 2 moléculas de ATP 
• Oxidação completa: 32 ATP/glicose 
• Produção de duas moléculas de NADH H+ 
• TODAS as reações são mediadas por enzimas. 
É uma via bioquímica extremamente simples que acontece 
em todas as nossas células onde a glicose é convertida a 
duas moléculas de piruvato. Essa via bioquímica acontece 
em 10 reações citoplasmáticas. 
É também chamada de etapa anaeróbica da glicólise. 
Essa produção líquida, o saldo positivo em números de ATP 
não é grande, são de apenas 2 moléculas de ATP. Todavia, 
muitos tecidos utilizam de maneira prioritária via glicolítica 
para que garanta uma produção rápida de glicose, isso 
acontece em algumas fibras, no tecido muscular, fibras 
rápidas, no tecido nervoso que precisa de energia imediata, 
acontece nas hemácias que não tem capacidade de 
realizar a oxidação completa da glicose pela ausência de 
mitocôndrias. Portanto, a via glicolítica é essencial em 
algumas células. Depois, quando se concretiza toda a 
cadeia respiratória a possibilidade de um número muito 
maior de ATP por cada molécula de glicose. 
Existe uma produção de NADH reduzido que vai ser 
importante para a cadeia respiratória. 
Todas as reações que acontecem dependem de uma 
reação enzimática. 
Metabolismo da glicose nos eritrócitos 
A glicose entra nas 
células a depender do 
tipo de transportador 
de glicose que existe 
em cada uma da 
célula. 
Existem 5 tipos de 
GLUTs que tem o 
mecanismo de ação elucidado, já há evidências de possibilidade 
de mais tipos de GLUTs, e eles vão ter uma relação ou não com 
a insulina. 
São proteínas transportadoras de glicose e vão transportar a 
glicose sempre a favor do gradiente de concentração. 
O GLUT1, presente nos eritrócitos, transporta a glicose de 
maneira independente da insulina. Não há dependência porque 
a proteína já está fusionada as membranas e ela é capaz de 
transportar a glicose, inclusive, de maneira bidirecional. Se todo 
o GLUT é capaz de fazer o transporte bidirecional, existe uma 
relação bastante significativa, que toda vez que uma molécula 
de glicose entra numa célula ela tem que ser fosforilada o mais 
rápido possível, porque a fosforilação da glicose é o que vai 
impedir o bidirecionamento no GLUT, porque a ligação com o 
fosfato não é reconhecida pela molécula de GLUT e se não 
reconhecida, a glicose não é devolvida para o plasma. Se a 
glicose fica livre, ela pode ser devolvida para o plasma. 
Quem faz a primeira reação é a primeira enzima da via 
glicolítica. Isso mostra a importância significativa para que essa 
via bioquímica seja regulada através de fatores que levam ao 
equilíbrio da via glicolítica. 
Metabolismo da glicose nas 
célulasdo tecido nervoso 
Se observa no tecido 
nervoso que algumas tem 
o GLUT 1, mas também 
tem o GLUT3 
Além da relação do 
GLUT, há um 
direcionamento 
metabólico para cada 
tipo de tecido na utilização da glicose. Então cada tecido utiliza 
a glicose de maneira diferente. 
Nos eritrócitos, a principal função da glicose é a produção do 
lactato e desviar a glicose 6 fosfato para a produção da pentose 
fosfato que é o açúcar importante dos eritrócitos. 
Já no tecido nervoso, a via glicolítica tem um direcionamento 
metabólico que é a oxidação completa da glicose, ciclo de Krebs 
e cadeia respiratória, por ser um tecido que exige uma 
intensidade metabólica em número de mols de ATP elevado. 
Tem o desvio metabólico para a via das pentoses, mas o objetivo 
não é produzir a pentose, mas sim produzir o intermediário 
dessa via que funciona quase como uma molécula transmissora 
que é o NADPH. 
Metabolismo da glicose nas 
células do tecido adiposo 
No tecido adiposo e 
muscular, o GLUT 
presente é o GLUT4 e 
esse depende da 
insulina para ser 
fusionado na 
membrana, porque a 
insulina consegue 
transportar e acoplar 
esse transportador na 
membrana e garantir a entrada de glicose nessas células. 
Nessas células, pode haver o desvio da glicose 6 fosfato para a 
reserva de glicogênio hepático, mas o maior direcionamento é a 
produção de acetil CoA para levar a produção de gordura. Ou 
Regulação da glicólise 
 8 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
seja, quanto mais glicose os adipócitos absorverem, mais ácidos 
graxos serão sintetizados. 
Metabolismo da glicose nas células do 
tecido muscular cardíaco 
No tecido muscular, 
também há presença do 
GLUT4, onde a 
sinalização da insulina é 
necessária. Vai haver 
também o 
direcionamento da 
glicose 6 fosfato para a 
síntese de glicogênio, a depender da demanda o piruvato pode 
ser reduzido a lactato principalmente nas fibras glicolíticas 
rápidas ou numa atividade física extensa ou numa presença de 
isquemia. Mas, o maior direcionamento é para o ciclo de Krebs, 
para atingir uma demanda energética necessária para o tecido 
que é um número grande de mols/ ATP. 
Ações da insulina 
 
A insulina se liga ao seu receptor que é autocatalítico, também 
chamado de receptor enzimático. Esse receptor tem uma 
subunidade proteica extracelular e outra intracelular. A parte 
intracelular está ligado a uma enzima tirosina quinase. Como 
toda quinase, ela tem que ser fosforilada para ser ativada. 
Quando a insulina se liga ao seu receptor, ela desencadeia essa 
ação intracelular de fosforilação das quinases, e as quinases 
fosforiladas (são chamadas de IRS - substratos do receptor de 
insulina), passam a ser ativadas. 
Segundos mensageiros são ativados numa cascata de 
sinalização intracelular e múltiplas atividades vão acontecer, 
uma delas é a atividade de transporte do GLUT fusionado na 
membrana para ser capaz de captar as moléculas de glicose. 
Esses segundos mensageiros também tem a atividade de ativar 
ou inibir enzimas citosólicas, enzimas essas que são capazes de 
regular o metabolismo glicolítico. Então a ativação do receptor 
de insulina é capaz de promover múltiplas atividades, uma 
delas é auxiliar no transporte de glicose, mas tem a atividade 
de ativar e inibir enzimas, inclusive enzimas da via glicolítica, 
da síntese de glicogênio. Além disso, eles (segundos 
mensageiros) também são capazes de atuar como fatores 
transcricionais, promovendo a síntese de proteínas e até a 
diferenciação de células. 
Então, a insulina é um hormônio de atividade bioquímica muito 
ampla, portanto as células que tem GLUT1, GLUT 2, GLUT3 e 
GLUT5, também dependem da ação da insulina, dessas outras 
ações intracelulares que não estão associadas a atividade de 
transporte. Por isso que a insulina age no sistema nervoso, nas 
células hepáticas, nos enterócitos. 
Então a ação da insulina é muito mais ampla do que apenas nas 
células adiposas e nos miócitos, e é muito importante entender 
essa amplitude para entender como o metabolismo de 
carboidratos e ácidos graxos fica comprometido quando não há 
possibilidade da atividade da insulina sobre o seu receptor, seja 
por ausência da molécula ou resistência. 
Via glicolítica 
É uma via que consiste em 
10 reações citoplasmáticas 
que se destinam em formar 
1 molécula de glicose em 2 
de piruvato que podem ter 
destinos diferentes. Destas 
10 reações, na imagem tem 
apenas 3 (1º, 3º e 10º). São 
reações 
limitantes/irreversíveis/ 
reguladas do metabolismo 
de glicose. As outras 7 se 
destinam apenas a 
transformar os 
intermediários 
 
Primeira reação/hexoquinase 
A glicose entra na 
célula pelos 
diferentes tipos de 
GLUT e sofre a ação 
de uma enzima 
chamada de 
hexoquinase que 
transforma a glicose 
em glicose 6 fosfato. 
Se é uma quinase, é 
uma enzima que vai 
promover 
fosforilação. É uma enzima que é regulada pela concentração do 
próprio produto. Então a concentração de glicose 6 fosfato, vai 
ter um mecanismo regulatório para agir sobre a ação da enzima, 
podendo inibir a enzima. 
No nosso organismo, essa enzima tem diferentes isoformas. As 
isoformas diferentes dessa molécula, vão caracterizar a 
capacidade dessa molécula de captar ou não a glicose para as 
nossas células. Sendo os GLUTs bidirecionais, porque sempre 
vão agir em favor do gradiente de concentração de glicose, então 
o GLUT já faz o primeiro mecanismo regulatório da absorção de 
glicose para as nossas células e é importante pensar que esse 
mecanismo seja regulado porque a glicose só permanece na 
célula se tiver fosforilada. Se não tiver fosforilada, o GLUT é 
bidirecional. Isso é importante porque se o excesso de glicose do 
lado de fora da célula gera uma patologia com várias 
consequências vasculares, para o metabolismo que é o diabetes, 
 9 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
se o nosso organismo fosse capaz de reter excesso de glicose não 
utilizada dentro das células, isso levaria a um dano celular 
irreparável. 
A presença de glicose em excesso dentro de células leva a um 
dano no aparato celular muito mais rápido do que a 
hiperglicemia causa. Então pode imaginar que a atividade 
dessa enzima deve ser regulada. Então primeiro mecanismo de 
regulação: enzima regulada pela concentração do produto. A 
insulina é capaz de agir sobre os fatores de transcrição da 
hexoquinase. 
• Existem 4 tipos de hexoquinases (isoenzimas) 
• Tipo I, II e III – Enzima não-específica: D-manores, D-
frutose 
• Tipo IV – GLICOCINASE – específica para a glicose: 
Aumento do KM 
• Regulada pelo próprio produto (GEP) 
As isoenzimas do tipo I, II e III estão amplamente distribuídas 
e podem agir tanto pela glicose quanto pelos monossacarídeos. 
A isoforma do tipo IV, além e ser especifica pela glicose, tem o 
maior Km e, também, está presente apenas nos hepatócitos. Se 
a enzima tem o Km elevado, quer dizer que ela tem uma menor 
afinidade pelo seu substrato, então precisa concentrar muita 
glicose para que ela consiga ativar seu mecanismo de ação. Por 
isso que o fígado é um tecido que vai utilizar como fonte 
prioritária de energia, os ácidos graxos, ao invés de utilizar a 
glicose. Porque o fígado permite que os níveis de glicose 
ultrapassem por ele e não fique retido, porque a glicose não vai 
ser fosforilada como nos outros tecidos. 
Terceira reação/fosfofrutoquinase 1 
As três reações 
principais, aqui 
faladas são 
irreversíveis, 
limitantes, 
regulatórias. 
Na segunda reação, 
ela se destina a 
isomeria e é 
reversível. Ela 
transforma a 
glicose 6 fosfato, da 
primeira reação, em frutose. 
A terceira reação se destina a formar frutose 6 fosfato em 
frutose 1,6 bifosfato. Para conseguir visualizar o que vai 
acontecer, no final da via glicolítica tem a glicose que é uma 
molécula com 6 carbonos, no final tem 2 piruvatos que sãoduas 
moléculas com 3 carbonos. Para que isso aconteça, essas 10 
reações precisam clivar a molécula sem que haja dissipação de 
energia. Se quebrasse a glicose no meio ia ter uma dissipação 
de energia muito grande, por isso que tem que ocorrer essas 
etapas. A primeira coisa que vai acontecer é: para a glicose 
permanecer na célula, ela precisou ser fosforilada. 
Como que cliva a molécula que tem um fosfato de um lado e não 
tem do outro? Então a bifosfatação nessa terceira reação é muito 
importante, porque ela vai equilibrar a eletronegatividade da 
molécula, acoplando o fosfato no carbono 1. Então tem a 
molécula de glicose, que já estava fosforilada de um lado, foi 
transformada em frutose fosfato e na terceira reação, se 
equilibra porque está preparando para realizar de maneira que 
não se dissipe energia a clivagem do fosfato, então ocorre a 
bifosfatação, formando frutose 1,6 bifosfato. 
A primeira reação de formação da glicose 6 
fosfato é denominada de reação de 
manutenção, de permanência da molécula de 
glicose dentro da célula. Porque a ligação com 
o fosfato vai impedir que o GLUT jogue essa 
glicose de volta para o meio. 
Essa terceira reação é denominada de reação 
de comprometimento com a via glicolítica. Até 
a segunda reação, porque ela é reversível e a primeira tem 
enzimas que podem retirar o fosfato e devolver a glicose para o 
meio, é uma reação que pode devolver a molécula de glicose 
através de mecanismos. Mas a terceira reação é chamada de 
comprometimento, onde a bifosfatação vai garantir a ocorrência 
da glicose. 
Ela é chamada de reação de comprometimento, porque a 
frutose1,6 bifosfato não volta a ser a mesma molécula de glicose. 
Essa reação acontece pela ação de uma enzima chamada de 
fosfofrutoquinase1, enzima regulatória é uma enzima 
alostérica. Os efetores alostéricos dessa enzima positivo é o 
AMPc, representando o déficit de energia na célula e um 
produto, chamado de frutose 2,6 bifosfato, produto semelhante 
ao que ela vai produzir. Mas um produto que é fruto de enzima 
que é uma isoforma dela que é a frutose fosfofrutoquinase 2. 
• Resumindo: 
A fosfofrutoquinase 1, enzima alostérica, que vai ter como efetor 
alostérico positivo o AMPc representando o déficit de energia e 
a frutose 2,6 bifosfato que é um produto de uma outra enzima 
que não participa da via glicolítica. 
Os efetores alostéricos negativos são o ATP, representando a 
presença de energia na célula e o citrato, também 
representando a presença, porque ele é um produto do ciclo de 
Krebs. 
Então vejam que a terceira reação é a mais importante da via, 
determina o comprometimento da molécula de glicose que 
entrou e permaneceu na célula, é uma reação regulada 
alostericamente de maneira positiva pela deficiência de energia 
e por um outro produto. E, regulado de maneira negativa pela 
presença de energia representada pelo ATP e pelo citrato. 
Quando se fala de uma regulação enzimática tão importante 
que compromete uma molécula de glicose que entrou e 
permaneceu na célula, fica um pouco frágil essa regulação 
enzimática ocorrer apenas pela presença ou ausência de 
energia. Porque estamos falando de um ambiente onde temos as 
coisas acontecendo simultaneamente, tem várias vias 
glicolíticas acontecendo com milhares de moléculas de glicose 
que adentraram e permaneceram na célula ao mesmo tempo. 
Então, pode estar terminando de produzir ATP numa região e 
em outra região ter um AMP, então fica frágil regular apenas 
com a presença/ausência de energia. Por isso a importância da 
F2,6bifosfato que é um outro regulador alostérico da reação. 
 10 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
ENZIMAS ALOSTÉRICAS 
ATP: células hepáticas e extra-hepáticas 
Modulador negativo: Abundância energética. 
 
As enzimas alostéricas tem a velocidade da reação que pode 
mudar a cinética a depender dos seus agentes regulatórios 
mostrados anteriormente. Então não impede a atividade da 
enzima, regula ela. 
Este produto, da 
frutose2,6bifosfato que é 
um produto de uma 
enzima que é a 
fosfofrutoquinase 2, essa 
enzima não participa 
diretamente da via 
glicolítica. Essa enzima é 
regulada pela insulina e 
pelo glucagon 
Como ocorre a regulação pela insulina e pelo glucagon: A 
fosfofrutoquinase 2- (FFK2) é uma enzima quaternária, tem 
duas cadeias proteicas e tem dois sítios catalíticos acoplados. 
Um sitio catalítico é o sitio quinase e o outro sitio é o fosfatase. 
Vejam que tem numa mesma molécula dois sítios antagônicos, 
o que acontece é que tem uma regulação distinta. A subunidade 
quinase funciona quando for fosforilada, a fosfatase só funciona 
quando tirar o fosfato, pois na presença do fosfato ela está 
inativa. Portanto, a regulação da enzima fosfofrutoquinase que 
produz o principal regulador alostérico positivo da FFK1, 
enzima que participa do comprometimento da glicose com a via 
glicolítica da 3 reação bioquímica, essa enzima FFK2 tem a sua 
subunidade quinase regulada pela insulina e tem sua 
subunidade fosfatase regulada pelo glucagon na mesma 
enzima. O produto dessa reação que interessa para a via 
glicolítica é a frutose 2,6bisfosfato, esse é o agente alostérico da 
FFK1. Se a insulina ativa a subunidade quinase da FFK2 ela tá 
estimulando as reações de fosforilação. Então, ela contribui 
para a formação do produto. Já a subunidade fosfatase dessa 
enzima que é estimulada pelo glucagon que atua via proteína 
G, vai retirar o fosfato da molécula, então não vai ter fosfato 
para formar o produto. Então a insulina estimula a formação do 
produto e o glucagon inibe a formação do produto. 
Então na terceira reação, pode-se dizer que a insulina atua de 
forma positiva na via glicolítica e indiretamente, porque ela 
estimula a formação do efetor alostérico positivo. Enquanto que 
o glucagon vai inibir a formação do produto, atua como um 
efetor alostérico negativo indireto da via glicolítica. 
Obs: quem vai ser transformada em frutose2,6 bifosfato 
também é a frutose 6. A mesma molécula sofre a ação tanto da 
FFK2 fora da via glicolítica e dentro da via passa pela ação da 
FFK1. Elas não são enzimas que vão competir, pelo fato do 
principal agente regulador da FFK1 ser o produto da FFK2. 
Então apesar delas usarem o mesmo substrato, o produto da 
FFK2 é o principal agente da FFK1. Então sem a FFK2 a FFK1 
não seria ativa. PROVA 
Décima reação/piruvato quinase 
Transforma o fosfoenol piruvato (PEP) em piruvato. 
 
Mesmo que a molécula já 
esteja comprometida com a 
via glicolítica, essa reação é 
importante ser regulada, 
porque existe uma relação do 
PEP com a gliconeogênese. 
A gliconeogênese (síntese de 
glicose a partir de substrato 
não glicosídicos, ou seja, 
ácidos graxos, aminoácido, 
lactato, piruvato), tem 7 reações idênticas a via glicolítica que 
são justamente as reações reversíveis. Só as 3 reações 
regulatórias/irreversíveis não são as mesmas da 
gliconeogênese, a primeira, terceira e a décima. Na terceira 
reação já houve o comprometimento dessa molécula, como 
abordado anteriormente. Mas se a 10ª reação é a 3ª reversível e 
diferente entre glicólise e gliconeogênese, sendo essa décima 
reação da última da glicólise mas sendo a primeira da 
gliconeogênese e se chegar nesse ponto da via, no fosfoenol 
piruvato e a célula já tiver concentrações ideais de ATP, para 
que continuar produzindo piruvato e levando a uma acidificação 
do meio ao produzir lactato ou desequilíbrio da cadeia 
respiratória já que não tem mais necessidade de ATP? Então a 
piruvato quinase que é a enzima irreversível que vai 
transformar PEP em piruvato, é uma enzima alostérica que vai 
ser regulada positivamente pela terceira reação – a terceira 
reação pode acelerar a décima – mas o ATP pode ser um 
regulador alostérico negativo, além do glucagon. Ela é uma 
quinase, a atividade do glucagon pode inativar esta enzima. 
Então o ATPe o glucagon são os efetores alostéricos negativos 
dessa enzima. Porque o glucagon inibe a atividade de quinases 
e estimula a atividade de fosfatase. Então na décima reação o 
glucagon vai interferir, porque na atividade bioquímica do 
glucagon que é devolver moléculas de glicose para o plasma é 
melhor parar no 9º, no PEP do que chegar no piruvato. Porque 
a reação que consiste em transformar esse piruvato de volta em 
PEP é uma reação que conta com um aparato enzimático e não 
só com uma única enzima. Essa reação é irreversível e para 
 11 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
transformar piruvato de novo em fosfoenol piruvato é 
extremamente complexo. 
Então para o nosso metabolismo, se ao chegar no nono produto 
da via glicolítica, mesmo essa molécula já tenha sido 
comprometida na terceira reação é importante parar, se houver 
ATP nesta célula e se do lado de fora da célula tiver deficiência 
de energia e o glucagon tiver sendo secretado, consegue voltar a 
via a partir do PEP. 
• Explicando a décima reação de outra forma: 
Transfere o fosfato para o ADP, formando ATP. A enzima que 
vai realizar a atividade é a piruvato quinase, que faz 
fosforilação, ela é uma enzima alostérica que vai ter como efetor 
alostérico positivo o produto da terceira reação – a terceira 
reação agiliza a décima reação- mas tem dois efetores 
alostéricos negativos, a presença de ATP que inibe a atividade 
da piruvato quinase, para ela em PEP. O outro regulador 
alostérico é o glucagon. Porque o glucagon, a sua sinalização 
intracelular é direcionada para inativação de quinases, então 
inativa a piruvato quinase. É importante parar em PEP porque 
se consegue voltar a partir de PEP, subir de novo para 
transformar PEP em uma nova molécula de glicose numa outra 
via bioquímica, chamada de gliconeogênese, de maneira mais 
fácil do que se ocorresse a decima reação e ocorrendo a decima 
reação para transformar piruvato de volta em PEP, o piruvato 
ia ter que ser descarboxilado, recarboxilado, precisa de aparato 
de 5 enzimas diferentes para conseguir voltar para a reação. 
Quando que é importante parar em PEP: quando tem ATP 
dentro da célula, ou seja a célula já tem energia dentro do seu 
metabolismo, mas fora da célula tem a sinalização de um 
hormônio que sinaliza para a deficiência de glicose, para a 
hipoglicemia e precisa devolver moléculas de glicose. A 
sinalização acontece na célula que é capaz de realizar a 
glicogênese, não acontece em todo lugar. 
A via glicolítica chama a regulação perfeita e completa só 
acontece nas células que são capazes de realizar tanto a glicose 
quanto a gliconeogênese. 
A1C 
• HbA1C 
Hb glicada/A1C 
1992 Huisman e Dozy 
Padrão ouro: 
 
DCCT/UKPDS 
 
A HbA1c é a única fração que deve ser usada como índice de 
glicemia média e como uma medida do risco de complicações. 
Um dos principais motivos de não manter a glicose fora da 
célula é porque a glicose em excesso fora das células 
desencadeia mecanismos de glicação e glicosilação. 
 
Glicação é a ligação de moléculas de glicose a proteínas de 
maneira irreversível. A glicose é capaz de se acoplar a algumas 
proteínas plasmáticas e o acoplamento é irreversível. Ela se liga 
e altera a molécula de maneira estrutural. Então, todos os 
mecanismos vasculares de danos causados pela hiperglicemia, 
são dados pela glicação, porque a glicação interfere na 
permeabilidade e perfusão tendo um comprometimento 
tecidual. 
 
Todos os comprometimentos micro e macrovasculares são dados 
pela ligação de unidades de glicose as cadeias proteicas. 
 
A glicação é irreversível e a glicosilação é reversível, porque é 
mediada por enzima. 
 
 
 
Em meados dos anos 2000, descobriu que a glicação da 
hemoglobina, que é a ligação de unidades de glicose na 
hemoglobina normal humana (A), na porção carboxiterminal de 
uma determinada cadeia era um marcador eficiente que poderia 
ser correlacionado ao percentual de glicose plasmática não 
utilizado pelas células e que também está relacionado ao 
percentual de danos micro e macrovasculares. Ao concluir esse 
estudo, a hemoglobina glicada foi determinada como padrão 
ouro, na conclusão dos dois estudos populacionais 
DCCT/UPKDS. 
 
Impacto das glicemias mais recentes versus as ¨mais antigas¨ 
sobre os níveis de A1c. 
 
 
1 mês antes → 50%. 2 meses antes → 25%. 3-4 meses antes → 
25%. 
 
 
 
 12 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Com esses estudos, pode-se relacionar o percentual de glicação 
com o intervalo de níveis plasmáticos de glicose. Estudos 
posteriores, são estudos que relacionaram que um paciente 
diabético com uma hemoglobina glicada de 9% ao reduzir em 1% 
do percentual de glicação, ele consegue reduzir até 30% os danos 
micro e macrovascular 
 
• Importância dos 3 meses 
A meia vida da hemoglobina é de 3 meses, de 90-120 dias. O 
paciente monitorado, com diagnóstico de diabetes faz de 3 a 4 
exames de hemoglobina glicada ao ano para monitorizar e fazer 
os ajustes terapêuticos. Se precisar mudar as 
medicações/concentrações, pode precisar de mais hemoglobina 
glicada. 
 
O que concluiu: se o eritrócito é uma célula que envelhece e que 
esse tempo de envelhecimento dos eritrócitos está condizente 
com a meia vida da hemoglobina, o envelhecimento do eritrócito 
é dado por uma rigidez maior nas membranas celulares. Então 
quanto mais novo o eritrócito for, mais permeável a glicose ele 
é. 
 
Então, os estudos mais recentes, elucidaram que o percentual 
de glicação maior acontece um mês antes, então 50% de toda a 
glicação encontrada no exame aconteceu 30 dias antes. 25% da 
glicação, nos 60 dias posteriores. Ou seja, 75% da glicação 
acontece em 60 dias e só os outros 25% nos três a quatro meses 
anteriores aquele exame, aquele percentual de glicação. Porque 
o eritrócito com essa idade, já é um eritrócito que tem uma 
membrana mais rígida e menos permeável. 
 
O percentual maior de glicação é especialmente 1 mês antes. 
 
Glicose-citrato-ácido graxo 
 
Existe uma relação da degradação e glicose e produção de ácidos 
graxos. Alguns fatores podem levar a desvios metabólicos, que 
vão alterar essa relação. 
A glicose entra na célula por diferentes tipos de GLUT, 
permanece e vai sendo comprometida com a via glicolítica para 
produzir duas moléculas de piruvato. Essas duas moléculas de 
piruvato tem o destino na maior parte das células de ser 
descarboxilada a acetil CoA e esse acetil vai servir para o ciclo 
de Krebs. Todavia, a ocorrência do ciclo de Krebs vai depender 
de um equilíbrio e da necessidade de produção de ATP. Não vai 
produzir ATP só porque tem acetil, precisa haver um equilíbrio. 
Ou seja, não tem necessidade de ATP, a via glicolítica está 
degradando muita molécula de glicose e aí esse citrato pode ser 
devolvido para o meio, ser convertido novamente em acetil e 
esse acetil da origem a síntese de colesterol, que é um precursor 
do colesterol vindo do acetil é um álcool chamado de mevalonato 
e o precursor de ácidos graxos é o malonil coA. Uma vez que o 
acetil é transformado em mevalonato ou em malonil, ele passa 
a ser utilizado um desvio do excesso da degradação de glicose – 
isso quando tá tudo certo, quando tem muita glicose entrando 
na célula e sendo degradada, não está levando em consideração 
a resistência da insulina. 
Então a glicose em excesso entrando na célula, o próprio acetil 
ou intermediário da via ciclo de Krebs podem servir como 
substrato para síntese de precursores do colesterol e de ácidos 
graxos. Então essa relação é importante, ela é causada quando 
há um desequilíbrio de excesso de acetil em relação a última 
molécula formada pelo ciclo de Krebs que é o oxalacetato. 
Porque o oxalacetato garante a ocorrência do ciclo de Krebs, mas 
o excesso de acetil ou excesso de citrato ativa uma enzima que 
é chamada de ácido graxo sintetase que vaiestimular esse 
desvio para a via. 
O ciclo de Krebs é um ciclo que precisa da união do acetil com o 
oxalacetato para formar o citrato, precisa ter outra molécula de 
oxalacetato, terminando para reiniciar um novo ciclo. Se esse 
ciclo começa a girar na velocidade maior do que a que elimina, 
do que a que ele finaliza vai haver um desequilíbrio, começa a 
ser interrompido. O ciclo começa a ser interrompido. Então o 
excesso de acetil ou excesso da formação de citrato, sem o ciclo 
ter chegado até o final promove um desvio porque vai ativar a 
enzima que estimula a síntese de ácidos graxos e a síntese de 
mevalonato que leva a síntese de colesterol. 
 
 
Obs: na imagem está errada. Piruvato 
não entra na mitocôndria, quem entra é o 
acetil. A reação acontece do lado de fora. 
 
 
 
Produção aeróbia de ATP 
Todo o estágio pré diabético é hiper insulínico. Porque tem 
muita glicose, muita insulina para que ela seja utilizada então 
começa a fazer o desvio metabólico. Todo indivíduo pré diabético 
já passa a ter algum grau de dislipidemia. Mas existem também 
os pacientes que mesmo com metabolismo de glicose normal e 
já tendo excessos em relação ao metabolismo de ácidos graxos, 
ou seja, já ingere muito triglicerídeo, tem muito quilomícron e 
VLDL, esses ácidos graxos junto com as moléculas de acetil 
produzidas pela via glicolítica vão saturar a cadeia respiratória. 
Porque, os ácidos graxos ao serem degradados, a beta oxidação 
de ácidos graxos, também produz acetil coa, também faz o ciclo 
de Krebs girar para que aconteça a cadeia respiratória. Então, 
aquele acetil coA que entra em desequilíbrio ele pode vir do 
 13 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
excesso de glicose, mas pode vir também dos próprios ácidos 
graxos. 
Então a pior 
combinação que 
existe para o 
indivíduo é comer 
muito açúcar e 
muito ácido graxo 
ou ser diabético e 
dislipidêmico. 
Porque aí sim 
começa a sobrar 
muito acetil. 
 
ACC regulating fa metabolismo 
 
Começa a haver uma regulação para esse metabolismo de ácidos 
graxos através da ativação de uma enzima que é chamada de 
acetil coA carboxilase, ela começa a estimular a formação de 
malonil. 
Uma dieta rica em carboidrato, o excesso de glicose vai ativar 
uma enzima chamada de acetil coA carboxilase. O acetil só tem 
dois carbonos, a acetil coA carboxilase, transforma o acetil coA 
carboxilase em malonil. O citrato é um efetor alostérico postivo 
da enzima, por isso que tanto o acetil quanto o citrato vão 
promover esse desvio metabólico para a formação de malonil. 
Os ácidos graxos de cadeia longa, vão impedir essa formação de 
malonil. 
O malonil é importante porque a única etapa regulatória para 
a síntese de ácido graxo é a formação de malonil. Uma vez que 
forma malonil, forma ácido graxo. Outra coisa é que o malonil é 
uma molécula tão perigosa que ele inibe o transportador de 
Lcarnitina, ou seja, se tem formação de malonil nas células, 
forma ácido graxo de cadeia curta. Esse ácido graxo sai das 
células e serve para aumentar a resistência à insulina, porque 
ele vai interferir nos mecanismos de ação da insulina sobre o 
receptor. 
• Explicando de outra forma 
Malonil é produto da ação de uma enzima chamada de acetil coa 
carboxilase (ACC), essa enzima é ativada pelo citrato (ativador 
alostérico positivo) e os ácidos graxos de cadeia longa, como 
ômega 3 ou 6, são efetores alostéricos negativos. 
No excesso de glicose, vai ter muito acetil e muito citrato, 
porque está tendo um desvio do ciclo de Krebs. O citrato age 
positivamente sobre a enzima e vai estimular a formação de 
malonil. 
Malonil é a única molécula regulatória na síntese de ácidos 
graxos, que além de ser a molécula precursora dos ácidos 
graxos, ela ainda inibe a oxidação dos ácidos graxos como fonte 
de energia. Então o único destino do ácido graxo é ir para a 
corrente sanguínea. 
Por isso o paciente diabético mesmo sem comer gordura, fica 
dislipidêmico. 
Cetoacidose diabética 
 
Mais prevalente no DM tipo 1 do que no tipo 2. Relacionado a 
duas vias. Um lado a falta de insulina ou falta da atividade da 
insulina. Isso leva pelo lado de dentro da célula a não utilização 
de glicose, e isso leva a gliconeogênese porque as enzimas que 
regulam a atividade da glicose estão inibidas. 
A gliconeogênese é estimulada por exemplo nos adipócitos pela 
lipólise que leva a produção de intermediários que são os corpos 
cetônicos, que na corrente sanguínea faz uma reação com o 
bicarbonato plasmático, diminui a concentração de bicarbonato 
plasmático o que leva a cetoacidose. A cetoacidose ou acidose 
metabólica do diabético pode levar ao coma. 
Por outro lado, a falta de insulina leva a hiperglicemia que leva 
a glicosúria, porque o aumento da osmolaridade sanguínea dado 
pela glicose estimula a taxa de filtração glomerular e isso 
aumenta a diurese, que é compensatório. O aumento da diurese 
pode fazer a perda de água e sais, leva o paciente a desidratação 
que contribui com o mecanismo de cetoacidose levando ao coma. 
São mecanismos somatórios na cetoacidose diabética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Introdução 
Os hormônios esteroidais são hormônios que tem ampla 
capacidade de agir sobre o metabolismo e tem 
particularidades na sua síntese. 
 
Existem fatores endógenos e exógenos. Em geral, situações 
que levam ao estresse orgânico, psicológico, vão ser 
interpretadas pelo sistema límbico, e então o sinal será 
transmitido para o hipotálamo, que vai ser estimulado a 
transcrever o gene do CRH. 
O CRH vai agir sobre a hipófise anterior, também 
estimulando a expressão gênica de um gene enorme, que 
é o gene da POMC (melanocortina). Uma porção desse 
gene vai liberar o ACTH. 
CRH e ACTH são hormônios peptídicos e todo hormônio 
peptídico é um produto para transição gênica. Então 
precisou que houvesse o estímulo da expressão de um gene 
para que essa molécula fosse transcrita. Importante ressaltar 
que a expressão de um gene pode ser uma única molécula, 
como no caso do CRH, ou podem ser várias moléculas, 
como no caso da POMC, que são três genes na mesma 
molécula. Depois, há modificações pós transcricionais e a 
gente tem só tem a molécula do ACTH. 
O ACTH vai agir sobre o córtex da adrenal e no córtex 
adrenal existem três zonas celulares diferenciadas sobre os 
aspectos de composição enzimática e maior concentração 
de substrato. Isso vai dar afinidade maior em determinadas 
vias na síntese de hormônios estereoidais. 
Zona Glomerulosa: é a zona mais superficial, menos 
responsiva ao ACTH e mais independente ao ACTH. 
Responsável pela síntese dos mineralocorticoides. 
Isso mostra que, apesar de ter receptores de ACTH, essa zona 
é a que menos responde a ação do ACTH. Ela responderá 
de forma mais significativa aos níveis elevados de potássio 
e angiotensina 2, dando como resposta a aldosterona 
(principal mineralocorticoide ativo). 
Zona fasciculada: é a zona mais responsiva a ação do ACTH, 
onde vai haver a síntese dos glicocorticóides de maneira 
mais prevalente. Como resposta, tem o glicocorticóide mais 
biologicamente ativo, que é o cortisol. 
Zona Reticulada: é a zona que responde de maneira 
intermediária ao ACTH e é a zona mais interna do córtex. 
Leva a síntese dos hormônios sexuais (andrógenos). 
A medula não é responsiva ao ACTH, mas é responsiva aos 
mesmos estímulos que vão coordenar atividades 
hipofisárias para a síntese do ACTH, que são estímulos 
relacionados ao estresse. A medula é responsável por 
produzir as catecolaminas. 
Estímulos relacionados ao 
estresse são: Infecção, 
dor, hipoglicemia, sono, 
hemorragia, traumatismo. 
Esses mecanismos de 
estresse podem ser 
orgânicos ou não, mas 
serão interpretados pelo 
hipotálamo para que o 
hormônio estimulador da 
adeno-hipófise para a 
produção do ACTHseja 
liberado. 
Importante saber que esse mecanismo é alimentado por 
retroalimentação, ou feedback negativo. A partir de níveis 
de cortisol, ele vai fazer o feedback para impedir a 
liberação do ACTH, podendo ser feedback de alça curta ou 
longa. Isso só funcionará se tudo estiver funcionando de 
forma adequada no organismo e se os níveis fisiológicos de 
cortisol forem respeitados. 
O cortisol tem a secreção pulsátil e um dos mecanismos de 
estímulo é o ritmo circadiano. 
Biossíntese de hormônios esteróides 
• Os hormônios esteroides são sintetizados a partir do 
colesterol modificado enzimaticamente. 
• Assim, não há gene que codifique o hormônio individual. 
• A regulação da esteroidogênese envolve o controle das 
enzimas que modificam o colesterol no hormônio 
esteroide de interesse. 
Os esteróides vem do colesterol. O colesterol é modificado 
enzimaticamente. Então, até o ACTH tem um hormônio 
peptídico e que envolve a transcrição gênica. A partir do 
estímulo do ACTH nas diferentes zonas do córtex da adrenal, 
Biossíntese dos hormônios esteroidais 
 15 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
tem estímulos enzimáticos para que haja modificação da 
cadeia do colesterol. 
 
Partimos de uma via comum, que é o colesterol. Depois, 
uma via comum, que são os progestagênicos 
(interpretados pela pregnenolona e progesterona). Então, 
tem uma via comum, e a partir dos progestagênicos terá a 
diferenciação entre mineralocorticoide, glicocorticóide e 
androgênicos. 
A partir dos progestagênicos irá derivar de acordo com as 
especificidades enzimáticas cada uma. O que se conserva 
na modificação enzimática das moléculas é o núcleo 
esteroidal. A fusão de 4 anéis presentes na molécula de 
colesterol vai se perpetuar em todos os hormônios 
esteroides. O que vai mudar é a hidroxilação da cadeia ou 
a cadeia lateral que existia na molécula de colesterol. 
ENZIMAS ESTEROIDOGÊNESE 
 
A maior parte das enzimas que participam da 
estereoigênese são enzimas do citocromo P450. Estas 
enzimas estão relacionadas a atividades oxidativas. Fazem 
atividade de oxirredução. 
As atividades de oxirredução podem acontecer por duas 
classes enzimáticas: 
 Desidrogenases: vão reduzir ou oxidar, colocando ou 
retirando hidrogênio da molécula. Ex: NAD(oxidado) e 
NADH (reduzido). Quem vai estar reduzido é que vai ter 
o hidrogênio e quem está oxidado é quem vai ter menos 
hidrogênio. 
 Enzimas do citocromo P450: as reações de oxirredução 
aqui envolvem o oxigênio, além do hidrogênio. Elas 
estão aderidas a membrana mitocondrial, já que 
precisam de oxigênio, e estão acopladas a um NAD ou 
FAD, que são coenzimas e realizarão a parte da 
redução de hidrogênio. Além disso, existe a FMN, que 
tem grupamento M, e, por ter o grupamento M, pode 
fazer o acoplamento de oxigênio. 
 
Explicando imagem: FAD vai realizar redução, tirando 
hidrogênio da molécula e FMN faz o acoplamento de 
oxigênio. Isso tudo está ligado a uma proteína central, que 
são as enzimas do citocromo. Chamamos de reações 
acopladas, pois acontecem uma na sequência da outra. 
As enzimas do citocromo P450 é uma classe de enzimas 
gigantesca e que tem mais de 150 isoenzimas. Quais são as 
peculiaridades das isoenzimas? Elas irão fazer as reações de 
oxirredução, mas também vão colocar oxigênio. Elas são 
capazes de colocar uma hidroxila inteira na molécula, 
podendo mudar a funcionalidade da molécula. Então é isso 
que as enzimas do citocromo irão fazer com a molécula de 
colesterol. Elas têm essa particularidade porque são 
pequenas proteínas que estão aderidas a membrana 
mitocondrial e está acoplada a dois cofatores, podendo ser 
o NAD ou o FAD e a proteína hemica (FMN), que tem 
grupamento M e, se tem grupamento M, tem oxigênio. 
 
Importante: na esteroidogênese (síntese de hormônios 
estereoidais), existem desidrogenases (relacionadas com o 
hidrogênio) e enzimas do citocromo (relacionadas com o 
hidrogênio – FAD e NAD e o oxigênio - FMN). 
A primeira enzima tem o nome de colesteroldesmolase e é 
uma das enzimas chave no processo de síntese dos 
hormônios esteroidais. Antes ela tinha nomenclatura 
relacionada a família delas, que é no citocromo P450. Hoje 
usa a sigla CIP11A1 ou o nome colesteroldesmolase mesmo. 
Depois tem uma outra enzima importante, que é 3Beta. 
As enzimas 21-hidroxilase e 11B-hidroxilase são enzimas do 
citocromo e podem estar carentes em alguns indivíduos, 
podendo modificar completamente a síntese de esteróides. 
Em uma síndrome adrenal congênita, hiperplasia adrenal 
congênita, por exemplo, pode ter a deficiência da 21-
hidroxilase e da 11B-hidroxilase, fazendo com que toda a 
síntese de cortisol e mineralocorticoides vai estar suprimido. 
 16 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Se o indivíduo for XY, vai acontecer toda uma 
masculinização, pois não vai acontecer equilíbrio na síntese 
de esteróides e o indivíduo irá desviar síntese de esteroides 
toda para andrógenos. 
Depois temos a ação da aldosterona-sintase, que é 
importante, e da aromatase. Essa última será importante nos 
tecidos periféricos para transformar a testosterona em 
estrogênio, e não na adrenal. 
Fatores de colesterol para a 
síntese de esteroides 
• Colesterol pode ser sintetizado dentro da célula a partir 
de acetil CoA. 
• Este é um processo de várias etapas, evolvendo muitas 
reações enzimáticas. 
• Uma enzima chave limitante da taxa é a HMG-CoA 
redutase. 
• Há um feedback negativo da atividade da HMG-CoA 
redutase pelo colesterol, de modo que o alto colesterol 
intracelular inibe a síntese de novo. 
 
O excesso de energia poderia interferir na síntese endógena 
de colesterol. Como isso acontece? O excesso de 
moléculas de acetil pode vim da degradação de glicose, 
ácidos graxos e até da degradação de aminoácidos. Esse 
excesso de moléculas de acetil não utilizadas na cadeia 
respiratória irão ativar enzimas e a presença do substrato 
será o agente ativador de enzimas e vai formar HMG-CoA, 
que é 3-hidroxi-3-methyl-glutaril-CoA. Esse HMG-CoA é a 
etapa limitante, etapa que vai regular a síntese do 
colesterol. 
 
O HMG-CoA será transformado em um álcool, chamado de 
mevalonato, e depois de muitas reações chega-se ao 
colesterol. Essa reação está abreviada, mas tem uma 
relação enorme da síntese dessas moléculas. Essas reações 
transformarão o acoplamento de molécula de dois 
carbonos a uma cadeia bastante complexa, que é a 
cadeia de colesterol e é regulada por uma única enzima 
(HMG-CoA redutase). 
 
Todas as enzimas que participam dessas etapas, uma única 
é quem vai regular a produção de colesterol. Ela é inclusive 
alvo molecular das estatinas, a inibição dessa enzima. 
 
• O colesterol também é absorvido pela célula na forma 
de lipoproteína de baixa densidade (LDL). 
• O LDL é um complexo composto de colesterol, 
fosfolipídeos, triglicérides e proteínas (proteínas e 
fosfolipídios formam o LDL solúvel no sangue). 
• O LDL entra nas células por meio dos receptores de LDL 
e dividido em colesterol esterificado e, em seguida, 
colesterol livre. 
 
 
O colesterol que será utilizado para a síntese dos hormônios 
estereoidais é o colesterol livre. Colesterol livre é o que tem 
a hidroxila livre na sua estrutura química. O colesterol 
esterificado, que é a molécula potencialmente aterogênica, 
é quando o ácido graxo se acopla a essa hidroxila, 
formando uma molécula apolar contendo o éster de 
colesterol que é contido no LDL. 
Então, o colesterol livre é o que vai ser modificado 
enzimaticamente para que haja a síntese dos hormônios 
esteroidais. Só serve esse que foi recém sintetizado? Não! 
Para a síntese dos hormônios esteroidais, o córtex da adrenal 
é capaz de sintetizar colesterol, mas também tem 
receptores de LDL. Dentro do LDL tem colesterol esterificado. 
Mas se ele for endocitado corretamente, vai haver a 
possibilidadede romper a ligação éster que fazia com que 
o colesterol ficasse apolar. Então, o colesterol que vai ser 
modificado enzimaticamente é o colesterol livre. As 
adrenais tem a capacidade de sintetizar molécula de 
colesterol, como também de captar o LDL. 
O colesterol livre pode ter vindo de síntese endógena 
quanto do LDL. O colesterol contido no LDL é o colesterol que 
está esterificado, ou seja, que essa hidroxila está ligada a 
um ácido graxo, que veio do triglicerídeo da dieta. Então, aí 
tem o éster de colesterol, que está contido na LDL. Para a 
síntese dos hormônios esteroidais, terá uma modificação 
enzimática da cadeia do colesterol livre. É o colesterol livre 
que que será reconhecido pelas enzimas da 
estereoigênese. Todavia, esse colesterol livre pode vim da 
endocitose do LDL nas células da adrenal e na adrenal 
haverá liberação do colesterol livre e do ácido graxo. 
Repetindo: a origem do colesterol pode ser síntese 
endógena ou endocitose do LDL. 
 
• A enzima mitocondrial colesterol desmolase inicia a 
clivagem da cadeia lateral e inicia a síntese das 
progestinas. 
• Hidroxila C 20 e 22 e envolve a clivagem de um grupo 
de 6 carbonos do colesterol. 
• Esta reação requer o citocromo P-450 como um 
transportador de elétrons intermediário (parte integral 
da membrana mitocondrial interna, uma flavoproteína 
contendo ambos FAD e FMN). 
 17 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
• Passagem de 
elétrons do NADPH 
reduzido para FAD, 
depois para FMN e 
finalmente para um O2. 
Tem o colesterol livre, 
e, no carbono 20 do 
colesterol, existe uma 
cadeia de 
hidrocarbonetos. 
A primeira reação, 
chamada de limitante, 
é a reação que vai 
fazer a clivagem dessa 
cadeia lateral, que é 
realizada pela CIP11A1 
(colesteroldesmolase). 
Então, a 
colesteroldesmolase 
vai fazer a clivagem 
dessa cadeia, 
formando uma molécula chamada pregnenolona. A 
pregnenolona é o colesterol sem a cadeia lateral. 
A próxima reação é a reação da 3Beta-desidrogenase, que 
vai formar uma dupla ligação, formando a progesterona. 
 
Estimulação hormonal da biossíntese 
dos hormônios esteroides 
• O aumento do AMPc ativa a proteína quinase, curtas 
fosforilações causam o aumento da hidrolise de ésteres 
de colesterol da vesícula para o colesterol livre e 
aumentam o transporte de colesterol para a 
mitocôndria. 
• Os níveis elevados de Ca2+ e a fosforilação da proteína 
provocam níveis induzidos da reação de clivagem da 
cadeia lateral. 
• Esteroide é produzido, secretado no espaço 
extracelular e vai para o tecido alvo na corrente 
sanguínea. 
 
 
O ACTH vai agir nos seus receptores, que são acoplados a 
proteína G, e desenvolver uma cascata de sinalização 
intracelular. Essa cascata de sinalização intracelular é 
estimulada por múltiplas fosforilações. A sinalização do 
ACTH vai fazer com que a vesícula, que continha o LDL, 
libere o colesterol livre e vai ativar uma enzima que 
consegue transportar o colesterol até a mitocôndria. 
Na mitocôndria, o colesterol, representado na figura com a 
bolinha vermelha, vai ter a cadeia lateral clivada, vai ser 
transformada em pregnenolona. Pregnenolona sai da 
mitocôndria, depois volta como progesterona, até liberar os 
hormônios estereoidais. 
O que vai acontecer quando passa a ter estereoigênese? As 
moléculas vão entrar e sair da mitocôndria para garantir a 
especificidade das reações. Ela vai ficar próxima da 
mitocôndria, mas vai ficar entrando e saindo porque tem as 
enzimas do citocromo, que estão aderidas a membrana 
mitocondrial. Na estereidogênese tem enzimas que não são 
enzimas do citocromo. 
 
Explicando a mesma coisa com a segunda imagem: 
Então, o ACTH vai agir sobre seus receptores. O LDL vai ser 
endocitado, mas nem sempre ele será endocitado. Pode ser 
que o colesterol seja sintetizado dentro das células da 
adrenal. Se for endocitado, estará como éster de colesterol. 
Quando o ACTH age sobre as células da adrenal, ele vai 
ativar a proteína quinase A. Proteína quinase A vai ativar 
várias enzimas, lipases e a colesteroldesmolase. Vai ativar 
também uma proteína chamada STAR, que é a enzima da 
esteroidogênese e quem de fato vai transportar o colesterol 
livre da vesícula para a mitocôndria, para a ação da 
colesteroldesmolase. 
Então, toda vez que o ACTH age nos seus receptores, tem 
que ter haver um sinergismo de ativação enzimática. Se só 
a lipase estiver ativa, o colesterol poderia escapar dessas 
células da adrenal. Então, tem que ter ativação da lipase, 
da STAR e da colesteroldesmolase simultaneamente, 
fazendo com que o colesterol se torne livre e ao mesmo 
 18 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
tempo é transferido para a matriz mitocondrial. Se não, não 
vai acontecer o início da síntese dos hormônios esteroidais. 
Por isso que essa sinalização é importantíssima. 
Importante: é que existe um passo crítico e um passo 
limitante. 
 Passo crítico é a atividade celular na mobilização de 
colesterol armazenado em vesículas recobertas, 
transporte de colesterol para a mitocôndria. 
É um passo critico porque ele pode interferir na síntese dos 
hormônios esteroidais, mas ele não pode inibir a síntese dos 
hormônios esteroidais porque o ser humano pode sintetizar 
colesterol. Então, passo crítico é a mobilização do 
colesterol. 
 O passo limitante é a taxa de clivagem da cadeia 
lateral do colesterol na mitocôndria por enzimas 
conhecidas como o complexo enzimático de clivagem 
da cadeia lateral do citocromo P450. 
O passo limitante pode interferir totalmente na síntese de 
hormônios esteroidais que é a ativação das enzimas que 
vão fazer a clivagem do colesterol dentro da mitocôndria. 
Então, o passo que limitaria a ocorrência da via é na 
clivagem da cadeia lateral. 
 
Visão geral de como as coisas estão conectadas: 
O colesterol livre terá a cadeia lateral clivada pela 
colesteroldesmolase (CIP11A1) e vai formar pregnenolona. 
Pregnenolona vai seguir sendo transformada pela 3beta em 
progesterona e a progesterona pode passar pela ação da 
21-hidroxilase ou 17-hidroxilase para garantir a síntese de 
glicocorticoide (pela ação da 17-hidroxilase) e 
mineralocorticoide. 
As linhas tracejadas da imagem são chamadas de linhas 
alternativas. As linhas preenchidas são as vias comuns. 
Então, a partir da progesterona, a ação da 17-hidroxilase na 
progesterona, vai levar a síntese de glicocorticóide. A ação 
da 21-hidroxilase sobre a progesterona vai levar a síntese de 
mineralocorticóide. 
Pode haver vias alternativas, podendo acontecer em 
tecidos periféricos ou em uma demanda requerida para a 
síntese de cortisol, por exemplo. 
A pregnenolona, pode também, em ações da CIP17, se 
desviar para síntese de andrógenos. 
Então, até a pregnenolona e progestagênicos 
(progesterona, 17-hidroxi-pregnenolona e 17-hridroxi-
progesterona) tem a via comum. A partir dos 
progestagênicos, eles vão se diferenciar em cada uma 
dessas divisões dos hormônios esteroidais. 
Por exemplo, o que foi falado no início da aula, na síndrome 
adrenal congênita ou hiperplasia adrenal congênita. Em 
geral, o indivíduo tem deficiência da 21-hidroxilase ou 17-
hidroxilase ou ainda da 11-desoxi-cortisol. O indivíduo na 
deficiência dessas enzimas não irá sintetizar corticóide, 
mineralocorticoides e todo dos progestagênicos serão 
desviados para a síntese dos andrógenos, modificando as 
características sexuais e interferindo nas atividades 
metabólicas dos mineralocorticoides e do cortisol. 
 
Essa outra imagem explica a mesma coisa. Só explica a 
atividade bioquímica dessas moléculas. A progesterona 
mesmo sendo comum e sendo produzida nas adrenais, ela 
tem função bioquímica já bem caracterizada como 
hormônio feminino. A função da progesterona no corpo 
masculino, além de precursor de todos os outros esteróides, 
ainda não é bem clara. 
Depoistem os que são predominantemente masculinos, que 
é o DHEA, andro-estenediona, testosterona e DHT. A 
atividade mesmo anabólica da testosterona é pela DHT. 
O colesterol só fica na célula se ele estiver esterificado. Para 
que ele seja transportando para a matriz mitocondrial, 
precisa ter sinalização do ACTH. Observando que a 
testosterona pode ser transformada em estradiol pela ação 
da aromatase, a andro-estenediona pode ser transformada 
em estrona, também pela ação da aromatase. 
Os corticóides como corticosterona e cortisol. O 
mineralocorticoide é a aldosterona. 
 19 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
 
 
Então aqui é o que já foi falado anteriormente. Se o 
indivíduo tiver deficiência da 21-hidroxilase ele vai 
interromper o eixo verde. Se ele tem deficiência da 17-
hidroxilase, vai interromper o eixo azul. 
Glicocorticóides 
Síntese dos hormônios 
adrenocorticais glicocorticoides 
 
Essa imagem resume tudo o que vimos. 
Colesterol pode vim da endocitose do LDL ou da síntese 
endógena nas células da adrenal, a partir do acetil CoA. 
Lembrado que o colesterol só permanece na célula se ele 
estiver esterificado. Se o colesterol tiver livre, ele vai se 
difundir para fora da célula. Quanto ele estiver esterificado, 
ele fica armazenado em vesículas dentro da célula. 
Para que ele seja transportado para a matriz mitocondrial, 
onde vai haver todo o início da esteroidogênese, precisa 
haver a sinalização do ACTH. Então a zona fasciculada e a 
síntese de glicocorticoide é extremamente dependente da 
sinalização de ACTH. Por isso que, no hipercortisolismo, a 
primeira cosia que tem que ser questionada é ser é 
dependente de ACTH ou independente de ACTH. 
A relação da figura é dependente de ACTH, que vai ativar a 
STAR, que é a enzima que vai fazer a transferência do 
colesterol. Dentro da mitocôndria tem a enzima 
colesteroldesmolase, que vai clivar a cadeia lateral e 
produzir a pregnenolona. Pregnenolona sai da mitocôndria, 
passa pela ação da 3Beta. A 3Beta produz progesterona, 
que é transformada em 11-desoxicortisol. 11-desoxicortisol 
volta para a mitocôndria para a última reação que 
transformará a 11-desoxicortisol em cortisol. Então, a última 
reação do cortisol acontece na mitocôndria. O cortisol é 
lipossolúvel (?) e de difunde livremente pela membrana e 
vai para a circulação. 
Na circulação, vai precisar ser aderida a proteínas 
plasmáticas. Acima de 95% do cortisol está ligado a 
proteínas plasmáticas. CBG é uma globulina específica ou 
então a albumina. Para agir sobre as células, ele precisa 
estar separado da proteína carreadora. O que acontece é 
que, se ele tiver dissociado da proteína carreadora ele 
invade a célula e vai realizar a sua atividade, assim como se 
difundiu da membrana celular quando saiu da mitocôndria, 
devido a suas características lipossolúveis. 
Porém, nem sempre queremos cortisol nas nossas células, 
por ele ter como regular um aparato gênico muito grande. 
Então, o acesso do cortisol ao receptor pode ser evitado 
perifericamente pela ação de isoenzimas, que podem 
potencializar ou inibir. Essas enzimas são a 11-beta 
hidroxiesteróidedesidrogenase (11-beta-HSD). Tem a 11-
beta-HSD2 que vai transformar o cortisol em cortisona e aí 
ao vai ter acesso ao receptor de cortisol. Então, transfere o 
cortisol que é uma molécula biologicamente ativa em uma 
molécula inativa, que é a cortisona. Isso é importante nas 
células renais, porque o cortisol tem uma atividade ampla 
no mecanismo de reabsorção hídrica, então ele estaria 
interferindo na atividade de mineralocorticoides. 
A pele produz receptores para cortisona e por isso que em 
geral corticoides tópicos são cortisona. Além disso, às vezes 
tomamos cortisona por via oral, porque o nosso organismo, 
através da 11-beta-HSD1, vai transformar a cortisona em 
cortisol, para garantir a efetividade bioquímica. Então, às 
vezes quando vai fazer o uso prolongado ou altas doses de 
glicocorticoides, é preferível usar cortisona, pois conta com 
a ajuda da enzima. 
• Os glicocorticosteróides se difundem na célula, mas o 
acesso ao receptor pode ser evitado, por exemplo, no 
rim, pela enzima 11-beta 
hidroxiesteróidedesidrogenase, que converte o cortisol 
ativo em cortisona inativa. 
• Quando ativados, os receptores translocam para o 
núcleo onde eles podem regular a transcrição do gene 
por ação em elementos específicos de resposta ao 
DNA. 
Voltando um pouquinho na síndrome adrenal congênita. 
Por isso que é muito complicado o paciente conseguir 
sobreviver ou ter uma longevidade quando ele tem uma 
deficiência combinada da 17-hidroxilase, 21-hidroxilase e 
da 11-Beta. Se ele tiver deficiência só da 21-hidroxilase, a 
cortisona pode ser transformada em cortisol, e ele vai 
sobreviver com algumas deficiências e com reposição 
exógena de cortisol. Mas se ele tiver deficiência combinada 
dessas três enzimas, não se sabe se é viável a vida. 
 20 
Beatriz Machado de Almeida 
Bioquímica – Resumo da prova 
Depois do colesterol pronto, esse é o único mecanismo 
regulatório que temos, que é a ação da 11-beta-HSD2 
inativando o cortisol e a 11-beta-HSD1 ativando a cortisona 
em cortisol. 
 
▪ 97% circula ligado a proteínas plasmáticas (CBG e 
albumina); 
▪ Meia-vida do cortisol é rápida, de 80 a 120 min; 
▪ Filtrados e reabsorvidos no rim; 
▪ Metalizados principalmente no fígado. 
Mecanismo de ação - glicocorticóides 
 
A maioria das figuras e dos livros, eles colocam só essa 
relação do glicocorticoide que são ações nucleares. Eles 
atravessam a membrana, se liga ao seu receptor 
intracelular, transloca para o núcleo e lá no núcleo vai fazer 
sua ação. Não é isso, pois não temos um pacote pronto já 
quando se pensa em glicocorticoides endógenos e 
exógenos. 
Importante saber que os glicocorticóides tem sim esses 
mecanismos nucleares, que são tão importantes, mas eles 
têm mecanismos não nucleares. Esses mecanismos não 
nucleares eles somam vários efeitos como, na farmacologia, 
a produção de corticóides de ação imediata, como a 
betametasona que são moléculas que farão ação imediata 
e outras ações mais prolongadas. 
Então, ações nucleares são ações mais amplas e mais 
lentas. As ações não nucleares são ações imediatas e mais 
pontuais. 
Alguns exemplos das ações não nucleares: podem ser do 
próprio receptor, uma vez ativado não entra no núcleo e a 
presença dele no citosol pode ter atividade e efeito anti-
inflamatório. Depois, ação sobre receptores de superfície, 
receptores proteicos, pode desencadeiar sinalização 
intracelular e a entrada deles de maneira inespecífica, 
próprio glicocorticoide sem estar ligado a seu receptor 
intracelular podem fazer ações não nucleares. 
É importante saber a amplitude e a capacidade que essas 
moléculas tem de agirem sobre nossas células. A ação 
como transcrição celular, nuclear, vai acontecer da 
translocação do complexo glicocorticoide + proteína 
receptora intracitoplasmática para o núcleo. As outras 
ações são para o citosol. 
• Resumo dos mecanismos de ação nucleares e não-
nucleares dos glicocorticóides. Os glicocorticóides 
atravessam facilmente a membrana plasmática e se ligam 
ao GR, que medeia os efeitos nucleares (I) e efeitos não 
nucleares (II). Efeitos não nucleares são também sugeridos 
via ligação do GR de membrana (III) e por interação com as 
membranas celulares (IV). FONTE: adaptado de BUTTGEREIT 
et al, 2004. 
Efeitos do cortisol: resposta metabólica 
▪ Efeito permissivo ao glucagon; 
▪ Gliconeogênese (ENZIMAS E SUBSTRATOS); 
▪ Lipólise; 
▪ Degradação de proteínas musculares (UBIQUITINA); 
 
O efeito permissivo ao glucagon, vai agir em sinergismo 
com o glucagon, levando a gliconeogênese. A 
gliconeogênese vai ocorrer porque acontece a ativação de 
enzimas, como a glicose-6-fosfatase, que retira o fosfato da 
molécula de glicose. Então, o efeito do cortisol vai estimular

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