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EM_LIVRO REVISIONAL_VOL 01_FILOSOFIA PROFESSOR

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Livro do ProfessorLivro do Professor
Livro de Revisão 1
Filosofia
Ensino Médio
Fernanda Tavares Paulino
©Editora Positivo Ltda., 2017 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) 
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
P328 Paulino, Fernanda Tavares.
 Filosofia : livro de revisão / Fernanda Tavares Paulino – 
Curitiba : Positivo, 2017.
 v. 1 : il.
 ISBN 978-85-467-1686-9 (aluno)
 ISBN 978-85-467-1675-3 (professor)
 1. Ensino médio. 2. Filosofia – Estudo e ensino. I. Título.
CDD 373.33
1. Introdução à Filosofia
A palavra Filosofia, de origem grega, é traduzida como amizade ou amor à sabedoria. Foi criada na Antiguidade, para 
designar uma forma de conhecimento que teria surgido na Grécia, sucedendo o pensamento mítico. Ela se caracteriza 
pelos atos de questionar, problematizar e refletir sobre a realidade em seus múltiplos aspectos. 
Mito e Filosofia
O mito constitui uma das formas de se compreender e explicar a realidade. Trata-se de um discurso oral, transmi-
tido de geração a geração e tido como verdadeiro pelas comunidades nas quais está inserido. Pode ser uma narrativa 
simbólica sobre os feitos de deuses, heróis e seres sobrenaturais, ou a respeito da origem e do destino do mundo e do 
ser humano. 
Os mitos existem nas mais diversas sociedades, em diferentes épo-
cas e lugares. Conforme sua intencionalidade, eles podem ser:
 • cosmogônicos – narram a origem de todas as coisas;
 • escatológicos – narram o destino da vida humana e os aconte-
cimentos após a morte;
 • épicos – narram feitos de heróis e guerreiros, com a fun-
ção pedagógica de orientar os seres humanos em sua vida 
cotidiana.
A mitologia greco-romana teve grande influência na formação da 
cultura ocidental, servindo de inspiração para a Filosofia e as artes. 
Porém, a Filosofia se caracteriza por buscar explicações racionais, 
sem recorrer à interferência divina, por meio de raciocínios rigorosos 
acerca da natureza e das relações sociais humanas. Considera-se que 
ela surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C., sob a influên-
cia de alguns fatores: vida urbana; uso da moeda; desenvolvimento 
comercial, econômico, financeiro e político; contato com outros 
povos; expansão das técnicas de trabalho e ensino; escrita alfabética.
Cosmologia: a questão da arché
Os primeiros filósofos de que se tem notícia ficaram conhecidos como pré-socráticos. Eles buscavam explicar a origem 
das coisas por meio da arché, ou seja, de um princípio unificador de tudo o que existe. Suas investigações resultaram na 
apresentação de diferentes elementos como a arché.
Filósofo Período em que viveu Arché
Tales de Mileto 624 a.C. a 546 a.C. água
Anaximandro de Mileto 611 a.C. a 546 a.C. apeíron
Anaxímenes de Mileto 586 a.C. a 525 a.C. ar
Pitágoras de Samos 580 a.C. a 500 a.C. números
Heráclito de Éfeso 535 a.C. a 470 a.C. fogo, opostos, movimento
Anaxágoras de Clazômenas 499 a.C. a 428 a.C. homeomerias
Empédocles de Agrigento 492 a.C. a 432 a.C. água, terra, fogo e ar
Demócrito de Abdera 460 a.C. a 370 a.C. átomos
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 Hércules, um dos mais célebres 
heróis da mitologia grega
2 Livro de Revisão 1
Ser e devir
A questão do ser e do vir a ser, ou devir, está na base da Filosofia. No século VI a.C., destacaram-se dois posiciona-
mentos em relação a esse tema:
 • Heráclito de Éfeso defendeu a ideia de que tudo está em constante transformação, num eterno devir. 
 • Parmênides de Eleia defendeu a ideia de que tudo é uno, imóvel e não criado. Para ele, as mudanças não passavam 
de opinião (dóxa) e ilusão.
Retórica e dialética
Sócrates inaugurou a investigação de questões antropológicas, isto é, relacionadas à identidade, à origem, às angús-
tias, aos desejos e aos deveres humanos. Nunca registrou seus pensamentos por escrito, o que foi feito por seus discí-
pulos, especialmente Platão. Empregava uma forma de diálogo conhecida como dialética, a fim de despertar em seus 
interlocutores o conhecimento verdadeiro sobre o objeto de cada diálogo. Além disso, defendia as seguintes máximas: 
“Conhece-te a ti mesmo” e “Só sei que nada sei”. 
Para Sócrates, o bem era a ideia mais sublime, identificando-se com a beleza e com a verdade. Ele afirmava que 
o ser humano é essencialmente racional e, por isso, deveria buscar o conhecimento verdadeiro e praticar a virtude, 
almejando o bem. Acreditava que a dialética faria o conhecimento nascer de dentro do próprio indivíduo. Para isso, 
empregava um método composto de dois procedimentos: a ironia e a maiêutica. A ironia socrática consistia em mostrar 
a ignorância dos indivíduos sobre as questões fundamentais que eles imaginavam conhecer. A maiêutica, por sua vez, 
era como um parto, consistindo em dar à luz novas ideias.
O pensamento socrático opunha-se à retórica, ou seja, à arte do discurso convincente, praticada pelos sofistas. 
Sócrates criticava esses pensadores, que ensinavam em troca de remuneração, acusando-os de manipular o público de 
acordo com os próprios interesses, sem compromisso com a verdade. 
Em 399 a.C., Sócrates foi condenado à morte por meio da ingestão de cicuta, sob as acusações de corromper a 
juventude ateniense e de negar os deuses da cidade.
Filosofia na pólis grega
Na Antiguidade grega, o conceito de pólis se referia tanto à localização espacial de uma cidade quanto à sua orga-
nização política. Nela, havia a ágora, espaço público onde se localizavam feiras, mercados, e onde se realizavam rituais 
religiosos e discussões sobre o futuro da pólis. Os discursos confrontados nas discussões políticas eram, muitas vezes, 
elaborados por sofistas. Contudo, questões relacionadas à pólis grega foram também assuntos de muitas e importantes 
reflexões filosóficas.
 Acrópole de Atenas, importante 
símbolo da pólis ateniense
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3Filosofia
Períodos e áreas da Filosofia
A produção filosófica de diferentes autores é organizada em períodos e áreas de investigação, que interagem 
entre si, mas se ocupam de objetos de estudo específicos.
Linha do tempo da Filosofia
Séc. VII a.C ao séc. III
Filosofia 
antiga
Séc. III ao séc. XVI
Filosofia 
medieval
Séc. XVII ao séc. XIX
Filosofia 
moderna
Séc. XIX aos dias atuais
Filosofia 
contemporânea
Períodos da Filosofia antiga
 • Período pré-socrático ou cosmológico – do século VII a.C. ao século V a.C.
 Caracteriza-se por questionamentos relacionados à origem e ao princípio formador de todas as coisas (arché), 
com ênfase em investigações sobre o cosmos (a ordem geral do Universo) e a physis (a natureza, a substância física 
do mundo). Pensador de destaque: Tales de Mileto.
 • Período socrático ou antropológico – final do século V a.C. e século IV a.C. 
 Caracteriza-se por reflexões acerca de psyché (alma, consciência ou razão humana). As investigações voltavam-se, 
principalmente, para a verdade e a virtude. Pensador de destaque: Sócrates.
 • Período sistemático – final do século IV a.C. e século III a.C.
 Caracteriza-se pela sistematização dos conhecimentos já produzidos e pela busca de cientificidade do pensamento 
filosófico. Pensador de destaque: Aristóteles.
 • Período helenístico ou greco-romano – final do século III a.C. ao século VI d.C.
 Caracteriza-se pela ênfase em reflexões éticas. Pensadores de 
destaque: epicuristas, estoicos e neoplatônicos.
Áreas da Filosofia
 • História da Filosofia
 • Epistemologia – Teoria do conhecimento e Filosofia da Ciência
 • Estética
 • Ética
 • Filosofia política
 • Metafísica – Ontologia
 • Lógica
 • Filosofia da linguagem
 A imagem do pensador é empregada 
para representar o filósofo
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4 Livro de Revisão 1
Atividades
1. (UEM – PR)
“O nascimento da filosofia pode ser entendido 
como o surgimento de uma nova ordem do pen-
samento, complementar ao mito,que era a forma 
de pensar dos gregos. Uma visão de mundo que se 
formou de um conjunto de narrativas contadas de 
geração a geração [...]. Os mitos apresentavam uma 
religião politeísta, sem doutrina revelada, sem teoria 
escrita, isto é, um sistema religioso, sem corpo sa-
cerdotal e sem livro sagrado, apenas concentrada na 
tradição oral, é isso que se entende por teogonia”. 
Filosofia / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 18. 
 Sobre o surgimento da filosofia, assinale o que for correto. 
 01) Na Grécia Antiga, o conhecimento dos mitos era 
transmitido pelos padres da Igreja. 
 02) O livro do Gênesis repete o primeiro capítulo da 
Teogonia de Hesíodo, que trata da criação do mundo.
X 04) A teogonia visa explicar a genealogia dos deuses e 
sua relação com os fenômenos do mundo. 
X 08) A oralidade constitui a forma privilegiada de trans-
missão do pensamento mítico. 
 16) O mito representa uma forma de pensamento reli-
gioso contrário à racionalidade filosófica de Platão e 
dos filósofos pré-socráticos.
 Somatório: 12 (04 + 08)
2. (UFU – MG) Leia o texto e as assertivas abaixo a respeito 
das relações entre o nascimento da filosofia e a mitologia. 
O nascimento da filosofia na Grécia é marcado 
pela passagem da cosmogonia para a cosmologia. 
A cosmogonia, típica do pensamento mítico, é des-
critiva e explica como do caos surge o cosmos, a 
partir da geração dos deuses, identificados às forças 
da natureza. Na cosmologia, as explicações rom-
pem com a religiosidade: a arché (princípio) não se 
encontra mais na ordem do tempo mítico, mas sig-
nifica princípio teórico, enquanto fundamento de 
todas as coisas. Daí a diversidade de escolas filosó-
ficas, dando origem a fundamentações conceituais 
(e portanto abstratas) muito diferentes entre si. 
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: 
Moderna, 1993. p. 93. 
 I. Uma corrente de pensamento afirma que houve ruptura 
completa entre mito e filosofia, tal corrente é a que de-
fende a tese do milagre grego. 
 II. Outra corrente de pensamento afirma que não houve 
ruptura completa entre mito e filosofia, mas certa con-
tinuidade, é a que defende a tese do mito noético. 
 Assinale a alternativa correta.
a) I é falsa e II, verdadeira. 
b) I é verdadeira e II, falsa. 
X c) I e II são verdadeiras. 
d) I e II são falsas.
3. (UFU – MG) Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região 
da Jônia, e viveu aproximadamente entre 540 e 480 a.C. 
Ficou conhecido como “o obscuro”, porque seus escri-
tos eram, em geral, aforismos, isto é, frases enigmáticas 
que condensam a ideia transmitida. Dentre suas ideias 
mais destacadas está a do “eterno devir”. A partir dessas 
informações, marque a alternativa que descreve correta-
mente o significado de “eterno devir”. 
a) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido. 
b) A permanência do ser. 
X c) Transformação incessante das coisas. 
d) O Mundo das Ideias.
4. (UFU – MG) Já na Antiguidade, Heráclito de Éfeso, 
filósofo pré-socrático, era chamado de “o Obscuro”. 
A isto se deve o fato de o pensador ter transmitido 
a sua doutrina por meio de diversos fragmentos (ou 
aforismos) de difícil interpretação. Não obstante 
as dificuldades que impõem aos estudiosos, vários 
desses textos se tornaram célebres e exerceram 
grande influência em diversos períodos da História da 
Filosofia. Eis aqui dois deles:
 I. “A mesma coisa: o vivo e o morto, o desperto 
e o adormecido, o jovem e o velho, porque 
estas coisas, transformando-se, são aquelas e 
aquelas, transformando-se, são estas”. 
DIELS, H.; KRANZ, W. Os pré-socráticos, Fragmento 88. 
 II. “Descemos e não descemos no mesmo rio, 
nós mesmos somos e não somos”. 
DIELS, H.; KRANZ, W. Os pré-socráticos, Fragmento 49a. 
5Filosofia
 Com base nos fragmentos supracitados e em seus 
conhecimentos sobre a filosofia de Heráclito, responda: 
a) Qual é, para Heráclito, a causa do devir (do movi-
mento) verificado no cosmos? 
A causa do devir, segundo Heráclito, é a luta (conflito, guerra, 
oposição, embate) entre os elementos opostos da Natureza 
(frio/quente, dia/noite, claro/escuro). O movimento (mudança) 
é o resultado do conflito entre esses elementos. Sendo 
assim, em outro de seus fragmentos ele afirma: “O conflito é 
pai e rei de todas as coisas. Fez de uns deuses, de outros 
homens, de uns escravos e de outros livres”.
(DIELS, H.; KRANZ, W. Os pré-socráticos, Fragmento 53. )
b) Segundo Heráclito, que elemento da natureza melhor 
simboliza o movimento, a transformação de todas as 
coisas? Justifique sua resposta.
O fogo é o elemento que, segundo Heráclito, melhor simboliza 
a luta entre os elementos contrários da natureza, condição 
fundamental para a existência do cosmos. O fogo deve sua 
existência à destruição daquilo que consome. Por isso, traz 
consigo a força simbólica da guerra entre os opostos que está 
na raiz da existência da Natureza. Para Heráclito: “o cosmos 
existe como um fogo que ora se acende e ora se apaga, 
segundo um processo eterno de nascimento e destruição”. 
(DIELS, H.; KRANZ, W. Os pré-socráticos, Fragmento 30.) 
5. (UEM – PR)
“Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois 
o ser é, e o nada, ao contrário, nada é: afirmação 
que bem deves considerar. [...] Jamais se conse-
guirá provar que o não ser é; afasta, portanto, o 
teu pensamento desta via de investigação, e nem 
te deixes arrastar a ela pela múltipla experiência 
do hábito, nem governar pelo olho sem visão, 
pelo ouvido ensurdecido ou pela língua; mas com 
a razão decide da muito controvertida tese, que te 
revelou minha palavra. Resta-nos assim um único 
caminho: o ser é.”
PARMÊNIDES. Poema. In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de 
filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 13. 
 A partir do trecho citado, assinale o que for correto. 
 01) Afirmar o que o ser é implica uma impossibilidade 
racional, visto ser impossível descobrir a natureza 
das coisas. 
X 02) Investigar o que é o ser implica fazer um discurso 
afirmativo sobre a natureza de algo. 
X 04) As experiências sensíveis não são suficientes para 
provar a natureza do ser ou o que ele é. 
X 08) Sobre o não ser, o que se pode afirmar é sua impos-
sibilidade, sendo vedado afirmar qualquer coisa. 
X 16) O não ser é impossível de ser demonstrado 
racionalmente.
 Somatório: 30 (02 + 04 + 08 + 16)
6. (UFU – MG) Leia o texto abaixo: 
“Afasta o pensamento desse caminho de busca 
e que o hábito nascido de muitas experiências 
humanas não te force, nesse caminho, a usar o 
olho que não vê, o ouvido que retumba e a lín-
gua: mas, com o pensamento, julga a prova que 
te foi fornecida com múltiplas refutações. Um 
só caminho resta ao discurso: que o ser existe.” 
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: filosofia pagã 
antiga. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2003. p. 35. 
 Com base no pensamento de Parmênides, assinale a 
alternativa correta. 
a) Os sentidos atestam e conduzem à verdade absoluta 
do ser. 
b) O ser é o eterno devir, mas o devir é de alguma 
maneira regido pelo Logos. 
c) O discurso se move por teses e antíteses, pois essas 
são representações exatas do devir. 
X d) Quem afirma que “o ser não existe” anda pelo cami-
nho do erro.
6 Livro de Revisão 1
2. Epistemologia antiga e medieval
A Epistemologia, também conhecida como Teoria do conhecimento, investiga 
as relações entre o sujeito conhecedor e o objeto a ser conhecido. Indaga o que é o 
conhecimento, como ele pode ser adquirido, utilizado, e quais são os limites do conhe-
cimento humano. 
De modo geral, entende-se por conhecimento a capacidade de realizar procedi-
mentos que possibilitem a um sujeito descrever, calcular ou prever os objetos e os fenô-
menos que compõem sua realidade. Há diferentes tipos de conhecimento:
 • Sensível ou empírico – adquirido por meio dos cinco sentidos.
 • Inteligível ou intelectual – baseia-se na razão por meio de questionamentos 
e reflexões.
 • De fé – desenvolvido na Idade Média,sob influência do cristianismo, baseia-se 
na crença e na ideia de revelação divina.
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 A concepção aristotélica de Ciência 
se destacou na Antiguidade, sendo 
retomada na escolástica medieval.
7. (UFU – MG) De acordo com o pensamento do filósofo 
Parmênides de Eleia, marque a alternativa correta. 
a) A identidade é uma característica inerente ao domínio 
da opinião, uma vez que a pluralidade das opiniões é 
o que atesta a identidade de cada indivíduo. 
b) Segundo Parmênides, um mesmo homem não pode 
entrar duas vezes em um mesmo rio, posto que a mutabi-
lidade do mundo impede que o mesmo evento se repita. 
c) Uma das leis lógicas, presente no pensamento de 
Parmênides, é o princípio de identidade, segundo o qual 
todas as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo. 
X d) O caminho da verdade é também a via da identidade 
e da não contradição. Nesse sentido, somente o Ser – 
por ser imóvel e idêntico – pode ser pensado e dito. 
8. (UEM – PR) 
“[...] Talvez alguém diga: ‘Sócrates, será que você 
não pode ir embora, nos deixar em paz e ficar quie-
to, calado?’ Ora, eis a coisa mais difícil de convencer 
alguns de vocês. Pois se eu disser que tal conduta 
seria desobediência ao deus e que por isso não posso 
ficar quieto, vocês acharão que estou zombando e 
não acreditarão. E se disser que falar diariamente da 
virtude e das outras coisas sobre as quais me ouvem 
falar e questionar a mim e a outros é o bem maior 
do homem e que a vida que não se questiona não 
vale a pena viver, vão me acreditar menos ainda.”
PLATÃO, Apologia de Sócrates, in MARCONDES, D. Textos básicos de 
filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 20. 
 A partir do texto citado, é correto afirmar que: 
 01) Sócrates não aceita a sentença de seus interlocuto-
res porque a rebeldia e a não aceitação das ordens 
são próprias de um filósofo. 
X 02) Sócrates defende uma atitude permanente de ques-
tionamento para os homens, sem a qual a vida não 
valeria a pena ser vivida. 
X 04) Para Sócrates, o questionamento é mais do que um 
momento na vida humana, é uma conduta perma-
nente que deve ser cultivada. 
X 08) Para Sócrates, o questionamento é algo intrínseco da 
natureza humana e não somente dele, um filósofo. 
 16) Ao citar deus, Sócrates compreende que está zom-
bando de seus interlocutores, pois seus questiona-
mentos não possuem nenhuma relação com a religião.
 Somatório: 14 (02 + 04 + 08)
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7Filosofia
Dóxa e epistéme
Os filósofos pré-socráticos (século IV a.C.) investigavam a physis (natureza), em busca de um conhecimento seguro 
e verdadeiro acerca de tudo o que existe. Diante da multiplicidade e das constantes mudanças que ocorrem na physis, 
esses pensadores enfrentaram o desafio de descobrir como é possível conhecer. Parmênides de Eleia mencionou duas 
vias que poderiam ser percorridas em busca de conhecimento:
 • Dóxa – a via da aparência e da opinião. Corresponde ao conhecimento adquirido por meio dos cinco sentidos, o 
qual não é confiável, gerando dúvidas e incertezas.
 • Epistéme – a via do conhecimento e da ciência. Corresponde ao conhecimento adquirido por meio da razão, de 
questionamentos e reflexões, o único capaz de revelar o ser e a realidade.
O conhecimento inteligível (pela via da razão) foi o mais valorizado entre os filósofos da Antiguidade, sendo desig-
nado por diversos termos gregos, como: gnósis, lógos, epistéme, mátema, theoria, sophia. Já o conhecimento sensível 
era designado por um único termo: áistesis.
Teoria das ideias
Platão foi um dos mais influentes filósofos da Antiguidade. Em 
seu pensamento, destaca-se a distinção entre o mundo sensível, cap-
tado pelos sentidos, e o mundo inteligível, captado pela razão. Para o 
filósofo, o mundo sensível era marcado pelo devir e pelas aparências, 
sendo impossível alcançar um conhecimento verdadeiro sobre ele. 
Ainda assim, observou que a maioria das pessoas se atém ao mundo 
sensível, sem tentar ultrapassar a superficialidade dos sentidos. 
Segundo Platão, o mundo sensível não passava de uma cópia imper-
feita do mundo inteligível, o qual, por sua vez, somente os filósofos 
seriam capazes de captar, por meio da razão. No entanto, esse seria o 
único modo de alcançar o Bem e o Belo. 
Platão descreveu as diferenças entre os mundos sensível e inteli-
gível por meio da Alegoria da Caverna. De acordo com ele, os prisio-
neiros acorrentados nessa caverna representavam os seres humanos 
comuns, presos à opinião. Já o prisioneiro liberto, que contempla a 
luz do sol, representava o filósofo, aquele que buscava conhecer o 
mundo das ideias.
Organização do conhecimento e abstração
Aristóteles foi aluno de Platão, mas, ao contrário de seu mestre, ele valorizava o conhecimento sensível (advindo dos 
sentidos) como via de acesso ao conhecimento inteligível. Classificava a sensação, a experiência, a memória e a fantasia 
como etapas do conhecimento sensível, que antecederiam o conhecimento inteligível. Além disso, considerava o conhe-
cimento inteligível resultante da capacidade de apreender as formas sensíveis, presentes nos próprios objetos sensíveis, 
extraindo delas as formas inteligíveis, por meio da abstração. Segundo ele, a abstração era possibilitada pelo intelecto 
potencial (capacidade de apreender as formas inteligíveis) que, ao realizá-la, se tornava intelecto atual.
Aristóteles buscou identificar as causas primeiras de todas as coisas. Ele concebia o conhecimento como a classificação 
dos objetos de estudo segundo a espécie, o gênero e outras características. Sendo assim, classificou também as diversas 
formas de conhecer, distinguindo as ciências produtivas (Arte e técnicas), as ciências práticas (Ética e Política) e as ciências 
teoréticas (Matemática, Física e Filosofia).
 A Alegoria da Caverna sintetiza as concepções 
platônicas sobre o conhecimento inteligível e o 
papel social do filósofo.
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8 Livro de Revisão 1
Ceticismo e neoplatonismo
O ceticismo é uma corrente filosófica iniciada por Pirro, no final da Antiguidade. Entre seus representantes, destacam-se 
alguns dos acadêmicos – filósofos que fizeram parte da Academia fundada por Platão. A principal tese do ceticismo era a 
impossibilidade do conhecimento acerca da realidade, cuja natureza seria incompreensível para o ser humano. Assim, os 
céticos praticavam a acatalepsia (reconhecimento de que não é possível conhecer) e a epoché (suspensão de julgamentos 
sobre a realidade das coisas), em busca da ataraxia (tranquilidade imperturbável, decorrente da ausência de julgamentos).
O neoplatonismo é uma corrente filosófica iniciada por volta do século II d.C. e que retoma o pensamento de Platão, 
conciliando-o com aspectos do cristianismo. Seu principal representante, Plotino, afirmava que, para além dos mundos 
sensível e inteligível, havia o Uno, superior a ambos e simbolizado pela luz. O Uno seria o gerador das múltiplas realida-
des, por meio de suas emanações. As primeiras emanações dessa luz primordial teriam originado o mundo inteligível, 
formado pelo Ser, pelo Noûs e pela Alma do Mundo. Dessas emanações iniciais teria surgido o mundo sensível, mais dis-
tante do Uno e, portanto, menos perfeito, marcado pela multiplicidade. O neoplatonismo influenciou a Filosofia medie-
val, especialmente na formação da patrística. 
Teoria da iluminação divina
No início da Idade Média, Agostinho de Hipona, o principal representante da patrística, combateu o ceticismo e 
recebeu influências do pensamento de Plotino. Porém, ao invés do Uno, ele considerava Deus como o princípio perfeito 
e transcendente que possibilitaria todo o conhecimento. 
Agostinho desenvolveu a Teoria da iluminação divina em um esforço para explicar como o conhecimento seria 
possível. De acordo com essa teoria, a alma humana teria em si o conhecimento da verdade, mas, para torná-lo inte-
ligível, necessitava da iluminação divina. 
Intelecto e conhecimento
A partirdo século XII, o pensamento aristotélico chegou à Europa, traduzido e comentado por pensadores árabes, 
especialmente Avicena e Averróis. Influenciou fortemente a produção filosófica conhecida como escolástica, cujo principal 
representante foi Tomás de Aquino.
Para Avicena, a inteligência humana tinha cinco graus: material, possível, em ato, adquirida e faculdade intuitiva. Por 
meio deles, essa inteligência seria capaz de compreender e se unir aos mundos material e celeste. 
Averróis, por sua vez, dividia o conhecimento em: inteligência individual, que poderia ou não ser desenvolvida; e luz, 
uma inteligência transcendente ao ser humano, proveniente da iluminação divina.
Sob influência dessas concepções, Tomás 
de Aquino associou o pensamento aristoté-
lico ao cristianismo. Assim, afirmou que, por 
meio da abstração, seria possível conhecer as 
formas inteligíveis, com base nos elementos 
sensíveis. Afirmou ainda que a experiência 
sensível poderia levar ao conhecimento inte-
lectivo, até mesmo de Deus. Para Tomás de 
Aquino, Deus era a base comum para a fé e 
a razão, consequentemente, para a Teologia 
e a Filosofia.
 Na Idade Média, a Filosofia, presente nas obras dos 
pensadores gregos, foi associada à Teologia, que 
se fundamentava na Bíblia cristã. 
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9Filosofia
1. (UNESP – SP)
Do lado oposto da caverna, Platão situa uma 
fogueira – fonte da luz de onde se projetam as 
sombras – e alguns homens que carregam obje-
tos por cima de um muro, como num teatro de 
fantoches, e são desses objetos as sombras que se 
projetam no fundo da caverna e as vozes desses 
homens que os prisioneiros atribuem às sombras. 
Temos um efeito como num cinema em que olha-
mos para a tela e não prestamos atenção ao proje-
tor nem às caixas de som, mas percebemos o som 
como proveniente das figuras na tela.
Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001.
 Explique o significado filosófico da Alegoria da Caverna 
de Platão, comentando sua importância para a distinção 
entre aparência e essência.
No pensamento de Platão, o mundo sensível, captado por 
meio dos sentidos, é o lugar das aparências, das sombras ou 
simulacros das ideias. O mundo inteligível, em que residem as 
essências ou ideias, corresponde à realidade, eterna, imutável 
e acessível somente à razão. Na Alegoria da Caverna, o mundo 
sensível é representado pela escuridão da caverna. Dentro dela, 
os prisioneiros permanecem na ignorância, confundindo a 
verdade com as aparências. Segundo Platão, essa é a condição 
dos indivíduos que se restringem ao conhecimento sensível. 
Já o exterior da caverna, cuja luz inicialmente cega o prisioneiro 
liberto, representa o mundo inteligível, cujas essências são 
acessíveis apenas ao pensamento, desde que o ser humano 
desenvolva sua capacidade racional. A condição do prisioneiro 
liberto representa a do filósofo, que busca o conhecimento 
inteligível e tenta despertar os demais para fazer o mesmo. 
2. (UEM – PR)
“– Logo, a arte de imitar está muito afastada 
da verdade, sendo que por isso mesmo dá a 
impressão de poder fazer tudo, por só atingir 
parte mínima de cada coisa, simples simulacro. 
O pintor, digamos, é capaz de pintar um sapa-
teiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, 
sem conhecer absolutamente nada das respec-
tivas profissões. No entanto, se for bom pintor, 
com o retrato de um carpinteiro, mostrado de 
longe, conseguirá enganar pelo menos crianças 
ou pessoas simples e levá-las a imaginar que se 
trata de um carpinteiro de verdade.
– Como não?
– Mas a meu ver, amigo, o que devemos pen-
sar dessa gente é o seguinte: quando alguém 
nos anuncia que encontrou um indivíduo co-
nhecedor de todas as profissões e de tudo o 
que se pode saber, e isso com a proficiência 
dos maiores especialistas, seremos levados a 
suspeitar que falamos com um tipo ingênuo e 
vítima, sem dúvida, de algum charlatão e imi-
tador, e que se o tomou por sábio universal foi 
apenas pelo fato de ser incapaz de fazer a dis-
tinção entre o conhecimento, a ignorância e a 
imitação.” 
PLATÃO. A República, Livro X. In: MARÇAL, J. Antologia de textos 
filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p. 557-558.
 A partir do trecho citado e dos conhecimentos sobre a 
filosofia de Platão, assinale o que for correto.
X 01) Para Platão, a reprodução de algo não comporta a 
Verdade desse algo, sua essência verdadeira.
 02) Para Platão, conhecer um objeto sensível implica 
tomar contato apenas com o simulacro dele.
X 04) Para Platão, a reprodução de algo espelha uma parte 
do ser e não o que ele é verdadeiramente.
X 08) Para Platão, a verdade de algo está para além de sua 
manifestação sensível.
 16) Para Platão, é impossível haver conhecimento de 
qualquer coisa.
 Somatório: 13 (01 + 04 + 08)
10 Livro de Revisão 1
3. (UFU – MG) Leia o texto abaixo.
“SÓCRATES: Portanto, como poderia ser algu-
ma coisa o que nunca permanece da mesma ma-
neira? Com efeito, se fica momentaneamente da 
mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse 
tempo, não vai embora; e se permanece sempre 
da mesma maneira e é ‘em si mesma’, como po-
deria mudar e mover-se, não se afastando nunca 
da própria Ideia?
CRÁTILO: Jamais poderia fazê-lo.
SÓCRATES: Mas também de outro modo não 
poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no 
próprio momento em que quem quer conhecê-la 
chega perto dela, ela se torna outra e de outra espé-
cie; e assim não se poderia mais conhecer que coisa 
seja ela nem como seja. E certamente nenhum co-
nhecimento conhece o objeto que conhece se este 
não permanece de nenhum modo estável.
CRÁTILO: Assim é como dizes.”
PLATÃO, Crátilo, 439 e – 440 a.
 Assinale a alternativa correta, de acordo com o pensa-
mento de Platão.
X a) Para Platão, o que é “em si” e permanece sempre da 
mesma forma, propiciando o conhecimento, é a Ideia, 
o ser verdadeiro e inteligível.
b) Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o 
único que pode ser conhecido, na medida em que é o 
único ao qual o homem realmente tem acesso.
c) As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma trans-
formação contínua. Conhecê-las só é possível porque 
são representações mentais, sem existência objetiva.
d) Platão sustenta que há uma realidade que sempre é 
da mesma maneira, que não nasce nem perece e que 
não pode ser captada pelos sentidos e que, por isso 
mesmo, cabe apenas aos deuses contemplá-la.
4. (UFU – MG) Leia o seguinte trecho da Alegoria da Caverna.
Agora imagine que por esse caminho as pessoas 
transportam sobre a cabeça objetos de todos os 
tipos: por exemplo, estatuetas de figuras humanas e 
de animais. Numa situação como essa, a única coisa 
que os prisioneiros poderiam ver e conhecer seriam 
as sombras projetadas na parede a sua frente.
CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2006. p. 50.
 Com base na leitura do trecho [...] e em seus conheci-
mentos sobre a obra de Platão (428 a.C. – 348 a.C.), 
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Platão distingue o mundo sensível ou das aparências, 
onde tudo o que se capta por meio dos sentidos pode 
ser motivo de engano, e o mundo inteligível, onde se 
encontram as ideias a partir das quais surgem os ele-
mentos do mundo sensível.
b) Platão tinha como principal objetivo o conhecimento 
das ideias: realidades existentes por si mesmas, 
essências a partir das quais podem ser geradas suas 
cópias imperfeitas.
X c) O pensamento de Platão deu origem aos fundamentos 
da ciência moderna graças ao seu método de obser-
vação e experimentação para o conhecimento dos 
fenômenos naturais.
d) A obra de Platão está fundamentada em um método 
de investigação conhecido como dialética cujo obje-
tivo é superar a simples opinião (dóxa) e atingir o 
conhecimento verdadeiro ou ciência (epistéme).
5. (UEM – PR)
“É, pois, com direito que a filosofia é também 
chamada a ciência da verdade: o fim da [ciência] es-
peculativa é, com efeito, a verdade, e o da [ ciência]prática, a ação; porque, se os práticos consideram o 
como, não consideram o eterno, mas o relativo e o 
presente. E nós não conhecemos o verdadeiro sem 
[conhecer] a causa.” 
ARISTÓTELES. Metafísica, livro II, cap. I. São Paulo: Abril Cultural, 
1979. p. 39-40. 
 A partir do texto é correto afirmar que: 
X 01) Aristóteles diferencia a ciência especulativa da 
ciência prática. 
X 02) A ciência prática volta-se para conhecer as coisas 
relativas à ação humana. 
 04) A ciência especulativa busca conhecer como as 
coisas são, sua condição presente, sua relação. 
X 08) Para Aristóteles, conhecer verdadeiramente algo é 
conhecer a sua causa. 
X 16) Para Aristóteles, a verdade é eterna e imutável.
 Somatório: 27 (01 + 02 + 08 + 16)
11Filosofia
6. (UEM – PR)
“Dizemos: cada pessoa é, por exemplo, um ser 
humano, porém, há coisas que não lhe pertencem 
como ser humano. Contudo, não se isenta delas 
na existência como, por exemplo, a definição de 
suas medidas, sua cor, sua aparência e aquilo que 
é notório nele e outras coisas deste tipo. Todas 
estas coisas, mesmo sendo humanas, não são 
condições para que ele seja humano, caso contrá-
rio, todas as pessoas seriam iguais neste âmbito. 
Apesar disso, inteligimos que há algo, ou seja: o 
ser humano. Que pobre é o discurso daquele que 
afirma o seguinte: o ser humano é esta totalidade 
percebida (pelos sentidos)!” 
AVICENA. A filosofia e sua divisão. In: MARÇAL, J. Antologia de textos 
filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 90-91. 
 Com base nesta afirmação de Avicena, assinale o que 
for correto: 
 01) A definição do ser humano depende de suas atribui-
ções sensíveis. 
 02) A classe social de um indivíduo compõe um dos ele-
mentos da definição do ser humano. 
 04) A identidade racial distingue os seres humanos de 
outros seres vivos. 
X 08) O conceito de ser humano é inteligível. 
X 16) Qualificações como peso, altura e aparência física 
distinguem um ser humano de outro ser humano.
 Somatório: 24 (08 + 16)
7. (UFPR) Um dos exemplos de cultura produzida durante o 
período do império islâmico foi o “Cânone de Medicina”, 
escrito pelo médico e filósofo muçulmano Avicena entre 
1012 e 1015. Esta obra sintetizou elementos da litera-
tura médica siríaca, helenística e bizantina, e foi muito 
empregada por sábios ocidentais até o século XVII. Sobre 
o império islâmico no período do século VII a XV, conside-
rando o exemplo da obra de Avicena, é correto afirmar: 
X a) O império islâmico permitiu uma grande circulação de 
culturas da Europa até a China, devido a sua relativa 
tolerância religiosa e a seu incentivo à assimilação e 
transmissão de conhecimentos dos diferentes povos 
conquistados, como atesta a obra de Avicena. 
b) O império islâmico permitiu grande circulação cultural 
por se expandir lentamente durante sua existência, 
ao ritmo da conversão e assimilação dos povos e das 
culturas da Europa à Ásia, devido à estratégia de não 
violência e de tolerância religiosa pregada pelo Corão, 
e presente na obra de Avicena. 
c) O império islâmico permitiu uma grande circulação 
de culturas da Europa à China devido à sua rápida 
expansão em menos de um século com o apoio de 
exércitos cristãos, o que explica a presença de obras 
como a de Avicena em território europeu cristão. 
d) Durante seu apogeu, o império islâmico restringiu a 
circulação de obras europeias cristãs em territórios 
muçulmanos e impôs a adoção de obras científicas 
islâmicas, como a de Avicena, aos povos não islâmicos. 
e) O império islâmico, durante seu apogeu, incentivou 
a busca pelo conhecimento científico nos territórios 
conquistados, como atesta a obra de Avicena, mas 
não logrou sucesso na Europa ocidental, devido ao 
bloqueio religioso estabelecido pela Igreja Católica.
8. (UEM – PR)
“Vi claramente que todas as coisas boas podem, 
entretanto, se corromper, e não se poderiam cor-
romper se fossem sumamente boas, nem tampou-
co se não fossem boas. Se fossem absolutamen-
te boas seriam incorruptíveis, e se não houvesse 
nada de bom nelas, não poderiam se corromper. 
[...] Portanto, todas as coisas que existem são 
boas, e o Mal que eu procurava não é uma subs-
tância, pois se fosse substância seria um bem. Na 
verdade, ou seria uma substância incorruptível e 
então seria um grande bem, ou seria corruptível 
e, neste caso, a menos que fosse boa, não poderia 
se corromper. Percebi, portanto, e isto pareceu-
-me evidente, que criastes todas as coisas boas e 
não existe nenhuma substância que Vós [Deus] 
não criastes.”
AGOSTINHO. O problema do mal. In: MARCONDES, Danilo. Textos 
básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 63.
 A partir do exposto, assinale o que for correto.
X 01) Em todas as coisas existe algum bem.
 02) Se tudo que existe foi Deus quem criou e o mal 
existe, logo Deus criou coisas más.
 04) O mal existe no mundo e é um algo, uma substância.
X 08) Mal e bem, para Agostinho, não são juízos que os 
homens emitem sobre as coisas.
X 16) Para Agostinho, é impossível que Deus criasse algo 
que não fosse bom.
 Somatório: 25 (01 + 08 + 16)
12 Livro de Revisão 1
9. (UFU – MG)
A filosofia grega se expandiu para além das 
fronteiras do mundo helênico e influenciou ou-
tros povos e culturas. Com o cristianismo não foi 
diferente e, aos poucos, a filosofia foi absorvida. 
Conforme Chalita, um dos motivos dessa absor-
ção foi: [...] a necessidade de organizar os ensi-
namentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos 
do cristianismo sob a forma de uma doutrina e 
elaborar uma teologia rigorosa.
CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2006. p. 94.
Uma das características da patrística é a busca da 
conciliação entre a fé e a filosofia, e Agostinho 
de Hipona, ou Santo Agostinho (354 d.C. – 430 
d.C.), influenciado pelo neoplatonismo, tornou-
-se uma referência para a filosofia cristã.
Em relação ao desenvolvimento das ciências na-
turais, porém, o pensamento de Agostinho não 
deu grande impulso uma vez que sua filosofia – 
tal como a do mestre Platão – não adotava os fe-
nômenos naturais como objeto de reflexão.
 Com base nos textos acima e em seus conhecimentos 
sobre a obra de Agostinho de Hipona, assinale a alterna-
tiva INCORRETA.
a) Agostinho de Hipona criou a doutrina da iluminação 
divina baseado na teoria da reminiscência de Platão, 
conciliando de modo original a fé cristã e o pensa-
mento filosófico.
X b) A observação, a experimentação e a aplicação dos 
princípios da geometria sobre os fenômenos naturais 
foi uma das principais características da filosofia de 
Santo Agostinho.
c) Conforme Agostinho de Hipona, a filosofia grega é um 
instrumento útil para a fé cristã.
d) As verdades eternas e imutáveis, que têm sua sede em 
Deus, só podem ser alcançadas pela iluminação divina.
10. (UFU – MG) Leia com atenção o texto a seguir.
 Tomás de Aquino (1225-1274) fez intenso uso das obras 
de Aristóteles e outros autores, recém introduzidas na 
universidade. Essas obras, originalmente escritas em 
grego ou árabe, representavam, em praticamente todos 
os domínios do saber, um enorme avanço científico.
 Aplicando esses novos conhecimentos em suas reflexões 
teológicas, ele conclui que devemos utilizar a filosofia em 
auxílio da ciência divina, seja na compreensão de certas 
passagens obscuras da Bíblia e dos autores cristãos, seja 
fornecendo uma explicação racional de certas teses da 
teologia como, por exemplo, sobre a existência de Deus. 
Um exemplo famoso desse método é o uso que Tomás 
de Aquino faz do argumento do Primeiro Motor imóvel, 
encontrado na Física de Aristóteles.
 Responda:
a) Que fato, segundo o texto, resultou em um avanço 
científico para a universidade medieval?
O fato que resultou em avanço científico para a universidade 
medieval, na época de Tomás de Aquino, foi a introdução, na 
Europa, de obras de autores gregos (principalmente Aristóteles) 
e, outros, como os filósofos árabes que abarcavam diversos 
campos do saber.
b) SegundoTomás de Aquino, como a filosofia se situa 
em relação à teologia (ciência divina)?
A Filosofia é considerada autônoma e distinta em relação 
à Teologia, podendo, no entanto, atuar em auxílio desta. 
Segundo Tomás de Aquino, a Filosofia poderia ajudar, por 
exemplo, na compreensão da Bíblia e de algumas teses 
teológicas, sendo empregada também na elaboração de 
provas da existência de Deus.
c) Explique o argumento do primeiro motor citado no texto.
Tomás de Aquino retira da Física e da Metafísica de Aristóteles o 
argumento do primeiro motor, que pode ser assim resumido: 
Tudo o que se move, é movido por outro. Ora, essa cadeia não 
pode retroceder ao infinito, pois o movimento teria de ter começado 
em algum ponto. Logo, deve haver um primeiro movente ou motor 
que seja, ele mesmo imóvel, um começo absoluto. 
Para Aquino, esse primeiro movente ou motor é Deus.
13Filosofia
3. Epistemologia moderna
Na Idade Moderna (séculos XV a XVIII), houve uma retomada de obras filosóficas da Antiguidade, em meio ao desenvol-
vimento de uma nova concepção científica e de um movimento cultural que ficou conhecido como Iluminismo. A Ciência 
Moderna buscou maior independência em relação à Filosofia e à religião. Além disso, desenvolveu uma nova forma de inves-
tigação, pautada em um método, que incluía observações, elaboração de hipóteses, experimentos, cálculos, verificações, 
generalizações e previsões. Nesse contexto, o método deve ser entendido como a forma de organizar ações, orientadas por 
princípios, com o objetivo de identificar as leis universais que regem o funcionamento dos fenômenos particulares observáveis. 
Método experimental
Galileu Galilei inaugurou o pensamento moderno, ao romper com a concepção aristotélico-medieval de mundo. Afir-
mou que o mundo natural era um livro escrito em caracteres matemáticos, devendo ser decifrado por meio do método 
científico. Já Francis Bacon, considerado o pai da Ciência Experimental, defendeu a máxima “saber é poder”, buscando des-
vendar o mundo natural para que os seres humanos pudessem dominá-lo. Relacionava a Ciência à técnica e subordinava 
seu valor à utilidade que ela pudesse ter para a vida prática. 
O método experimental, proposto por Bacon, utilizava procedimentos empíricos de análise e comparação dos fenô-
menos, a fim de atingir o conhecimento das leis que os governavam. Para isso, ele seguia etapas denominadas tábuas de 
investigação. Seu método, conhecido como indução por eliminação, consistia em afirmar e negar hipóteses, bem como 
em comparar fenômenos naturais, buscando compreender e dominar a natureza. Vale destacar que o método indutivo, 
típico da Ciência Moderna, analisa casos particulares para identificar uma lei geral, enquanto o método dedutivo parte de 
leis gerais para explicar fatos particulares. 
Bacon também destacava a existência de quatro ídolos, ou seja, falsas noções que obscurecem o conhecimento:
 • Ídolos da tribo – fundados na natureza humana, correspondem à crença nos sentidos como medida de todas as coisas.
 • Ídolos da caverna – característicos da subjetividade dos indivíduos, são distorções causadas pelas diferenças de impres-
sões de cada um.
 • Ídolos do foro – decorrentes da associação entre indivíduos, que, por meio da linguagem, se envolvem em controvérsias.
 • Ídolos do teatro – advindos de doutrinas filosóficas e concepções científicas cujas ideias não podem ser comprovadas.
Racionalismo: inatismo
Racionalismo é a corrente de pensamento que afirma a primazia da razão 
como via de acesso ao conhecimento, em detrimento dos sentidos e da 
experiência. Um de seus princípios é o inatismo, tese de que os indivíduos são 
dotados de certas ideias anteriores à experiência. O principal representante 
do racionalismo moderno é René Descartes. No século XVII, ele buscou 
um princípio sólido que possibilitasse um conhecimento científico seguro. 
Nesse processo, privilegiou a razão, considerando-a dotada de ideias inatas, 
claras e distintas, bem como da capacidade de julgar a verdade ou a falsi-
dade por trás das aparências. 
Descartes distinguia três tipos de verdades:
 • adventícias – advindas dos sentidos, que captam somente os objetos 
suscetíveis a constantes mudanças;
 • fictícias – provenientes da imaginação; 
 • inatas – verdades eternas, imutáveis e universais.
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 De acordo com o racionalismo, 
as ideias são inatas. 
14 Livro de Revisão 1
 De acordo com o criticismo kantiano, não 
conhecemos as coisas como elas são, e 
sim “moldadas” por estruturas da razão.
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Descartes estabeleceu um método pautado em princípios matemáticos, segundo o qual todo conhecimento deveria 
ser submetido à dúvida sistemática, a fim de ultrapassar crenças infundadas e chegar a um conhecimento seguro e obje-
tivo. O método cartesiano divide-se em quatro etapas:
1. Incluir em seus juízos apenas aquilo de que se tenha certeza absoluta.
2. Dividir as dificuldades em várias etapas, a fim de analisá-las separadamente.
3. Ordenar as ideias, das mais simples às mais complexas.
4. Fazer enumerações complexas e revisões gerais, a fim de não omitir nada.
Influenciado por Descartes, Gottfried Leibniz propôs a criação de uma Lógica simbólica para avaliar os raciocínios. 
Distinguiu verdades de razão – inatas e imutáveis, porque se referem ao que algo é, não podendo ser de outro modo – e 
verdades de fato – empíricas e mutáveis, porque se referem a coisas que poderiam ser diferentes do que são.
Empirismo 
A corrente de pensamento denominada empirismo nega a tese do conhecimento 
inato, afirmando que o conhecimento se forma com base em experiências. Um dos 
principais representantes do empirismo moderno é o filósofo inglês John Locke. No 
século XVII, ele comparou a mente humana a uma tábula rasa, uma espécie de folha 
em branco, que seria preenchida por meio das experiências vivenciadas pelos indiví-
duos. Locke afirmava ainda que a mente humana é capaz de perceber suas próprias 
operações, em um processo denominado reflexão.
Experiência e hábito
No século XVIII, o filósofo David Hume destacou-se como representante do empirismo. Afirmava que conhecimento 
decorre da experiência, porém adotava um posicionamento cético, ou seja, negava a possibilidade de alcançar um conhe-
cimento plenamente seguro. Segundo ele, algumas de nossas crenças são condicionadas pelo hábito. Por exemplo, a 
causalidade, até então considerada uma lei natural, seria apenas uma pressuposição, decorrente do hábito de observar 
certos fenômenos seguirem-se uns aos outros.
Criticismo
Criticismo é uma corrente de pensamento moderna, marcada pela 
reflexão profunda sobre os limites e as possibilidades da razão. Teve 
como principal representante o filósofo Immanuel Kant. No século 
XVIII, ele afirmou que o conhecimento é formado pela experiência e 
pela razão. Afirmou ainda que não é possível conhecer a realidade em 
si (o nôumeno), apenas os fenômenos, moldados por categorias cog-
nitivas universais. Ele dividia essas categorias, ou estruturas da razão, 
em formas puras da sensibilidade (espaço e tempo) e formas puras do 
entendimento (causa e efeito, quantidade, qualidade, modo e relação).
 De acordo com o empirismo, 
as ideias resultam da 
experiência.
15Filosofia
1. (UEM – PR)
“A Ciência assume outro aspecto quando conce-
bida como algo que se propõe atingir conhecimento 
sistemático e seguro, de sorte que seus resultados 
possam ser tomados como conclusões certas a propó-
sito de condições mais ou menos amplas e unifor-
mes sob as quais ocorrem os vários tipos de acon-
tecimentos. Em verdade, segundo fórmula antiga 
e ainda aceitável, o objetivo da Ciência é ‘preservar 
os fenômenos’ – isto é, apresentar acontecimentos e 
processos como especificações de leis e teorias gerais 
que enunciam padrões invariáveis de relações entre 
coisas. Perseguindo esse objetivo, a Ciência busca 
tornar inteligível o mundo;e sempre que o alcança, 
em alguma área de investigação, satisfaz o anseio de 
saber e compreender que é, talvez, o impulso mais 
poderoso a levar o homem a empenhar-se em estu-
dos metódicos.” 
NAGEL, Ernest. Ciência: natureza e objetivo. In: MORGENBESSER, 
Sidney. Filosofia da ciência. São Paulo: Edusp, 1975. p. 15.
 A partir do trecho citado, assinale o que for correto.
X 01) Buscar tornar o mundo inteligível é saciar um 
desejo próprio da compreensão humana.
X 02) Preservar os fenômenos significa expor aconteci-
mentos como padrões não variáveis de relações 
entre coisas.
 04) A ciência busca explicar tudo por meio de uma 
única lei racional.
X 08) A ciência objetiva um conhecimento sistemático e 
seguro obtido a partir de conclusões de estudos 
metódicos.
X 16) Os homens possuem um desejo natural por conhe-
cer, de modo que são levados a produzir estudos 
metódicos, isto é, fazer Ciência.
 Somatório: 27 (01 + 02 + 08 + 16)
2. (UNESP – SP)
 Texto 1
Foi assim que, com Paracelso (1493-1541), nas-
ceu e se impôs a iatroquímica. E os iatroquímicos, 
em certos casos, chegaram a alcançar grandes êxitos, 
muito embora as justificações de suas teorias, vistas 
com os olhos da ciência moderna, apareçam-nos 
hoje bastante fantasiosas. Assim, por exemplo, com 
base na ideia de que o ferro é associado ao planeta 
vermelho Marte e a Marte, deus da guerra coberto 
de sangue e de ferro, administraram com sucesso 
sais de ferro a doentes anêmicos – e hoje conhece-
mos as razões científicas desse sucesso.
Giovanni Reale e Dário Antiseri. História da filosofia, vol. 2, 1991 
(adaptado).
 Texto 2
A ciência busca compreender a realidade de ma-
neira racional, descobrindo relações universais e ne-
cessárias entre os fenômenos, o que permite prever 
acontecimentos e, consequentemente, também agir 
sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza mé-
todos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento 
sistemático, preciso e objetivo.
Maria Lúcia de A. Aranha e Maria Helena P. Martins. Temas de filosofia, 
1992.
 Baseando-se na descrição do método científico do texto 
2, explique por que as fundamentações da iatroquímica 
podem ser caracterizadas como fantasiosas.
Apesar de a administração de ferro para doentes anêmicos ser
correta, a explicação mencionada no texto 1 é fantasiosa por se 
fundamentar em um mito. Ao contrário desta forma de se
conhecer o mundo, a Ciência, cujo método foi descrito no texto 2, 
procura explicar objetivamente os fenômenos e não recorre ao 
senso comum nem à religião e ao mito.
3. (UEM – PR)
“Francis Bacon (1561-1626), com o seu lema 
‘saber é poder’, critica a base metafísica da físi-
ca grega e medieval e realça o papel histórico da 
ciência e do saber instrumental, capaz de dominar 
a natureza. Rejeita as concepções tradicionais de 
pensadores ‘sempre prontos para tagarelar’, mas 
que ‘são incapazes de gerar, pois a sua sabedoria é 
farta de palavras, mas estéril em obras’.”
Novum organum, Livro I, LXXI. In ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, 
M. H. P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2009. p. 68. 
16 Livro de Revisão 1
 Sobre o pensamento de F. Bacon, assinale o que for 
correto.
X 01) Enquanto na Idade Média o saber contemplativo era 
privilegiado em detrimento da prática, F. Bacon valo-
rizava a técnica de experimentação empírica.
X 02) O conhecimento dos estados da matéria possibilita 
o controle sobre os fenômenos da natureza, como 
controlar a evaporação, por exemplo.
 04) Entre os conhecimentos práticos da filosofia de 
F. Bacon destaca-se a oratória, arte de utilizar técni-
cas de linguagem a fim de persuadir o espectador.
 08) Ao defender a alquimia, F. Bacon valoriza aspectos 
mágicos da matéria, revelados pela ciência química.
 16) Em sua obra filosófica mais importante, “A poética 
da natureza”, F. Bacon descreve o modo pelo qual a 
mão de Deus permanece ativa sobre os fenômenos 
da natureza.
 Somatório: 03 (01 + 02)
4. (UFU – MG) Leia o texto e as assertivas abaixo.
 René Descartes (1596-1650) é considerado por mui-
tos “o pai da filosofia moderna”, pois em obras como 
O discurso sobre o método e Meditações metafísicas 
colocou em xeque conhecimentos considerados indu-
bitáveis. Em especial, suas reflexões o levam a ques-
tionar o valor epistemológico dos conhecimentos do 
senso comum, dos argumentos de autoridade e do tes-
temunho dos sentidos.
 I. Descartes foi um dos filósofos da Era Moderna 
que valorizou o papel do método no avanço do 
conhecimento.
 II. Descartes colocou em dúvida o valor das informações 
que se obtêm por meio da experiência sensível.
 III. As teorias de Descartes seguiram o modelo aristotéli-
co de investigação dos fenômenos naturais.
 Assinale a alternativa correta.
a) I e III são verdadeiras.
b) II e III são verdadeiras.
X c) I e II são verdadeiras.
d) I e III são falsas.
5. (UEM – PR)
“Porém, logo em seguida, percebi que, ao 
mesmo tempo que eu queria pensar que tudo era 
falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, 
fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: 
eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta 
que as mais extravagantes suposições dos céticos 
não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei 
que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o 
primeiro princípio da filosofia que eu procurava.”
DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Nova Cultural, 
2004. p. 62. 
 A partir do texto citado, assinale o que for correto.
 01) A intenção primeira da filosofia de Descartes era a 
refutação dos céticos.
X 02) Descartes buscava um fundamento seguro racional-
mente para elaborar sua filosofia.
 04) “Eu penso, logo existo” era uma afirmação extrava-
gante dos céticos.
 08) Descartes sempre pensou que tudo era falso, inclu-
sive a ideia “eu penso, logo existo”.
X 16) O princípio primeiro da filosofia de Descartes está no 
pensamento individual que fundamenta a existência 
humana.
 Somatório: 18 (02 + 16)
6. (UNICAMP – SP)
A maneira pela qual adquirimos qualquer 
conhecimento constitui suficiente prova de 
que não é inato.
John Locke, Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova 
Cultural, 1988. p. 13.
 O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte, 
X a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aqui-
sição deriva da experiência.
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conheci-
mentos possam ser obtidos.
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar 
a existência de ideias inatas.
d) defende que as ideias estão presentes na razão desde 
o nascimento.
17Filosofia
7. (UNESP – SP)
 Texto 1
Um dos elementos centrais do pensamento mí-
tico e de sua forma de explicar a realidade é o 
apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à 
magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo 
que acontece aos homens, tudo é governado por 
uma realidade exterior ao mundo humano e natu-
ral, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados 
são capazes de interpretar.
Os sacerdotes, os rituais religiosos, os orácu-
los servem como intermediários, pontes entre o 
mundo humano e o mundo divino. Os cultos e os 
sacrifícios religiosos encontrados nessas socieda-
des são, assim, formas de se agradecer esses favo-
res ou de se aplacar a ira dos deuses.
Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001 (adaptado).
 Texto 2
Ao longo da história, a corrente filosófica do 
Empirismo foi associada às seguintes caracterís-
ticas: 1. Negação de qualquer conhecimento ou 
princípio inato, que deva ser necessariamente re-
conhecido como válido, sem nenhuma confirma-
ção ou verificação. 2. Negação do ‘suprassensível’, 
entendido como qualquer realidade não passível 
de verificação e aferição de qualquer tipo. 3. Ên-
fase na importância da realidade atual ou ime-
diatamente presente aos órgãos de verificação e 
comprovação, ou seja, no fato: essa ênfase é con-
sequência do recurso à evidência sensível.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia, 2007 (adaptado).
 Com base nos textos apresentados,comente a oposi-
ção entre o pensamento mítico e a corrente filosófica do 
empirismo.
O conhecimento mítico apresenta explicações fantásticas, 
relacionadas ao sobrenatural, uma realidade para além dos 
domínios humanos. Já o empirismo se caracteriza pela busca 
de um conhecimento objetivo, verificável e comprovável dos 
fenômenos, obtido por meio de experiências proporcionadas 
pelos sentidos. 
8. (UEM – PR)
“Contudo, embora o nosso pensamento pareça 
possuir essa liberdade ilimitada, notaremos, ba-
seados em um exame mais detalhado, que na rea-
lidade ele está confinado dentro de limites muito 
estreitos, e que todo o poder criativo da mente se 
reduz a nada mais do que a faculdade de com-
por, transpor, aumentar ou diminuir os materiais 
que nos fornecem os sentidos e a experiência. 
Quando pensamos em uma montanha de ouro, 
não fazemos mais do que juntar duas ideias con-
sistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. 
[...] Em resumo, todos os materiais do pensamen-
to derivam ou do nosso sentimento exterior ou 
do interior: a mistura e a composição de ambos 
dizem respeito à mente e à vontade. Ou seja, para 
me expressar em linguagem filosófica, todas as 
nossas ideias, percepções mais débeis, são cópias 
de nossas impressões, mais vivas.”
HUME, D. Tratado sobre a natureza humana in: MARCONDES, D. 
Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 104.
 A partir do texto citado é correto afirmar que: 
X 01) A liberdade do pensamento é delimitada pelas 
impressões sensíveis, pelas percepções que os sen-
tidos captam do mundo. 
 02) Podemos pensar numa montanha de ouro sem ter 
essas experiências sensíveis, pois a mente humana 
é criativa. 
X 04) Há uma contradição entre a liberdade infinita do 
pensamento e suas reais possibilidades de operação 
a partir da experiência sensível. 
X 08) O pensamento opera de modo infinito com as 
impressões sensíveis, em inúmeras formas de trans-
posição, composição, mistura de elementos. 
X 16) A capacidade criativa do pensamento não pode conce-
ber coisas sem conexão com as experiências sensíveis.
 Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16)
9. (UFU – MG) David Hume (1711-1776) é um dos repre-
sentantes do empirismo. Sua teoria sobre as ideias parte 
do princípio de que não há nada em nossa mente que 
não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, as 
ideias vão se formando ao longo da vida. Dessa forma, 
Hume afasta-se do princípio da corrente racionalista ou 
inatista segundo a qual afirma que há ideias inatas em 
nossa mente.
18 Livro de Revisão 1
 De acordo com o pensamento de Hume, é correto afirmar que
X a) as percepções dos sentidos geram impressões e ideias.
b) as ideias que podem ser consideradas verdadeiras são 
as inatas.
c) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau de ser.
d) as percepções dos sentidos nos enganam, por isso as 
ideias daí decorrentes são falsas.
10. (UFU – MG) Leia atentamente o texto abaixo. 
“Kant distinguiu duas modalidades de realidade. 
A realidade que se oferece a nós na experiência e a 
realidade que não se oferece à experiência. A primeira 
foi chamada por ele de fenômeno [...]. A segunda foi 
chamada por ele de nôumeno [...]” [ou coisa em si]. 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995. p. 233. 
 Em relação aos conceitos de fenômeno em coisa e si, 
conforme formulados por Kant, marque a alternativa 
correta. 
a) Kant designa por coisa em si a parte da experiência 
que pode ser conhecida pelo intelecto no tempo e no 
espaço. 
b) A coisa em si designa exatamente aquilo que uma 
ciência deve conhecer em um objeto empírico. 
c) A crítica kantiana dirige-se contra as aparências. É 
por isso que Kant afirma ser impossível conhecer os 
fenômenos. 
X d) O mundo fenomenal contém os objetos que podem 
ser captados pela nossa sensibilidade e ser apresen-
tados no espaço e no tempo. 
4. Estética
O termo Estética foi criado por Baumgarten, por volta de 1750, para designar a doutrina do conhecimento sensível. 
Depois, passou a nomear a área da Filosofia que estuda as questões relativas ao belo e à produção artística. A Estética 
questiona se o belo existe objetivamente ou se depende de impressões subjetivas a respeito dos objetos. Estuda também 
a relação das obras de arte com a natureza e a cultura.
Belo e mimese
Platão identificava o belo com o bem e com a verdade, considerando-o uma ideia, presente no mundo inteligível. Para 
esse filósofo, a apreensão do belo era intelectual, e não um resultado da percepção sensível. Além disso, ele entendia a arte 
como mimese (do grego mímesis), ou seja, como imitação da realidade, a qual, por sua vez, já seria uma cópia imperfeita 
do mundo das ideias. Sendo assim, Platão considerava as obras de arte como cópias de cópias e, portanto, mais distantes 
da verdade que os próprios objetos sensíveis. Logo, julgava que a Arte produzia enganos. Além disso, denunciava que 
ela não refletia as virtudes, alimentando as paixões humanas. Por essas razões, afirmava que os artistas, como pintores e 
poetas, deveriam ser banidos da sociedade ideal.
Poiésis, mimese e catarse
Aristóteles, ao contrário de seu mestre Platão, afirmava 
que a mimese artística produzia obras criativas e que estas 
exerciam uma função pedagógica. Em um de seus escritos, 
denominado Poética, ele destacou especificamente o cará-
ter pedagógico das poesias épica e trágica. Nesse contexto, 
afirmou que a finalidade das tragédias era produzir a catarse, 
ou seja, a purificação de emoções extremas. 
 Para Platão, a poesia, escrita e encenada na Grécia 
Antiga, prejudicava o caráter, mas, segundo Aristóteles, 
ela contribuía para o aperfeiçoamento moral humano. 
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19Filosofia
Arte e decadência dos costumes
No século XVIII, período de desenvolvimento do Iluminismo, Jean-Jacques Rousseau afirmou que tanto a Arte quanto 
a Ciência nasciam do luxo, do ócio e da ostentação. Afirmou ainda que elas corrompiam os costumes, sobrepondo aparên-
cias à verdade e à virtude. Porém, tolerava a Arte como distração para afastar de atitudes más os indivíduos já corrompidos.
Educação estética
Também no século XVIII, Johan Schiller, que foi representante do Romantismo, afirmava que a natureza humana 
reúne razão e sensibilidade. Para ele, o belo conduzia as pessoas ao bem e à liberdade. Schiller atribuía à Arte um caráter 
lúdico, capaz de despertar a liberdade de criação e a imaginação humanas. Considerava ainda que a imaginação poderia 
levar os indivíduos a desenvolver atitudes éticas. Sendo assim, defendia a educação estética como forma de aperfeiçoa-
mento ético do ser humano. Além disso, criticava a subordinação da Arte à utilidade e ao mercado, acreditando que o 
mau uso da beleza poderia criar um mundo de aparências e paixões.
Belo e sublime
Ainda no século XVIII, Immanuel Kant afirmava que o belo é subjetivo, uma vez que sua percepção decorre da estru-
tura cognitiva do sujeito observador, constituída pelas formas puras da sensibilidade e do entendimento. Para ele, o juízo 
estético (juízo de gosto) baseava-se no sentimento e não em conceitos. Na compreensão kantiana, o belo se diferenciava 
do agradável (que dependia de algum interesse), do bom (que dependia de um conceito) e do sublime (que estaria 
ligado a inquietações filosóficas). 
Belo natural e belo artístico 
No século XIX, Georg W. F. Hegel definia o belo artístico 
como uma inspiração do ideal, considerando-o superior ao 
belo natural, por ser uma produção do espírito humano. 
Afirmava ainda que a obra de arte une contrários como 
liberdade e necessidade, universal e particular, racional e 
sensível. De acordo com ele, a função da obra de arte era 
despertar o sentimento do belo ao tocar a sensibilidade. 
Contemplação artística e vontade de nada
No século XIX, Arthur Schopenhauer aceitou a compreensão de Kant sobre a realidade como uma representação da 
consciência humana, limitada pelas formas puras da sensibilidade e do entendimento. Noentanto, discordou que essa 
representação fosse universal, afirmando que ela varia de indivíduo para indivíduo por estar submetida à vontade humana. 
Schopenhauer definia a vontade como um desejo irracional e insaciável que leva ao sofrimento, mas acreditava que a Arte 
poderia libertar o ser humano, ainda que provisoriamente, das dores causadas pela vontade. Afirmava que, para superar o 
sofrimento, seria necessário passar por três etapas: a contemplação das obras de arte, a conduta ética e o quietismo.
 Para Hegel, o belo artístico superava o belo 
natural por ser uma produção do espírito.
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20 Livro de Revisão 1
Apolíneo, dionisíaco e vontade de potência
No fim do século XIX, Friedrich Nietzsche elaborou o conceito de vontade de potência, considerando-a como elemento 
fundamental da natureza humana. Ele afirmava que essa vontade impele o ser humano ao desejo de viver apesar da dor, 
do sofrimento e do erro presentes na existência. Afirmava ainda que a Filosofia e a Arte deveriam se harmonizar com ela. 
Por isso, valorizava a arte trágica, marcada pela oposição entre os elementos dionisíacos e apolíneos da existência, os quais 
representavam, respectivamente, a desmedida e a ordem. Além disso, Nietzsche acreditava que a aceitação da vida, tal 
como ela se apresenta, conduziria o ser humano a uma condição superior, denominada “além do homem”. Essa condição, 
por sua vez, permitiria viver a vida como uma obra de arte. 
Indústria cultural 
O conceito de indústria cultural foi elaborado no século XX pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, da 
Escola de Frankfurt, em um contexto de crítica ao modo de vida nas sociedades capitalistas industriais. Segundo os filóso-
fos, nessas sociedades as obras de arte tornam-se mercadorias ligadas ao entretenimento e destinadas ao consumo. Ainda 
de acordo com eles, a indústria cultural transforma o lazer em extensão do trabalho industrial e estimula o desejo de posse 
e consumo de produtos, vendendo a ilusão de que eles podem proporcionar realizações inatingíveis.
Reprodutibilidade técnica e arte engajada
Walter Benjamin, também ligado à Escola de Frankfurt, empreendeu 
uma crítica à sociedade industrial capitalista e à sua relação com a Arte. 
Abordou a reprodutibilidade técnica das obras de arte, propiciada por 
novas tecnologias de reprodução, como a fotografia, o cinema, entre 
outras. Segundo ele, a reprodutibilidade técnica retira da obra de arte 
a sua aura, submetendo-a ao sonho burguês de obter lucro por meio 
do consumo. Para romper com essa submissão aos interesses do capi-
talismo, ele propôs que a arte se tornasse engajada e revolucionária, 
ou seja, que oportunizasse aos indivíduos uma compreensão crítica do 
mundo e das relações sociais.
 Adorno e Horkheimer denunciaram a transformação da arte em 
produto pela indústria cultural, e Benjamin destacou a perda da 
aura da obra de arte em virtude da reprodutibilidade técnica.
1. Explique o posicionamento platônico em relação à presença de artistas na sociedade ideal.
Para Platão, o mundo sensível era uma cópia da realidade inteligível e as obras de arte, exemplos de mimese. Portanto, ele via os artistas 
(pintores, poetas) como artífices cujas obras eram “cópias de cópias”, ou seja, apontava que as obras de arte copiavam os objetos sensíveis, 
os quais, por sua vez, copiavam as ideias. Logo, Platão acreditava que os artistas produziam ilusões e enganos, afastando os indivíduos da 
verdade. Além disso, criticava-os por estimular as paixões, as quais afastariam os indivíduos da busca pelo bem. Por isso, os artistas 
deveriam ser banidos da sociedade ideal. 
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21Filosofia
2. O texto a seguir se refere à concepção platônica do belo.
“[...] pelo caminho do amor, primeiro físico de-
pois espiritual, o homem pode se elevar da beleza 
sensível até a contemplação 
extática da Beleza Absoluta, 
única verdadeira e da qual 
todas as outras belezas menores participam, não 
sendo a beleza das coisas sensíveis senão um páli-
do reflexo da Beleza Absoluta”.
SUASSUNA, Ariano. Iniciação à estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 
2014. p. 47.
 Segundo o pensamento de Platão sobre a beleza, assi-
nale a alternativa correta.
a) A beleza absoluta encontra-se no objeto contemplado.
b) A beleza absoluta é acessível ao ser humano por meio 
da contemplação de obras de arte.
X c) A beleza sensível é apenas uma cópia imperfeita da 
beleza absoluta.
d) Beleza sensível e beleza absoluta são a mesma coisa.
3. O texto a seguir refere-se às concepções platônica e 
aristotélica do belo.
“É verdade que a grande contribuição de Aris-
tóteles para a Estética foi, primeiro, a de retirar a 
Beleza – considerada nos objetos sensíveis – da es-
fera ideal em que a colocara Platão, tentando, co-
rajosamente, encontrar sua essência nos próprios 
dados das coisas, entendida à luz de uma ontolo-
gia realista. Isso faz da Beleza uma propriedade do 
objeto, propriedade particular sua, e não recebida 
como que por empréstimo de uma luz superior”.
SUASSUNA, Ariano. Iniciação à estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 
2014. p. 54.
 Sobre o conceito de beleza em Aristóteles, assinale a 
alternativa correta.
a) A beleza não é acessível aos seres humanos.
b) A contemplação da beleza é uma experiência advinda 
da alma, ao contemplar o mundo das ideias.
c) Aristóteles concorda com seu mestre Platão sobre a 
ideia de a beleza residir nos objetos sensíveis.
X d) Aristóteles discorda de Platão sobre a ideia de beleza, 
afirmando que ela está no próprio objeto e não no 
mundo das ideias.
4. Leia o texto a seguir.
“Outros males ainda piores seguem ainda as letras 
e as artes. Assim é o luxo, do mesmo modo que elas, 
nascido da ociosidade e da vaidade dos homens. O 
luxo raramente existe sem as ciências e as artes, e 
elas jamais sem ele. Sei que a nossa filosofia, sempre 
fecunda em máximas singulares, pretende, contra a 
experiência de todos os séculos, que o luxo consti-
tua o esplendor dos Estados; mas, depois de ter es-
quecido a necessidade das leis suntuárias, ousará ela 
negar ainda que os bons costumes são essenciais à 
duração dos impérios, e que o luxo é diametralmen-
te oposto aos bons costumes? Que o luxo seja sinal 
certo de riquezas; que sirva mesmo, se se quiser, 
para multiplicá-las: que será preciso concluir desse 
paradoxo tão digno de ter nascido nos nossos dias?” 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes, p. 12. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
cv000012.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2016.
 De acordo com a obra de Rousseau, é correto afirmar:
X a) As artes corrompem os costumes, ao afastar o ser 
humano das virtudes.
b) As artes elevam o espírito em direção às virtudes e ao 
desenvolvimento dos costumes.
c) As obras de arte estão acima de questões como o luxo 
e a riqueza.
d) A Arte é necessária para uma vida simples e deve ser 
objeto de contemplação do bom selvagem.
5. (UEM – PR) O significado etimológico da palavra estética 
traduz a ideia de uma percepção totalizante e compreen-
são sensorial do mundo; como disciplina da filosofia, a 
estética estuda as teorias da criação e da percepção 
artística. Assinale o que for correto.
01) Considerando que a obra de arte não entende o 
mundo por meio do pensamento lógico, podemos 
afirmar que é incapaz de traduzir a realidade e fica, 
portanto, condenada ao âmbito da ilusão.
02) Aristóteles concebeu a arte como sendo expressão 
de um mundo ideal, a arte jamais deve imitar a rea-
lidade, pois, ao fazê-lo, degrada-se. 
X 04) A arte pode ser realizada com uma função pedagógica; 
o pensamento estético de esquerda atribui à arte uma 
tarefa de crítica social e política, a arte deve ser enga-
jada, isto é, comprometida com o processo de mudança 
capaz de libertar e de emancipar o homem.
extática: em êxtase.
22 Livro de Revisão 1
X 08) Schiller acredita que, na prática de uma cultura 
estética, a humanidadepode reconciliar os impul-
sos sensuais e intelectivos, harmonizando-os; essa 
reconciliação se dá por um novo modelo de socie-
dade em que a arte, com seu poder de criativi-
dade, pode libertar o homem do trabalho alienante, 
do sensualismo limitante, do prazer puramente 
físico e de um intelectualismo abstrato por teorias 
incompreensíveis.
X 16) A arte é um caso privilegiado de entendimento 
intuitivo do mundo, tanto para o artista que cria 
obras concretas e singulares quanto para o apre-
ciador que se entrega a elas para penetrar-lhes o 
sentido.
 Somatório: 28 (04 + 08 + 16)
6. Considere as seguintes informações a respeito da esté-
tica kantiana:
[...] para Kant, a Beleza, ou melhor, a “satis-
fação determinada pelo juízo de gosto” – que é 
como ele preferia chamar Beleza – é, em primei-
ro lugar e antes de mais nada, “aquilo que agra-
da universalmente sem conceito”, ou seja, “um 
universal sem conceito”, para usar a fórmula que 
ficou mais conhecida.
SUASSUNA, Ariano. Iniciação à estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 
2014. p. 71.
 Com base no texto e em seus conhecimentos, explique 
por que a beleza, segundo Kant, é “um universal sem 
conceito”.
De acordo com o pensamento de Kant, o belo agrada universalmente 
porque a estrutura cognitiva constituída pelas formas puras da 
sensibilidade e do entendimento é a mesma para todos os indivíduos. 
Ele também afirmava que a contemplação da beleza proporciona um 
prazer independente da finalidade, da utilidade e do conceito do 
objeto belo. Sendo assim, considerava o juízo de gosto (o julgamento 
de que algo é belo) um juízo estético (fundamentado na sensibilidade 
do sujeito) e não teórico (fundamentado no conceito de um objeto).
7. Sobre o conceito de beleza para Hegel, deve-se considerar:
“Existe uma diferença entre a Verdade e a Beleza. 
A Verdade é a Ideia enquanto considerada em si 
mesma, em seu princípio geral e pensada como 
tal. Porque não é sob sua forma exterior e sensível 
que ela existe para a razão, mas em seu caráter de 
Ideia universal. Quando a verdade aparece ime-
diatamente à consciência na realidade exterior, e 
a Ideia permanece identificada e unida com sua 
aparência exterior, então a Ideia não é somente 
verdadeira, mas bela. A Beleza se define portanto 
como a manifestação sensível da Ideia”.
HEGEL, F. Esthétique, textos escolhidos, Presses Universitaires de 
France, Paris, 1954. p. 206. In: SUASSUNA, Ariano. Iniciação à 
estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 2014. p. 88.
 Assinale a afirmativa que está de acordo com o pensa-
mento hegeliano: 
a) A beleza faz parte do objeto contemplado e é desve-
lada pelo observador.
b) A beleza é um conceito universal que se manifesta na 
obra de arte.
X c) A beleza é um ideal.
d) A beleza só pode ser percebida por indivíduos instruídos.
8. Ao refletir sobre a vontade, Arthur Schopenhauer concluiu:
“Toda vida é sofrimento”. Semelhante diagnós-
tico metafísico não implica negar horas de recreio 
em meio aos tormentos da existência. Horas pro-
porcionadas sobretudo pela contemplação estética, 
que torna a vida menos áspera, e de fato nos brinda 
com formas de alegria desinteressada em meio aos 
sofrimentos da vida. 
PECORARO, Rossano (Org.). Os filósofos – clássicos da filosofia, de 
Kant a Popper. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 116.
 De acordo com o pensamento de Schopenhauer, é 
correto afirmar:
X a) A contemplação estética alivia os sofrimentos da vida, 
causados pela vontade.
b) A contemplação estética é a manifestação suprema 
da vontade humana.
c) A contemplação estética é uma função reservada às 
elites e, portanto, inacessível ao ser humano comum.
d) A contemplação estética desperta, no indivíduo, a dor 
e o sofrimento da vida.
23Filosofia
9. Leia o texto a seguir.
“Em A origem da tragédia (1871), Nietzsche expõe a 
fragilidade da Ciência para apreender os fenômenos 
artísticos. Apolo e Dionísio podem ser compreen-
didos, para além da Mitologia, como forças polares 
que delimitam nossos conflitos e vazios. Apolo é luz 
que não vive sem as sombras de Dionísio. A aparen-
te necessidade de compreender tendências opostas 
como expressões de bem e mal é suprimida pela 
possibilidade de alternância dos sentidos. Como 
forças, se estabelecem pela oposição – os polos se 
chocam e se sustentam, simultaneamente.”
FORGHIERI, Marisa. Nietzsche, arte e estética: uma interpretação do 
belo. Disponível em: <http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/esfi/
Edicoes/19/artigo72807-1.asp>. Acesso em: 18 jan. 2016.
 Considerando o texto e seus conhecimentos, é correto 
afirmar que, segundo Nietzsche, a tragédia grega: 
a) Nega a existência de Dionísio e Apolo.
X b) Por mostrar a oposição entre dionisíaco e apolíneo, 
pode contribuir para a aceitação da vida, mesmo na dor.
c) Tal como a Ciência, explica os fenômenos naturais 
como manifestações da razão.
d) Mascara os aspectos negativos da existência humana.
10. (UEL – PR)
Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemen-
to está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua 
existência única, no lugar em que ela se encontra. É 
nessa existência única, e somente nela, que se des-
dobra a história da obra. Essa história compreende 
não apenas as transformações que ela sofreu, com a 
passagem do tempo, em sua estrutura física, como 
as relações de propriedade em que ela ingressou. Os 
vestígios das primeiras só podem ser investigados 
por análises químicas ou físicas, irrealizáveis na re-
produção; os vestígios das segundas são o objeto de 
uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do 
lugar em que se achava o original.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade 
técnica. In: Obras escolhidas, Vol. 1: magia e técnica, arte e política: 
ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo 
Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 167.
 Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, 
assinale a alternativa correta:
a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte 
perdeu sua aura.
b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam 
sua qualidade aurática.
X c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a dis-
tância e a transcendência dos objetos artísticos.
d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a repro-
dutibilidade técnica.
e) O declínio da aura não tem relação com as transfor-
mações contemporâneas.
11. (UEM – PR)
“Para os frankfurtianos, contrários ao sistema ca-
pitalista, a irracionalidade do ser humano consistiria 
na utilização de seu conhecimento para fins unica-
mente instrumentais, voltados para o acúmulo de 
lucros e riquezas. Assim, manifestaram suas restri-
ções ao progresso científico, que determina a sujei-
ção dos indivíduos autômatos a um sistema totali-
tário, que encontra na uniformização da indústria 
da cultura o seu mecanismo dissimulado do poder. 
[...] É possível afirmar que, para essa corrente, o fato 
de o ser humano ser dotado de inteligência não o 
torna necessariamente um ser racional. A irraciona-
lidade pode constituir uma dimensão constante na 
vida se não for desenvolvida uma consciência auto-
crítica, que esteja sempre direcionada para a própria 
liberdade. [...] Para Adorno, a denominada indús-
tria cultural encontra-se voltada unicamente para a 
satisfação dos interesses comerciais dos detentores 
dos veículos de comunicação, que veem a sociedade 
como um mero mercado de consumo dos produtos 
por eles impostos, dando origem a um processo de 
massificação da cultura”. 
CHALITA, G. Vivendo a filosofia: ensino médio. 4. ed. São Paulo: Ática, 
2011. p. 394-397.
 Com base nas afirmações acima, assinale o que for correto.
X 01) A crítica da Escola de Frankfurt ao capitalismo está 
na sua prática que visa ao lucro e utiliza a razão 
como instrumento para esse fim.
02) O otimismo de Adorno em face da indústria cultu-
ral está em que ela pode, por meio dos recursos da 
mídia, alcançar meios de divulgação em massa.
04) Para a Escola de Frankfurt, a razão é inata e o mais 
compartilhado

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